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10 dicas para iniciar o cultivo de orquídeas

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orquideas.eco.br - 10 dicas para iniciar o cultivo de orquídeas

Então você está querendo entrar no mundo da orquidofilia e ter uma vasta e bela coleção de plantas. Bom, então me permita opinar um pouco, pois vou dar umas dicas e uns pitacos baseados naquilo que aprendi ao longo dos anos. Não que eu, Luis, seja o dono da verdade. Pelo contrário, cometo erros todos os dias. Porém aprendi muita coisa, e isto pode ajudar muito quem está começando.

Para começar, antes de mais nada, seja humilde. Entenda suas limitações e busque aprimoramento. O estudo é essencial para você ter mais do que apenas olhos-de-boneca em uma árvore em casa.

Infelizmente, grande parte das pessoas que resolvem virar orquidófilas da noite para o dia compram absolutamente tudo que aparece pela frente, sem mensurar se devem ou podem ter determinada espécie. “Ah, mas eu posso ter o que eu quiser!“, você poderá dizer. Sim, o livre arbítrio existe, mas use-o com sabedoria. Vou explicar o porquê.

Livros

Comprar uma orquídea e depois encher a Internet com perguntas questionando o porquê que sua orquídea está morrendo não é o caminho. Primeiro, as espécies de orquídeas não são iguais e por isto não tem as mesmas necessidades. A relação disto é muito grande com a questão climática. O clima da região onde você mora influencia diretamente nas espécies que você poderá cultivar com menos esforço. Algumas espécies de orquídeas que gostam de um clima quente e seco não se desenvolverão em climas mais amenos e úmidos e vice versa. Fora isto, existem outras variáveis neste quebra-cabeça, como a forma de plantio, iluminação, aeração, umidade, substrato, vaso, enfim, uma série de coisas que fariam os mais preguiçosos desistirem logo de cara.

Conhecer a planta que que você adquiriu é o primeiro passo para o sucesso do seu cultivo. A melhor forma de fazer isto é, ao meu ver, com um bom embasamento teórico. Para isto, existem livros interessantíssimos disponíveis no mercado nacional que podem suprir suas necessidades de conhecimento para que, a curto prazo, nunca mais você pergunte porque, por exemplo, não se deve plantar uma Cattleya na terra. Sendo assim, minha primeira e valiosa dica é:

DICA 1: leia (e se possível compre) bons livros sobre orquidofilia.

Posso ajudar um pouco com esta lista, pois alguns dos livros que estão em minha estante são considerados indispensáveis para um orquidófilo que busca conhecimento. Os livros são muito mais do que apenas um catálogo de fotos de orquídeas. A maioria também traz uma bagagem interessante sobre como cultivar e como tratar possíveis problemas, como as doenças mais comuns. Eis minha lista para qualquer iniciante:

Local e espaço

Considerando que você deu uma boa lida em alguns dos livros acima, você deve estar pensando: “Ok, mãos à obra! Vou ali comprar umas plantinhas!”. Espere! Não se precipite tanto. Onde você vai colocar estas orquídeas? Sobre a máquina de lavar? Penduradas na área de serviço? Não são lugares muito adequados, não é? Aí temos outra questão importante: onde manter a coleção de forma a tentar sanar todas as necessidades das orquídeas?

O principal divisor de águas é se você possui espaço ou não. Como as formas de cultivo podem ser variadas, você pode adaptar seu cantinho de orquídeas da melhor forma possível, então não se preocupe se você mora em um apartamento pequeno ou uma imensa chácara, pois existirão formas de fazer seu espaço render. Claro que, se você mora em um pequeno apartamento, você deverá ser mais seletivo naquilo que irá cultivar. Entretanto, há uma vantagem nisto, você poderá dar uma intenção maior para cada planta e acabará entendendo muito mais sobre determinadas características sobre suas plantas. Sendo assim, minha segunda dica é:

DICA 2: escolha com sabedoria o local que você irá manter suas orquídeas.

A análise é válida para ambos os casos, se você tem ou não muito espaço disponível. Se você mora em um local pequeno, sem quintal, ainda sim poderá escolher um cantinho em algum cômodo da casa para cultivar suas plantinhas, ou a varanda se você morar em um apartamento. É importante que este local tenha algum tipo de iluminação e aeração. Sim, sei que neste caso você não poderá ter muitas plantas, mas mesmo assim irá usufruir deste hobby. Conheço algumas pessoas que cultivam em apartamentos com muito sucesso. Aliás, para você ter ideia, muitas pessoas cultivam orquídeas em países mais frios utilizam vivários para tal. O resultado é este da foto abaixo:

Neste caso, a pessoa pode ter orquídeas tropicais mesmo vivendo em lugares mais ermos, onde a neve predomina. Ou seja, tudo é possível. Mas, novamente, o conhecimento é necessário para que você possa ter sucesso em sua empreitada.

Por outro lado, se você tem espaço e está pensando em construir um orquidário de verdade para manter suas plantas, eu posso usar o meu exemplo como base para que você possa pensar melhor como fazer isto. Veja a sequência de fotos abaixo:

Primeira versão do meu orquidário – só o sombrite

Orquidário Faísca - 10/09/2013

Primeira reforma – estrutura e madeira como sombreamento, além de nivelamento do terreno

orquideas.eco.br - Onde ficavam durante as reformas
Onde minhas plantas ficavam durante as reformas…
orquideas.eco.br - Terceiro orquidário
Tirei as toras, coloquei sombrite novamente e fiz a irrigação automática
orquideas.eco.br - Última reforma
Por fim, a última reforma.
orquideas.eco.br - Última reforma - coleta de água da chuva
Coleta da água da chuva
orquideas.eco.br - Última reforma
Orquidário por dentro
orquideas.eco.br - Última reforma
E a frente, como ficou

Esta é uma pequena ideia da linha do tempo de tudo que fiz no orquidário aqui em minha casa. Esta mudança de visual e de conceitos aconteceu nos últimos cinco anos, fruto de estudo e muitos, mas muitos erros e poucos acertos. O que me leva a lembrá-lo que você também irá errar e isto é bom. Com os erros você irá aprender e evoluir e isto o tornará um orquidófilo cada vez melhor.

No meu caso, eu pequei muito no início porque não segui minha dica 1, ou seja, não busquei o conhecimento necessário para começar efetivamente a levar a sério o hobby. O que tenho hoje vai contra muitos dos orquidários amadores que eu vejo por aí mas, acredite, tem funcionando muito bem, fruto de alguns conceitos e do aprendizado que tive ao longo do tempo com os outros modelos de orquidários que tive. Pela primeira vez em anos não tenho mais plantas doentes, consigo controlar completamente a irrigação de minhas plantas (a importância disto? clique aqui e descubra) e o ambiente é muito mais limpo, o que se mostrou muito eficiente no cultivo.

Resumindo, o importante é você escolher um local que atenda os requisitos mínimos para o bem estar de sua planta, não importa o tamanho. Clique aqui e confira mais dicas de cultivo, assim poderá escolher melhor seu local!

Internet

Em um mundo cada vez mais conectado, é impossível não relacionar tudo que fazemos com as mídias digitais. A maioria esmagadora da população que tem acesso à um computador e, principalmente à um celular, consome vorazmente informações provenientes da Internet. As fontes são muitas, mas atualmente residem nas redes sociais. Sites como este e fóruns em geral perderam um pouco o apelo de outrora, sendo ultrapassados pelas tecnologias cada vez mais móveis. Hoje você tem tudo em seu celular e com isto torna-se muito dependente do mundo digital. Experimente um dia sem acessar o Facebook, o Twitter, o Instagram, enfim, seu e-mail. Difícil não?

Mas isto não é ruim. A grande conectividade que temos hoje permite coisas que até alguns anos atrás eram inimagináveis. Você consegue visitar um museu sem sair de casa ou ver uma orquídea rara da Indonésia sem precisar esperar meses por uma publicação especializada. Mas é aí que mora o perigo.

O grande volume de informações faz com que elas não sejam tão confiáveis. Não é difícil: experimente digitar o nome de uma orquídea no Google e clicar em imagens. Certamente aparecerão, além da planta correta, inúmeras orquídeas erradas. Acredito que um dos grandes malefícios desta nossa nova forma de interagir com o mundo é que qualquer um é uma fonte de informação, seja esta correta ou não. Aí temos a terceira dica de hoje:

DICA 3: pesquise suas dúvidas na Internet, mas tenha em mente que nem tudo é o que parece. Procure fontes de informação confiáveis!

Por pior que possa parecer, ainda pode piorar! Além da Internet fornecer informações erradas “meio sem querer”, ainda existem aqueles que se aproveitam da ingenuidade das pessoas para ganhar dinheiro. Conheço casos clássicos de vendedores de plantas no Facebook que nunca entregaram plantas. Outros, vendem plantas coletadas de nossas matas (isso é errado sim, clique aqui e saiba mais). Mas, para mim, nada supera a baixaria que alguns vendedores cometem ao vender sementes de orquídeas em sites como o Mercado Livre. Nem vou falar muito sobre este assunto, já escrevi um post inteiro sobre isto (clique aqui e leia mais sobre os pilantras da Internet) e todos os dias vejo pessoas sendo enganadas por estes salafrários. Neste ponto temos a quarta dica:

DICA 4: tenha certeza do que está comprando. Procure fornecedores confiáveis!

Infelizmente o mundo está repleto de pessoas inescrupulosas. Apenas tome cuidado para não caiu em golpes. Sempre procure informações e referências das pessoas com as quais estiver negociando. Nunca deposite na conta da pessoa, sempre opte por utilizar um meio de pagamento intermediário, como Mercado Pago ou PayPal. Mesmo que você pague um pouco a mais, você sempre estará seguro e respaldado pela empresa.

Revistas

Infelizmente o atual momento das revistas sobre orquidofilia aqui no Brasil não é muito legal. Muitas revistas estão deixando de circular e outras tantas não tem muita qualidade para oferecer um conteúdo aceitável aos seus leitores. Por este motivo, não vou escrever muito sobre o assunto, mas você pode conferir mais no meu post sobre as revistas sobre orquidofilia no Brasil clicando aqui. A dica é:

Dica 5: Fique sempre de olho em revistas sobre o tema.

Por mais que não tenham a mesma qualidade de um livro, elas possuem o dinamismo que o livro não tem, normalmente carregando informações mais atuais e matérias interessantes sobre cultivo, habitats e exposições. No momento, recomendo fortemente a revista da AOSP. Clique aqui para conhecê-la.

Círculo de amizades

Considero que um hobby não é completo se não podermos compartilhar nossas alegrias, frustrações e dúvidas com outras pessoas de mesmo interesse. Ao longo dos anos fiz muitos amigos ligados à orquidofilia, que conheci nos mais diversos lugares: exposições, feiras, palestras, lojas, internet e por aí vai. A grande vantagem de vivermos em uma época digital é a facilidade que temos para achar pessoas que até então eram inacessíveis. Por exemplo, não é incomum conversarmos com grandes referências do meio orquidófilo através do Facebook e marcar um encontro em alguma exposição para trocar uma ideia pessoalmente. As pessoas se tornaram mais acessíveis neste era digital e as de nosso hobby, pelo menos em sua maioria, não são mesquinhas e adoram trocar experiências.

DICA 6: Cultive amizades além das orquídeas.

As amizades só ajudam nosso crescimento. Além de conhecimento, amigos verdadeiros trocam mudas de plantas e sempre estão disponíveis a ajudar se precisarmos de algo. Portanto, cultive amizades!

Associações

Associações são bons lugares para você conhecer pessoas ligadas ao meio orquidófilo. As associações realizam reuniões, normalmente semanais, onde os frequentadores compartilham informações, mostram as orquídeas floridas do momento, promovem palestras sobre cultivo, enfim, uma série de atividades que inserem você no mundo da orquidofilia mais facilmente.

Claro que nem tudo são flores. Em muitas associações existem pessoas ligadas ao comércio e/ou alguns dos membros não sabem lidar com pessoas, muitas vezes por se acharem melhor do que os outros. Isto acaba causando desavenças. Por isto, minha dica é:

DICA 7: Visite a associação orquidófila de sua região e analise se aquele ambiente e as pessoas que ali frequentam são benéficas à você e ao seu hobby.

Aconteceu comigo, pode acontecer com você: não frequento a associação de minha região porque alguns dos responsáveis pelo local foram desrespeitosos e desonestos comigo, então acabei optando por evitar este tipo de conflito em minha vida. Claro que este é um caso específico, pois conheço associações muito bacanas (que infelizmente não são muito próximas daqui).

Orquidários

Normalmente, os comerciantes locais são um bom termômetro de quão desenvolvido é o hobby em sua região. Se a variedade de plantas dos orquidários locais for significativamente alta, você está com sorte, pois sua coleção conseguirá prosperar para além do que chamamos de “orquídeas de mercado”, como os híbridos de Cattleya, Phalenopss e alguns Oncidium.

Eu, por exemplo, por gostar de algumas espécies da região do Equador (algumas espécies Dracula e Pleurothallis), converso muito com o pessoal aqui de Curitiba, mas também de outras regiões do Brasil. Apenas alguns orquidários conseguem importar este tipo de planta, portanto tenho que ficar antenado sempre que uma aparece disponível. O resultado de amizades assim é poder ter em sua coleção algumas das plantas abaixo:

Por isto, minha dica é:

DICA 8: conheça as pessoas dos orquidários de sua região e dos melhores orquidários online.

Estas pessoas irão te ajudar com sua coleção e também são uma importante fonte de informações e dicas de cultivo. Eu converso periodicamente com os mais próximos, visitando seus orquidários ou até, de vez em quando, recebendo-os em minha casa – o que é divertido, pois os mais dedicados já saem colocando nomes nas minhas plantas sem nome ou replantando aquelas que precisam.

Enfim, você certamente irá aprender bastante. Além do aprendizado, você terá acesso à plantas diferentes e muitas vezes receberá bons presentes deles.

Exposições

Por fim, as exposições. Adoro ir às exposições porque é outra excelente oportunidade de conversar com orquidófilos e comerciantes de outras localidades. Além disto, é uma boa fonte de produtos e plantas diferentes que, apesar do preço um pouco mais elevado, compensam por sua raridade no mercado. As maiores ainda oferecem cursos e sorteiam plantas e insumos. Por fim, é uma terapia visual que vale muito, nem que seja só para apreciar a beleza das flores ali expostas.

DICA 9: visite as exposições de sua região.

E, se possível, visite as maiores exposições do Brasil, como a de Rio Claro, Rio de Janeiro, São Paulo e a grandiosa Festa das Flores de Joinville.

Conclusão

Com estas dicas você certamente irá crescer no hobby sem muitos problemas e terá uma bela coleção de orquídeas em casa. Mas lembre sempre da minha dica número 10, a mais importante:

DICA 10: Seja humilde. Não sabemos tudo, a vida é um constante aprendizado.

Abraços!

Como eu faço as plaquinhas de identificação das minhas orquídeas

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Aproveitando as perguntas que recebi recentemente sobre como faço as plaquinhas de identificação de minhas orquídeas, eis um vídeo mostrando o que uso e como faço.

Materiais necessários:

  • Rotuladora;
  • Abraçadeira;
  • Tesoura.

Com isto, você terá uma plaquinha de identificação duradoura, resistente ao tempo, Sol e chuva, além de ser muito mais legível do que uma escrita à mão.

Também escrevi há algum tempo atrás um artigo sobre isto, que você pode ler aqui!

Abração!

O fascinante mundo dos Bulbophyllum

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Bulbophyllum (abreviação Bulb.) é o maior gênero de orquídeas. Com predominância nas Américas (na faixa tropical), África e Ásia. Somente em Papua Nova Guiné ocorrem mais de 500 espécies. Existem cerca de 2500 a 3000 espécies registradas, fora centenas de híbridos criados pelo homem.

São em sua maioria são epífitas, isto é, vegetam em arvores para se desenvolverem sem tirar nutrientes da mesma. Os Bulbophyllum brasileiros vegetam em sua maioria como epífitas e rupicolas, ou seja, vegetam em rochas (veja o artigo sobre orquídeas epífitas clicando aqui e sobre orquídeas rupícolas clicando aqui).

Origem do nome

A palavra Bulbophyllum procede da latinização das palavras gregas: βολβος, que significa “bulbo”, “tubérculo”, “raiz carnuda”; e φύλλον, que significa “folha”, aludindo à forma bulbosa das folhas da primeira planta descrita, que tinha folhas grossas. O termo foi criado em 1822 por Thouars.

Quem foi Thouars?

Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars que foi um grande botânico francês. Nasceu em Boumois dia 5 de novembro de 1758 e faleceu em Paris dia 11 de maio de 1831.

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Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars
  • Thouars veio de uma família aristocrática da região de Anjou (ou Anju – uma antiga província francesa correspondendo à atual região de Maine-et-Loire). Cresceu no “Castelo de Boumois“, perto de Saumur;
  • Em 1792, após uma prisão de dois anos durante a revolução francesa, ele foi para o exílio em Madagascar e ilhas vizinhas. Ele recolheu muitos espécimes em Madagáscar, Maurício (em francês, Mauritius, país a leste de Madagascar), e nas ilhas Reunião (em francês, îles de la Réunion) – grato pela correção, Marina. Dez anos mais tarde, volta para França, com 2.000 plantas. Grande parte de sua coleção foi para o Museu de Paris, enquanto algumas estavam em Kew (Royal Botanic Gardens, Kew Reino Unido – Inglaterra);
  • Em 10 de abril de 1820 foi eleito membro da Académie des Sciences;
  • Ele foi um pioneiro em botânica com trabalhos e descrevendo as orquídeas da região: 52 espécies provenientes da Mauritânia e 55 de La Réunion;
  • No ano de 1822 é lançado o livro Histoire Particulière des Plantes Orchidées, abreviado Hist. Orchid., onde é descrito o Phyllorkis thouars (atualmente Bulbophyllum nutans).
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Bulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.com
Bulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.com

Como reconhecer um Bulbophyllum?

  1. Bulbos ovoides, alguns raramente achatados, outros cilíndricos;
  2. Frequentemente apresentam rizoma bastante longo crescendo de forma desordenada com bulbos bem espaçados;
  3. Seu aspecto é bastante desarrumado e muitas espécies apresentam crescimento cespitoso (termo botânico que se refere ao modo como algumas plantas crescem lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, geralmente formando uma touceira ou espesso tapete);
  4. Em geral são unifoliadas, saindo folhas na base superior do bulbo. Existem bifoliadas e ainda folhas teres (cilíndricas), Ex.: Bulbophyllum rupiculum;
  5. As flores tem o labelo móvel, que se movimenta com qualquer brisa, assim facilitando a polinização principalmente em flores menores.
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Bulbophyllum rupiculum

Dimensões

Há uma grande variação de cor, tamanho e na forma das flores e das plantas. As folhas de alguns Bulbophyllum podem medir apenas alguns centímetros, como o Bulbophyllum moniliforme.

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Bulbophyllum moniliforme

Já outros podem apresentar folhas com mais de um metro como o Bulbophyllum fletcherianum.

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Bulbophyllum fletcherianum

A dimensão das flores varia de milímetros à 40 centímetros. Em algumas espécies, a flor é solitária. Em outras, a haste floral tem forma de uma mini espiga. Por fim, há aquelas cuja haste termina em forma de “leque”.

Seções

Devido a grande quantidade de espécies que o gênero abriga, os Bulbophyllum são divididos em 78 seções. Cada seção abriga grupo de Bulbophyllum com características similares para facilitar o seu estudo e entender melhor a grande riqueza de variedades que existe.

Sestochilus

A seção Sestochilus é uma das mais chamativas e discutidas das seções. Neste grupo os Bulbophyllum têm bulbos de bom porte em rizomas rastejantes de uma folha por bulbo e quase sempre uma flor, raramente duas ou três por inflorescência. Alguns exemplos:

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Bulbophyllum lobbii – Foto e cultivo: Marcelo Invernizzi
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Bulbophyllum coweniorum
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Bulbophyllum uniflorum – foto e cultivo: Marcelo Invernizzi

Cirrhopetalioides

A seção Cirrhopetalioides apresenta plantas com uma folha por bulbo. Suas flores são unidas a um ponto central de sua haste lembrando um guarda chuva ou um leque. Por exemplo:

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Bulbophyllum longissimum
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Bulbophyllum lepidum
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Bulbophyllum medusae

Megaclinium

Na seção Megaclinium, a haste floral lembra uma vagem ou até mesmo a forma espiral do modelo usado para representar a forma do DNA. Por exemplo:

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Bulbophyllum falcatum – foto da internet
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Bulbophyllum purpureorachis – foto da internet

Aroma

Outra característica marcante dos Bulbophyllum quando floridos é o odor de carne putrefata. A razão disto é simples: sobrevivência. As mal cheirosas, como o Bulbophyllum basisetum, Bulbophyllum phalaenopsis, Bulbophyllum echinolabium, habitam locais onde não existem pássaros ou insetos como abelhas polinizá-las. Para se multiplicarem, a solução encontrada pela natureza foi desenvolver um odor que atraíssem moscas que se alimentam de carne morta.

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Bulbophyllum echinolabium
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Bulbophyllum phalaenopsis
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Bulbophyllum basisetum – foto da intenet

Embora sejam poucos, existem os inodoros, como o Bulbophyllum crassipes.

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Bulbophyllum crassipes

Por fim, há os perfumados, como o Bulbophyllum lilacinum e seu agradável aroma de maçã, o Bulbophyllum ambrosea com cheiro de mel, o Bulbophyllum elassonotum com o aroma de de azeite e o híbrido Bulbophyllum Kalimpongum, com perfume de bagaço de cana.

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Bulbophyllum Kalimpongum
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Bulbophyllum lilacinum
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Bulbophyllum ambrosia
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Bulbophyllum elassonotum

Híbridos

A produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século. Estima-se que sejam hoje mais de cem mil híbridos. A Royal Horticultural Society é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é bastante grande e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição. De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas, os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero – Roberto Martins.

Existem cerca de 200 Bulbophyllum híbridos registrados. Alguns deles podem florescer inúmeras vezes no mesmo ano. Alguns exemplos:

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Bulbophyllum Sunshine Queen ‘Orange’ (mastersianum x corolliferum)
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Bulbophyllum Cindy Dukes (rothschildianum x putidum)
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Bulbophyllum Emily Siegerist (Elizabeth Ann x lasiochilum)
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Bulbophyllum Fascination (fascinator x longissimum)
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(guttulatum x rothschildianum)
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Bulbulbophyllum Krairit Vejvarut (longissimum x phalaenopsis) – foto e cultivo: Marcelo Invernizzi
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Bulbophyllum Louis Sander (longissimum x ornatissimum)
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Bulbophyllum Meen Garuda (lasiochilum x echinolabium)
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Bulbophyllum Nudda (longissimum x putidum)
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Bulbophyllum S. y N. Ignis Draconis = Dragão de Fogo (Emily Siegerist x putidum) Hibrido registrado em 2014 na Argentina – foto da internet

No próximo artigo da série sobre Bulbophyllum, compartilharei com vocês algumas dicas de cultivo. Abraços!

Camuflagem e as orquídeas – Bifrenaria aureofulva

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Fotografei há pouco minha Bifrenaria aureofulva e, ao “revelar” as fotos, notei uma coisa muito interessante: camuflagem!

Olhe atentamente a imagem. Se for necessário, clique na mesma que ela abrirá em um tamanho maior.

Bifrenaria aureofulva

Você, amigo deste blog, consegue achar o pulgão nesta flor?

E se eu disser que há vários ali?

A Mãe Natureza é fantástica, não?

Abraços!

O que devo observar ao comprar uma orquídea?

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Dendrochilum wenzelii

Se você está começando neste maravilhoso hobby, já deve ter se perguntando como comprar uma orquídea. Afinal, o que você deve observar ao comprar uma orquídea?

Muitos, ainda leigos no assunto, necessitam de ajudar ao comprar uma planta e, infelizmente, nem sempre quem está vendendo está apto a oferecer a melhor consultoria. Ou pior, muitos vendedores são inescrupulosos e não vendem orquídeas provenientes de orquidários idôneos e sim de coletas ilegais na natureza. Mas Luis, que mal tem comprar orquídeas assim? Este assunto eu já abordei em outros artigos, como o que falo sobre a ilegalidade e as consequências da coleta em nossas matas e também sobre as consequências que isso pode ter para suas plantas já estabelecidas.

Enfim, aqui vão algumas dicar úteis para observar se você estiver na frente de uma que quer realmente levar para casa:

A planta

Deve ser proporcional ao recipiente em que ela está plantada, ter raízes na mídia, estar limpa e sem manchas, túrgido e verde médio (verde meio amarelado) e, principalmente livre de pragas visíveis. Novamente, aconselho a ler sobre como identificar as orquídeas provenientes de coleta. Orquídeas provenientes de coleta fazem muito mal à mata e a sua coleção, pois normalmente trazem consigo doenças que podem se tornar incontroláveis.

As flores

Devem ser brilhantes e mantidas bem acima da folhagem através de um suporte bem resistente. Deve estar livre de manchas fúngicas e ainda ter alguns botões para abrir, pois isso indica que ainda é uma floração jovem e duradoura.

O vendedor

O local onde você compra suas plantas – considero aqui que você não está comprando em um supermercado – deve ser limpo e organizado. Orquidários profissionais permitem que você olhe a produção e ela deve estar imaculada. Orquidófilos comprometidos, além de mostrar sua produção, possuem conhecimento e gostam de partilhá-lo. Provavelmente ele será seu amigo neste hobby, portanto dê preferência àqueles que estão dispostos a ajudar sempre. Novamente, quem coleta dificilmente conhece aquilo que arranca do mato, ou seja, não poderá te ajudar e você poderá descartar facilmente.

O mais importante: nunca compre orquídeas sem identificação. É com ela que você poderá pesquisar e se aprofundar sobre seus cuidados.

Orquídeas do mato: o seu habitat natural

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Fiquei surpreso com algumas pessoas que comentaram que nunca tinham visto orquídeas no mato. Ok, isto não é problema algum. Antes de eu me interessar realmente pelas orquídeas elas passavam desapercebidas mesmo. Resolvi escrever um segundo post sobre este tema para mostrar um exemplo urbano, retirado hoje, ao lado de minha casa. Fora isto, vou escrever algumas palavras sobre algumas questões foram levantas no blog e no Facebook.

Antes de mais nada, vamos fazer uma incursão ao terreno ao lado de minha casa. O cenário é mais ou menos o seguinte: moro em Curitiba, perto da avenida de maior movimento da cidade. Entre nós está um pequeno córrego e um terreno com mata ainda nativa. Resumindo, é um pedaço de mata ao lado do maior fluxo de movimento automotivo da cidade. Aliás, agradeço a esta mata por estar aqui. Ela filtra quase todo ruído da avenida.

Vamos começar. Esta foto é do local. Na verdade, existem dois terrenos, um de cada lado da rua. Um grande, com quase 70 metros de frente, e este, com uns 15, que dá direto para o córrego. Vamos ver o que tem nele…

Local

Se vocês notarem, há uma planta no centro da foto, daquelas que usamos as folhas para brincar de espadas com os amigos quando crianças. Eis o que ela nos reserva:

Gomesa recurva

Gomesa recurva

Sim, Gomesas. Gomesa recurva, para ser preciso. Sempre depois da florada (final do ano), temos vários pontos com esta plantinha brotado. Outro exemplo? Este é no quintal de casa, em uma goiabeira:

Gomesa recurva

Entrando um pouco no mato, vemos as plantas mais antigas, provavelmente as mães destas pequenas mudas:

Gomesa recurva

Gomesa recurva

Gomesa recurva

Bacana, não?

E tem mais:

Eurystyles actinosophila

Eurystyles actinosophila

Campylocentrum aromaticum

Campylocentrum aromaticum

Campylocentrum aromaticum

Acianthera

Acianthera sp

Acianthera sonderana

Acianthera sonderana

Isto sem contar as outras que não achei… sei que ali tem uma muda de Barbosella, algumas Leptotes, Pleurobotryum… mas estas não achei para fotografar hoje. A mata está mais fechada e não rolou entrar muito (cobras, sabe como é).

Viram só, talvez prestando mais atenção todos nós podemos achar alguma coisinha bacana em meio ao mundaréu de concreto que vivemos. Imaginem só o que podemos achar nas matas nativas.

Agora atenção! O maior presente que podemos dar ao nosso planeta é preservar isto, não retirando nada do lugar, deixando a natureza fluir seu curso com o menor número possível de danos causados pelo homem. Acho que o maior barato disto é observar, fotografar, refletir. Existem muitos grupos de pessoas que apenas fotografam orquídeas, sabia? Por não poderem ter em casa, fotografam tudo que podem para ter uma lembrança. É só procurar, por exemplo, no Flickr.

Ok, após este momento de exposição, algumas questões que foram levantadas na discussão do post anterior e que valem um comentário:

Recolocação de plantas nas matas

Como disse no outro post sobre o assunto, é uma coisa que demanda cuidado. Repetindo minhas próprias palavras, a reintrodução de espécies exóticas (não nativas da região) pode causar sérios danos à flora local. Imaginem o cenário: você coloca em uma floresta um híbrido lindão. Nesta floresta existem Cattleyas ameaçadas de extinção. Seu híbrido começa a se desenvolver rapidamente, afinal, é um melhoramento genético das Cattleyas nativas. Talvez até daquela que está ali, ameaçada. Após alguns anos as duas espécies começam a competir por recursos e o híbrido é mais forte, se sobrepõe à espécie nativa. Pronto, fim da história, mais uma espécie extinta.

Sementes

Também vale o mesmo raciocínio que fiz no outro post. As orquídeas são plantas exigentes e especializadas e, consequentemente, sofrem com as interferências nas florestas primitivas. Elas possuem frutos em forma de cápsulas, capazes de armazenar, cada uma, até três milhões de sementes. As sementes não possuem reservas (endospermas) e só germinam ao encontrar ambiente propício. Assim, quando a cápsula explode, a matriz ‘aposta’ em muitas possibilidades, na expectativa de que pelo menos algumas caiam em um local ideal e uma nova planta germine. Vejam por exemplo os exemplos das Gomesas que coloquei acima. Se as sementes das Gomesas que tem ao lado de casa tivessem uma taxa de germinação levemente notável, as árvores aqui do lado teriam milhares de mudas. Não é o que acontece. Moro aqui há três anos e só vi até hoje estas pequenas que fotografei. Claro, há mais, mas não contem com uma população muito maior do que 10 ou 15 indivíduos.

Queimadas

Sim, perdemos muito com as queimadas. Uma pequena área queimada infelizmente elimina tudo da região. Mas também temos que lembrar que a natureza é sábia e, parafraseando Ian Malcolm no filme Jurassic Park, “a natureza sempre encontra um caminho“.

Orquídeas em troncos caídos

Aqui são dois pesos para a mesma moeda. Se o tronco estiver na mata, deixe a orquídea lá. Faz parte do ecossistema e da tal natureza. Ela sabe o que faz. Ali no chão ela estará encerrando seu ciclo, mas ainda poderá florir e semear a região. Já em troncos urbanos, em um lugar que não tem mais nada ao redor a não ser a selva de concreto, sinceramente não sei. Aqui em casa eu sei que posso deixar a orquídea no tronco caído, afinal, há a mata aqui do lado e o ciclo irá continuar. Mas se for, por exemplo, em uma casa onde não há muitas árvores, com muito movimento. Sinceramente, neste caso eu a pegaria para tratá-la melhor. Já é uma questão de dó e da pouca probabilidade da planta gerar descendentes. Mas, convenhamos, estes casos são quase nulos. Comigo só aconteceu uma vez, quando na casa de praia de um amigo ele resolveu tirar a única árvore de lá. Não tinha árvores por perto para amarrar novamente a orquídea. Trouxe para casa e ela está lindona aqui. Lá, iria ficar no tronco, seria recolhida pela prefeitura como lixo vegetal e iria acabar em um aterro soterrada.

Bom pessoal, se surgirem novos pontos sobre este tema, estarei postando novamente. Agradeço ao apoio de todos. O incentivo a este trabalho tem me dado muita energia para continuar!

Abraços!

Como cultivar orquídeas e tê-las sempre floridas

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Lamento informar, mas se você entrou aqui sob o pretexto de saber qual o milagre no cultivo de orquídeas para vê-las floridas o ano inteiro, você caiu no truque mais usado nas redes sociais nos últimos tempos: o clickbait – ou prática usada para atrair tráfego por meio de títulos atrativos e promessas impossíveis.

A boa notícia é que fiz isso por um bom motivo: conhecimento. Mais conhecimento para você! E para não deixar você sem uma resposta, no final do texto vou dizer de forma bem simples como cultivar suas orquídeas e tê-las sempre floridas.

Primeiro, é importante contextualizar o porquê de eu escrever este texto. O leitor deve entender minha motivação ao compartilhar minhas ideias a respeito deste assunto, pois poderá concordar ou não, podendo ser frustrante para alguns ao final do texto.

O ônus e o bônus das redes sociais

Há algum tempo tenho visto um movimento de divulgação nas redes sociais de livros, cursos, apostilas, lives, enfim, conteúdo e mais conteúdo prometendo coisas que, sinceramente, beiram o impossível. Não são poucas pessoas fazendo isso. Por exemplo, se você é um usuário de Instagram e curte imagens de orquídeas, já deve ter esbarrado e contas com nomes sugestivos que pegam imagens da internet (inclusive minhas) e postam oferecendo a famosa fórmula secreta para ter orquídeas sempre floridas.

O texto é sempre meio padrão, inclusive repetindo erros de português e até colocando plantas que nem orquídeas são, falando que todos que desejam ter orquídeas como a da foto floridas o ano todo (outro absurdo, aliás), deve clicar no famoso link azul e comprar o manual de cultivo deles. Sim, tudo se resume a tentar vender um manual que é um apanhado de textos e fotos retirados da internet e muitas vezes não tem nenhum embasamento científico naquilo que oferece.

Ele só consegue cumprir um objetivo: enganar você!

Vale ressaltar que isso vai muito além do Instagram, acontece no Facebook, no Pinterest, no Twitter, enfim, qualquer rede social que a pessoal mal intencionada tenha acesso.

Entenda: quem faz este tipo de coisa não está preocupado com o cultivo da sua orquídea. Estas pessoas desejam apenas enganar você, vendendo algo que, além de ter conteúdo pirateado, é falho, prometendo coisas impossíveis e induzindo muitos a errar ainda mais em seu cultivo. São pessoas da mesma laia daqueles que dizem vender sementes de orquídeas, que você pode ler sobre clicando aqui, ou aquelas que coletam orquídeas na natureza, que você pode ler sobre aqui neste post.

Mas aí você pode se perguntar:

Mas o conteúdo é tão ruim assim?

Alguns dos conteúdos fornecidos até apresentam algumas informações que tem embasamento, afinal, são copiados de locais de confiança. Entretanto, como a premissa é normalmente prometer que você irá ter orquídeas floridas o ano inteiro – ou que você nunca mais irá perder uma orquídea, ele se torna uma obra de ficção e não reflete a realidade daqueles que realmente se dedicam ao hobby.

Por que não reflete a realidade?

A família das orquídeas é extremamente complexa. A grande maioria das espécies floresce apenas uma vez ao ano, se as condições de seu ambiente forem favoráveis a isso. Mesmo as que florescem algumas vezes ao ano precisam que as condições sejam favoráveis a isso. Pois bem, aí entra uma variável muito importante que não é abordada em nenhum manual genérico de cultivo: as especificidades de cada espécie. E entenda, eu disse cada espécie, pois mesmo de um mesmo gênero podemos ter grandes diferenças entre as espécies.

Cada orquídea é única e tem necessidades específicas de luz, temperatura, substrato, ventilação e umidade. Generalizar isso em um texto, prometendo que irá funcionar para todas as orquídeas, é criminoso, pois certamente irá matar mais plantas do que um cultivo específico. Este é o motivo que prego aqui e em minhas redes sociais: conheça a orquídea que você cultiva!

Aí entra outro fator: a procedência da planta que você compra. Orquidários sérios cultivam a planta desde a semente (ou cortes de plantas mãe) e estas orquídeas estão adaptadas ao cultivo fora da natureza. Coisa que quem compra de quem coleta na natureza não tem, além de levar muitas doenças para o resto da coleção (leia mais aqui).

Sabendo a procedência e o nome da planta, você poderá pesquisar em livros e em sites confiáveis a melhor forma de cultivá-la. E como cada espécie tem suas necessidades específicas, dificilmente você irá errar, coisa que o método genérico apresentado pelo método dos aproveitadores da Internet é incapaz de fornecer.

Mas aí você pode se perguntar:

E o que posso fazer a respeito?

Simples: denuncie! Todas as redes permitem que você denuncie perfis que fazem este tipo de coisa e as contas são canceladas. É importante fazer isso para que as informações disponibilizadas nas redes sejam úteis para todos de nossa comunidade, sem enrolação e enganação!

Abraços!

Pragas e doenças – Lesmas e caracóis

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Ah, quem nunca viu uma lesminha brilhante devorando com vontade uma nova raiz ou pior, um botão floral?

Pois bem, cá estou eu com este problema em casa. E pior, em larga escala. Parece que em todo lugar que olho eu vejo um molusco chato detonando alguma planta minha. Ou seja, hora de agir.

Pesquisei muito sobre o que fazer em casos como este e a conclusão que cheguei é que tudo vai depender daquilo que você tem vontade ou tempo para fazer. No meu caso, devido a quantidade de plantas e ao tempo escasso que tenho para sair catando um por um, fui um pouco mais radical. Mas vamos com calma, vamos conhecer primeiro os causadores do problema.

Lesminha feliz em uma folha de Cattleya

Lesma

As lesmas são moluscos gastrópodes da sub-ordem Stylommatophora, que andam sobre o abdômen e que possuem respiração cutânea. Distinguem-se dos restantes gastrópodes, em particular dos caracóis, pela inexistência de concha externa proeminente. O corpo das lesmas é constituído por manto, pé e cabeça com um par de tentáculos ópticos e um par de tentáculos sensoriais, ambos retrácteis. São bastante sensíveis à desidratação e algumas também são sensíveis à luz. As lesmas são seres hermafroditas. Caracterizam-se pelo fato de que, durante o seu desenvolvimento, a massa visceral sofre uma torção de 180 graus (característica dos moluscos gastrópodes), enrolando-se sobre si mesma. Assim, adotam a forma espiral tão característica da concha dos caracóis.

Caracol

Caracóis são os moluscos gastrópodes terrestres de concha espiralada calcária, pertencentes à subordem Stylommatophora, que também inclui as lesmas. São animais com ampla distribuição ambiental e geográfica. Respiram através de um pulmão. As diversas espécies de caracóis se distinguem especialmente pela concha que é, na verdade, o esqueleto externo do animal. Essa concha é feita de calcário, e pesa pouco mais de um terço do peso total. Os caracóis não tem audição e utilizam especialmente os sentidos do tato e do olfato que se situam em todo o corpo mas principalmente nas antenas menores já que pouco enxergam com os olhos situados nas pontas das antenas maiores. Ao lado da boca fica o aparelho genital e a entrada e saída do ar dos pulmões, o pneumóstoma, que fica embaixo da concha.

É muito comum a confusão entre caramujo e caracol. Na verdade, são animais cuja aparência é muito próxima, mas bem diferentes. O caramujo é um animal aquático e respira por brânquias, enquanto o caracol é um animal terrestre e dotado de um pulmão.

Como combater

Estes animais possuem hábitos noturnos e gostam de ambientes abafados e úmidos. Por serem noturno, temos muita dificuldade para localizá-los. Durante os períodos de incidência de luz, eles costumam se esconder no substrato ou em cantos próximos ao orquidário. Apesar de lentas, fazem um estrago considerável pois são raspadores e se alimentam de raízes, folhas e caule das orquídeas. Tenho observado que o principal dano causado por estes animais é nas raízes. Infelizmente, só percebemos quando a planta já está desidratando e definhando. Neste momento é comum olharmos o vaso com mais atenção e aí notar estes animais no substrato.

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Algumas raízes devoradas

Se você tem dúvidas se estes animais estão presentes em seu orquidário, basta olhar se há algum tipo de raspagem ou parte de folha ou raízes comidas. Outra forma é verificar se o famoso rastro brilhante está presente no ambiente, indicando que alguma lesma passou por ali deixando parte de seu muco.

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Resultado de apenas uma noite de trabalho das esfomeadas

Muitos são os métodos utilizados para controle destas pragas. Alguns preferem algo 100% natural, outros já preferem métodos químicos. Eu estou testando um moluscicida pois sinceramente não tenho mais como fazer coleta manual.

Ambiente

Dentre as muitas formas de evitar o aparecimento de lesmas é ter um orquidário arejado e protegido. Plantas penduradas, bancadas bem arejadas e com pilares protegidos (com sal, por exemplo), chão de cimento ou com uma cobertura plástica entre a terra e a brita são opções que podem dificultar o aparecimento de infestações. Aliás, o chão do orquidário deve estar limpo, sem mato, afinal, ervas daninhas são hospedeiras intermediárias destas e outras pragas. Entretanto, acredito que o principal aqui é o ambiente arejado, afinal, uma ventilação adequada controla o excesso de umidade, evitando a proliferação destes animais. Por isto, nada de vasos amontoados, ok?

Esta seria a primeira linha de defesa contra estes animais, visto que eles se reproduzem com grande facilidade em meios ricos em matéria orgânica (chão úmido, substratos, etc) por serem hermafroditas (bissexuados) e passam diretamente dos ovos para a fase adulta.

Tenho o problema?

Pode ser que você veja alguns sinais característicos de lesmas em suas orquídeas, como raízes e folhas raspadas. Afinal, como ter certeza se há algum tipo de infestação de lesmas em seu orquidário? Faça armadilhas para elas!

Início da refeição - felizmente evitada
Início da refeição – felizmente evitada

Existem várias formas de preparar armadilhas para estes animais:

  • usando chuchu;
  • estopa umedecida;
  • estopa com cerveja;
  • estopa com uma mistura de uma parte de leite integral para quarto partes de água;
  • bandejas de isopor com cavidades para baixo.

A vantagem de atraí-las é que você poderá realizar a coleta manual, controlando a população de lesmas.

Coleta manual

Alguns dizem que este é o melhor método. Eu prefiro dizer que é o mais natural, pois dependendo do tamanho da sua coleção e do tamanho da infestação, a coleta manual pode ser um trabalho quase impossível. Além das armadilhas descritas acima, uma alternativa ao tedioso método de coleta manual é mergulhar o vaso em um balde com solução de calda de fumo. Desta forma as lemas irão à superfície, sendo facilmente coletados.

Para preparamos esta calda, eis os ingredientes:

  • 100 gramas de fumo de corda;
  • 1 litro de água;
  • uma colher de sabão em coco (pó).

Pique o fumo, junte com os outros ingredientes e ferva. Depois é só coar em um pano fino e diluir em 10 litros de água.

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Mergulhando na solução para coleta manual

Depois de coletados, uma forma eficiente de eliminá-los é colocá-los em uma vasilha com uma solução saturada de sal.

Métodos químicos

Aqui a coisa fica um pouco mais séria. Se você realmente tem uma infestação que se faz impossível de ser controlada (ou coletada manualmente), você pode recorrer aos artifícios químicos comumente conhecidos como iscas ou moluscicidas.

Moluscicidas são pesticidas usados no controle de moluscos, como as lesmas e caracóis. Essas substâncias geralmente incluem metaldeído, metiocarbe e sulfato de alumínio, e devem ser usadas com cautela para não causar danos a outros seres que não são alvo de sua aplicação. A maioria dos moluscicidas não são usados na jardinagem e agricultura orgânica pois são proibidos, mas há exceções, como o fosfato férrico.

O fosfato férrico é substância ativa autorizada para agricultura orgânica pelo Ministério da Agricultura e está presente no lesmicida Ferramol Organic, importado da Alemanha. É um produto de venda livre, registrado na ANVISA. O produto age interrompendo a alimentação das pragas que se recolhem em suas tocas e morrem dentro de 2 a 6 dias. Depois de aplicado, o Ferramol tem durabilidade durante vários dias mesmo na ocorrência de chuva, pois apresenta ótima resistência contra umidade. Os grânulos que não forem consumidos serão decompostos, servindo como adubo natural para as plantas.

Outro bastante utilizado é o Metarex. Pertencente à família química de aldeídos, é um tétramere de acetaldeído. O metaldeído presente no lesmicida Metarex SP atua principalmente pela ingestão por destruir as células responsáveis pela produção de muco. Ele é irreversível, provocando uma destruição total do sistema de membrana, a fragmentação dos vacúolos, a destruição das mitocôndrias e do núcleo celular. Por sua natureza tóxica, você deverá ter atenção especial se possuir animais que frequentam o mesmo ambiente das orquídeas. Nestes casos é mais seguro não espalhar as iscas pelo chão do orquidário, apenas nos vasos.

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Um dos meus Meterex perdidos por aí

Por fim, existem alguns inseticidas organofosforados como o Malathion também são eficientes em aplicação total no orquidário, mas devem ser evitados ao máximo pela sua alta toxidez ao meio ambiente e aos mamíferos em geral, incluindo nós mesmo.

Plantas moluscicidas

Em minhas pesquisas para a confecção deste artigo me deparei com um artigo muito interessante, dos autores Joana D’Arc Ximenes Alcanfor, Pedro H. Ferri, Suzana C. Santos e José Clecildo B. Bezerra, na Universidade Federal de Goiás.

Resumidamente, o artigo trata de plantas moluscicidas para o controle de caramujos transmissores de doenças, enfatizando na ação química de taninos. Ali você poderá ler sobre algumas plantas que possuem este efeito e, quem sabe, utilizá-las de alguma forma em seu ambiente. Não vou discorrer muito sobre o artigo pois acho que ele vale a leitura como um todo.

Eis o link: Plantas moluscicidas no controle dos caramujos (…), com ênfase na ação de taninos

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Resultado de um ataque de lesmas

Referências

  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br
  • bworquideas.blogspot.com.br
  • revistas.ufg.br

O nascer de uma orquídea

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Sei que muitos amigos que acessam este site ainda não tiveram a experiência de ver como uma orquídea nasce e se desenvolve. Aquilo que vemos nas prateleiras das lojas é o resultado de um longo processo, que normalmente começa anos antes.

Uma simples Cattleya híbrida, tão comum nos pontos de venda, leva cerca de cinco anos para chegar à sua primeira floração e, logicamente, ser exposta para venda.

Talvez em função de não conhecer isto, muitas vezes as pessoas não entendem porque determinadas plantas são tão caras e aí acontece o erro, quando optam por comprar plantas de origem ilegal ou duvidosa.

Bom, o objetivo deste post não é falar sobre a ilegalidade na compra de espécies nativas coletas em nossas matas. Para tal, aconselho a leitura deste artigo (clique aqui). As consequências da coleta ilegal podem ser vistas neste artigo (clique aqui). Por fim, caso você queira evitar este tipo de comércio, saiba como identificar uma orquídea proveniente de nossas matas lendo este artigo (clique aqui).

Hoje, o objetivo é ser breve e mostrar a simplicidade e a beleza de algo que é incomum em nossas casas: a germinação de uma orquídea ao natural. Talvez você até tenha visto aqueles frascos com inúmeras mudas de orquídeas, hoje muito vendidos em grupos espalhados pelo Facebook, mas já viu uma germinando espontaneamente em, por exemplo, algum vaso em sua casa? Se não, veja a foto abaixo:

Germinação in natura
Germinação in natura

A beleza deste momento fica mais intensa se considerarmos que as sementes das orquídeas são muito pequenas e desprovidas de qualquer reserva nutritiva na natureza. Assim, para germinarem, dependem da associação de fungos micorrízicos, sendo que para cada grupo de orquídeas as espécie do fungo varia. E o resultado é este:

orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (1)
Detalhe para a nova raiz, timidamente saindo da base.
orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (8)
Esta está um pouco maior, aproveitando bem a madeira velha
orquideas.eco.br - germinando uma orquídea (3)
Outro ângulo da anterior.

Quem dera fosse mais fácil germinar estas maravilhas. Em tempo: não se deixe enganar pelas sementes vendidas por aí. Elas não são o que parecem. Clique aqui e leia o artigo onde mostro estas falcatruas e instrua seus amigos para que ninguém mais caia neste tipo de golpe.

Referência

  • Orquídeas Sem Mistério

Abraços!

Orquídeas nas redes sociais

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Orquídeas nas redes sociais

Orquídeas nas redes sociais? Afinal, qual a relevância disso?

Pois bem, como muitos de vocês sabem, estou presente em redes como Facebook, Instagram, Pinterest e Twitter. Não sou muito de publicar coisas além de fotos de minhas plantas, mas sempre estou de olho nas descobertas, nas dúvidas e nas conversas em geral. Tenho notado algumas coisas positivas, como o maior interesse em saber a identificação de plantas e como cuidar corretamente delas. Mas, infelizmente, tenho notado coisas que ainda me incomodam bastante, os quais explico melhor abaixo.

Plantas nativas

Apesar daqueles que realmente se preocupam com as orquídeas e sua preservação enfatizarem sempre os danos e os perigos da coleta ilegal de plantas em nossas matas, sempre vejo nos grupos, principalmente do Facebook, pessoas pedindo identificação de plantas provenientes da natureza.
Mas Luis, qual o problema de pegar uma plantinha de uma árvore? Bom, há vários problemas nesta atitude. Já escrevi bastante sobre isso, principalmente como você pode ser enquadrado criminalmente ou como você pode destruir sua coleção introduzindo espécies nativas em seu orquidário, portanto não vou me alongar muito no assunto. Porém, vamos simplificar, fazendo com que você pense sem ser uma pessoa egoísta e com um exemplo simples: considere um ecossistema não muito grande, pois já foi largamente devastado pelos humanos. Aquele restinho de ecossistema cria uma dependência de uma cadeia alimentar que começa justamente em uma espécie (ou até espécies, como queira) de orquídea. Um único inseto poliniza essa flor. Este inseto é o principal alimento de animais de pequeno porte que, por sua vez, alimentam os maiores. Ao eliminar a orquídea deste ambiente, o inseto não tem mais seu alimento exclusivo, migrando ou perecendo. Animais menores sofrem escassez de alimento e diminuem sua população, afetando os maiores que, por precisarem de mais alimentos, perecem e desaparecem.

Triste? Quer um exemplo mais atual? Pense no que está acontecendo com as abelhas.

Portanto, a não ser em casos extremos e controlados, deixe a orquídea onde ela está. Ela faz parte do ecossistema e sempre encontra uma forma de sobreviver. Em casa, ou a matamos, ou matamos nossas outras orquídeas (sim, pois plantas da natureza trazem pragas e doenças), ou simplesmente ficamos sem nada em nosso orquidário.

Se quiser ler mais sobre o assunto, recomendo os seguintes artigos:

Aproveitadores

Sim, o que a Internet tem de bom tem de ruim também, principalmente nas redes sociais. Já falei aqui sobre o famoso caso das pessoas que vendem sementes no Mercado Livre. Pior, há aqueles que ainda tentam vender a famosa Cattleya com cara de papagaio.

Agora tenho notado outra leva de aproveitadores, aqueles que tentam vender cursos e apostilas sobre como cuidar e ter orquídeas lindas e blá blá blá. Nada contra informação, pois acredito que só com conhecimento e educação podemos chegar a algum lugar, evoluir. O problema é como isso é feito: esses aproveitadores pegam material de outras pessoas, como textos e fotos, colocam em um documento e vendem como se fosse algo deles!

Instagram

Se entre suas redes sociais você tem Instagram (tem no Facebook também), já deve ter presenciado algum perfil que contenha as palavras “como cuidar de orquídeas” ou algo assim. Não é difícil ver que o conteúdo é enganoso, pois há fotos de plantas que não são de orquídeas, há muitos erros grotescos de português (escrevem orquídeas de várias formas), há fotos descaradamente roubadas de outras pessoas, enfim, tudo é feito para que você clique no tal link azul (como a maioria chama) e ser ludibriado a comprar um material que nada mais é do que um compilado de informações que estão disponíveis gratuitamente na Internet.

Tome cuidado. Procure sempre mais e mais informação mas não caia na tentação de pagar por algo que, de certa forma, é ilegal. Pesquise a fundo para saber a procedência e, caso queira pagar por conteúdos, prefira os bons e velhos livros. O orquidofilia possui uma vasta biblioteca de livros nacionais e importados que podem ajudar muito o aperfeiçoamento de seu cultivo.

Se quiser ler mais sobre alguns tipo de enganações que tem pela Internet, recomendo os seguintes artigos:

Sejam conscientes, a Natureza agradece. Seja cuidadoso, seu bolso agradece.

Abraços

Redes Sociais

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