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Quantidade vs qualidade de orquídeas

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Normalmente quem entra no mundo da orquidofilia deseja ter uma grande coleção, contando com várias plantas florescendo o ano inteiro. Muitas vezes temos plantas que não nos atraem muito, motivados apenas pela quantidade. No começo eu pensava mais ou menos assim. Depois de um tempo, percebi o grande erro que isto implica: principalmente no começo, não temos conhecimento para cuidar corretamente de todas e perdemos muitas plantas no caminho.

Quantidade

Por que estou tocando neste assunto? Quando comecei a levar mais a sério este hobby, comprei orquídeas de todos os lugares. Não me importava muito qual, lá estava eu comprando mais plantas. Em casa ainda não tinha construído meu orquidário, então eu as colocava no quintal sob as árvores e em pequenos bancos de madeira. Acredito que perdi algumas mudas ali, e até hoje não sei quais. Não tinha um controle sobre o que entrava em casa e muitas plantas nem o nome eu sabia. De certa forma, me frustra um pouco pois lembro que haviam plantas muito bonitas que acabaram sucumbindo ao meu descaso inicial.

Qualidade

Hoje procuro classificar melhor o que quero ou não, pois admito que não sou fã de todas as espécies que existem. Além disto, procuro manter um registro fotográfico e textual de tudo que envolve cada espécie que tenho. É um trabalho árduo, porém compensador. Tendo um conhecimento melhor sobre nossas espécies podemos prover um melhor habitat para cada uma delas. Tenha isto sempre em mente, quantidade não é tudo. Uma coleção de 10 plantas bem cuidadas e organizadas pode ser muito mais interessante do que uma de 100 plantas largadas em um canto. Com o orquidário construído, muitas espécies encontraram um cantinho legal para se desenvolver, proporcionando uma variação interessante de condições para aquelas mais chatinhas. Claro que há muito o que melhorar, mas ter um lugar específico já é um grande passo. Isto ajuda a controlar doenças, nutri-las melhor e assim ter uma coleção mais sadia e de qualidade!

Tenha sempre em mente que a orquídea não deve apenas sobreviver com você. Ela deve desenvolver-se sadiamente.

Abraços!

O longo caminho entre a semente e a flor da orquídea

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Imagine que você está em uma loja e vê aquela linda orquídea. Após muito contemplar, não resiste, e a leva para casa. Duas semanas depois, a flor se vai. No dia seguinte, o vaso com a orquídea esta na lata do lixo.

Como assim lixo? Quem faria isso com uma orquídea? Pois é, muito ainda acham que orquídeas são plantas simples e que depois da flor ela simplesmente acaba. Já contei aqui no site de plantas que achei em latas de lixo (Paphiopedilum leeanum – o fruto de um resgate) e, por mais incrível que pareça, isto é muito comum.

As pessoas que fazem isto talvez não entendam a complexidade que envolve o cultivo de uma orquídea até o estágio em que ela esteja pronta para a venda. É bem diferente de outras plantas comerciais que, superficialmente falando, é plantar uma semente e esperar algumas semanas para a flor aparecer. Antes de mais nada, a semente da orquídea é uma coisa muito complicada e específica. Seu tamanho e características fazem com que ela necessite de condições muito específicas para que sejam capazes de brotar e se desenvolver, como visto no artigo “Orquídeas e seus frutos e sementes – não se deixe enganar!“. Na natureza, é necessária a presença de um fungo chamado micorriza de onde as sementes extraem seu alimento até que sejam capazes de realizar fotossíntese. Em laboratório, alguns compostos simulam este alimento e as sementes conseguem se desenvolver. E não é apenas isto, os passos seguintes são complexos e demorados, ilustrados no passo a passo abaixo:

orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (1)
Milhões de sementes de orquídea – recém saídas da cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (2)
Semeadura in vitro através de meio de cultura artificial
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (3)
Primeiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (4)
Segundo repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (5)
Terceiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (6)
Quarto repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (7)
Replante em bandejas – quando a muda atinge um tamanho satisfatório, ela pode ser movida para as bandejas
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (8)
Vaso pequeno – quando a orquídea atinge o tamanho e desenvolvimento ideal para ser movida isoladamente em um vaso
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (9)
Vaso médio – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (10)
Vaso definitivo – quando a muda atinge o tamanho de venda, é movida para o vaso definitivo
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (11)
Orquídea em flor
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (12)
Orquídea fecundada – gerando as sementes em sua cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (13)
Outras cápsulas de semente – Cymbidium

Quanto tempo todo este processo demora? Acredite ou não, no caso acima, a primeira flor chega lá pelos 4 ou 5 anos. Aqueles que descartam as orquídeas depois da florada realmente deveriam conhecer toda esta magia e compreender a complexidade e o investimento que é necessário para que a planta estive florida ali para deleite de todos.

Talvez eles valorizassem estas plantas como nós, você leitor e eu, valorizamos, ao ponto de conhecer mais, cultivá-las e dedicar nosso tempo e carinho para que elas estejam sempre floridas e bem cuidadas.

Referência

As fotos foram tiradas na última exposição da RF Orquídeas, em Campo Largo. O Rogério sempre coloca esta linha do tempo das orquídeas para os visitantes conhecerem e desta vez lembrei de fotografar e mostrar para vocês.

  • rforquideas.com.br

Abraços!

Pragas e doenças – nematóides

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orquideas.eco.br - nematoide

Nematóides são minúsculos organismos que vivem em diversos ecossistemas e estão presentes em quase todas as regiões do planeta. Alguns não causam danos à outras espécies. Outros alimentam-se de restos de animais ou plantas, sendo chamados de saprófitas. Por fim, existem os parasitas de animais ou plantas, como por exemplo, aqueles que parasitam os seres humanos, as lombrigas.

Parasita de orquídeas

Os estragos causados por nematóides podem levar uma planta à morte. Muito embora cada orquídea tenha uma reação diferente a uma ataque de nematóides, podendo inclusive não morrer, dependendo das condições, ela ficará mais fraca e não dará mais flores.

O nematóide mais comum nas orquídeas tem aspecto de lombriga, cor branca e tamanho da ordem de décimos de milímetros e, quando colocados sobre uma lâmina de um microscópio de baixo aumento com uma gota d’água, serpenteiam, como minhocas. Outros têm anéis e se movem se esticando e se encolhendo, como lagartas.

Ação do parasita

Os nematóides atacam qualquer parte da planta, mas normalmente iniciam o ataque pelas raízes. Em condições favoráveis, ou seja, muita umidade, todas as raízes irão apodrecer em curto espaço de tempo. Caso as condições não sejam tão favoráveis ao parasita, elas podem apenas entrar em dormência por meses ou até anos. Além de reduzir o desenvolvimento das plantas, causam necrose nas folhas e raízes, causam má formação dos bulbos e coloração anormal em folhas e flores.

A podridão causada por um nematóide é diferente daquela causada pela Podridão Negra. Primeiro, porque o ataque do nematóide pára quando atinge o cerne duro, enquanto o fungo da Podridão Negra avança pelo rizoma até o pseudobulbo em questão de dias. Além disto, o broto atacado por nematóide fica mole e aquoso, enquanto que o atacado pelo fungo da Podridão Negra não perde a consistência.

Se a raiz da orquídea apresentar uma parte escura e outra branca, os nematóides podem estar presentes neste ponto de transição.

Proliferação

Um nematóide fêmea é capaz de colocar 2.000 ovos, proliferando rapidamente o parasita. Infelizmente, coisas comuns como respingos de água espalham o parasita pela vizinhança. Isto acontecendo, se atingirem um broto, este apodrece.

Outra forma de contaminação é através das ferramentas que você utiliza para manuseio e poda das plantas. Por isto, é importante desinfetar todos os instrumentos utilizados no cultivo. Tenho o costume de flambar minhas tesouras com a chama de um maçarico portátil, fica a dica.

Cuidados

Se sua orquídea estiver contaminada com nematóides, você poderá tratá-la com a seguinte solução: em 1 litro de água, com PH entre 5 e 6, dilua um inseticida nematicida de amplo espectro com qualquer fungicida e borrife toda a planta, fazendo a água escorrer por toda planta e substrato. Esta solução elimina caramujo, caracol, tatuzinho, nematóide, cochonilha de raízes e alguns fungos.

Outras receitas você pode conferir clicando aqui!

Prevenção

Ainda assim, a maneira mais eficaz de combater este parasita é a prevenção. Utilize substrato novo, livre de nematóides. Adquira plantas sabidamente sadias. Destrua – queime mesmo – restos de plantas infectadas. Evite a umidade excessiva e deixe seus materiais de cultivo secos e limpos.

Referências

  • plantasonya.blogspot.com.br
  • jardineiro.net

Abraços!

A história das orquídeas

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Este artigo é um compilado de vários textos, contando um pouco da história e dos encantos das orquídeas.

A palavra orquídea tem origem no vocábulo grego “orkhis“, que significa testículo. Tal palavra parece referir-se à Orchis morio, uma orquídea que ainda pode ser vista naquela região. O nome da família, Orchidaceae, foi assim estabelecido pelo fato das primeiras espécies conhecidas possuírem duas pequenas túberas (espécie de calo) gêmeas, que na visão dos povos que as descobriram sugeriam os testículos humanos. Essa família é a maior e mais diversificada de todo o universo das plantas florais, com mais de 25 mil espécies observadas até agora. A cada ano, cerca de 300 novas espécies são acrescentadas à esta lista, e alguns cientistas estimam que mais de cinco mil novas orquídeas ainda não foram descobertas. Mais de 100 mil orquídeas híbridas já foram cultivadas por especialistas em floricultura.

Supõe-se que a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente, sobretudo no Japão e na China, há cerca de 4000 anos, e tem fascinado os homens desde então. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. E, por muito tempo, a ciência acreditava que todos os seus segredos haviam sido revelados.

Entretanto, novas descobertas sugerem que as orquídeas surgiram quando os dinossauros ainda percorriam a superfície do planeta, ou seja, muito antes do que se acreditava. Uma investigação na República Dominicana revelou, perfeitamente preservados, no interior de uma pedra de âmbar (parece coisa do filme Jurassic Park), grãos do pólen de uma orquídea grudados nas asas de uma abelha datada de 20 milhões de anos. Até então, os botânicos especializados em história das plantas eram obrigados a basear os seus cálculos em alguns poucos exemplares fossilizados na tentativa de detectar a origem dessas plantas, mas esta descoberta indicou que as orquídeas surgiram em tempos muito remotos. Mais alguns vestígios fósseis foram encontrados, datando do período entre o Jurássico, da era Mesozoica (de 195 a 136 milhões de anos), e o período Cenozoico (64 milhões de anos).

Sua relação com a humanidade iniciou, obviamente, muito depois. A relação homem orquídea teve início, provavelmente, na costa do Mar Mediterrâneo, onde Orchis e Ophrys são nativas ou, então, na China, com o Homem de Pequim.

Há cerca de 4 mil anos, a palavra “lan“, que significa orquídea em chinês, foi citada pelo imperador chinês Sheng Nung, ao dar alguns conselhos sobre o uso do Dendobrium com finalidade medicinal. Não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas medicinais. O célebre filósofo Confúcio (551 a 479 a.C.) também faz algumas referências às orquídeas em poemas, principalmente ao seu perfume. Confúcio cultivava orquídeas em casa e disse certa vez que “ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas”.

O primeiro registro no ocidente encontra-se no Enquiry Into Plants (Pesquisa sobre Plantas), pelo filósofo e naturalista grego escrito por Teofrasto, discípulo de Aristóteles, cerca de 300 a.C. Teofrasto é considerado o pai da Botânica. Teofrasto usa a palavra “orchis” para denominar certas espécies. “Orkhis” é a palavra grega para testículos e, apesar dele ter sido o primeiro a mencioná-las, possivelmente não foi o primeiro a observar a semelhança entre as raízes de certas orquídeas terrestres, que vegetam sobretudo nas zonas temperadas da Europa, e os testículos. Ainda hoje, estas espécies são conhecidas pelo mesmo nome: Orchis maculata, simia, mascula, spectabilis e dele derivou o nome de toda família: “Orchidaceae”. Naquela época, as pessoas acreditavam que esses “tubérculos” existentes nas orquídeas locais tinham poderes afrodisíacos e então os usavam na alimentação.

Após a obra de Teofrasto, apareceu uma obra intitulada “De Matéria Médica”, escrita entre 50 e 70 d.C., onde o autor, um médico grego de nome Pedanius Dioscorides e que serviu como cirurgião do exército romano, reuniu informações sobre 500 plantas ditas medicinais, entre as quais se incluíram duas “orchis” – orquídeas. Dioscorides era especializado em botânica medicinal, e usava as orquídeas no tratamento de problemas sexuais. Esta obra foi um referencial da área até a Idade Média.

No século III, um manuscrito chinês de botânica menciona duas espécies que hoje são conhecidas como Cymbidium ensifolium e Dendrobium moniliforme. Desde então, a palavra chinesa para orquídea “lan” já aparece no herbário chinês. Em outros livros chineses, datados de 290 a 370 de nossa era, há referências diretas às orquídeas. Apesar das inúmeras citações também feitas aos gêneros Vanda e Dendrobium, o Cymbidium foi sempre o mais citado dos três. Mais tarde, durante a Dinastia Sung (960 à 1279), apareceram alguns trabalhos dissertando sobre as orquidáceas, abrangendo os mais diversos aspectos dessas plantas.

Antes dos espanhóis conquistarem o México, a fruta de “Tlilxochitl”, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as “Coatzontecomaxochitl”, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola. Antigas inscrições astecas falam de como a fava da Vanilla era usada pelos seus ancestrais para perfumar a bebida feita a partir do cacau. Os Maias também a utilizavam, e as chamavam de “sisbic”.

Os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução da utilização da fava de Vanilla – baunilha – na Europa. Em 1552, no “Manuscrito de Badianus”, pela primeira vez na literatura do Ocidente foi mencionada uma orquídea originária do novo mundo, a Vanilla. Este primeiro estudo sobre a flora da América do Sul. informava que ela era usada como especiaria, como perfume e sob a forma de poção, indicada para se ter uma boa saúde.

A descoberta de novos mundos, durante a Grande Era da Navegação, levou outros gêneros de orquídeas, principalmente epífitas até então desconhecidas, a fazer parte do universo europeu, que só conhecia as “orchis” terrestres. A primeira a alcançar a Europa foi a Bletia verecunda, oriunda das Bahamas, em 1731. Esta floresceu em 1732, na Inglaterra. Tratava-se de uma orquídea nativa, descoberta nas Índias Ocidentais. Outros indicam como sendo a Brassavola nodosa, no século XVII, na Holanda. No século XVIII, foram introduzidas na Europa várias espécies trazidas da China e das Antilhas e em 1794, 17 espécies estrangeiras já eram cultivadas no Jardim Botânico Real de Kew, na Inglaterra.

Em 1735, o famoso botânico sueco Lineu (Linnaeus, ou Carl von Liné), no seu trabalho “Species Plantarum”, começou a estabelecer a primeira classificação das plantas usando um nome genérico seguido de um nome específico, empregando então pela primeira vez a palavra Orchis para designar um gênero de orquídeas, e citando 62 espécies diferentes nesse seu trabalho. Mais tarde Jussieu usou esse nome para designar toda a família Orchidaceae.

Em 1805, Robert Brown descobriu que as orquídeas tropicais eram epífitas, mas a crença de que elas seriam parasitas persistiu por muito tempo e ainda hoje muitas pessoas continuam acreditando nisto. Só a partir de 1818, o cultivo da orquídea começou a ser realmente difundido na Europa, quando William Cattley conseguiu fazer florir uma Cattleya labiata cujos bulbos chegaram até ele entre as folhagens que foram usadas para embalar um carregamento de plantas vindas do Brasil. A planta, batizada em homenagem ao botânico que a descobriu, foi o ponto de partida para uma verdadeira mania de caça a espécies ainda mais exóticas. Missões eram enviadas aos trópicos para buscarem orquídeas para um público ávido de consumí-las. Muitos habitats foram destruídos para que o preço delas não baixassem e para que a espécie colhida ficasse cada vez mais rara. Muitas orquídeas morriam no transporte pois não se fazia a menor de idéia de como elas deveriam ser transportadas nem como deveriam ser cultivadas. No mesmo século, alguns cultivadores passaram a se interessar em obter informações dos viajantes coletores de plantas sobre o habitat das orquídeas para, a partir daí, começarem a desenvolver uma técnica de cultivo mais adequada às espécies epífitas. Joseph Paxton, jardineiro de 7º Duc de Devonshire, estimulado por John Lindley e baseado nestas informações melhorou as condições de ventilação, rega e umidade. Em 1830, ele foi o primeiro a utilizar estufas separadas para espécies de climas diferentes.

Em 1830, John Lindley, botânico e taxonomista, fez a primeira classificação das orquídeas. Ele escreveu diversos livros sobre plantas mas foram seus trabalhos sobre orquídeas que mais lhe renderam fama, sobretudo “O gênero e espécies das plantas orquidáceas”. Ele deixou um livro inacabado mas que é ainda assim considerado um clássico da botânica, “Folia Orchidacea”. Além disto, ele é o responsável pelo estabelecimento de mais de 350 orquídeas brasileiras, ou seja, mais que 10% de todas as nossas espécies conhecidas até os dias de hoje. Darwin, em 1862, publicou “The Various Contrivances by which Orchids are fertilized by Insects”. Foi a primeira contribuição essencial para o conhecimento e compreensão das estratégias empregadas na propagação das espécies. A partir deste momento, cientistas, botânicos, jardineiros e coletores de plantas seus nomes ligados a estas plantas, como por exemplo:

  • John Lindley (Gênero: Lindleyella, Neolindleyella, Espécies: Barkeria lindleyana, Cattleyopsis lindleyana, Maxillaria lindleyana, Epindendrum Lindleyanum, Odontoglossum lindleyanum, Sobralia lindleyanum, Bulbophyllum lindleyanum);
  • Loddiges (Catlleya loddigesii);
  • Skninner (Cattleya skinneri);
  • Gould (Laelia gouldiana);
  • Sander (Vanda sanderiana, Paphiopedilum sanderiana).

Através dos anos, muitas pessoas eruditas participaram da classificação e da denominação do crescente número de orquídeas trazidas; de regiões tropicais, deixando-nos um legado de realizações substanciais. O cultivo de novas variedades teve início na última metade do século XIX, proporcionando um rápido avanço e produzindo uma infinidade de tipos. O critério de registro da Royal Hortícultural Society tem-se mantido até a presente data, conservando um padrão inigualável no mundo da floricultura.

Talvez pelo fato das plantas ocuparem um lugar importante no estilo de vida inglês e ser a Inglaterra, por esta razão, um país cheio de jardins, foi lá que se deu o grande interesse por estas belíssimas e até então desconhecidas orquídeas. Durante este século, a Inglaterra permaneceu como sendo o principal país importador, seguida da Holanda e da Bélgica.

No século XIX, tomou-se mais fácil importar orquídeas dos trópicos, e o progresso na fabricação de vidros facilitou a construção de estufas. As pessoas de alto poder aquisitivo e a aristocracia sentiram-se motivadas a cultivá-las, a ponto de competir na coleta de espécimes raros e bonitos. Embora aristocratas e eruditos tenham organizado expedições por regiões tropicais ainda inexploradas à procura das flores, a maior contribuição veio de coletores contratados por negociantes de orquídeas. Essas pessoas solitárias trabalhavam meses ou anos, arriscando suas vidas. Embora as recompensas fossem substanciais, caso encontrassem espécimes raros, muitos deles se deparavam com um trágico destino, após uma longa e solitária viagem. A Skinner (Skinneri) é uma das muitas plantas cujos nomes foram mantidos através dos séculos para homenagear coletores de orquídeas. Ainda no mesmo século, o checo Benedict Roezl deu a volta ao mundo para coletar mais de 800 espécies de orquídeas. Hoje, cerca de 40 plantas trazem o seu nome. Mais ou menos na mesma época, o botânico inglês John Day devotou toda a sua vida às plantas, criando uma série de mais de 50 álbuns contendo cerca de três mil belíssimos e bem detalhados desenhos e aquarelas.

Em 1906, foi publicado o volume III da “Flora Brasiliensis”, a primeira grande obra dedicada exclusivamente às orquídeas brasileiras e inclui descrição das plantas e apresentação de desenhos. A coleção de 40 volumes foi iniciada por Von Martius, e diversos cientistas trabalharam em sua conclusão. Coube a Cogniaux completar o estudo sobre as orquídeas, que contou com a colaboração de Barbosa Rodrigues, que cedeu seus desenhos e aquarelas. Barbosa Rodrigues (1842-1909), além de ter sido um importante botânico e respeitabilíssimo diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, deixou um legado muitas obras científicas nos mais diferentes campos (arqueologia, entomologia, zoologia, botânica e história) e também aquarelas e desenhos onde ele aliava o rigor científico a um agudo senso artístico. Os originais de suas aquarelas, recuperados pela Universidade da Basiléia, Suíça, foram publicados em 2 volumes – “Iconographie des Orchidées du Brésil” – depois de 6 anos de pesquisas, de trabalho e de longas negociações diplomáticas. São 380 aquarelas documentando 700 espécies de orquídeas e que ficaram praticamente inéditas durante 100 anos.

Em 1921, foi fundada nos Estados Unidos uma sociedade orquidófila chamada American Orchid Society (AOS), que passou a congregar a orquidofilia americana. Com o decorrer dos anos, ela se estendeu e passou a ter força mundial. Hoje temos espalhados pelo mundo uma infinidade de sociedades orquidófilas, que de certa forma se reportam a centralização da AOS. Houve então, um grande incremento no cultivo de híbridos, principalmente com a descoberta da cultura assimbiótica, por Knudson, em 1922, que foi divulgada no Congresso Internacional de Ciências Botânicas, reunido em Ithaca, em 1926, sob o título “Physiological investigations on Orchid seed germination”.

Hoje, as espécies estão voltando a ter o seu lugar nas coleções de orquídeas. Os híbridos são mais explorados pelos estabelecimentos comerciais, para corte de flores e aluguel de plantas. O mercado amador sofreu uma profunda mudança, porque, grande parte dos orquidófilos já produzem suas próprias plantas.

A evolução da propagação

Até o fim do século XIX, a germinação das sementes das orquídeas era um mistério. Em 1899, um biólogo francês, de nome Noël Bernard, examinando umas plântulas no microscópio, percebeu, com surpresa, a presença de filamentos envolvendo suas raízes: um fungo, identificado mais tarde, como Rhizoctonia. A partir de suas observações publicou-se diversos estudos descrevendo a natureza e o papel desempenhado pela associação orquídea-fungo na germinação das sementes. Seu trabalho, resultado de 10 anos de pesquisa, foi publicado em 1909 e explicava a associação entre as orquídeas e o fungo (micorriza). Foi um grande revolução na cultura das orquídeas e seu trabalho abriu caminhos para novos estudos.

O alemão Hans Burgell prosseguiu com os estudos e elaborou um outro método também utilizando a cultura de fungo para fazer germinar as sementes. Mas em 1922, a fórmula de Lewis Knudson (cientista americano) suplantou todas as outras. Utilizando uma gelatina estéril contendo sais minerais e açúcares, podia-se reproduzir em laboratório os mesmos efeitos do tal fungo, possibilitando a germinação. Outras soluções foram desenvolvidas, algumas bastantes eficazes mas a maior parte é baseada no método de Knudson.

Com a Primeira Guerra Mundial, devido à carência de combustível para manter as estufas, muitas coleções foram perdidas. Nas Américas, inclusive nos Estados Unidos, onde não ocorreu esta carência, o interesse pela orquídea foi despertado e diversos viveiros foram criados em todos os continentes sobretudo nas áreas tropicais. Houve grande progresso na hibridização de orquídeas que passaram a ser cultivadas em maior escala.

Em 1960, Professor George Morel, outro botânico francês, descobriu uma maneira de obter centenas de espécies idênticas a partir de uma só planta mãe, através da cultura meristêmica, sem haver necessidade de recorrer à germinação da semente. Trata-se de um método difícil que necessita de muitos equipamentos e só pode ser executado em laboratório. Obtêm-se mudas a partir da cultura do meristema ou mesmo de uma ponta da folha. Meristema é um tecido vegetal cujas células se multiplicam de forma rápida e intensa, é uma bolinha de aproximadamente 1 milímetro de diâmetro, localizada no interior da gema.

Referências

  • wikipedia.org
  • delfinadearaujo.com
  • orquidario.org
  • revistaplaneta.com.br
  • damianus.bmd.br

Abraços!

Como começar a cultivar orquídeas

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Pleurothallis purpureoviolacea

Muitas vezes me deparo com pessoas que tem dificuldades ao cultivar orquídeas e acabam desistindo por isso. Outras se conformam que vão matar as plantas e fazem isso sem ao menos tentar buscar conhecimento para tentar evoluir, e isso é muito triste.

Quando comecei na orquidofilia matei inúmeras orquídeas. As causas eram várias: ambiente inadequado, cultivo incorreto, rega equivocada, adubação ineficiente e por aí vai. Mas eu tinha muita dó das plantas e isso me fez buscar conhecimento. Comprei livros, li muito sobre o assunto, conversei com pessoas com mais experiência, tentei até participar da associação da região – que infelizmente não deu certo até agora pois a diretoria lá é amadora, para não dizer outra coisa.

Busque sempre conhecimento. Isso faz você entender o que pode ou não ser feito e quais limitações você ter, seja de ambiente, espaço, região, clima, ou qualquer outro fator que possa influenciar no seu cultivo.

Dito isso, se você está disposto a começar, é bom entender alguns aspectos básicos que podem ajudá-lo a ter sucesso mais rapidamente. Antes de mais nada, saiba qual orquídea você está tentando cultivar. Sabendo seu gênero e espécie você poderá pesquisar sobre a planta e saber mais sobre suas necessidades de luz, água, substrato, nutrição, ventilação e temperatura.

Luz

A luz é fundamental para o crescimento correto de sua orquídea. Você poderá ter plantas lindas, mas que nunca florescem. Isso pode ser justificado pela ausência de luz. Não é porque as orquídeas vivem em florestas que elas não precisam de luz. É justamente o contrário: as orquídeas evoluíram como epífitas para aproveitar a maior quantidade de luz disponível na floresta alta.

Mas quanta luz é o suficiente? Depende muito de cada espécie, por isso é bom saber que planta você está cultivando. Muitos se baseiam na quantidade suficiente para ter a planta sem que ela se queime. Você pode fazer isso de outra forma, testando quantidade de luz até que a folha da orquídea apresente uma colocação correta. Em resumo, as orquídeas não devem ter folhagens verde-escura e exuberantes. Se cultivadas sob luz suficiente, terão uma folhagem mais clara, um pouco verde-amarelada e um forte crescimento vertical.

Ar

Já falei isso algumas vezes aqui no site: as raízes são a parte mais importante da orquídea. Por esta razão, ventilá-las é fundamental. Orquídeas sem raízes arejadas, salvo algumas variedades terrestres, morrerão facilmente. Aliás, a planta toda é sensível ao fato de não haver ventilação suficiente no local, portanto, tenha sempre em mente que a orquídea não poderá estar em um local totalmente fechado, sem circulação de ar. Na pior das hipóteses, pequenos ventiladores podem ser utilizados para isso, se o ambiente não for propício. Muitos orquidófilos de regiões extremamente frias utilizam este tipo de artifício para poder ter determinadas espécies. Lembre-se sempre de a orquídea precisa de ar e umidade suficiente para suas necessidades.

Água

É muito mais fácil você matar uma orquídea afogada do que de sede. Este talvez seja o motivo pelo qual mais se mata orquídeas: o excesso de água. Uma orquídea irrigada em excesso terá suas raízes comprometidas e, consequentemente, a planta toda será afetada. Infelizmente, não há uma regra para regar suas orquídeas, visto que cada pessoa possui uma quantidade e uma variedade diferente de espécies, mantidas muitas vezes em ambientes totalmente diferentes (leia-se quantidade de ar e iluminação disponível, além da temperatura), cultivadas em vasos e substratos diferenciados. Como estabelecer um padrão desta forma? Infelizmente não tem como, tudo dependerá da sua percepção. Na pior das hipóteses, um dedo inserido na mistura de envasamento pode ser a melhor ferramenta para determinar o quão seca sua planta está.

Ao regá-las, de vez em quando faça-o copiosamente. Já falei sobre isto em outro artigo aqui no site, mas não custa lembrar: dê um bom banho em sua planta e vaso. Desta forma, além de suprir sua necessidade de água, você estará eliminando os sais que ali se acumulam, principalmente os provenientes da adubação. Ou seja, é bom fazer isso periodicamente.

Fertilizante

As orquídeas crescerão e florescerão, desde que suas outras exigências sejam atendidas, por períodos razoavelmente longos sem fertilizantes. Porém, você obterá melhores resultados com algum nível de alimentação para sua planta. Normalmente, as plantas são fertilizadas uma vez por semana durante o verão e a cada duas semanas no outono e inverno. Independentemente do fertilizante que você escolheu usar, os produtores mais experientes não usam mais que ½ da dosagem recomendada pelo rótulo. Ah, e a propósito, é melhor regar primeiro para molhar o substrato antes de fertilizar, como já falei em outro artigo aqui do site.

Os fertilizantes usados ​​em orquídeas devem conter pouca ou nenhuma uréia. Isso ocorre porque os organismos do solo devem primeiro converter o nitrogênio na uréia em uma forma utilizável pelas plantas e, como as orquídeas não crescem no solo, essa conversão não ocorre de forma eficiente.

Como preparar calda de fumo

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orquideas.eco.br - Como preparar calda de fumo

Existem várias receitas de calda de fumo por aí, bastando você escolher uma e testá-la. Vou colocar duas aqui que, embora um pouco diferentes, deverá ter o mesmo resultado. Deverá ser pulverizada em toda a planta por dias seguidos, até o total extermínio da praga em questão. No fim deixo outro vídeo mostrando mais uma forma de fazer a calda de fumo. O objetivo é o mesmo, combater percevejos, besouros, pulgões e cochonilhas.

Calda de fumo – receita sem álcool

Ingredientes

  • 1 litro de água;
  • 10 centímetros de fumo de rolo, ralado;
  • ½ sabão em barra, ralado.

Modo de preparo

Faça um macerado com todos os ingredientes e deixe-o descansar por 24 horas. Com a calda resultante, pulverize suas plantas. O sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules. Pulverize sobre as plantas.

Calda de fumo – receita com álcool

Ingredientes

  • 250 g de fumo de corda;
  • 100 ml de álcool hidratado (comum);
  • 1 litro de água fervente;
  • detergente comum.

Modo de preparo

Pique o fumo de corda e coloque-o em uma vasilha com tampa. Acrescente a água fervente e tampe, deixando a mistura em repouso por 24 horas. Depois disso, agite o conteúdo e filtre-o em pano fino espremendo bem para retirar o máximo de extrato. Acrescente o álcool, que servirá de conservante para a solução. Guarde-a em um frasco escuro. Para o tratamento das plantas infestadas, dilua 100 ml da solução de fumo em 1 litro de água. Acrescente dez gotas de detergente caseiro (para quebrar a tensão superficial da água) e pulverize sobre as plantas.

Vídeo sobre o preparo da calda de fumo

Não vou entrar no mérito se é bom ou não usar a calda de fumo em suas plantas, mas caso você queira saber mais, é interessante ler o artigo de Rosana Kunst, sobre o lado ruim de se usar a calda de fumo. É só clicar aqui.

Referências

  • greenme.com.br
  • comofazerhorta.com.br

Abraços!

O que devo observar ao comprar uma orquídea?

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Dendrochilum wenzelii

Se você está começando neste maravilhoso hobby, já deve ter se perguntando como comprar uma orquídea. Afinal, o que você deve observar ao comprar uma orquídea?

Muitos, ainda leigos no assunto, necessitam de ajudar ao comprar uma planta e, infelizmente, nem sempre quem está vendendo está apto a oferecer a melhor consultoria. Ou pior, muitos vendedores são inescrupulosos e não vendem orquídeas provenientes de orquidários idôneos e sim de coletas ilegais na natureza. Mas Luis, que mal tem comprar orquídeas assim? Este assunto eu já abordei em outros artigos, como o que falo sobre a ilegalidade e as consequências da coleta em nossas matas e também sobre as consequências que isso pode ter para suas plantas já estabelecidas.

Enfim, aqui vão algumas dicar úteis para observar se você estiver na frente de uma que quer realmente levar para casa:

A planta

Deve ser proporcional ao recipiente em que ela está plantada, ter raízes na mídia, estar limpa e sem manchas, túrgido e verde médio (verde meio amarelado) e, principalmente livre de pragas visíveis. Novamente, aconselho a ler sobre como identificar as orquídeas provenientes de coleta. Orquídeas provenientes de coleta fazem muito mal à mata e a sua coleção, pois normalmente trazem consigo doenças que podem se tornar incontroláveis.

As flores

Devem ser brilhantes e mantidas bem acima da folhagem através de um suporte bem resistente. Deve estar livre de manchas fúngicas e ainda ter alguns botões para abrir, pois isso indica que ainda é uma floração jovem e duradoura.

O vendedor

O local onde você compra suas plantas – considero aqui que você não está comprando em um supermercado – deve ser limpo e organizado. Orquidários profissionais permitem que você olhe a produção e ela deve estar imaculada. Orquidófilos comprometidos, além de mostrar sua produção, possuem conhecimento e gostam de partilhá-lo. Provavelmente ele será seu amigo neste hobby, portanto dê preferência àqueles que estão dispostos a ajudar sempre. Novamente, quem coleta dificilmente conhece aquilo que arranca do mato, ou seja, não poderá te ajudar e você poderá descartar facilmente.

O mais importante: nunca compre orquídeas sem identificação. É com ela que você poderá pesquisar e se aprofundar sobre seus cuidados.

Como eu faço as plaquinhas de identificação das minhas orquídeas

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Aproveitando as perguntas que recebi recentemente sobre como faço as plaquinhas de identificação de minhas orquídeas, eis um vídeo mostrando o que uso e como faço.

Materiais necessários:

  • Rotuladora;
  • Abraçadeira;
  • Tesoura.

Com isto, você terá uma plaquinha de identificação duradoura, resistente ao tempo, Sol e chuva, além de ser muito mais legível do que uma escrita à mão.

Também escrevi há algum tempo atrás um artigo sobre isto, que você pode ler aqui!

Abração!

Substratos para orquídeas – Xaxim e sua proibição

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Xaxim
Xaxim

Desde que comecei neste hobby, grande parte da discussão acalorada parte do substrato, mais especificamente o xaxim.

Xaxim, segundo a Wikipedia, é um feto arborescente, da família das dicksoniáceas, nativo da Mata Atlântica e América Central (especialmente dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Possui cáudice ereto, cilíndrico, e frondes bipenadas de até 2 metros. Devido à extração desenfreada do cáudice para uso no cultivo de outras plantas, a espécie está ameaçada de extinção e sua extração está proibida em todo o Brasil. Também é conhecido pelos nomes de samambaiaçu e samambaiaçu-imperial.

Lembro-me do dia que postei em um forum a imagem de uma planta em uma placa de xaxim e algum espertinho resolveu encrencar com isto. Pronto, iniciou-se uma discussão em que nenhuma das partes teriam razão no final. Antes de mais nada: eu uso, não nego. Não compro, não extraio. Mas uso. Uso aquilo que tenho em casa há mais ou menos 30 anos. Havia alguns sacos com pedaços de xaxim guardados em casa e hoje tenho aproveitado para colocar algumas orquídeas neles.

Mas um dia meu estoque vai acabar, terei que procurar fontes alternativas de substratos e tutores para minhas plantas. E tenho testado alguns. Ainda não gostei de nenhum, para falar a verdade. Mas tenho testado. Por exemplo, não tenho planta que sobreviva em fibra de coco. Parece praga, é só colocar no coco que a planta definha. Acho que o xaxim me acostumou mal.

Antes de mais nada, precisamos entender porque a extração do xaxim está proibida. A Dicksonia sellowiana (xaxim) é uma planta de crescimento lento. Muito lento. Se você acha que suas orquídeas têm um crescimento lento, o xaxim é pior. O xaxim leva de 50 a 100 anos para atingir um metro de altura. Some isto ao fato que houve um período de extração desenfreada. Pronto, quase não há mais xaxim em nossas matas.

Hoje existem leis municipais e federais (Resolução CONAMA n.º 278 de 24 de maio de 2001) impedindo a extração de espécies ameaçadas de extinção. Aliás, existe uma lei internacional sobre isto, mas não vou me aprofundar em leis desta vez. A questão é que o xaxim, assim como outras espécies ameaçadas em nossa Mata Atlântica, estão protegidas por lei e precisamos pensar nas alternativas a isto.

Para procurarmos alternativas, temos que entender porque o xaxim é tão bom para as orquídeas. O xaxim retém uma quantidade ideal de água, nem muito nem pouca. É capaz de liberar lentamente nutrientes para as plantas. Facilita a fixação e a areação da raízes. Complicado bater uma coisa com tantas qualidades? Talvez não, é o que veremos daqui para frente nesta série de artigos sobre substratos.

Referências

  • mma.gov.br
  • auepaisagismo.com
  • wikipedia.org

Abraços!

Cápsulas e sementes de orquídeas

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Sementes de orquídeas? Mas todos pensamos sempre nas flores quando pensamos em orquídeas, certo?

Errado.

Comercialmente, muitos pensam naquilo que vem depois das flores, ou seja, os frutos. Neste caso, cápsulas que contém centenas de sementes microscópicas, prontas para serem levadas pelo vento e iniciarem a aventura da vida.

Há uma questão muito forte de hibridização também, afinal, é gerando estas sementes depois de uma mistureba de espécies que temos híbridos tão belos.

Enfim, é a continuação da vida, de uma forma ou de outra. Aliás, nem sempre significa que planta está bem, pode significar seu último suspiro, tentando a sobrevivência… mais escreverei mais depois que acertar tudo no novo blog. Estou preparando um artigo bacana sobre sementes e agentes polinizadores. Aliás, no próximo post vou colocar uns vídeos dos meus.

É importante você saber mais sobre sementes (e como não ser engano caso queira lidar com elas). Clique aqui e leia mais!

Se quiser saber mais sobre o processo que vai da semente até a flor, clique aqui!

Por fim, se quiser saber mais sobre o tempo de maturação destas cápsulas, clique aqui!

Abraços!

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