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Utilizando água oxigenada nas orquídeas

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orquideas.eco.br - peróxido de hidrogênio

O peróxido de hidrogênio – conhecido comercialmente como água oxigenada quando em solução aquosa – é um líquido claro de fórmula química H2O2. Foi descrito a primeira vez por Louis Jacques Thénard, numa reação de peróxido de bário com ácido nítrico.

Incolor à temperatura ambiente, apresenta característico sabor amargo e aparência viscosa. O peróxido de hidrogênio é um poderoso oxidante com propriedades viruscidas, bactericidas e fungicidas (incluindo esporicida, atacando a molécula que o torna tão resistente). A água oxigenada é muito útil na desinfecção do material de cultivo, sementes de orquídeas e como fungicida e inseticida a ser aplicado às plantas. Também é um poderoso agente para rápida desinfecção e é capaz de dissolver sais acumulados.

Pode ser aplicado na irrigação das orquídeas – inclusive foliar – conseguindo matar com eficiência insetos, fungos e ovos que estão nas folhas e no substrato. Complementarmente, o peróxido de hidrogênio decompõe-se ao entrar em contato com a matéria orgânica, pois é instável quando perturbada. Desta forma, acaba sendo benéfico para o sistema radicular da orquídea, também sendo capaz de aumentar a eficiência foliar da planta, melhorando o desempenho fotossintético da orquídea.

Como usar e dosagem

  • Para aplicações foliares e irrigação, utilize 0,3 ml de peróxido de hidrogênio a cada litro de água;
  • Para a desinfecção de vasos, suportes e outros itens não metálicos, utilize 3 ml de peróxido de hidrogênio a cada litro de água. Faça a imersão dos objetos por 30 minutos nesta mistura para assegurar a sua desinfecção;
  • Para a desinfeção de sementes, utilize 0,2 ml de peróxido de hidrogênio por litro de água destilada e deixe por 10 minutos.

Dicas importantes

Vale lembrar que, por precaução, a próxima rega após a aplicação do peróxido de hidrogênio não deverá conter adubos ou semelhantes. Como o peróxido de hidrogênio decompõe-se na presença de qualquer matéria orgânica e luz, ele deve ser armazenado em garrafas bem fechadas e opacas. Além disto, sua aplicação deve ser preferencialmente a noite. Por fim, é aconselhável misturá-lo com água de baixa mineralização.

Recuperando orquídeas

Via de regra, a grande maioria das orquídeas sai do estado de dormência e começa o crescimento radicular após o inverno, quando a temperatura começa a aumentar.

Entretanto, há fatores que podem impedir o crescimento de novas raízes, especialmente quando são atacadas por pragas ou doenças. Nestes casos, é importante que, após tratamento, seja estimulado o crescimento de novas raízes para salvar a planta, já que uma orquídea sem raízes perecerá.

Caso você note que a maioria das raízes estão mortas, provavelmente isto é consequência de raízes doentes ou um substrato velho, entrando em estado de decomposição liberando substâncias tóxicas para as raízes ou sufocando-as. Em casos assim, a troca do substrato e remoção das raízes mortas se faz necessária. Desinfete a planta mergulhando o seu rizoma por 15 minutos em uma solução de meio litro de água com cinco colheres de sopa de água oxigenada de 10 volumes. Depois deste processo, deixe a planta em uma UTI, daquelas feitas em casa com garrafa PET. Ou então, deixe a planta secar e coloque a planta em um saco transparente com um pouco de musgo umedecido de forma que a água não fique acumulada fundo do saco. Assopre o saco enchendo-o de ar e feche-o, colocando-o em um local com pouca luz. Então é só aguardar até surgirem as novas raízes e replantar. O ar que sai dos pulmões tem uma concentração de gás carbônico maior que o ar ambiente, estimulando a planta a se desenvolver.

Redução

A água oxigenada vendida comercialmente é uma mistura de água e peróxido de hidrogênio, sendo que o peróxido de hidrogênio representa entre 3% e 9% desta mistura. Apesar de ser muitas vezes empregada dessa forma, “água oxigenada” não é sinonimo de “peróxido de hidrogênio”. Procurando em lojas especializadas, é possível encontrar peróxido de hidrogênio em uma concentração de até 50%. Para reduzir a concentração do produto e ajustá-lo às nossas necessidades é necessário adicionar água destilada a uma certa quantidade de produto.

Exemplo

Suponha que queremos 200 ml de água oxigenada a 3% com base no 50% que tem o produto original:

x = [(quantidade desejada) x (porcentagem procurada)] / (porcentagem original)

Neste exemplo, como precisamos de 200 ml de água oxigenada a 3%:

  • quantidade desejada = 200 ml
  • porcentagem procurada = 3%
  • porcentagem original = 50%

Assim, ficaria:

x = [(200) x (3)] / 50
x = 600/50
x = 12 ml

Assim, você irá colocar em um recipiente não metálico 12 ml de peróxido de hidrogênio a 50% e 188 ml de água destilada para completar 200 ml que precisamos. Estes 200 ml resultantes estarão a 3% de concentração.

É bom lembrar que o peróxido de hidrogênio é altamente corrosivo, especialmente neste nível de concentração (50%). Sendo assim, você deve evitar o contato do produto com a pele e, especialmente, seus olhos.

Referências

  • wikipedia.org
  • todorquidea.com
  • aprendendocomasorquideas.blogspot.com.br

Abraços!

Utilizando bokashi nas orquídeas

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orquideas.eco.br - bokashi

Você quer adubar suas orquídeas mas ao mesmo tempo não quer usar tanta coisa industrializada e sim algo mais natural? Talvez o bokashi seja uma excelente opção para você!

Considerado um produto milagroso, o bokashi possui várias adeptos no Brasil, significa em japonês “farelos fermentados”. Feito com diversos tipos de farelos de cereais como arroz, trigo e soja, fermentados por micro-organismos benéficos que fornecem diversos tipos de micro e macronutrientes à planta. Além destes elementos básicos, cada orquidófilo pode acrescentar diversos ingredientes afim de encontrar o produto ideal sua cultura, sendo que cada composição procura fornecer à planta o que ela mais precisa.

Existem dois métodos de fabricação. No primeiro, aeróbio, os farelos misturados passam pelo processo de fermentação ao ar livre. Nesse caso há uma dispersão de nitrogênio muito grande, além do mau cheiro. Já no processo anaeróbio a mistura fica acondicionada em sacos plásticos resistentes que retêm o nitrogênio.

Como é um adubo de liberação lenta, o bokashi deve ser aplicado a cada quatro ou cinco meses. Como o principal elemento do bokashi é a presença dos micro-organismos, é importante evitar o uso de fungicidas e bactericidas, pois eles morrerão e o bokashi perderá seu efeito. Sua dosagem não precisa ser elevada e normalmente meia colher de sopa na borda do vaso é suficiente. Mais que isto pode amarelar as folhas e até matar a planta.

Vantagens

O bokashi tem muitas vantagens em relação ao adubo convencional. Entre elas:

  • Estimula o equilíbrio da biota: favorece a mesofauna e os microrganismos benéficos;
  • Suprime o desenvolvimento de doenças por causa da proteção extra dada pelos micro-organismos presentes. Eles são antagônicos a muitos outros micro-organismos causadores de doenças nas orquídeas, ou seja, os micro-organismos q estão presentes no bokashi inibem o desenvolvimento de fungos e bactérias. Doenças como a podridão negra e murcha dos bulbos geralmente não são encontradas em plantas adubadas com bokashi;
  • Contem nutrientes na forma orgânica: quelados orgânicos, aminoácidos, açucares e outras que não estejam disponibilizados na forma de sais solúveis;
  • Substancias estimulantes vegetais: enzimas, ácidos orgânicos, fito hormônios, etc;
  • Matérias primas seguras, livre de contaminantes, sem resíduos poluentes, metais pesados, microrganismos patogênicos, etc.

Desvantagens

Infelizmente, nem tudo é perfeito quando utilizamos o bokashi. Devemos ter alguns cuidados ao utilizá-lo:

  • Devido à sua composição e forma de utilização, a desvantagem do bokashi é o eventual aparecimento de lesmas. É necessário ficar atento aos sintomas, como brotos e folhas comidas;
  • O uso em excesso de bokashi poderá criar desequilíbrio químico e nutricional, liberando os aminoácidos na seiva das plantas e favorecendo o ataque de pragas e doenças;

Você pode comprar o bokashi pronto ou se aventurar tentando fabricá-lo em casa. Caso queira se aventurar na fabricação do bokashi, você verá que existem inúmeras receitas na Internet, muitas deles complicadas (medir pH, temperatura, revirar o material todos os dias…) e que geram muito material.

Reproduzo esta receita proveniente do site Mungo-Verde, pois é mais simples e produz menos quantidade bokashi, sendo mais fácil fazê-la em casa.

Receita: como fazer seu bokashi em casa

A receita abaixo é de uma variante do bokashi chamada Kenki Bokashi. Para fazer o bokashi em casa você irá precisar dos seguintes materiais:

Ingredientes e materiais necessários

  • 4,5 quilo de farelo de arroz (ou trigo, soja, ou ainda um mix destes);
  • 1 quilo de torta de mamona;
  • 0,6 quilo de farinha de osso;
  • 0,5 quilo de cinza de madeira;
  • 0,5 quilo de palha de arroz ou casca de café;
  • 1 litro de solução EM-4 (microrganismos eficazes) ativado (ativa-se com 900 mililitros de água de nascente ou de mina (ou extremamente limpa), 50 mililitros de EM-4 e 50 gramas de açúcar);
  • 1 balde de 10 litros com tampa ou um recipiente equivalente que possa ser bem tampado;
  • 1 saco plástico resistente (exemplo: saco de lixo preto de 30 litros).

Lembre-se que o produto utiliza micro-organismos vivos e por isto não é recomendada a utilização de água tratada com cloro na produção do bokashi e na irrigação de plantas que o recebem. Caso essa seja a única opção, deixe a água descansar em um recipiente por 24 horas ou use um anti cloro comercial (lojas de aquário tem).

Como fazer

  1. Misture bem os ingredientes secos (farelo, torta, farinha, cinza e palha);
  2. Acrescente a solução de EM-4 aos ingredientes de modo homogêneo para que a umidade em toda mistura seja uniforme. Isto é essencial para que haja uma boa fermentação. Este preparado deve ter um teor de umidade que, ao formar um bolinho da mistura na mão e aperta-lo entre os dedos, sua consistência se mantenha mesmo depois de aberta a mão;
  3.  Coloque um saco plástico sem nenhum furo dentro do balde de 10 litros;
  4. Despeje a mistura preparada dentro do balde forrado e compacte o mais que puder;
  5. A umidade geralmente se acumula na superfície da embalagem, prejudicando também o processo de fermentação. Para evitar esse problema, preencha o espaço entre o saco plástico e a boca do balde com uma camada de 3 cm de farelo de arroz seco bem compactado;
  6.  Feche o saco plástico de modo que não entre ar na mistura e tampe o balde;
  7. ATENÇÃO: São nesses dois passos acima (4 e 5) que mora o segredo deste bokashi (Kenki Bokashi): a temperatura da fermentação anaeróbica não ira passar dos 50ºC. Para que ela ocorra perfeitamente não deve sobrar nenhum espaço com ar dentro do saco/balde. Qualquer abertura que possibilite a entrada de ar resultará em má fermentação da mistura e elevação da temperatura que poderá passar dos 50ºC prejudicando a qualidade do produto final que desejamos;
  8. Acondicione o balde em um local fresco e seco por um período de 15 a 20 dias;
  9. Após esse prazo, abra o balde e o saco plástico, retire a camada de farelo acrescentado no passo 5 e se exalar um cheiro agridoce agradável de fermentação láctica, a fermentação ocorreu com sucesso e o produto pode ser usado imediatamente. Se porventura o cheiro for fétido e nada agradável, provavelmente você não compactou direito a mistura ou deixou entrar ar durante a fermentação. Nesse caso a mistura deve ser descartada. Se houver também bolores brancos sobre a mistura, tudo bem. Se os bolores forem verdes ou pretos, descarte a mistura;
  10. O preparado deve ser usado o mais breve possível, ou espalhado sobre uma superfície protegida e deixá-lo secar a sombra, para que não entre em processo de fermentação aeróbica com elevação de temperatura. Durante a secagem do kenki bokashi haverá a multiplicação de fungos filamentosos, o que o deixa bem parecido com o seu irmão bokashi de fermentação aeróbica.

Utilizando o bokashi

Nos vasos de orquídeas, colocar 1 colher de café rasa por mês, em uma das bordas do vaso, longe da planta. Esta aplicação é mensal, e no próximo mês coloque-o na borda oposta, no mês seguinte comece a fazer uma cruz e assim por diante até o limite de 4 colheres para vasos pequenos, 6 para médios e 8 para grandes. Não use bokashi enquanto a planta estiver florida.

EM-4 ou microrganismos eficazes

EM (EM-4 ou EM-5) ou microrganismos eficazes são um conjunto de micro-organismos que vivem no solo naturalmente fértil. Nele coexistem mais de 10 gêneros e 80 espécies de micro-organismos chamados de eficazes pois agem no solo, fazendo com que a sua capacidade natural tenha plena ação.

Como fazer

Para fazer o EM-4 basta cozinhar uns 3 a 4 copos americanos de arroz sem óleo ou temperos até que ele fique parecendo uma papa. Coloque essa papa em uma mata sob as folhas caídas no chão (se quiser enterrar um pouco será melhor) e deixe lá por 1 semana. Colete o arroz e retire os bolores ou fungos de coloração preta e cinza, deixando somente os coloridos e de cor clara. Agora basta misturar com uns 5 litros de água (sem cloro), um pouco de farelo de arroz e 1 litro de caldo de cana e você já tem seu EM-4. Opcionalmente você pode misturar um potinho de Yakult para complementar os lactobacilos do EM-4. Guarde essa mistura à sombra em um local fresco e ventilado.

Referências

  • korin.com.br
  • aorquidea.com.br
  • paisagismobrasil.com.br
  • facavocemesmo.net
  • mungoverde.blogspot.com.br

Abraços!

Como utilizar óleo de neem nas orquídeas

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Muitas são as receitas mágicas que podemos aplicar em nosso cultivo para resolver problemas e assim ter uma coleção de orquídeas mais saudável. Inclusive, aqui mesmo no site já publiquei algumas que certamente podem ajudar naquele momento de necessidade, como por exemplo nestas receitas caseiras para eliminar as pragas de suas orquídeas. Entretanto, uma das ferramentas mais utilizadas pelos orquidófilos é o famoso óleo de neem – ou nim.

O óleo de neem é extraído de uma árvore chamada Azadirachta índica. Esta árvore, conhecida há mais de 2000 anos na Índia e também em outros países do Oriente, possui propriedades medicinais muito importantes para à saúde do homem, dos animais e das plantas. Por isto, seu uso é muito comum e antigo. Na Azadirachta índica é possível encontrar mais de uma centena de compostos bioativos, dentre os quais mais de 50 são compostos terpenoides de ação eficaz contra os insetos. Todas as partes da planta podem ser aproveitadas para a extração destes compostos tóxicos, porém no fruto é onde encontramos a maior concentração.

Como atua

O principal componente do óleo de neem é a azadiractina. Estudos científicos comprovam que o neem, seja em óleo ou pó, possui propriedades repelentes, antialimentar, antissépticas, antioxidantes, antivirais, bactericidas, antifúngicas, inseticida, acaricida, nematicidae, reguladora de crescimento e até espermicidas. Sua natureza faz com que ele não deixe resíduos tóxicos e nem contamine o ambiente. A consequência disto é que os extratos de neem são mundialmente reconhecidos e aprovados para uso em cultivos orgânicos.

Falando mais especificamente do cultivo de orquídeas e suas doenças, o óleo de neem causa distúrbios fisiológicos nas pragas, alterando o seu desenvolvimento e funcionalidade, agindo também sobre os processos reprodutivos, sobre a inibição do seu crescimento, desenvolvimento e da mobilidade do parasita, além de apresentar efeito repelente. Entretanto, o neem não causa a morte imediata dos insetos como muitos pensam – e até reclamam achando que não funciona. Sua ação começa algumas horas após a aplicação e pode se prolongar por vários dias. Isso acontece porque essa substância age seletivamente em cada tipo de inseto, atingindo as suas funções vitais de forma diferenciada. Para se ter uma ideia do poder do neem, eis mais alguns de seus efeitos sobre as pragas:

  • Controle da metamorfose das diversas fases de vida dos insetos – larvas, pupa e adultos;
  • Repelente de larvas e insetos adultos;
  • Impede a comunicação sexual dos insetos;
  • Esteriliza insetos adultos;
  • Envenena larvas e ovos;
  • Inibe a alimentação dos insetos;
  • Bloqueio da muda de larvas para ninfas;
  • Bloqueio da habilidade de deglutir, isso é redução da mobilidade intestinal dos insetos;
  • Não contamina os inimigos naturais das pragas.

Como usar

Aqui em casa tenho usado pouco o neem pois, misteriosamente, depois que reformei o orquidário, as pragas sumiram. Tá, exceto os pulgões. Estes nunca me dão trégua. Enfim, quando uso o neem procuro adquirir um óleo de boa procedência e tenho duas formas de usá-lo, preventivamente ou para tratamento.

Se eu estiver aplicando apenas para prevenção, faço uma solução utilizando 1 ml do óleo de neem para cada um litro de água. Por outro lado, se eu estiver utilizando para tratamento de alguma praga, tenho feito soluções com cerca de 3 ml a 6 ml de óleo de neem para litro de água, dependendo do grau de infestação. Faço a pulverização desta solução quinzenalmente, normalmente alternadamente à minha aplicação de fertilizantes. Segundo alguns colegas que entendem do assunto, a dosagem máxima de neem não deve ultrapassar 10 ml para cada litro de água.

Alguns colegas adicionam sabão – detergente mesmo – à mistura afim de aumentar sua eficiência e raio de ação. Se quiser adicionar o detergente, coloque cerca de 5 a 7 ml para cada litro de água.

É importante salientar que a aplicação da solução de neem deve ser sempre realizada ao final da tarde, de preferência sem Sol. Isto é indicado porque o óleo de neem é fotossensível, consequentemente, quanto menos luz, melhor será sua ação. Além disto, é importante realizar a aplicação depois da rega, afim de espalhar melhor o produto. Por fim, evite borrifar de forma a deixar a planta pingando, pois o acúmulo de óleo e sabão pode queimar as pontas das folhas onde fica o excesso.

Riscos

No que tange aos riscos ambientais, o neem é uma espécie exótica com características de invasora aqui no Brasil, podendo ser prejudicial à flora e a fauna local. Entretanto, especialistas nessa espécie de árvore destacam que o neem também está sendo utilizado em áreas que sofreram processo de desertificação e em projetos de reflorestamento, em substituição ao pinus e ao eucalipto, pois seus frutos atraem os animais. Em contrapartida, o pólen do neem demonstra ter uma capacidade tóxica sobre determinados tipos de abelhas. Já para os seres humanos, pode causar aborto, infertilidade e baixo nível de açúcar no sangue. Para as crianças pequenas, o óleo de neem é tóxico e pode levar à morte.

Referências

  • remedio-caseiro.com
  • wikipedia.org
  • ecycle.com.br
  • neemfoundation.org

Abraços!

Substratos: cultivo de orquídeas em brita, seixos, cascalho, pedras em geral

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Substratos cultivo de orquídeas em brita, seixos, cascalho, pedras em geral

Há algum tempo quero escrever mais sobre este assunto, afinal, cultivar orquídeas “na pedra” parece uma ideia meio louca para muitos. Bom, não é.

Desde que comecei a me aprofundar no hobby tenho vontade de experimentar tal cultivo. O motivo: sempre notei que alguns dos vasos absurdamente floridos em exposições tinham uma característica diferente: o substrato continha brita. Não no fundo, mas como substrato mesmo, para a planta agarrar e se desenvolver.

Intrigado, fui atrás de mais informações além daquelas que postei aqui no orquideas.eco.br no post que fiz sobre substratos inertes (que você pode ler clicando aqui). Além disto, conversei com alguns orquidófilos responsáveis por orquidários comerciais e, pasmem, brita é o substrato deles.

Mas afinal, qual é a vantagem de você pegar sua Cattleya e plantá-la em um substrato assim?

Vantagens

Basicamente, se eu fosse resumir para você, diria que é um substrato eterno. Mas não é apenas isso. As pedras são, em sua maioria, materiais inertes. Em alguns casos, apresentam pouquíssima atividade química e biológica, o que ainda pode ser benéfico para algumas espécies. Material inorgânico, sem ou com pouquíssima presença de microporos, tornando-os substratos bem secos, mas ao mesmo tempo com certa capacidade de retenção de umidade pela adsorção da água em sua superfície, devido a sua rugosidade. Não se compacta e permitem a aderência, aeração e desenvolvimento das raízes.

Com este substrato não é necessário replante constante devido à decomposição do substrato. A planta cultivada na pedra só é replantada em dois casos: crescimento da planta para fora das bordas do vaso ou com o apodrecimento do próprio vaso. Além disto, os vasos plásticos diminuem a evaporação, retendo um pouco da umidade apesar das pedras. Por fim, este substrato permite que regas sem adubo limpem o substrato, retirando o excesso de minerais que se depositam em qualquer substrato e podem prejudicar a planta com o tempo. Além disto, a planta não ficará encharcada por muito tempo, pois a drenagem da brita é muito boa.

Desvantagens

A principal desvantagem deste tipo de substrato é o seu peso. Se você possui um orquidário com bancadas mais simples ou com lugares para pendurar plantas, é importante considerar que alguns vasos com este tipo de substrato vão fazer uma diferença considerável na sua estrutura. Entretanto, é possível resolver isto usando outros materiais junto com as pedras, como cascas e isopor.

Além disto, você precisará se acostumar com a nova frequência de regas que este substrato irá precisar, visto que possui uma secagem um pouco mais rápida.

Tipos

O tipo mais usado é a brita comum, daquelas de construção mesmo. A brita é um material inerte oriundo da moagem do granito e do gnaisse, rochas ígneas e metamórfica, respectivamente. É considerado por muitos o melhor tipo de pedra para ser usado como substrato.

Há também outros tipos de pedras inertes, como o seixo rolado de quartzo, a pedra de rio ou o pedrisco que sobra do peneirado de areia. Por fim, temos as pedras ricas em ferro, chamada pedra canga ou laterita. A pedra canga é uma pedra ferruginosa oriunda das regiões ricas em minério de ferro. Coincidentemente, estes locais abrigam as orquídeas do gênero Hoffmannseggella, antigas Laelias rupícolas. Elas vegetam neste tipo de rocha pois tem uma grande necessidade de ferro.

As britas oriunda de rochas calcárias não são indicadas para o cultivo, pois é uma rocha sedimentar de reação alcalina, fazendo com que o equilíbro do pH do substrato seja alterado e a planta tenha dificuldades em assimilar alguns nutrientes. Leia mais sobre o pH para as plantas clicando aqui!

Tamanhos

Existem vários tamanhos de brita, como mostrado a seguir:

  • pó de pedra – de 0 a 3 milímetros;
  • pedrisco – de 3 a 5 milímetros;
  • brita 0 – de 5 a 12 milímetros;
  • brita 1 – de 12 a 22 milímetros;
  • brita 2 – de 22 a 32 milímetros;
  • brita 3 – 32 a 62 milímetros;
  • brita 4 e 5 – de 62 a 100 milímetros.

Em geral, a brita 1 e a brita 0 são as mais usadas. Para raízes finas, como as do Dendrobium e Oncidium, o mais recomendado é a brita zero. Para as raízes mais grossas, a mais recomendada é a brita 1. Para qualquer outra entre estes tamanho, você poderá mesclar entre a brita 0 e brita 1.

Plantio

Toda brita deve ser lavada em água corrente para eliminar resíduos. Lembre-se que este tipo de material normalmente está em ambientes que também abrigam outros tipos de material de construção, como cimento e cal, que podem contaminar a brita e matar sua planta. O replantio pode ser feito considerando os passos descritos no meu artigo sobre replantio de orquídeas, que você pode ler clicando aqui.

Abaixo, um exemplo que funciona muito bem: meu amigo Durigan utiliza apenas brita com carvão em suas plantas. E crescem uma barbaridade…

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Um exemplo, retirado do orquidário do meu amigo Durigan – brita com carvão
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Ele utiliza apenas isto para seus famosos híbridos
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E, como você pode ver, crescem muito bem!
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Tanto na fase adulta…
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…quanto ainda seedlings.

Referências

  • orquidariodurigan.com.br
  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br
  • joaobehenck.blogspot.com.br
  • iracemafontes.wordpress.com
  • orkideas.com.br

Abraços!

Utilização de Extrato Pirolenhoso – ou Ácido Pirolenhoso – nas orquídeas

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Extrato pirolenhoso? Que é isso afinal?

Bom, se você teve a curiosidade de entrar neste artigo para tentar descobrir qual a relação entre o extrato pirolenhoso e as orquídeas, posso afirmar que não vai se arrepender. Convencido por um amigo, comecei a usar e tenho gostado dos resultados. Mas afinal, o que é o extrato pirolenhoso?

Histórico

Existem relatos de utilização do extrato pirolenhoso na China e na Índia antiga, onde era usado para tratamento de doenças. Na Europa do século XVII, já existiam relatos de destilação seca da madeira para a produção de alcatrão, com aproveitamento de extrato pirolenhoso. Entretanto, a produção em larga escala só ocorreu em 1813, na Inglaterra, quando o produto era utilizado na coloração do linho.

A divulgação das primeiras pesquisas com o extrato pirolenhoso datam de 1874, no Japão. Em 1893, as pesquisas experimentais visavam a construção de fornos e técnicas de obtenção de óleo de terebentina e alcatrão. Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se o uso de extrato pirolenhoso na agricultura. Em 1945 foi lançado o primeiro livro com relatos de utilização do produto, intitulado “Fabricação e Utilização do Extrato Pirolenhoso”, por Tatsujiro Fukuda.

O que é e como é obtido

O extrato pirolenhoso, em geral, é constituído em sua maior parte por água, compostos fenólicos, aldeídos e ácidos orgânicos.

O primeiro passo para se obter um ácido de qualidade é observar as melhores condições para a produção, como a temperatura, por exemplo, o tipo de equipamento para a extração não importa muito. Outros aspectos importantes estão ligados ao tipo de biomassa utilizada. Existem muitas espécies vegetais que podem ser tóxicas para os seres humanos, e essa toxidez é repassada para o Ácido, impossibilitando o seu uso na agricultura. Apesar de parecer um processo simples, a técnica de extrair o extrato pirolenhoso passa por uma série de cuidados.

O principio básico passa por captar a fumaça emanada da combustão de biomassa com oxigênio controlado (pirólise), canalizá-la para um cano, de PVC de preferência, com um comprimento suficiente de modo a ocorrer a condensação do vapor contido na fumaça. Isso pode ser feito através de um funil na ponta da chaminé do forno e um cano com saída para o extrato que ira voltar pelo mesmo cano, a medida que ele se condensa. O Ácido Pirolenhoso deve ser produzido com o máximo de cuidado e seguindo rigorosamente as suas recomendações de produção, pois um Ácido mal feito poderá conter muito alcatrão. O Alcatrão é uma substância altamente tóxica, contém componentes cancerígenos. A presença de alcatrão no Liquido Pirolenhoso o torna inviável para a utilização na agricultura, as impurezas precisam ser eliminadas. Imediatamente após a extração, continua uma espécie de reação química entre os componentes. Desse modo o líquido deve ficar decantando durante um período mínimo de seis meses, assim as reações vão se estabilizar, e ao mesmo tempo o Liquido Pirolenhoso irá se separar dos outros componentes tóxicos e desnecessários.

O produto se separará em três camadas distintas. A primeira camada (10%) predomina óleos vegetais, a segunda camada que varia entre (60 e 75%) é de Ácido Pirolenhoso e na terceira camada predomina o alcatrão (20 a 30%). O Ácido Pirolenhoso é a fração aquosa do liquido condensado, de cor marrom, o alcatrão insolúvel apresenta coloração negra que é a fração inferior decantada e os óleos leves vegetais provém da camada superior do liquido decantado. A separação mais completa é obtida mediante a destilação do liquido condensado.

Utilização e benefícios

O Extrato Pirolenhoso pode ser utilizado para diversos fins na agricultura, como fertilizante orgânico, desinfetante de solo, nematicida e fungicida. Outros estudos mostraram os efeitos benéficos no desenvolvimento radicular e aumento no teor de brix (açúcar) nos frutos. Há indícios de que as características físicas e químicas, especialmente o conteúdo de substâncias com o potencial quelatizante do extrato pirolenhoso, poderiam potencializar a eficiência de produtos fitossanitários e a absorção de nutrientes em pulverizações foliares. Este produto em água, quando aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas, proporciona aumento da população de organismos benéficos, como actinomicetos e micorrizas, favorecendo, portanto, a absorção de nutrientes do solo pelo sistema radicular das plantas.

Utilização nas orquídeas

Alguns estudos estão em curso sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em orquídeas. No meu caso, comecei a usar depois que um amigo relatou suas experiências e o sucesso que está obtendo no cultivo com o Extrato. Para efeito de comparação científica, existem alguns artigos que já ilustram a utilização do Extrato Pirolenhoso nas orquídeas, como o artigo “Substratos e extrato pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia clowesii (John Lindley) (Orchidaceae)”, dos autores Jenniffer Aparecida Schnitzer, Ricardo Tadeu de Faria, Mauricio Ursi Ventura e Mauren Sorace. Quem quiser lê-lo é só clicar aqui.

Minha experiência

Não tenho muito tempo de utilização para colocar dados mais concretos sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em minhas plantas. Posso relatar que notei que as raízes voltaram a brotar com vigor, característica relatada por todos que utilizam, ou seja, que o Extrato Pirolenhoso também é um excelente enraizador. Pode ser até que eu não utilize mais o SuperThrive depois disso. As plantas também estão com menos pragas e mais viçosas, com uma aparência muito mais saudável. Enfim, vou passar os próximos meses analisando os resultados e irei mostrar para vocês assim que eu tiver algo mais conclusivo, já que estou avaliando em plantas de todos os portes, desde as maiores até as micros.

Raízes felizes com o Extrato Pirolenhoso

Tenho utilizado, conforme indicação, 0,5ml por litro de água na irrigação. Como instalei um sistema de irrigação automática, coloco toda semana 100ml no tambor de 200 litros que fornece água ao meu sistema de irrigação. Assim, há uma variação na diluição do produto ao longo da semana, mas não considero isto um problema. Minha irrigação no momento é diária, cerca de 2 minutos logo cedo pela manhã. Aliás, se quiser saber mais sobre meu sistema automático de irrigação, acesse o post que fiz sobre o tema clicando aqui!.

Referências

  • Ebah.com.br
  • revistagloborural.globo.com
  • periodicos.uem.br
  • www.usp.br
  • pt.wikipedia.org
  • www.biocarbo.com

Vinagre no cultivo de orquídeas

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Vinagre

Vinagre? Nas orquídeas? Pois bem, de vez em quando procuro achar elementos que usamos no cotidiano para auxiliar em nosso cultivo e este é mais um destes casos.

Há muito tempo escrevi sobre o pH do substrato e, relendo minha anotações, achei que poderia mostrar um pouquinho mais sobre os benefícios dos produtos que podem acidificar ou alcalinizar o meio de cultivo de nossas plantas. Isto porque fungos e bactérias gostam de um substrato levemente ácido. Juntando os pontinhos, o vinagre é um dos ingredientes caseiros mais ácidos que temos em nossa despensa. Podemos, então, utilizá-lo para dificultar o desenvolvimento de doenças em nosso cultivo, bastando borrifar uma solução com vinagre em nossas orquídeas.

Para tal, basta diluir uma colher de sopa de vinagre (de maçã, por exemplo) para cada litro da água e borrifar a planta. Tome cuidado para fazer este procedimento em horários em que o Sol não está muito forte, afim de evitar queimaduras nas folhas. Como disse acima, é uma forma de evitar o desenvolvimento de doenças. Se alguma doença já estiver instalada em suas plantas, você terá que adotar outro tratamento. Tenho vários listados aqui no site, basta procurar nos artigos ou usar a busca para procurar o que você precisa.

Outras funções do vinagre

Mais especificamente, podemos utilizá-lo para controlar outras pragas, como por exemplo:

Cochonilhas e pulgões

Você pode remover manualmente cochonilhas e pulgões, quando a infestação não é gigantesca, com uma solução de água e vinagre (50% cada, ou seja, partes iguais). Basta embeber um chumaço de algodão na solução e tratar as partes da planta atingida. Quando a infestação é maior, veja as dicas deste artigo ou deste artigo.

Fungos

O vinagre pode ajudar em infestações mais pesadas de fungos. Com uma solução de duas partes de água para cada parte de vinagre, borrife nas plantas. Repita periodicamente na planta afetada para acompanhar e evolução e, se não houver progresso, parta para tratamentos mais fortes, como a calda bordalesa (clique aqui para ver mais).

Abraços

SUPERthrive e sua utilização nas orquídeas

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Há alguns anos utilizo SUPERthrive em minhas orquídeas e, talvez alguns se lembrem, mostrei alguns resultados promissores aqui no site. Revendo estes textos, notei que nunca escrevi sobre o produto e, no final das contas, tudo ficou em aberto: afinal, eu continuava utilizando? Eu tinha gostado? Os resultados eram realmente bons? Vou unificar todas as minhas postagens sobre o produto neste artigo para esclarecer alguns pontos.

*este artigo é um compilado do que escrevi entre os anos de 2013 e 2014 sobre o produto. As postagens antigas foram removidas.

O que é?

O SUPERthrive é um produto muito procurado pelos orquidófilos em geral, mas a grande maioria não sabe exatamente do que se trata. Você sabe o que ele é? Se você respondeu fertilizante, você está errado.

O SUPERthrive é um recuperador de plantas danificadas ou, em miúdos, um estimulador de crescimento. Contém mais de 50 hormônios e vitaminas que trabalham para recuperar e fortalecer as plantas, além de maximizar seu potencial de crescimento. É um complemento para a alimentação de suas plantas, não é um fertilizante.

Composição do SUPERthrive

Sua fórmula exata é mantida em segredo desde sua criação, em 1940, por Jonh A. Thomson. Aliás, o John confiava tanto em seu produto que ofereceu 1 milhão de dólares para quem inventasse um composto melhor que o SUPERthrive. Não preciso dizer que, até hoje, ninguém foi reclamar o prêmio.

Mesmo assim, é sabido que possui vitamina B1 (0,09%), Ácido Acético naftil (0,048%) e hormônios para estimular o sistema radicular de sua planta, além de sólidos dissolvidos, normalmente observados quando o líquido seca na boca exterior do frasco.

Utilização do SUPERthrive

O SUPERthrive é utilizado para melhorar o desenvolvimento em todos os estágios das plantas, acelerando o crescimento e a floração. Por não ser um fertilizante, você pode utilizá-lo junto ao seu adubo preferido.

O SUPERthrive pode ser aplicado semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, dependendo da deterioração das plantas ou do seu grau de estresse. Há diversas formas de utilizá-lo e tudo dependerá de como você o fará. Por exemplo, o fabricante indica usar usar 1 ml a cada 4 litros d’água para uma aplicação diária ou 1 ml por litro d’água para uma aplicação semanal ou mensal.

Por outro lado, eu acho essa proporção muito alta e prefiro fazer uma dose muito mais homeopática do produto, utilizando apenas 1 gota por litro (cada mililitro do produto contem cerca de 30 gotas).

Como comprar o SUPERthrive

Não é difícil encontrar o produto em sites de jardinagem ou no Mercado Livre. Apenas atente-se que, primeiro, não é um produto barato e, segundo, ele deverá vir em sua embalagem original e com sua pipeta de dosagem. Infelizmente, alguns dos vendedores que comercializam o produto “fracionado” batizam o produto, adulterando-o. Pode até ter vendedores idôneos fazendo o fracionamento, mas você só irá descobrir depois de receber o produto. É melhor comprar o produto original junto com mais interessados e fracionar em casa, depois de ter a certeza que ele é original.

Experiências

Tenho um Oncidium Sharry Baby “Buttercup” que tinha ido para o espaço. Literalmente, foi detonado pelo Sol, secou, preteou, perdeu todas as folhas e raízes. Ficamos tristes, afinal, era uma planta bonita. Seus bulbos ficaram parados em um vaso por cerca de seis meses. Comecei a utilizar o SUPERthrive na sua dose recomendada e, depois de dois meses, eis que o primeiro broto aparece.

Claro, não é sempre que funciona. Em algumas plantas, várias raízes também apareceram. Após algum tempo, notamos alguns brotos secos, o que me fez mudar a dosagem para metade do recomendado. O brotos que sobreviveram estavam bem, mas os irmãos secos me fazem lembrar do poder do produto e do problema de utilizá-lo de forma inapropriada.

Portanto lembre-se: uma gota faz milagres sim, mas a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.

Abraços!

O fascinante mundo dos Bulbophyllum – dicas de cultivo

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Antes de entender como cultivar Bulbophyllum, é importante como funcionam seus habitats. Ou pelo menos um deles, o asiático. O continente asiático apresenta muitos contrastes climáticos. O norte de seu território é coroado pelo Círculo Polar Ártico e ao sul pelo Equador. Devido à variação de altitude, o continente asiático possui desde climas quentes até o mais frio. O relevo também é outro fator de grande influência, pois as montanhas e planaltos fazem as médias térmicas diminuírem, o que justifica o aparecimento de neves eternas. Os ventos contribuem bastante na distribuição das chuvas, principalmente no sul e sudeste asiático, onde sopram as monções.

orquideas-eco-br-clima-asiatico

Na Ásia existem os seguintes tipos climáticos:

Clima equatorial

Compreende a estreita faixa próxima ao equador, como a Península Malais, Península da Indochina, uma parte da Índia e das ilhas Sumatra, Borneou, Nova Guiné e Filipinas. Devido às altas temperaturas e a umidade, a Ásia Equatorial e a Ásia das Monções possuem uma vegetação original densa e com árvores de grande porte. A savana aparece nas áreas próximas às florestas tropicais e equatoriais. Onde as temperaturas anuais possuem média de 25°C a 27°C. É um clima quente chuvoso, com umidade relativa em torno de 80%.

orquideas-eco-br-clima-equatorial

Clima subtropical

Ocorre em áreas do território chinês, Coreia do Norte, Coreia do Sul e no Japão. Estas florestas sofrem intensa exploração e ocupação humana e assim cada vez mais vamos perdendo espaços ricos de diversidade da fauna e principalmente a flora assim afetando a área onde os Bulbophyllum vegetam.

orquideas-eco-br-clima-subtropical

Como cultivar Bulbophyllum?

O cultivo de Bulbophyllum provenientes da ásia precisa, em grande parte, de boa claridade. Entretanto, não deve ser direta. Normalmente, 40% a 70% luminosidade é suficiente. Os meus, em sua grande maioria, estão em 50%. O ambiente deve estar constantemente úmido, quente e com boa ventilação.

Que substrato usar?

Depois de achar o local certo, a escolha do substrato correto é primordial para auxiliar no desenvolvimento dos Bulbophyllum. Eu uso musgo em 95% da minha coleção, pois meu ambiente é muito seco. Entretanto, cada planta tem suas necessidades e isto varia de ambiente para ambiente, então devemos observar cuidadosamente cada uma ser plantada. Além do musgo, os Bulbophyllum podem ser plantados em xaxim, pinus, macadâmia e também em um mix desses substratos. Se quiser ler mais sobre alguns destes substratos, clique aqui!

Onde plantar?

Existem várias formas (ou vasos, como queira chamar) para plantar Bulbophyllum. Se quiser ler mais sobre vasos, clique aqui. As imagens abaixo mostram alguns destes métodos:

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Torre – foto e criação Marcelo Invernizzi
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Cachepot
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Leque: recomendo para ambientes com umidade elevada ou plantas que não gostam de muita umidade.
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Placa ou palito de xaxim: com o passar do tempo começa a ficar rígido, seco e acido. Com isto, a planta começa a definhar. Particularmente não gosto de usar.
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Vaso de plástico: devido aos espaçados rizomas dos Bulbophyllum, estes rapidamente saem do vaso.
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Bisnaga de tela e pet: quando plantadas assim desenvolvem bem, porém a estética não é seu forte.
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Cuia: normalmente as utilizo antes dos pratos, quando as plantas são pequenas.
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Prato

Dicas de plantio

De todos os exemplos citados acima, o que mais gosto para cultivar os Bulbophyllum são os pratos. Vou mostrar como faço:

1º passo – Materiais necessários

  • A orquídea, obviamente. Vou utilizar um Bulbophyllum lilacinum;
  • Prato;
  • Musgo;
  • Faca ou tesoura com ponta (cuidado ao utilizar ambos);
  • E, se for pendurará-la, um suporte; Aqui uso o de plástico mesmo.
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Materiais necessários

2º passo

Faça de 10 a 15 furos conforme o tamanho do prato. Não precisa colocar brita como material de drenagem, pois o prato é e baixo. Os furos são grandes, do tamanho da ponta de um dedo, assim não há retenção de água e não há o risco do mosquito da dengue colocar seus ovos.

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Furos no prato

3º passo

Forre o fundo do prato com o musgo e coloque a orquídea próximo da borda, sem desfazer o “torrão”, e preencha o restante do prato com musgo sem compactar.

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Colocação do musgo

4º passo

Após colocar o musgo no prato e escorar a planta se necessário, coloque o suporte, a identificação e a acomode em um cantinho adequado no seu orquidário. No caso do Bulbophyllum lilacinum, utilizo um sombreamento de 50%.

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Pronto!

Abraços!

Receitas caseiras para eliminar pragas de suas orquídeas

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orquideas.eco.br - pragas e doenças nas orquídeas - pulgões

Fora as principais receitas apresentadas aqui no orquideas.eco.br, existem várias outras que podem ajudar você a se livrar, ou pelo menos controlar, um problema com pragas e doenças. Sem enrolação, aqui estão algumas receitas simples e suas finalidades:

Controle de lesmas

Distribua à noite, ao redor das plantas e canteiros, uma faixa de uns 15 cm de largura de pó de cal virgem ou de cinzas de madeira. Use também iscas de pão embebido em leite ou cerveja e coloque-as no pé da planta que precisa de proteção. As lesmas virão até as iscas, simplificando a catação manual no dia seguinte.

Calda de Agave contra formigas

Pegue três folhas de agave (Agave americana L. e Agave atrovirens), macere e misture com água. Depois é só localizar a entrada do formigueiro e despejar o preparado. Ele reduz o desenvolvimento das formigas dentro do próprio formigueiro.

Tomateiro contra pulgões

As folhas e o caule do tomateiro (Lycopersicum esculentum) têm ação inseticida contra diversos insetos, inclusive pulgões. Há duas formas de preparo: ferva as folhas e caules em água e deixe esfriar ou coloque as folhas de molho em água fria por 24 horas. Qualquer uma das misturas deve ser pulverizada sobre as plantas.

Pimenta repelente de pulgão e cochonilha

Os frutos da pimenta (Capsicum annuum) são repelentes de pulgões, cochonilhas e insetos em geral. Coloque a pimenta em uma vasilha e soque-a até triturar bem. Cubra com água e deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte, mexa bem e coe em um pano ralo ou coador para não entupir o pulverizador.

Mostarda contra cochonilha

As sementes da mostarda (Sinapis alba) combatem cochonilhas. Moa as sementes misturando 100 gramas do pó em 1 litro de água. Coe e pulverize.

Pimenta contra pragas em geral

Os frutos da pimenta (Capsicum annuum) são repelentes de pulgões, cochonilhas e insetos em geral. Coloque a pimenta numa vasilha e soque-a até triturar bem. Cubra com água e deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte, mexa bem e coe em um pano ralo ou coador para não entupir o pulverizador.

Manjericão contra moscas, mosquitos e besouro-da-batata

O manjericão (Oncimum basilicum) é um bom repelente de moscas e mosquitos se plantado perto da casa e é ótimo contra o besouro-da-batata. Para combater pulgões e outros insetos, deixe as folhas em água fria por 24 horas, em seguida, coe e pulverize a solução.

Girassol contra insetos

O Girassol (Helianthus anuus) é um excelente repelente de insetos através de suas folhas e flores. Coloque flores ou folhas em água e deixe ferder por 1 minuto. Coe, deixe esfriar e pulverize sobre as plantas atacadas.

Hortelã contra ratos, formigas e insetos

A planta hortelã (Menta piperita) se plantada nas bordaduras dos canteiros, repele ratos, formigas além de insetos. Ferva água junto com a erva, deixe esfriar e pulverize sobre as plantas. O chá de hortelã é muito útil para as plantas em geral, protegendo-as e desinfetando-as.

Fruta-do-conde ou pinha contra broca, cochonilha e pulgões

A fruta-do-conde ou pinha (Annona squamatosa) tem ação contra brocas, cochonilhas e pulgões através de suas sementes e raízes. Triture as sementes ou raízes e espalhe sobre os locais infestados.

Cinamomo contra gafanhotos e pulgões

As folhas do Cinamomo (Melia azedarach) são inseticidas contra gafanhotos e seus frutos combatem pulgões. Deixe as folhas de molho em água fervente por cerca de 10 minutos e, em seguida, pulverize. No caso de utilização dos frutos, corte-os e deixe de molho em uma solução com 50% de água e 50% de álcool durante 24 horas. Coe e pulverize em seguida.

Coentro contra ácaro e pulgão

A erva denominada como coentro (Coriandrum sativum) tem combate a ácaros e pulgões. Moa as sementes e polvilhe-as sobre as plantas e o solo.

Capuchinha como repelente de insetos

Flores e folhas da capuchinha (Tropaeolium majus) repelem insetos como os pulgões. Plante a capuchinha perto de árvores frutíferas e de outras plantas.

Cebola controla insetos

A cebola (Allium cepa) controla lagartas em beterrabas, broca e ferrugens em plantas e também combate pulgões. Corte a cebola em fatias ou bata no liquidificador com água. Adicione meio litro de água. Borrife a mistura sobre as plantas 2 vezes ao dia num intervalo de 5 dias. Plante cebola perto da planta lantana ou cambará para repelir brocas.

Calêndula como inseticida

As flores da calêndula (Calendula officinalis) têm ótima ação inseticida. Coloque as flores em um recipiente de vidro despejando água fervente sobre elas. Tampe o recipiente e deixe a infusão descansar por cerca de cinco minutos. Pulverize a infusão fria sobre as plantas.

Arruda no combate de pulgões

As folhas de arruda (Ruta graveolens) são ótimas para combater os pulgões e ajudam a manter os cítricos saudáveis. Ferva folhas durante 5 minutos. Deixe esfriar e pulverize as plantas.

Combate de pulgões com folhas de alamanda

As folhas da trepadeira de grandes flores amarelas: Alamanda (Alamanda catharica) são ótimas para o para o combate de pulgões. Ferva as folhas por 10 minutos, deixe esfriar e pulverize sobre a planta atacada. Tome cuidado ao manusear a alamanda porque ela é tóxica.

Alho contra brocas, cochonilhas e pulgões

O alho (allium sativum) pode ser utilizado contra brocas, cochonilhas, pulgões e ácaros. Quando plantado entre as roseiras, diminui o ataque de pulgões. Bata o alho no liquidificador com água (2 litros para cada dente). Em seguida pulverize as plantas atacadas. Não use sobre feijões, pois o alho inibe seu crescimento.

Citronela como inseticida

O perfume da Citronela (Cymbopogon nardus) é um repelente contra insetos. Visto que são elaboradas velas que quando acessas exalam um perfume que repelem os insetos. Plante a espécie no jardim onde você quer repelir os insetos. É importante que a planta esteja no caminho percorrido pelo vento, para que seu perfume atinja os insetos.

Referência

  • agronomianet.com.br

Abraços!

Calda de tiririca – enraizador natural para orquídeas

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Este artigo retrata uma curiosidade que alguns orquidófilos utilizam para reprodução de orquídeas, principalmente por estaqueamento, ou seja, o que é feito com orquídeas terrestres. É importante salientar que deve-se ter muito cuidado ao utilizar este método pois, dependendo da concentração, o efeito é contrário e prejudicial. Entretanto, como meu objetivo é informar e discutir ideias, não poderia deixar de escrever sobre algo que está rolando há algum tempo na Internet e alguns orquidófilos utilizam com muito sucesso.

A planta

A Cyperus rotundus, também conhecida como tiririca ou junça, é uma planta pequena, de rápido desenvolvimento, pertencente à família Cyperaceae e ao gênero Cyperus. Produz pequenos tubérculos de alto poder regenerativo (um único tubérculo cortado pode dar origem a várias plantas) ricos em fitormônios. Essa alta quantidade de fitormônios faz com que a planta seja usada para a produção e enraizamento de outras plantas, principalmente por estaqueamento.

Infelizmente, é uma erva daninha de difícil controle e, consequentemente, um saco de controlar quando há uma infestação.

Bom, pelo menos agora você pode tirar proveito disso, dependendo do caso.

Curiosidades

Proveniente da Índia, é considerada uma das espécies vegetais de maior distribuição no mundo. Está presente em todos os países de clima tropical e subtropical e em muitos de clima temperado. No Hemisfério Norte ocorre a partir do sul dos Estados Unidos e da Europa, aumentando sua presença em direção aos trópicos.

Aqui no Brasil, como a maioria de vocês deve ter notado, ocorre praticamente em toda a extensão territorial.

A grande sacada da tiririca é sua enorme capacidade de multiplicação, podendo formar até 40 toneladas de matéria vegetal por hectare. Ou seja, uma praga. Para isso, extrai o equivalente a 815 kg de sulfato de amônio, 320 kg de cloreto de potássio e 200 kg de superfosfato por hectare, calculados para 30 toneladas de massa vegetal.

Ácido Indol Acético (AIA)

Este é o cara central em toda a questão de utilizar ou não utilizar a calda em qualquer orquídea. Uns dizem que não há problema, outros dizem que temos que ter cuidado com a concentração ao AIA, pois pode queimar raízes e até matar a planta.

O AIA age como um fitorregulador. Fitorreguladores são substâncias utilizadas para interferir no metabolismo (anabolismo e catabolismo) dos vegetais. Os mais conhecidos são hormônios, tanto nas formas naturais (como o AIA) quanto sintéticas. Eles são utilizados para induzir o crescimento de partes ou o todo da planta.

Uso

Quando aplicado diretamente no rizoma, é absorvido e desencadeia processos de formação de calos, que são precursores na formação de raízes. É importante salientar novamente que doses excessivas podem acarretar em inibição da formação de raízes. O ideal é utilizar apenas no (re)plantio de suas orquídeas, ou seja, uma vez só, para dar aquele empurrão que a planta precisa.

Plantas bem adubadas e com substratos arejados não terão problemas de falta de raízes, então não se justifica a aplicação de estimulantes radiculares.

Receita

Existem algumas receitas por aí que usam uma quantidade bem grande de titirica para fazer a calda (do tipo 1 quilo de batatas para 1 litro de água). Como sei que não é fácil conseguir tanto material assim e a alta concentração pode ser prejudicial a planta, vamos fazer uma receita mais básica:

  1. Colha toda tiririca que conseguir (ou junte apenas uma porção generosa, se você tem bastante disponível);
  2. Lave bem e retire toda a terra, deixando apenas a planta;
  3. Junte as folhas e batatinhas no liquidificador e cubra todo material com água;
  4. Bata bem.

Esta calda poderá ser guardada em recipiente escuro, não transparente, pois o ácido indol-acético perde a sua propriedade se for exposto a luz, por até 20 dias.

Como utilizar

Você poderá banhar suas plantas com a calda. Alguns deixam por alguns minutos de molho na calda, outros apenas pulverizam. Fica ao seu critério. É possível, após alguns dias, repetir o processo.

Referências

  • greenme.com.br
  • bonsai.andretoledo.com.br
  • eventosufrpe.com.br
  • aprendendocomasorquideas.blogspot.com.br
  • comofazermudas.com.br
  • arbbis.com
  • mvlocatelli.blogspot.com.br

Abraços!

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