Sementes de orquídeas? Mas todos pensamos sempre nas flores quando pensamos em orquídeas, certo?
Errado.
Comercialmente, muitos pensam naquilo que vem depois das flores, ou seja, os frutos. Neste caso, cápsulas que contém centenas de sementes microscópicas, prontas para serem levadas pelo vento e iniciarem a aventura da vida.
Há uma questão muito forte de hibridização também, afinal, é gerando estas sementes depois de uma mistureba de espécies que temos híbridos tão belos.
Enfim, é a continuação da vida, de uma forma ou de outra. Aliás, nem sempre significa que planta está bem, pode significar seu último suspiro, tentando a sobrevivência… mais escreverei mais depois que acertar tudo no novo blog. Estou preparando um artigo bacana sobre sementes e agentes polinizadores. Aliás, no próximo post vou colocar uns vídeos dos meus.
Então você está querendo entrar no mundo da orquidofilia e ter uma vasta e bela coleção de plantas. Bom, então me permita opinar um pouco, pois vou dar umas dicas e uns pitacos baseados naquilo que aprendi ao longo dos anos. Não que eu, Luis, seja o dono da verdade. Pelo contrário, cometo erros todos os dias. Porém aprendi muita coisa, e isto pode ajudar muito quem está começando.
Para começar, antes de mais nada, seja humilde. Entenda suas limitações e busque aprimoramento. O estudo é essencial para você ter mais do que apenas olhos-de-boneca em uma árvore em casa.
Infelizmente, grande parte das pessoas que resolvem virar orquidófilas da noite para o dia compram absolutamente tudo que aparece pela frente, sem mensurar se devem ou podem ter determinada espécie. “Ah, mas eu posso ter o que eu quiser!“, você poderá dizer. Sim, o livre arbítrio existe, mas use-o com sabedoria. Vou explicar o porquê.
Livros
Comprar uma orquídea e depois encher a Internet com perguntas questionando o porquê que sua orquídea está morrendo não é o caminho. Primeiro, as espécies de orquídeas não são iguais e por isto não tem as mesmas necessidades. A relação disto é muito grande com a questão climática. O clima da região onde você mora influencia diretamente nas espécies que você poderá cultivar com menos esforço. Algumas espécies de orquídeas que gostam de um clima quente e seco não se desenvolverão em climas mais amenos e úmidos e vice versa. Fora isto, existem outras variáveis neste quebra-cabeça, como a forma de plantio, iluminação, aeração, umidade, substrato, vaso, enfim, uma série de coisas que fariam os mais preguiçosos desistirem logo de cara.
Conhecer a planta que que você adquiriu é o primeiro passo para o sucesso do seu cultivo. A melhor forma de fazer isto é, ao meu ver, com um bom embasamento teórico. Para isto, existem livros interessantíssimos disponíveis no mercado nacional que podem suprir suas necessidades de conhecimento para que, a curto prazo, nunca mais você pergunte porque, por exemplo, não se deve plantar uma Cattleya na terra. Sendo assim, minha primeira e valiosa dica é:
DICA 1: leia (e se possível compre) bons livros sobre orquidofilia.
Posso ajudar um pouco com esta lista, pois alguns dos livros que estão em minha estante são considerados indispensáveis para um orquidófilo que busca conhecimento. Os livros são muito mais do que apenas um catálogo de fotos de orquídeas. A maioria também traz uma bagagem interessante sobre como cultivar e como tratar possíveis problemas, como as doenças mais comuns. Eis minha lista para qualquer iniciante:
Considerando que você deu uma boa lida em alguns dos livros acima, você deve estar pensando: “Ok, mãos à obra! Vou ali comprar umas plantinhas!”. Espere! Não se precipite tanto. Onde você vai colocar estas orquídeas? Sobre a máquina de lavar? Penduradas na área de serviço? Não são lugares muito adequados, não é? Aí temos outra questão importante: onde manter a coleção de forma a tentar sanar todas as necessidades das orquídeas?
O principal divisor de águas é se você possui espaço ou não. Como as formas de cultivo podem ser variadas, você pode adaptar seu cantinho de orquídeas da melhor forma possível, então não se preocupe se você mora em um apartamento pequeno ou uma imensa chácara, pois existirão formas de fazer seu espaço render. Claro que, se você mora em um pequeno apartamento, você deverá ser mais seletivo naquilo que irá cultivar. Entretanto, há uma vantagem nisto, você poderá dar uma intenção maior para cada planta e acabará entendendo muito mais sobre determinadas características sobre suas plantas. Sendo assim, minha segunda dica é:
DICA 2: escolha com sabedoria o local que você irá manter suas orquídeas.
A análise é válida para ambos os casos, se você tem ou não muito espaço disponível. Se você mora em um local pequeno, sem quintal, ainda sim poderá escolher um cantinho em algum cômodo da casa para cultivar suas plantinhas, ou a varanda se você morar em um apartamento. É importante que este local tenha algum tipo de iluminação e aeração. Sim, sei que neste caso você não poderá ter muitas plantas, mas mesmo assim irá usufruir deste hobby. Conheço algumas pessoas que cultivam em apartamentos com muito sucesso. Aliás, para você ter ideia, muitas pessoas cultivam orquídeas em países mais frios utilizam vivários para tal. O resultado é este da foto abaixo:
Neste caso, a pessoa pode ter orquídeas tropicais mesmo vivendo em lugares mais ermos, onde a neve predomina. Ou seja, tudo é possível. Mas, novamente, o conhecimento é necessário para que você possa ter sucesso em sua empreitada.
Por outro lado, se você tem espaço e está pensando em construir um orquidário de verdade para manter suas plantas, eu posso usar o meu exemplo como base para que você possa pensar melhor como fazer isto. Veja a sequência de fotos abaixo:
Primeira versão do meu orquidário – só o sombrite
Primeira reforma – estrutura e madeira como sombreamento, além de nivelamento do terreno
Onde minhas plantas ficavam durante as reformas…Tirei as toras, coloquei sombrite novamente e fiz a irrigação automáticaPor fim, a última reforma.Coleta da água da chuvaOrquidário por dentroE a frente, como ficou
Esta é uma pequena ideia da linha do tempo de tudo que fiz no orquidário aqui em minha casa. Esta mudança de visual e de conceitos aconteceu nos últimos cinco anos, fruto de estudo e muitos, mas muitos erros e poucos acertos. O que me leva a lembrá-lo que você também irá errar e isto é bom. Com os erros você irá aprender e evoluir e isto o tornará um orquidófilo cada vez melhor.
No meu caso, eu pequei muito no início porque não segui minha dica 1, ou seja, não busquei o conhecimento necessário para começar efetivamente a levar a sério o hobby. O que tenho hoje vai contra muitos dos orquidários amadores que eu vejo por aí mas, acredite, tem funcionando muito bem, fruto de alguns conceitos e do aprendizado que tive ao longo do tempo com os outros modelos de orquidários que tive. Pela primeira vez em anos não tenho mais plantas doentes, consigo controlar completamente a irrigação de minhas plantas (a importância disto? clique aqui e descubra) e o ambiente é muito mais limpo, o que se mostrou muito eficiente no cultivo.
Em um mundo cada vez mais conectado, é impossível não relacionar tudo que fazemos com as mídias digitais. A maioria esmagadora da população que tem acesso à um computador e, principalmente à um celular, consome vorazmente informações provenientes da Internet. As fontes são muitas, mas atualmente residem nas redes sociais. Sites como este e fóruns em geral perderam um pouco o apelo de outrora, sendo ultrapassados pelas tecnologias cada vez mais móveis. Hoje você tem tudo em seu celular e com isto torna-se muito dependente do mundo digital. Experimente um dia sem acessar o Facebook, o Twitter, o Instagram, enfim, seu e-mail. Difícil não?
Mas isto não é ruim. A grande conectividade que temos hoje permite coisas que até alguns anos atrás eram inimagináveis. Você consegue visitar um museu sem sair de casa ou ver uma orquídea rara da Indonésia sem precisar esperar meses por uma publicação especializada. Mas é aí que mora o perigo.
O grande volume de informações faz com que elas não sejam tão confiáveis. Não é difícil: experimente digitar o nome de uma orquídea no Google e clicar em imagens. Certamente aparecerão, além da planta correta, inúmeras orquídeas erradas. Acredito que um dos grandes malefícios desta nossa nova forma de interagir com o mundo é que qualquer um é uma fonte de informação, seja esta correta ou não. Aí temos a terceira dica de hoje:
DICA 3: pesquise suas dúvidas na Internet, mas tenha em mente que nem tudo é o que parece. Procure fontes de informação confiáveis!
Por pior que possa parecer, ainda pode piorar! Além da Internet fornecer informações erradas “meio sem querer”, ainda existem aqueles que se aproveitam da ingenuidade das pessoas para ganhar dinheiro. Conheço casos clássicos de vendedores de plantas no Facebook que nunca entregaram plantas. Outros, vendem plantas coletadas de nossas matas (isso é errado sim, clique aqui e saiba mais). Mas, para mim, nada supera a baixaria que alguns vendedores cometem ao vender sementes de orquídeas em sites como o Mercado Livre. Nem vou falar muito sobre este assunto, já escrevi um post inteiro sobre isto (clique aqui e leia mais sobre os pilantras da Internet) e todos os dias vejo pessoas sendo enganadas por estes salafrários. Neste ponto temos a quarta dica:
DICA 4: tenha certeza do que está comprando. Procure fornecedores confiáveis!
Infelizmente o mundo está repleto de pessoas inescrupulosas. Apenas tome cuidado para não caiu em golpes. Sempre procure informações e referências das pessoas com as quais estiver negociando. Nunca deposite na conta da pessoa, sempre opte por utilizar um meio de pagamento intermediário, como Mercado Pago ou PayPal. Mesmo que você pague um pouco a mais, você sempre estará seguro e respaldado pela empresa.
Revistas
Infelizmente o atual momento das revistas sobre orquidofilia aqui no Brasil não é muito legal. Muitas revistas estão deixando de circular e outras tantas não tem muita qualidade para oferecer um conteúdo aceitável aos seus leitores. Por este motivo, não vou escrever muito sobre o assunto, mas você pode conferir mais no meu post sobre as revistas sobre orquidofilia no Brasil clicando aqui. A dica é:
Dica 5: Fique sempre de olho em revistas sobre o tema.
Por mais que não tenham a mesma qualidade de um livro, elas possuem o dinamismo que o livro não tem, normalmente carregando informações mais atuais e matérias interessantes sobre cultivo, habitats e exposições. No momento, recomendo fortemente a revista da AOSP. Clique aqui para conhecê-la.
Círculo de amizades
Considero que um hobby não é completo se não podermos compartilhar nossas alegrias, frustrações e dúvidas com outras pessoas de mesmo interesse. Ao longo dos anos fiz muitos amigos ligados à orquidofilia, que conheci nos mais diversos lugares: exposições, feiras, palestras, lojas, internet e por aí vai. A grande vantagem de vivermos em uma época digital é a facilidade que temos para achar pessoas que até então eram inacessíveis. Por exemplo, não é incomum conversarmos com grandes referências do meio orquidófilo através do Facebook e marcar um encontro em alguma exposição para trocar uma ideia pessoalmente. As pessoas se tornaram mais acessíveis neste era digital e as de nosso hobby, pelo menos em sua maioria, não são mesquinhas e adoram trocar experiências.
DICA 6: Cultive amizades além das orquídeas.
As amizades só ajudam nosso crescimento. Além de conhecimento, amigos verdadeiros trocam mudas de plantas e sempre estão disponíveis a ajudar se precisarmos de algo. Portanto, cultive amizades!
Associações
Associações são bons lugares para você conhecer pessoas ligadas ao meio orquidófilo. As associações realizam reuniões, normalmente semanais, onde os frequentadores compartilham informações, mostram as orquídeas floridas do momento, promovem palestras sobre cultivo, enfim, uma série de atividades que inserem você no mundo da orquidofilia mais facilmente.
Claro que nem tudo são flores. Em muitas associações existem pessoas ligadas ao comércio e/ou alguns dos membros não sabem lidar com pessoas, muitas vezes por se acharem melhor do que os outros. Isto acaba causando desavenças. Por isto, minha dica é:
DICA 7: Visite a associação orquidófila de sua região e analise se aquele ambiente e as pessoas que ali frequentam são benéficas à você e ao seu hobby.
Aconteceu comigo, pode acontecer com você: não frequento a associação de minha região porque alguns dos responsáveis pelo local foram desrespeitosos e desonestos comigo, então acabei optando por evitar este tipo de conflito em minha vida. Claro que este é um caso específico, pois conheço associações muito bacanas (que infelizmente não são muito próximas daqui).
Orquidários
Normalmente, os comerciantes locais são um bom termômetro de quão desenvolvido é o hobby em sua região. Se a variedade de plantas dos orquidários locais for significativamente alta, você está com sorte, pois sua coleção conseguirá prosperar para além do que chamamos de “orquídeas de mercado”, como os híbridos de Cattleya, Phalenopss e alguns Oncidium.
Eu, por exemplo, por gostar de algumas espécies da região do Equador (algumas espécies Dracula e Pleurothallis), converso muito com o pessoal aqui de Curitiba, mas também de outras regiões do Brasil. Apenas alguns orquidários conseguem importar este tipo de planta, portanto tenho que ficar antenado sempre que uma aparece disponível. O resultado de amizades assim é poder ter em sua coleção algumas das plantas abaixo:
DICA 8: conheça as pessoas dos orquidários de sua região e dos melhores orquidários online.
Estas pessoas irão te ajudar com sua coleção e também são uma importante fonte de informações e dicas de cultivo. Eu converso periodicamente com os mais próximos, visitando seus orquidários ou até, de vez em quando, recebendo-os em minha casa – o que é divertido, pois os mais dedicados já saem colocando nomes nas minhas plantas sem nome ou replantando aquelas que precisam.
Enfim, você certamente irá aprender bastante. Além do aprendizado, você terá acesso à plantas diferentes e muitas vezes receberá bons presentes deles.
Exposições
Por fim, as exposições. Adoro ir às exposições porque é outra excelente oportunidade de conversar com orquidófilos e comerciantes de outras localidades. Além disto, é uma boa fonte de produtos e plantas diferentes que, apesar do preço um pouco mais elevado, compensam por sua raridade no mercado. As maiores ainda oferecem cursos e sorteiam plantas e insumos. Por fim, é uma terapia visual que vale muito, nem que seja só para apreciar a beleza das flores ali expostas.
DICA 9: visite as exposições de sua região.
E, se possível, visite as maiores exposições do Brasil, como a de Rio Claro, Rio de Janeiro, São Paulo e a grandiosa Festa das Flores de Joinville.
Conclusão
Com estas dicas você certamente irá crescer no hobby sem muitos problemas e terá uma bela coleção de orquídeas em casa. Mas lembre sempre da minha dica número 10, a mais importante:
DICA 10: Seja humilde. Não sabemos tudo, a vida é um constante aprendizado.
Antes de começar, vale ressaltar que não sou santo em relação a isto. Bom, esta é a minha história…
Quando comecei a levar mais a sério o hobby, me deslumbrei com a possibilidade de coletar plantas nas matas e achar que com isto minha coleção iria ter várias espécies fantásticas, diferentes, raras, etc, etc e etc.
Ledo engano.
Com o tempo, percebi que plantas retiradas do mato são mais suscetíveis às doenças. São mais fracas, podendo perecer rapidamente. De raras e diferentes, descobri que na verdade são as mais comuns (claro, meio óbvio se pensarmos bem).
O pior não é isto. Com as orquídeas coletadas, toda minha coleção ficou vulnerável às doenças trazidas da mata. Afinal, meu ambiente controlado não combina com a variedade quase infinita de coisas que podem estar em uma simples mudinha coletada.
Não perdi minhas plantas, mas perdi várias coletadas. Compreendi que o que eu estava fazendo estava errado. E comecei a pesquisar sobre o assunto. São muitas as discussões sobre o extrativismo ilegal de nossas florestas. Existem muitos pontos a serem considerados dos dois lados desta moeda. Informação e educação são o melhor remédio.
Depois de algumas conversas no Facebook, decidi escrever aqui sobre o assunto. Leia com atenção e tire suas conclusões, comente, debata. É disto que precisamos.
Legislação
De acordo com a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, referenciada ao final deste artigo, extrair e comercializar espécies da nossa flora é crime, com pena e multa.
Existem alguns artigos nesta lei que gostaria de comentar – seção II – Crimes contra a flora.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais (…) produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, (…), e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda (…) produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Resumidamente, este artigo implica na ilegalidade do ato de comercializar produtos de origem vegetal (sim, orquídeas são produtos de origem vegetal) sem a devida licença. Ponto de atenção ao fato que o transporte e o armazenamento também é crime.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
Precisa dizer algo? Ah, segundo o artigo 53 a pena aumenta se a planta for ameaçada.
Esta lei é muito interessante, deve ser lida por completo. Reclamamos muito de nossos políticos, o mínimo que podemos fazer é ler o que eles levam anos para votar, justamente para saber se corresponde àquilo que esperamos deles.
Na na ni na não!
Além de ser crime, acredito haver uma questão ideológica quanto ao fato de não retirarmos espécies nativas de uma floresta. Talvez até um sentimento de culpa meio disfarçado. O fato é que o ato de retirar uma planta, ou um pedaço dela, de um lugar, pode ocasionar uma série de “problemas” nos vários elos desta corrente.
Primeiramente, se todos nós retirássemos plantas da natureza, este extrativismo em massa resultaria na extinção das orquídeas. “Ah, Luis, que exagero!“. Vocês já assistiram o filme Bee Movie? É muito parecido com o que acontece nele. Vamos analisar desta forma:
Você retira em massa uma espécie de uma determinada região de floresta, com um ecossistema muito específico (o que não é difícil). Esta planta, por exemplo, realiza simbiose com algum animal que vive na região. Logo, este animal fica “órfão” de seu par simbiótico e parte para outra região. Outras plantas, que dependiam deste animal para sobreviver (alimentação ou reprodução), passam a definhar e morrer. E o ciclo continua, como um dominó. Varias espécies interdependentes acabam sofrendo por uma ação que, a princípio, parecia inofensiva.
Você seria capaz de dormir sabendo que um ecossistema inteiro entrou em colapso porque você foi egoísta?
A orquidofilia está intimamente associada à causa ecológica e todo cultivador de orquídeas deve ser, acima de tudo, um defensor do meio ambiente.
www.orquidofilos.com
Mas você foi egoísta e retirou aquela Pleuro-sabe-se-lá-o-que da mata e levou todo feliz e pimpão para casa. Afinal, era só uma mudinha, a planta continua lá.
Vamos aos fatos. Plantas nativas estão em condições completamente diferentes das nossas, enclausuradas em casa. Enquanto as nossas são bem tratadas, limpas e livres de pragas (pelo menos deveriam ser), as plantas nativas estão infestadas de fungos, bactérias, líquens, enfim, pragas em geral. Quando você corta uma muda na natureza 1) o restante da planta que permanece em seu habitat fica com uma porta escancarada para as pragas citadas acima e, consequentemente, doenças e 2) você leva todas estas pragas (estou repetitivo hoje) para casa, para infestar sua linda coleção de híbridos que nunca viram uma doença. Resultado, a planta que ficou, a muda que você trouxe e as que você já tinha em casa podem contrair doenças e morrer.
“Ah Luis, mas lá tem um monte! Uma não vai fazer falta” – saiba que a coleta de orquídeas
selvagens nas matas é uma das principais ameaças de extinção de várias espécies, ao lado da perda derivada de desmatamentos.
“Ah Luis, mas uma planta é capaz de dar milhares de sementes! Uma não vai fazer falta” – as orquídeas são plantas exigentes e especializadas e, consequentemente, sofrem com as interferências nas florestas primitivas. Elas possuem frutos em forma de cápsulas, capazes de armazenar, cada uma, até três milhões de sementes. As sementes não possuem reservas (endospermas) e só germinam ao encontrar ambiente propício. Assim, quando a cápsula explode, a matriz ‘aposta’ em muitas possibilidades, na expectativa de que pelo menos algumas caiam em um local ideal e uma nova planta germine.
“Ah Luis, mas depois eu volto lá e coloco um monte de plantas no lugar! Uma não vai fazer falta” – grande perigo! A reintrodução de espécies exóticas (não nativas da região) pode causar sérios danos à flora local. Imaginem o cenário: você coloca em uma floresta um híbrido lindão. Nesta floresta existem Cattleyas ameaçadas de extinção. Seu híbrido começa a se desenvolver rapidamente, afinal, é um melhoramento genético das Cattleyas nativas. Talvez até daquela que está ali, ameaçada. Após alguns anos as duas espécies começam a competir por recursos e o híbrido é mais forte, se sobrepõe à espécie nativa. Pronto, fim da história, mais uma espécie extinta.
Exemplo? Procure no Wikipedia sobre o mexilhão-dourado, caramujo-gigante-africano, o coral-sol (suncoral), entre outros exemplos. Todos foram introduzidos em nosso ecossistema, prejudicando-o.
O outro lado da moeda
Claro que não posso deixar de comentar algo sobre as coletas benéficas. Mas prestem atenção: são feitas por especialistas, que utilizam o material biológico para preservar a espécie. Um pouco de história:
Desde 1928 o Orquidário do Estado trabalha com a preocupação de comprar plantas também de outras regiões do país para incrementar a coleção e salvar muitas da extinção. O orquidário possui 17 mil plantas registradas, de 700 espécies. A presença de tal diversidade está relacionada à manutenção dos últimos fragmentos de Mata Atlântica, Mata de Restinga e florestas estacionais. Lembrando um pouco das aulas de história, no começo do século passado grandes espaços florestais deram espaço às fazendas de café. O desmatamento em série motivou o naturalista Frederico Carlos Hoehne a criar um espaço para tentar preservá-las. Desde então, o Orquidário do Estado é o porto seguro de muitas espécies, salvando-as da extinção.
Aliás, talvez você não saiba. No site do IBAMA existe uma lista com as espécies ameaçadas. Espécies como Cattleya aclandiae, Cattleya nobilior, Cattleya walkeriana e vários Sophronitis praticamente foram dizimados de nossas florestas. E quando reaparecem…
Caso 1: Cattleya jongheana
Considerada extinta na natureza há mais de um século. Na década de 80 a espécie foi redescoberta na Serra do Itambé, em Minas Gerais, mas a coleta predatória a colocou de volta na lista de extinção. O lote de jongheana cultivado no Orquidário do Estado veio de uma apreensão do IBAMA, num flagrante de coleta ilegal realizada por orquidófilos. “Esse é o problema do orquidófilo e de quem cultiva”, comenta o chefe do Orquidário do Instituto de Botânica de São Paulo, Eduardo Luis Martins Catharino. “Ás vezes, eles não têm noção do estrago que uma grande coleta causa numa população natural. Eventualmente a planta tem uma distribuição geográfica tão restrita e se houver uma pressão em cima, acabou a espécie”.
Caso 2: Laelia alaori
Planta pequena e rara, descrita em 1986 por um funcionário do Orquidário de Piracicaba, no interior paulista. Mal descoberta, numa coleta no Sul da Bahia, logo foi dada como extinta. Há pouco tempo, redescobriu-se uma população natural da espécie em Minas Gerais e para lá correram os cultivadores do Espírito Santo, que a estão extraindo aos milhares. A espécie voltou à lista de ameaçadas de extinção, devido à coleta indiscriminada.
O que fazer?
Simples, consciência, meu amigo.
Só com o combate ao desmatamento, fiscalização à coleta predatória e as campanhas de educação ambiental, conseguiremos conservar.
Fábio de Barros, especialista em taxonomia de Orchidaceae e pesquisador do Instituto de Botânica de SP.
Compre plantas de viveiros idôneos, conhecidos. Evite o comércio das plantas retiradas da natureza, vendidas na beira de estradas ou em feiras livres. Geralmente, estas apresentam manchas na folhas e não estão enraizadas nos vasos, mas amarradas em galhos e tocos e xaxins. Acha que não vai saber diferenciar uma da outra? O IBAMA publicou um artigo que visa ajudar quem quer entrar nesta corrente do bem a evitar orquídeas do mato. Traduzido do título original Pictorial Guide – Differentiation of wild collected and artificially propagation of orchids, este documento mostra de forma abrangente como identificar plantas coletadas e plantas legalmente reproduzidas em laboratório. Se você procurar no Google por este nome irá achá-lo facilmente. Para ajudar, eis um resumo:
Plantas coletadas
Muitas raízes crescendo na mesma direção; muitas raízes mortas e com pedaços de casca de árvore; ponta das raízes frequentemente danificadas; número desequilibrado de folhas e raízes; cápsulas de sementes presas às plantas; as folhas são sujas e geralmente não apresentam aspecto saudável, por causa de líquens e por estarem desidratadas e/ou contaminadas por fungos; muitos pseudobulbos mortos e outros sem as folhas ou danificados.
Plantas de laboratório
Raízes crescendo de acordo com o formato do vaso; resíduos do material de propagação; quantidade equilibrada de folhas e raízes; ausência de bainhas secas; folhas e raízes saudáveis; plantas com formato e tamanho uniformes; flores com cores vivas.
Bom, por enquanto é isto. Leia e reflita, valerá mesmo retirar aquela mudinha da mata ou gastar um pouco a mais em uma muda forte, saudável e legal?
Existem várias receitas de calda de fumo por aí, bastando você escolher uma e testá-la. Vou colocar duas aqui que, embora um pouco diferentes, deverá ter o mesmo resultado. Deverá ser pulverizada em toda a planta por dias seguidos, até o total extermínio da praga em questão. No fim deixo outro vídeo mostrando mais uma forma de fazer a calda de fumo. O objetivo é o mesmo, combater percevejos, besouros, pulgões e cochonilhas.
Calda de fumo – receita sem álcool
Ingredientes
1 litro de água;
10 centímetros de fumo de rolo, ralado;
½ sabão em barra, ralado.
Modo de preparo
Faça um macerado com todos os ingredientes e deixe-o descansar por 24 horas. Com a calda resultante, pulverize suas plantas. O sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules. Pulverize sobre as plantas.
Calda de fumo – receita com álcool
Ingredientes
250 g de fumo de corda;
100 ml de álcool hidratado (comum);
1 litro de água fervente;
detergente comum.
Modo de preparo
Pique o fumo de corda e coloque-o em uma vasilha com tampa. Acrescente a água fervente e tampe, deixando a mistura em repouso por 24 horas. Depois disso, agite o conteúdo e filtre-o em pano fino espremendo bem para retirar o máximo de extrato. Acrescente o álcool, que servirá de conservante para a solução. Guarde-a em um frasco escuro. Para o tratamento das plantas infestadas, dilua 100 ml da solução de fumo em 1 litro de água. Acrescente dez gotas de detergente caseiro (para quebrar a tensão superficial da água) e pulverize sobre as plantas.
Vídeo sobre o preparo da calda de fumo
Não vou entrar no mérito se é bom ou não usar a calda de fumo em suas plantas, mas caso você queira saber mais, é interessante ler o artigo de Rosana Kunst, sobre o lado ruim de se usar a calda de fumo. É só clicar aqui.
Bulbophyllum (abreviação Bulb.) é o maior gênero de orquídeas. Com predominância nas Américas (na faixa tropical), África e Ásia. Somente em Papua Nova Guiné ocorrem mais de 500 espécies. Existem cerca de 2500 a 3000 espécies registradas, fora centenas de híbridos criados pelo homem.
A palavra Bulbophyllum procede da latinização das palavras gregas: βολβος, que significa “bulbo”, “tubérculo”, “raiz carnuda”; e φύλλον, que significa “folha”, aludindo à forma bulbosa das folhas da primeira planta descrita, que tinha folhas grossas. O termo foi criado em 1822 por Thouars.
Quem foi Thouars?
Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars que foi um grande botânico francês. Nasceu em Boumois dia 5 de novembro de 1758 e faleceu em Paris dia 11 de maio de 1831.
Louis-Marie Aubert Du Petit-Thouars
Thouars veio de uma família aristocrática da região de Anjou (ou Anju – uma antiga província francesa correspondendo à atual região de Maine-et-Loire). Cresceu no “Castelo de Boumois“, perto de Saumur;
Em 1792, após uma prisão de dois anos durante a revolução francesa, ele foi para o exílio em Madagascar e ilhas vizinhas. Ele recolheu muitos espécimes em Madagáscar, Maurício (em francês, Mauritius, país a leste de Madagascar), e nas ilhas Reunião (em francês, îles de la Réunion) – grato pela correção, Marina. Dez anos mais tarde, volta para França, com 2.000 plantas. Grande parte de sua coleção foi para o Museu de Paris, enquanto algumas estavam em Kew (Royal Botanic Gardens, Kew Reino Unido – Inglaterra);
Em 10 de abril de 1820 foi eleito membro da Académie des Sciences;
Ele foi um pioneiro em botânica com trabalhos e descrevendo as orquídeas da região: 52 espécies provenientes da Mauritânia e 55 de La Réunion;
No ano de 1822 é lançado o livro Histoire Particulière des Plantes Orchidées, abreviado Hist. Orchid., onde é descrito o Phyllorkis thouars (atualmente Bulbophyllum nutans).
Bulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.comBulbophyllum nutans – fonte: orchidspecies.com
Como reconhecer um Bulbophyllum?
Bulbos ovoides, alguns raramente achatados, outros cilíndricos;
Frequentemente apresentam rizoma bastante longo crescendo de forma desordenada com bulbos bem espaçados;
Seu aspecto é bastante desarrumado e muitas espécies apresentam crescimento cespitoso (termo botânico que se refere ao modo como algumas plantas crescem lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, geralmente formando uma touceira ou espesso tapete);
Em geral são unifoliadas, saindo folhas na base superior do bulbo. Existem bifoliadas e ainda folhas teres (cilíndricas), Ex.: Bulbophyllum rupiculum;
As flores tem o labelo móvel, que se movimenta com qualquer brisa, assim facilitando a polinização principalmente em flores menores.
Bulbophyllum rupiculum
Dimensões
Há uma grande variação de cor, tamanho e na forma das flores e das plantas. As folhas de alguns Bulbophyllum podem medir apenas alguns centímetros, como o Bulbophyllum moniliforme.
Bulbophyllum moniliforme
Já outros podem apresentar folhas com mais de um metro como o Bulbophyllum fletcherianum.
Bulbophyllum fletcherianum
A dimensão das flores varia de milímetros à 40 centímetros. Em algumas espécies, a flor é solitária. Em outras, a haste floral tem forma de uma mini espiga. Por fim, há aquelas cuja haste termina em forma de “leque”.
Seções
Devido a grande quantidade de espécies que o gênero abriga, os Bulbophyllum são divididos em 78 seções. Cada seção abriga grupo de Bulbophyllum com características similares para facilitar o seu estudo e entender melhor a grande riqueza de variedades que existe.
Sestochilus
A seção Sestochilus é uma das mais chamativas e discutidas das seções. Neste grupo os Bulbophyllum têm bulbos de bom porte em rizomas rastejantes de uma folha por bulbo e quase sempre uma flor, raramente duas ou três por inflorescência. Alguns exemplos:
Bulbophyllum lobbii – Foto e cultivo: Marcelo InvernizziBulbophyllum coweniorumBulbophyllum uniflorum – foto e cultivo: Marcelo Invernizzi
Cirrhopetalioides
A seção Cirrhopetalioides apresenta plantas com uma folha por bulbo. Suas flores são unidas a um ponto central de sua haste lembrando um guarda chuva ou um leque. Por exemplo:
Bulbophyllum longissimumBulbophyllum lepidumBulbophyllum medusae
Megaclinium
Na seção Megaclinium, a haste floral lembra uma vagem ou até mesmo a forma espiral do modelo usado para representar a forma do DNA. Por exemplo:
Bulbophyllum falcatum – foto da internetBulbophyllum purpureorachis – foto da internet
Aroma
Outra característica marcante dos Bulbophyllum quando floridos é o odor de carne putrefata. A razão disto é simples: sobrevivência. As mal cheirosas, como o Bulbophyllum basisetum, Bulbophyllum phalaenopsis, Bulbophyllum echinolabium, habitam locais onde não existem pássaros ou insetos como abelhas polinizá-las. Para se multiplicarem, a solução encontrada pela natureza foi desenvolver um odor que atraíssem moscas que se alimentam de carne morta.
Bulbophyllum echinolabiumBulbophyllum phalaenopsisBulbophyllum basisetum – foto da intenet
Embora sejam poucos, existem os inodoros, como o Bulbophyllum crassipes.
Bulbophyllum crassipes
Por fim, há os perfumados, como o Bulbophyllum lilacinum e seu agradável aroma de maçã, o Bulbophyllum ambrosea com cheiro de mel, o Bulbophyllum elassonotum com o aroma de de azeite e o híbrido Bulbophyllum Kalimpongum, com perfume de bagaço de cana.
Bulbophyllum KalimpongumBulbophyllum lilacinumBulbophyllum ambrosiaBulbophyllum elassonotum
Híbridos
A produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século. Estima-se que sejam hoje mais de cem mil híbridos. A Royal Horticultural Society é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é bastante grande e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição. De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas, os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero – Roberto Martins.
Existem cerca de 200 Bulbophyllum híbridos registrados. Alguns deles podem florescer inúmeras vezes no mesmo ano. Alguns exemplos:
Bulbophyllum Sunshine Queen ‘Orange’ (mastersianum x corolliferum)Bulbophyllum Cindy Dukes (rothschildianum x putidum)Bulbophyllum Emily Siegerist (Elizabeth Ann x lasiochilum)Bulbophyllum Fascination (fascinator x longissimum)(guttulatum x rothschildianum)Bulbulbophyllum Krairit Vejvarut (longissimum x phalaenopsis) – foto e cultivo: Marcelo InvernizziBulbophyllum Louis Sander (longissimum x ornatissimum)Bulbophyllum Meen Garuda (lasiochilum x echinolabium)Bulbophyllum Nudda (longissimum x putidum)Bulbophyllum S. y N. Ignis Draconis = Dragão de Fogo (Emily Siegerist x putidum) Hibrido registrado em 2014 na Argentina – foto da internet
No próximo artigo da série sobre Bulbophyllum, compartilharei com vocês algumas dicas de cultivo. Abraços!
Muitas vezes me deparo com pessoas que tem dificuldades ao cultivar orquídeas e acabam desistindo por isso. Outras se conformam que vão matar as plantas e fazem isso sem ao menos tentar buscar conhecimento para tentar evoluir, e isso é muito triste.
Quando comecei na orquidofilia matei inúmeras orquídeas. As causas eram várias: ambiente inadequado, cultivo incorreto, rega equivocada, adubação ineficiente e por aí vai. Mas eu tinha muita dó das plantas e isso me fez buscar conhecimento. Comprei livros, li muito sobre o assunto, conversei com pessoas com mais experiência, tentei até participar da associação da região – que infelizmente não deu certo até agora pois a diretoria lá é amadora, para não dizer outra coisa.
Busque sempre conhecimento. Isso faz você entender o que pode ou não ser feito e quais limitações você ter, seja de ambiente, espaço, região, clima, ou qualquer outro fator que possa influenciar no seu cultivo.
Dito isso, se você está disposto a começar, é bom entender alguns aspectos básicos que podem ajudá-lo a ter sucesso mais rapidamente. Antes de mais nada, saiba qual orquídea você está tentando cultivar. Sabendo seu gênero e espécie você poderá pesquisar sobre a planta e saber mais sobre suas necessidades de luz, água, substrato, nutrição, ventilação e temperatura.
Luz
A luz é fundamental para o crescimento correto de sua orquídea. Você poderá ter plantas lindas, mas que nunca florescem. Isso pode ser justificado pela ausência de luz. Não é porque as orquídeas vivem em florestas que elas não precisam de luz. É justamente o contrário: as orquídeas evoluíram como epífitas para aproveitar a maior quantidade de luz disponível na floresta alta.
Mas quanta luz é o suficiente? Depende muito de cada espécie, por isso é bom saber que planta você está cultivando. Muitos se baseiam na quantidade suficiente para ter a planta sem que ela se queime. Você pode fazer isso de outra forma, testando quantidade de luz até que a folha da orquídea apresente uma colocação correta. Em resumo, as orquídeas não devem ter folhagens verde-escura e exuberantes. Se cultivadas sob luz suficiente, terão uma folhagem mais clara, um pouco verde-amarelada e um forte crescimento vertical.
Ar
Já falei isso algumas vezes aqui no site: as raízes são a parte mais importante da orquídea. Por esta razão, ventilá-las é fundamental. Orquídeas sem raízes arejadas, salvo algumas variedades terrestres, morrerão facilmente. Aliás, a planta toda é sensível ao fato de não haver ventilação suficiente no local, portanto, tenha sempre em mente que a orquídea não poderá estar em um local totalmente fechado, sem circulação de ar. Na pior das hipóteses, pequenos ventiladores podem ser utilizados para isso, se o ambiente não for propício. Muitos orquidófilos de regiões extremamente frias utilizam este tipo de artifício para poder ter determinadas espécies. Lembre-se sempre de a orquídea precisa de ar e umidade suficiente para suas necessidades.
Água
É muito mais fácil você matar uma orquídea afogada do que de sede. Este talvez seja o motivo pelo qual mais se mata orquídeas: o excesso de água. Uma orquídea irrigada em excesso terá suas raízes comprometidas e, consequentemente, a planta toda será afetada. Infelizmente, não há uma regra para regar suas orquídeas, visto que cada pessoa possui uma quantidade e uma variedade diferente de espécies, mantidas muitas vezes em ambientes totalmente diferentes (leia-se quantidade de ar e iluminação disponível, além da temperatura), cultivadas em vasos e substratos diferenciados. Como estabelecer um padrão desta forma? Infelizmente não tem como, tudo dependerá da sua percepção. Na pior das hipóteses, um dedo inserido na mistura de envasamento pode ser a melhor ferramenta para determinar o quão seca sua planta está.
Ao regá-las, de vez em quando faça-o copiosamente. Já falei sobre isto em outro artigo aqui no site, mas não custa lembrar: dê um bom banho em sua planta e vaso. Desta forma, além de suprir sua necessidade de água, você estará eliminando os sais que ali se acumulam, principalmente os provenientes da adubação. Ou seja, é bom fazer isso periodicamente.
Fertilizante
As orquídeas crescerão e florescerão, desde que suas outras exigências sejam atendidas, por períodos razoavelmente longos sem fertilizantes. Porém, você obterá melhores resultados com algum nível de alimentação para sua planta. Normalmente, as plantas são fertilizadas uma vez por semana durante o verão e a cada duas semanas no outono e inverno. Independentemente do fertilizante que você escolheu usar, os produtores mais experientes não usam mais que ½ da dosagem recomendada pelo rótulo. Ah, e a propósito, é melhor regar primeiro para molhar o substrato antes de fertilizar, como já falei em outro artigo aqui do site.
Os fertilizantes usados em orquídeas devem conter pouca ou nenhuma uréia. Isso ocorre porque os organismos do solo devem primeiro converter o nitrogênio na uréia em uma forma utilizável pelas plantas e, como as orquídeas não crescem no solo, essa conversão não ocorre de forma eficiente.
Infelizmente, todas as espécies vegetais são acometidas por um determinado número de pragas e patógenos. O grupo das orquídeas não é uma exceção à esta regra e, embora sejam plantas resistentes a muitas doenças que acabam com outros cultivares, são necessários cuidados para que não sofram consequências danosas.
Cerca de 130 doenças conhecidas afetam, em maior ou menor grau, as orquídeas. Estas doenças podem ser ocasionadas por fungos, bactérias ou vírus. Dada a complexidade do cultivo, é possível afirmar que não há coleção que não apresente um determinado número de plantas atacadas por doenças.
O maior problema das coleções de orquídeas são as infestações por fungos. Porém, também são eles os patógenos com mais chance de serem combatidos. Já a infecção viral, uma vez instalada, nada mais poderá ser feito para debelá-la. A única solução é a prevenção.
Considerando que a convivência com estas doenças é inevitável, é essencial conhecê-las e mantê-las sob controle, evitando assim o estresse com tratamentos mais agudos e perdas significativas.
Cuidados gerais
Em grande parte das vezes as doenças são associadas a estresses por fatores abióticos tais como variações bruscas de temperatura, exposição ao sol em demasia, excesso de umidade, excesso de nutrientes e salinidade do substrato pela administração excessiva de adubos. É muito importante o cuidado com as regas, a adubação e até mesmo aplicação de medicamentos em horários do dia em que a temperatura está alta ou que raios solares estejam incidindo sobre as folhas, afim de evitar queimaduras, possíveis portas de entrada para o patógeno. Lembre-se que uma simples gota de água sobre uma folha poderá se transformar em uma lente que potenciará os raios solares e poderão queimar a folha rapidamente.
É importantíssimo ter uma rotina bem definida para a aplicação de adubos. Lembre-se que as orquídeas não recebem esta quantidade elevada de nutrientes na natureza. Uma das consequências do exagero na aplicação de adubos é a salinização do substrato, podendo causar a interrupção do desenvolvimento das raízes e, consequentemente, da planta. Alguns defendem que uma adubação mensal é mais que suficiente e uma periodicidade maior causaria estresse à planta. Eu sou meio suspeito para dizer algo sobre isto, pois minhas adubações são semanais, porém em doses homeopáticas. Vai de cada um, acredito eu.
Outro problema, não menos importante, é o fator rega. Irrigação excessiva pode ser um fator de estresse para a planta. Se a drenagem for insuficiente, o acúmulo de água será fatal.
Prevenção
Eis algumas dicas que, embora simples, podem contribuir para evitar o aparecimento de doenças:
Manter telados, estufas e piso completamente limpos, tanto em relação ao meio ambiente, quanto às plantas;
Evitar ter nesses locais outras plantas ornamentais de pequeno ou médio porte, árvores ou arbustos. Eles são hospedeiros e futuros vetores para a transmissão de doenças e pragas;
Muito importante: mantenha o entorno do orquidário limpo. Cuide com orifícios, desníveis no solo, acúmulo de lixo, buracos na parede, pilhas de vasos velhos, xaxim usado, tudo que servir de abrigo para insetos e como depósitos de esporos de fungos;
Limpar as bancadas com escovas, água e sabão, fazendo uma lavagem geral. Em seguida, pinte com pasta fungicida. Há algumas receitas para isto, como por exemplo: 1 quilo de fungicida, 1 quilo de cal virgem queimado, meio quilo de inseticida em pó molhável a 50% para 10 litros de água. Outra forma de limpar a bancada é usando hipoclorito de cálcio, numa solução aquosa a 10%. Também há outros produtos à base de cloro, estes encontrados facilmente no mercado, que podem ser utilizados para a desinfecção das bancadas;
Cultive espécies ou híbridos adequados ao clima predominante de sua região, proporcionando às orquídeas melhores condições possíveis em termos de cultivo (luz, água, adubação, umidade relativa, ventilação e substrato). Isto evita que as plantas fiquem estressadas por terem condições vegetativas insatisfatórias, que são um convite ao ataque, tanto de pragas como doenças;
Procure adquirir plantas isentas de doenças aparentes e em bom estado de cultivo. Cuidado com aqueles presentes de um ou dois bulbos traseiros;
Mantenha as plantas recém adquiridas afastadas do restante da coleção, por algum tempo (por exemplo, 6 semanas), até ter certeza que não portam doenças ou pragas. Faça pelo menos um tratamento contra doenças nestas plantas durante este período;
Faça uma inspeção detalhada de suas plantas, no mínimo uma vez por mês;
Se surgirem problemas nestas inspeções, aja rápido, para evitar que o problema assuma proporções epidêmicas no orquidário, após o que, o combate se torna caro e incerto;
A adequada ventilação do ambiente é ponto crucial no controle da maioria das doenças causadas por fungos e bactérias, que, em sua maioria, são transmitida pela água parada nas folhas e no substrato;
Utilize fungicidas e bactericidas quando necessário. Nunca aplique fungicidas sistêmicos de forma preventiva. Sempre alterne entre produtos, de modo a evitar o surgimento de resistência.
Infelizmente, apesar de leis (se são cumpridas é outra história) e, principalmente, apesar de sermos seres dotados de inteligência, ainda existe em grande escala a extração indiscriminada e ilegal de várias espécies das nossas matas e florestas. A prova disto é o constante fluxo de pessoas que vejo, seja nas redes sociais, seja aqui mesmo no site, que buscam como ter e manter este tipo de plantas.
Novamente, prefiro acreditar que a maioria das vezes é por falta de informação. Se este é o seu caso, leia os posts acima. Se ainda não está convencido, saiba que muitas estão correndo um sério risco de serem extintas. Para ajudar a entender o tamanho do problema, eis a listagem mais atualizada que achei das espécies de orquídeas ameaçadas de extinção em território nacional:
Lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção – Orchidaceae
Uma das doenças mais chatas e cruéis que já vi em uma orquídea, a podridão negra ataca principalmente plantas dos gêneros Cattleya, Laelia e seus híbridos. Aparece principalmente no inverno ou em épocas muito úmidas, como a que estamos enfrentando agora no Sul do Brasil.
Plantas totalmente expostas à chuva ou plantas cuja a irrigação as mantém úmidas por um longo período facilitam o aparecimento da doença. No caso da irrigação, há relatos que plantas regadas pela manhã e em local pouco ventilado são mais propícias à doença, pois o calor emitido pelos raios solares aquecem a planta úmida que, ao atingir uma temperatura em torno de 28 graus, propicia um ambiente ideal para a eclosão de fungos.
Podridão negra atacando um de meus híbridos
As condições úmidas nestes casos favorecem o crescimento da doença, pois os esporos inertes (Pythium ultimun e Phytophtora cactorum) sobrevivem no solo úmido até que um hospedeiro esteja disponível para proliferação. Então, os esporos inertes germinam e esporos móveis penetram as raízes. As raízes não precisam de feridas para serem infectadas, o que é mais um agravante, pois uma planta completamente sadia pode ser infectada rapidamente.
Outro fator que propicia o aparecimento da doença é a salinidade do substrato, portanto esteja atento ao excesso de fertilizantes. Os sais acumulados no substrato dos vasos pode ajudar à proliferação da doença.
Seu ataque começa pelo rizoma, passando depois para os pseudobulbos e folhas com incrível rapidez. A doença transforma essas partes da planta numa massa pardacenta e de odor desagradável, evidenciado por pequenas lesões negras. A doença continua a se espalhar até que ela finalmente mata a planta.
Podridão negra atacando uma de minhas tigrinas
Caso você tenha tido um surto da doença em seu orquidário, evite cultivar suas orquídeas perto de qualquer área aonde a podridão negra foi identificada. Mantenha ferramentas e regadores higienizados. Compre apenas orquídeas certificadas de uma fonte com boa reputação. Inspecione as plantas com cuidado por sinais de podridão negra quando você comprá-las. Cuidados nunca são demais e podem salvar seu orquidário de duras perdas.
Podridão negra e seus efeitos devastadores
Como controlar
Isole as plantas infectadas e pare totalmente as regas. Utilize compostos baseados em cobre nas orquídeas infectadas (um exemplo pode ser a calda bordalesa, que você confere a receita clicando aqui). Estes compostos incluem hidróxido de cobre, óxido de cobre, sulfato de cobre básico, oxicloreto de cobre, e carbonato de amônio de cobre. Aplique-os com moderação porque muito cobre pode danificar sua orquídea. Os fungicidas Manebe, Mancozeb, e Zinebe também são eficientes no controle de podridão negra. Compostos de estanho orgânico também são eficientes, mas muito mais tóxicos para a planta. Você também pode utilizar os compostos sistêmicos Fenilamida, Fosfonato, Acido Cinâmico e Quinina, já que eles se movimentam para cima das raízes para matar a podridão negra nas folhas.
Planta tomada pela podridão, infelizmente
Aplique o produto escolhido quando a planta estiver em crescimento ativo. Pulverize o local onde se encontrava a planta e todo o recinto para tentar sanar o problema no local. Corte o local afetado com uma tesoura flambada ou um bisturi esterilizado a parte atacada e a descarte, queimando-a, bem como todo o substrato e o vaso onde estava a planta. Se a planta estiver bem debilitada descarte-a, queimando-a.
Você também poderá fazer a imersão da planta numa solução de hipoclorito de cálcio e um fungicida sistêmico por uma hora, secando-a bem em seguida.
Por fim, aplique sobre a planta uma camada de canela em pó (você pode ler meu artigo sobre o uso de canela em orquídeas clicando aqui). Repita a dose sobre a planta e substrato alguns dias após o seu replante.
Lembre-se sempre de usar material de corte esterilizado e evitar que a água da rega caia da planta de cima diretamente na planta que esteja logo abaixo para não disseminar problemas. Mantenha as plantas em local arejado ou de temperatura amena.
Podridão Negra Bacteriana
Existe um outro tipo de podridão negra, não causada por fungos e sim por bactérias do gênero Erwinia. Não é muito freqüente no Brasil mas é extremamente letal, causando surgimento de manchas negras, com aspecto aquoso e cheiro repulsivo. É de desenvolvimento rápido, tomando conta da planta em poucas semanas, levando-a à morte. Muitas vezes provoca um colapso da estrutura das folhas, ficando totalmente amolecidas e murchas.
O cenário é mais ou menos este: você está olhando suas orquídeas e vê um bichinho minúsculo, dependendo da cor até bonitinho, com no máximo 5 milímetros de tamanho. Você pensa: que mal pode fazer um ser deste tamanho? Pois não se engane, estes insetos são extremamente vorazes e pode ser considerado umas das pragas mais perigosas às espécies vegetais. Lembre-se que eles nunca estão sozinhos, ou seja, quando não controlada rapidamente, uma infestação de pulgões pode ser fatal.
Também conhecidos como piolhos-das-plantas, estas pequenas pragas também podem transmitir doenças virais que prejudicam bastante as produções em escala. São atualmente conhecidas cerca de mil espécies de afidoideos, de ocorrência mais freqüente nas regiões temperadas com certa incidência também em zonas tropicais. Eles podem ser que podem ser pretos, brancos, marrons, amarelos, cinzas e verdes.
Folhas mais novas e delicadas são os alvos preferidos desses intrusos sugadores de seivas. Vivendo em colônias, os grupos são compostos quase que exclusivamente por animais do sexo feminino, que se reproduzem rapidamente por partenogênese, ou seja, sem participação de machos. Isto resulta em uma infestação rápida, notada primeiramente através de folhas amarelas e enroladas, depois do atrofiamento da planta. Os pulgões podem aparecer em qualquer época do ano, mas os períodos mais propícios ao ataque são a primavera, o verão e o início do outono.
Os pulgões excretam um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos de coloração escura, levando à diminuição da área fotossintética da folha. Além disto, as formigas, por seu lado, usam a gosma adocicada excretada pelos pulgões numa simbiose em que chegam até a transportá-los para plantas mais saudáveis, quando as hospedeiras já estão muito danificadas. São as formigas-pastoras, que usam os pulgões como “vaquinhas de ordenha”. A joaninha é o seu principal predador, entretanto os pulgões são defendidos delas pelas formigas.
As plantas atacadas por pulgões sofrem engruvinhamento das folhas, provocado pela sucção que ocorre na face debaixo da mesma. Essa lesão nas folhas acaba por reduzir o crescimento da planta. Além disto, os pulgões são vetores de metade dos 600 vírus conhecidos das plantas. Também com os vírus os pulgões tem uma simbiose, mas essa é intermediada por uma bactéria que habita no seu interior.
Controle
A melhor forma de controlar uma infestação de pulgões em suas plantas é através de remédios naturais feitos em casa, como por exemplo a calda de fumo. Isto porque alguns pulgões podem desenvolver resistência a esses pesticidas químicos, sobretudo quando aplicados repetidamente. Além disto, o veneno tende a eliminar os predadores naturais do pulgão.
Existe uma forma de realizar o controle biológico com pequenas vespinhas parasitóides. Estas colocam ovos dentro do corpo dos pulgões e alimentam-se do conteúdo interno do hospedeiro. O pulgão parasitado transforma-se em uma múmia, adquirindo aspecto e coloração diferente dos demais. Estas “múmias” não precisam ser removidas, uma vez que darão origem a outra geração de parasitóides que atacará outros pulgões sadios.
Se a orquídea infectada estiver muito “gosmenta”, lave suas folhas e caules com água e sabão em barra. Sempre que pulverizar sua planta infetada, prefira fazê-lo à noite para evitar que o sol interaja com o remédio aplicado causando queimaduras nas folhas.
Pulgões em uma dama da noitePulgões em uma dama da noite
Algumas receitas fáceis de fazer em casa
Alho e cebola são remédios caseiros fáceis de preparar. Você deverá cozinhar o alho inteiro, ou as cascas de cebola, em 500 ml de água. Deixe ferver, esfriar e filtrar, depois do que pode ser pulverizado nas plantas;
Infusão de ervas diversas: Neste caso você pode usar, por exemplo, cavalinha, anis, coentro á razão de um punhado de ervas secas para 1 l de água fervente. Deixe descansar, esfriar, coe e pulverize;
Água de pimenta: bata no liquidificador algumas pimentas em 2 copos de água. Deixe repousar durante a noite toda. Na manhã seguinte, coe a mistura e dilua em ais um copo de água. Pulverize à noite, 1 a 2 vezes por semana;
Macerado de urtiga: deixe um molho grande de urtigas verdes, novas, de molho durante 10 dias. Mexe-se esse molho diariamente, com uma varinha, até as folhas se separarem do caule. Com esse preparado pode-se regar as plantas infestadas ou pulverizá-las.
Calda de fumo
Existem várias receitas de calda de fumo por aí, bastando você escolher uma e testá-la. Vou colocar duas aqui que, embora um pouco diferentes, deverá ter o mesmo resultado. Deverá ser pulverizada em toda a planta por dias seguidos, até o total extermínio dos pulgões.
Calda de fumo – receita sem álcool
Ingredientes
1 litro de água;
10 centímetros de fumo de rolo, ralado;
½ sabão em barra, ralado.
Modo de preparo
Faça um macerado com todos os ingredientes e deixe-o descansar por 24 horas. Com a calda resultante, pulverize suas plantas. O sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules. Pulverize sobre as plantas.
Calda de fumo – receita com álcool
Ingredientes
250 g de fumo de corda;
100 ml de álcool hidratado (comum);
1 litro de água fervente;
detergente comum.
Modo de preparo
Pique o fumo de corda e coloque-o em uma vasilha com tampa. Acrescente a água fervente e tampe, deixando a mistura em repouso por 24 horas. Depois disso, agite o conteúdo e filtre-o em pano fino espremendo bem para retirar o máximo de extrato. Acrescente o álcool, que servirá de conservante para a solução. Guarde-a em um frasco escuro. Para o tratamento das plantas infestadas, dilua 100 ml da solução de fumo em 1 litro de água. Acrescente dez gotas de detergente caseiro (para quebrar a tensão superficial da água) e pulverize sobre as plantas.