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Orquídeas provenientes de coleta: como identificar

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Se você gosta de orquídeas e as tem em sua casa, certamente já ouviu falar, presenciou ou até comprou plantas oriundas de coletas ilegais nas matas.

Inevitavelmente todos nós acabamos passando por isto, conscientemente ou não, pois muitas vezes confiamos em vendedores e não sabemos a real procedência da planta. Enfim, se você se preocupa com o meio ambiente, informação nunca é demais, então estou disponibilizando um material que há muito tempo tenho aqui guardado comigo e acho muito interessante: um guia de como identificar uma orquídea proveniente de coleta ou de cultivo.

Por que saber isto é importante? Simples, antes de mais nada, clique aqui e leia meu artigo sobre as consequências legais e naturais das coletas ilegais.

Se quiser ver um pouco sobre as orquídeas e seus ambientes naturais, além de um pouco mais sobre a discussão sobre a ilegalidade de coletas e afins, clique aqui!

Se você clicou no link acima e leu o artigo, agora está ciente das consequências legais e ecológicas da coleta de orquídeas em nossas matas. Com estas informações, poderá analisar e tomar a decisão se irá ou não contribuir com esta prática ilegal. Se sua opção for evitar orquídeas coletadas ilegalmente em nossas matas, é hora de saber identificá-las, clicando no link abaixo (é um arquivo no formato PDF gerado pelo IBAMA):

Guia Ilustrado - orquídeas cultivadas X coletadas

Sinceramente, espero que aqueles que dispuseram de alguns minutos para analisar todo material aqui apresentado e foram sensibilizados de alguma forma, passem a serem disseminadores desta tipo de informação. A Natureza agradece.

Referência

  • Ministério do Meio Ambiente

Abraços!

Polinizadores de orquídeas – abelhas

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Dando continuidade ao post de ontem, vou apresentar minhas grandes amigas na árdua tarefa da geração de sementes: abelhas.

Neste caso, a Tetragonisca angustula. O quê? Ok, em miúdos, a abelhinha jataí. Sem ferrão, sociável e de mel muito saboroso, tento mantê-las perto do meu orquidário para que haja mútuo aproveitamento: a abelha produzindo mel e as orquídeas produzindo sementes.

Como disse ontem, em breve detalharei mais sobre este assunto. No momento estou apenas jogando o assunto no ar para que todos pensem e reflitam.

Eis um videozinho das minhas meninas trabalhando (full hd):

Abraços!

Cápsulas e sementes de orquídeas

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Sementes de orquídeas? Mas todos pensamos sempre nas flores quando pensamos em orquídeas, certo?

Errado.

Comercialmente, muitos pensam naquilo que vem depois das flores, ou seja, os frutos. Neste caso, cápsulas que contém centenas de sementes microscópicas, prontas para serem levadas pelo vento e iniciarem a aventura da vida.

Há uma questão muito forte de hibridização também, afinal, é gerando estas sementes depois de uma mistureba de espécies que temos híbridos tão belos.

Enfim, é a continuação da vida, de uma forma ou de outra. Aliás, nem sempre significa que planta está bem, pode significar seu último suspiro, tentando a sobrevivência… mais escreverei mais depois que acertar tudo no novo blog. Estou preparando um artigo bacana sobre sementes e agentes polinizadores. Aliás, no próximo post vou colocar uns vídeos dos meus.

É importante você saber mais sobre sementes (e como não ser engano caso queira lidar com elas). Clique aqui e leia mais!

Se quiser saber mais sobre o processo que vai da semente até a flor, clique aqui!

Por fim, se quiser saber mais sobre o tempo de maturação destas cápsulas, clique aqui!

Abraços!

Pragas e doenças – Lesmas e caracóis

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Ah, quem nunca viu uma lesminha brilhante devorando com vontade uma nova raiz ou pior, um botão floral?

Pois bem, cá estou eu com este problema em casa. E pior, em larga escala. Parece que em todo lugar que olho eu vejo um molusco chato detonando alguma planta minha. Ou seja, hora de agir.

Pesquisei muito sobre o que fazer em casos como este e a conclusão que cheguei é que tudo vai depender daquilo que você tem vontade ou tempo para fazer. No meu caso, devido a quantidade de plantas e ao tempo escasso que tenho para sair catando um por um, fui um pouco mais radical. Mas vamos com calma, vamos conhecer primeiro os causadores do problema.

Lesminha feliz em uma folha de Cattleya

Lesma

As lesmas são moluscos gastrópodes da sub-ordem Stylommatophora, que andam sobre o abdômen e que possuem respiração cutânea. Distinguem-se dos restantes gastrópodes, em particular dos caracóis, pela inexistência de concha externa proeminente. O corpo das lesmas é constituído por manto, pé e cabeça com um par de tentáculos ópticos e um par de tentáculos sensoriais, ambos retrácteis. São bastante sensíveis à desidratação e algumas também são sensíveis à luz. As lesmas são seres hermafroditas. Caracterizam-se pelo fato de que, durante o seu desenvolvimento, a massa visceral sofre uma torção de 180 graus (característica dos moluscos gastrópodes), enrolando-se sobre si mesma. Assim, adotam a forma espiral tão característica da concha dos caracóis.

Caracol

Caracóis são os moluscos gastrópodes terrestres de concha espiralada calcária, pertencentes à subordem Stylommatophora, que também inclui as lesmas. São animais com ampla distribuição ambiental e geográfica. Respiram através de um pulmão. As diversas espécies de caracóis se distinguem especialmente pela concha que é, na verdade, o esqueleto externo do animal. Essa concha é feita de calcário, e pesa pouco mais de um terço do peso total. Os caracóis não tem audição e utilizam especialmente os sentidos do tato e do olfato que se situam em todo o corpo mas principalmente nas antenas menores já que pouco enxergam com os olhos situados nas pontas das antenas maiores. Ao lado da boca fica o aparelho genital e a entrada e saída do ar dos pulmões, o pneumóstoma, que fica embaixo da concha.

É muito comum a confusão entre caramujo e caracol. Na verdade, são animais cuja aparência é muito próxima, mas bem diferentes. O caramujo é um animal aquático e respira por brânquias, enquanto o caracol é um animal terrestre e dotado de um pulmão.

Como combater

Estes animais possuem hábitos noturnos e gostam de ambientes abafados e úmidos. Por serem noturno, temos muita dificuldade para localizá-los. Durante os períodos de incidência de luz, eles costumam se esconder no substrato ou em cantos próximos ao orquidário. Apesar de lentas, fazem um estrago considerável pois são raspadores e se alimentam de raízes, folhas e caule das orquídeas. Tenho observado que o principal dano causado por estes animais é nas raízes. Infelizmente, só percebemos quando a planta já está desidratando e definhando. Neste momento é comum olharmos o vaso com mais atenção e aí notar estes animais no substrato.

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Algumas raízes devoradas

Se você tem dúvidas se estes animais estão presentes em seu orquidário, basta olhar se há algum tipo de raspagem ou parte de folha ou raízes comidas. Outra forma é verificar se o famoso rastro brilhante está presente no ambiente, indicando que alguma lesma passou por ali deixando parte de seu muco.

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Resultado de apenas uma noite de trabalho das esfomeadas

Muitos são os métodos utilizados para controle destas pragas. Alguns preferem algo 100% natural, outros já preferem métodos químicos. Eu estou testando um moluscicida pois sinceramente não tenho mais como fazer coleta manual.

Ambiente

Dentre as muitas formas de evitar o aparecimento de lesmas é ter um orquidário arejado e protegido. Plantas penduradas, bancadas bem arejadas e com pilares protegidos (com sal, por exemplo), chão de cimento ou com uma cobertura plástica entre a terra e a brita são opções que podem dificultar o aparecimento de infestações. Aliás, o chão do orquidário deve estar limpo, sem mato, afinal, ervas daninhas são hospedeiras intermediárias destas e outras pragas. Entretanto, acredito que o principal aqui é o ambiente arejado, afinal, uma ventilação adequada controla o excesso de umidade, evitando a proliferação destes animais. Por isto, nada de vasos amontoados, ok?

Esta seria a primeira linha de defesa contra estes animais, visto que eles se reproduzem com grande facilidade em meios ricos em matéria orgânica (chão úmido, substratos, etc) por serem hermafroditas (bissexuados) e passam diretamente dos ovos para a fase adulta.

Tenho o problema?

Pode ser que você veja alguns sinais característicos de lesmas em suas orquídeas, como raízes e folhas raspadas. Afinal, como ter certeza se há algum tipo de infestação de lesmas em seu orquidário? Faça armadilhas para elas!

Início da refeição - felizmente evitada
Início da refeição – felizmente evitada

Existem várias formas de preparar armadilhas para estes animais:

  • usando chuchu;
  • estopa umedecida;
  • estopa com cerveja;
  • estopa com uma mistura de uma parte de leite integral para quarto partes de água;
  • bandejas de isopor com cavidades para baixo.

A vantagem de atraí-las é que você poderá realizar a coleta manual, controlando a população de lesmas.

Coleta manual

Alguns dizem que este é o melhor método. Eu prefiro dizer que é o mais natural, pois dependendo do tamanho da sua coleção e do tamanho da infestação, a coleta manual pode ser um trabalho quase impossível. Além das armadilhas descritas acima, uma alternativa ao tedioso método de coleta manual é mergulhar o vaso em um balde com solução de calda de fumo. Desta forma as lemas irão à superfície, sendo facilmente coletados.

Para preparamos esta calda, eis os ingredientes:

  • 100 gramas de fumo de corda;
  • 1 litro de água;
  • uma colher de sabão em coco (pó).

Pique o fumo, junte com os outros ingredientes e ferva. Depois é só coar em um pano fino e diluir em 10 litros de água.

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Mergulhando na solução para coleta manual

Depois de coletados, uma forma eficiente de eliminá-los é colocá-los em uma vasilha com uma solução saturada de sal.

Métodos químicos

Aqui a coisa fica um pouco mais séria. Se você realmente tem uma infestação que se faz impossível de ser controlada (ou coletada manualmente), você pode recorrer aos artifícios químicos comumente conhecidos como iscas ou moluscicidas.

Moluscicidas são pesticidas usados no controle de moluscos, como as lesmas e caracóis. Essas substâncias geralmente incluem metaldeído, metiocarbe e sulfato de alumínio, e devem ser usadas com cautela para não causar danos a outros seres que não são alvo de sua aplicação. A maioria dos moluscicidas não são usados na jardinagem e agricultura orgânica pois são proibidos, mas há exceções, como o fosfato férrico.

O fosfato férrico é substância ativa autorizada para agricultura orgânica pelo Ministério da Agricultura e está presente no lesmicida Ferramol Organic, importado da Alemanha. É um produto de venda livre, registrado na ANVISA. O produto age interrompendo a alimentação das pragas que se recolhem em suas tocas e morrem dentro de 2 a 6 dias. Depois de aplicado, o Ferramol tem durabilidade durante vários dias mesmo na ocorrência de chuva, pois apresenta ótima resistência contra umidade. Os grânulos que não forem consumidos serão decompostos, servindo como adubo natural para as plantas.

Outro bastante utilizado é o Metarex. Pertencente à família química de aldeídos, é um tétramere de acetaldeído. O metaldeído presente no lesmicida Metarex SP atua principalmente pela ingestão por destruir as células responsáveis pela produção de muco. Ele é irreversível, provocando uma destruição total do sistema de membrana, a fragmentação dos vacúolos, a destruição das mitocôndrias e do núcleo celular. Por sua natureza tóxica, você deverá ter atenção especial se possuir animais que frequentam o mesmo ambiente das orquídeas. Nestes casos é mais seguro não espalhar as iscas pelo chão do orquidário, apenas nos vasos.

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Um dos meus Meterex perdidos por aí

Por fim, existem alguns inseticidas organofosforados como o Malathion também são eficientes em aplicação total no orquidário, mas devem ser evitados ao máximo pela sua alta toxidez ao meio ambiente e aos mamíferos em geral, incluindo nós mesmo.

Plantas moluscicidas

Em minhas pesquisas para a confecção deste artigo me deparei com um artigo muito interessante, dos autores Joana D’Arc Ximenes Alcanfor, Pedro H. Ferri, Suzana C. Santos e José Clecildo B. Bezerra, na Universidade Federal de Goiás.

Resumidamente, o artigo trata de plantas moluscicidas para o controle de caramujos transmissores de doenças, enfatizando na ação química de taninos. Ali você poderá ler sobre algumas plantas que possuem este efeito e, quem sabe, utilizá-las de alguma forma em seu ambiente. Não vou discorrer muito sobre o artigo pois acho que ele vale a leitura como um todo.

Eis o link: Plantas moluscicidas no controle dos caramujos (…), com ênfase na ação de taninos

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Resultado de um ataque de lesmas

Referências

  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br
  • bworquideas.blogspot.com.br
  • revistas.ufg.br

Como eu faço as plaquinhas de identificação das minhas orquídeas

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Aproveitando as perguntas que recebi recentemente sobre como faço as plaquinhas de identificação de minhas orquídeas, eis um vídeo mostrando o que uso e como faço.

Materiais necessários:

  • Rotuladora;
  • Abraçadeira;
  • Tesoura.

Com isto, você terá uma plaquinha de identificação duradoura, resistente ao tempo, Sol e chuva, além de ser muito mais legível do que uma escrita à mão.

Também escrevi há algum tempo atrás um artigo sobre isto, que você pode ler aqui!

Abração!

Como começar a cultivar orquídeas

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Pleurothallis purpureoviolacea

Muitas vezes me deparo com pessoas que tem dificuldades ao cultivar orquídeas e acabam desistindo por isso. Outras se conformam que vão matar as plantas e fazem isso sem ao menos tentar buscar conhecimento para tentar evoluir, e isso é muito triste.

Quando comecei na orquidofilia matei inúmeras orquídeas. As causas eram várias: ambiente inadequado, cultivo incorreto, rega equivocada, adubação ineficiente e por aí vai. Mas eu tinha muita dó das plantas e isso me fez buscar conhecimento. Comprei livros, li muito sobre o assunto, conversei com pessoas com mais experiência, tentei até participar da associação da região – que infelizmente não deu certo até agora pois a diretoria lá é amadora, para não dizer outra coisa.

Busque sempre conhecimento. Isso faz você entender o que pode ou não ser feito e quais limitações você ter, seja de ambiente, espaço, região, clima, ou qualquer outro fator que possa influenciar no seu cultivo.

Dito isso, se você está disposto a começar, é bom entender alguns aspectos básicos que podem ajudá-lo a ter sucesso mais rapidamente. Antes de mais nada, saiba qual orquídea você está tentando cultivar. Sabendo seu gênero e espécie você poderá pesquisar sobre a planta e saber mais sobre suas necessidades de luz, água, substrato, nutrição, ventilação e temperatura.

Luz

A luz é fundamental para o crescimento correto de sua orquídea. Você poderá ter plantas lindas, mas que nunca florescem. Isso pode ser justificado pela ausência de luz. Não é porque as orquídeas vivem em florestas que elas não precisam de luz. É justamente o contrário: as orquídeas evoluíram como epífitas para aproveitar a maior quantidade de luz disponível na floresta alta.

Mas quanta luz é o suficiente? Depende muito de cada espécie, por isso é bom saber que planta você está cultivando. Muitos se baseiam na quantidade suficiente para ter a planta sem que ela se queime. Você pode fazer isso de outra forma, testando quantidade de luz até que a folha da orquídea apresente uma colocação correta. Em resumo, as orquídeas não devem ter folhagens verde-escura e exuberantes. Se cultivadas sob luz suficiente, terão uma folhagem mais clara, um pouco verde-amarelada e um forte crescimento vertical.

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Já falei isso algumas vezes aqui no site: as raízes são a parte mais importante da orquídea. Por esta razão, ventilá-las é fundamental. Orquídeas sem raízes arejadas, salvo algumas variedades terrestres, morrerão facilmente. Aliás, a planta toda é sensível ao fato de não haver ventilação suficiente no local, portanto, tenha sempre em mente que a orquídea não poderá estar em um local totalmente fechado, sem circulação de ar. Na pior das hipóteses, pequenos ventiladores podem ser utilizados para isso, se o ambiente não for propício. Muitos orquidófilos de regiões extremamente frias utilizam este tipo de artifício para poder ter determinadas espécies. Lembre-se sempre de a orquídea precisa de ar e umidade suficiente para suas necessidades.

Água

É muito mais fácil você matar uma orquídea afogada do que de sede. Este talvez seja o motivo pelo qual mais se mata orquídeas: o excesso de água. Uma orquídea irrigada em excesso terá suas raízes comprometidas e, consequentemente, a planta toda será afetada. Infelizmente, não há uma regra para regar suas orquídeas, visto que cada pessoa possui uma quantidade e uma variedade diferente de espécies, mantidas muitas vezes em ambientes totalmente diferentes (leia-se quantidade de ar e iluminação disponível, além da temperatura), cultivadas em vasos e substratos diferenciados. Como estabelecer um padrão desta forma? Infelizmente não tem como, tudo dependerá da sua percepção. Na pior das hipóteses, um dedo inserido na mistura de envasamento pode ser a melhor ferramenta para determinar o quão seca sua planta está.

Ao regá-las, de vez em quando faça-o copiosamente. Já falei sobre isto em outro artigo aqui no site, mas não custa lembrar: dê um bom banho em sua planta e vaso. Desta forma, além de suprir sua necessidade de água, você estará eliminando os sais que ali se acumulam, principalmente os provenientes da adubação. Ou seja, é bom fazer isso periodicamente.

Fertilizante

As orquídeas crescerão e florescerão, desde que suas outras exigências sejam atendidas, por períodos razoavelmente longos sem fertilizantes. Porém, você obterá melhores resultados com algum nível de alimentação para sua planta. Normalmente, as plantas são fertilizadas uma vez por semana durante o verão e a cada duas semanas no outono e inverno. Independentemente do fertilizante que você escolheu usar, os produtores mais experientes não usam mais que ½ da dosagem recomendada pelo rótulo. Ah, e a propósito, é melhor regar primeiro para molhar o substrato antes de fertilizar, como já falei em outro artigo aqui do site.

Os fertilizantes usados ​​em orquídeas devem conter pouca ou nenhuma uréia. Isso ocorre porque os organismos do solo devem primeiro converter o nitrogênio na uréia em uma forma utilizável pelas plantas e, como as orquídeas não crescem no solo, essa conversão não ocorre de forma eficiente.

Pragas e doenças – nematóides

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orquideas.eco.br - nematoide

Nematóides são minúsculos organismos que vivem em diversos ecossistemas e estão presentes em quase todas as regiões do planeta. Alguns não causam danos à outras espécies. Outros alimentam-se de restos de animais ou plantas, sendo chamados de saprófitas. Por fim, existem os parasitas de animais ou plantas, como por exemplo, aqueles que parasitam os seres humanos, as lombrigas.

Parasita de orquídeas

Os estragos causados por nematóides podem levar uma planta à morte. Muito embora cada orquídea tenha uma reação diferente a uma ataque de nematóides, podendo inclusive não morrer, dependendo das condições, ela ficará mais fraca e não dará mais flores.

O nematóide mais comum nas orquídeas tem aspecto de lombriga, cor branca e tamanho da ordem de décimos de milímetros e, quando colocados sobre uma lâmina de um microscópio de baixo aumento com uma gota d’água, serpenteiam, como minhocas. Outros têm anéis e se movem se esticando e se encolhendo, como lagartas.

Ação do parasita

Os nematóides atacam qualquer parte da planta, mas normalmente iniciam o ataque pelas raízes. Em condições favoráveis, ou seja, muita umidade, todas as raízes irão apodrecer em curto espaço de tempo. Caso as condições não sejam tão favoráveis ao parasita, elas podem apenas entrar em dormência por meses ou até anos. Além de reduzir o desenvolvimento das plantas, causam necrose nas folhas e raízes, causam má formação dos bulbos e coloração anormal em folhas e flores.

A podridão causada por um nematóide é diferente daquela causada pela Podridão Negra. Primeiro, porque o ataque do nematóide pára quando atinge o cerne duro, enquanto o fungo da Podridão Negra avança pelo rizoma até o pseudobulbo em questão de dias. Além disto, o broto atacado por nematóide fica mole e aquoso, enquanto que o atacado pelo fungo da Podridão Negra não perde a consistência.

Se a raiz da orquídea apresentar uma parte escura e outra branca, os nematóides podem estar presentes neste ponto de transição.

Proliferação

Um nematóide fêmea é capaz de colocar 2.000 ovos, proliferando rapidamente o parasita. Infelizmente, coisas comuns como respingos de água espalham o parasita pela vizinhança. Isto acontecendo, se atingirem um broto, este apodrece.

Outra forma de contaminação é através das ferramentas que você utiliza para manuseio e poda das plantas. Por isto, é importante desinfetar todos os instrumentos utilizados no cultivo. Tenho o costume de flambar minhas tesouras com a chama de um maçarico portátil, fica a dica.

Cuidados

Se sua orquídea estiver contaminada com nematóides, você poderá tratá-la com a seguinte solução: em 1 litro de água, com PH entre 5 e 6, dilua um inseticida nematicida de amplo espectro com qualquer fungicida e borrife toda a planta, fazendo a água escorrer por toda planta e substrato. Esta solução elimina caramujo, caracol, tatuzinho, nematóide, cochonilha de raízes e alguns fungos.

Outras receitas você pode conferir clicando aqui!

Prevenção

Ainda assim, a maneira mais eficaz de combater este parasita é a prevenção. Utilize substrato novo, livre de nematóides. Adquira plantas sabidamente sadias. Destrua – queime mesmo – restos de plantas infectadas. Evite a umidade excessiva e deixe seus materiais de cultivo secos e limpos.

Referências

  • plantasonya.blogspot.com.br
  • jardineiro.net

Abraços!

Legado das Águas

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Há alguns meses vivi uma experiência diferente no Legado das Águas e gostaria de compartilhá-la com vocês por causa de um motivo muito nobre: conscientização e conservação. Em maio de 2017, participei de um evento teste em um local chamado Legado das Águas, situado na Reserva Votorantim, Tapiraí, São Paulo. O evento era um workshop sobre orquídeas, ministrado pelo Biólogo Luciano Zandoná.

Bom, antes de mais nada, este texto é sobre muitas coisas, menos sobre o workshop sobre orquídeas. Prefiro pensar que este é um relato de uma pessoa acostumada com a cidade grande que, mesmo vivendo em um local com muitas plantas, queria passar por uma experiência diferente das vividas no dia a dia.

Estava eu de férias, querendo bater perna por algum local onde pudesse respirar um pouco daquele viciante ar de floresta. A oportunidade surgiu com uma postagem que por acaso vi no Facebook sobre o tal do workshop. Olhei no mapa, vi a distância e me animei: não era muito longe para uma viagem de final de semana, apenas uns 300 km de Curitiba.

Inscrição feita, deparei-me com o primeiro problema. O workshop começava no sábado cedo. Para chegar no sábado cedinho, teria que sair muito cedo de Curitiba, afinal, seria uma viagem de pelo menos 4 horas. Questionei os organizadores sobre a oportunidade de ir na sexta à tarde e fui prontamente atendido. Foi então que pensei: “Bacana, duas noites no meio do nada ao invés de uma!”. Claro que o desconhecido faz nossa imaginação aflorar e pensei de tudo um pouco, afinal, estamos falando de um local que realmente fica incrustado no meio de um restinho de Serra do Mar, mas estava muito animado com a experiência.

Enfim, peguei a estrada seguindo as direções que me passaram, imaginando chegar no final da tarde de sexta no local. De certa forma, meu cálculo foi correto, cheguei à reserva no final da tarde. O que errei foi o fato que, uma vez dentro da reserva, eu teria que andar mais 40km em estrada de pedra/terra até à base do Legado das Águas. Claro que isto não seria problema nenhum, mas a Mãe Natureza resolveu me desafiar a colocou uma tempestade ameaçadora se aproximando no horizonte. Tempestade, noite, estrada de chão, meio da floresta: pensei que não seria uma boa me perder ali logo no meu primeiro dia. Fui em frente, torcendo para chegar antes da tempestade.

No fim, deu tudo certo. Foi extremamente prazeroso andar no meio da mata, passando por rios, represas – foram 4 no caminho à base. Em todas você passa por pontes que te dão uma visão bem ampla das barragens. O caminho passa por algumas vilas que abrigam os funcionários – e suas famílias – das usinas quando estão em serviço no local. Tudo simples mas muito organizado. A estrada é boa e mais uma coisa me chamou a atenção: a sinalização. Por todo o caminho há placas avisando da presença de antas na região. Porém, algumas placas são pretas, com a imagem de uma anta branca. Na hora não entendi o motivo, mas depois veio a explicação: há uma anta albina no parque. Nada mais justo que a sinalização indique isso, oras!

Enfim, 40km depois, cheguei à base, estacionei o carro, entrei no alojamento para procurar o pessoal e BUM!, eis que a tempestade desabou com força. Em poucos minutos acabou a energia. A situação de isolamento e quietude, além da momentânea ausência de energia, resultou em uma sensação de paz que não lembro de ter sentido anteriormente. É uma situação que a grande parte das pessoas não está acostumada. Hoje somos bombardeados por todo tipo de estímulos modernos, principalmente eletrônicos. Estar no meio da Serra do Mar, contemplando a mata e a montanha, observando e escutando a chuva, respirando um ar muito mais puro, faz muito bem. E assim fiquei até a hora de me recolher ao alojamento, sem antes provar uma jantinha mais do que caprichada que já estava pronta no refeitório quando cheguei.

No dia seguinte acordei cedo, antes dos demais, e fiquei zanzando pela base. A sensação ao andar ali, em meio a mata, com a luz do dia, é indescritível. A mesma sensação de paz que tive na noite anterior é acrescida de outra difícil de explicar, mas que remete muito ao sentido de nossa existência. É impossível ficar indiferente àquilo e não pensar na vida como um todo, e no sentido de tudo. A amplitude da natureza nos faz perceber o quão pequenos somos, sensação essa que não sentimos, ou pelo menos eu não consigo sentir, mesmo estando na selva de pedra da cidade. Confesso que bate uma vontade de largar tudo e viver em meio à natureza, infelizmente interrompida pela razão e o fato que tenho responsabilidades que não posso abrir mão.

Minha primeira parada foi ao lado do refeitório, onde os passarinhos faziam a festa comendo as frutas colocadas ali para eles. Fotografei, filmei, observei e apreciei o espetáculo. Continuei minha caminhada e fui ao complexo de estufas onde os pesquisadores fazem a reprodução de mudas de espécies locais para reintrodução na natureza. Tudo muito organizado, que me fez ter vergonha do meu pobre orquidário em casa. Em uma das estruturas há um telhado verde, onde várias espécies estão plantadas e contribuem para a neutralização dos efeitos da construção abaixo, além de deixar o ambiente dentro dela muito mais agradável. Ao lado do complexo de estufas está um dos focos de meu interesse: o orquidário do local. Uma estrutura muito bem bolada, bastante úmida, onde várias espécies de orquídeas repousam como objeto de estudo ou aguardando reintegração na mata. Um espetáculo! Não fiquei muito por ali, afinal, não sabia até onde poderia explorar sem supervisão.

Voltei ao alojamento e, após um belo café da manhã, andei mais um pouco pelo Legado em busca de alguns participantes perdidos no caminho. Por fim, voltamos à base, conheci todos os participantes do workshop e lá fomos nós para o evento em questão. Como disse, o foco deste texto não é o workshop em si, mas não posso deixar de comentar o quão proveitoso foi. Ouvir as experiências de quem convive diariamente com orquídeas, lutando por sua preservação, é uma grande lição de vida. Enfim, para resumir, é claro que a parte teórica da coisa valeu muito. Além do material exposto em sala, fizemos um passeio pelas instalações e pude ver com mais detalhes aquilo que havia sondado logo cedo pela manhã, desde o viveiro de mudas até o orquidário.

Na hora do almoço, mais uma bela refeição. Em seguida, voltamos às atividades do workshop. Após mais uma parte teórica, novamente fomos ao orquidário e tivemos uma aula in loco sobre as plantas, além de uma análise sobre o mal que a retirada indiscriminada das plantas de nossas florestas ocasiona em nossos biomas. Além disso, pudemos aprender bastante sobre a reserva em si, como é feita a conservação do local, como são direcionados os estudos ali na reserva, como é feita a interação entre natureza e os humanos que ali habitam. Uma aula sensacional de consciência e conservação, além de respeito à natureza e sua magnitude.

Jantei, conversei um pouco com o pessoal e me recolhi para dormir. Na minha mente já havia um plano: acordar mais cedo e filmar a passarinhada que logo cedo se deliciava com as frutas que ficavam próximas à cozinha. Dito e feito, acordei cedinho, ainda com aquela névoa de serra pairando no ar, posicionei a câmera e deixei a natureza fazer sua parte. O resultado é este:

O dia seguinte foi voltado ao deslumbre das belezas naturais do local. Ao contrário do dia anterior, que alternou entre períodos nublados e de chuva, o domingo estava com um sol esplendoroso. Aproveitei para conhecer um ponto muito interessante do Legado, a Trilha Poço do Cambuci. A trilha é destinada à observação de animais e plantas, sendo que após cerca de 800 metros visitante encontrará um pequeno poço de captação de água. Na trilha é possível ver uma grande variedade de orquídeas, além dos rastros das antas que habitam o complexo. Para tornar a visita mais interessante, havia a missão de replantar algumas orquídeas resgatadas no parque. Dei sorte, pude fazer o ciclo completo: achei uma árvore caída com uma e pude realocá-la em uma árvore próximo ao local onde ela estava originalmente.

Aqui, abro um parênteses para um detalhe que faz toda diferença: os sons da natureza. A variedade de sons proveniente da mata era imensa e, ao mesmo tempo, relaxante. Soma-se a isso o oxigênio limpo que estava respirando e temos uma provável definição da palavra paraíso.

Almocei e fui para a última parte da aventura: um passeio de barco pelo rio Juquiá. Não esperava por esta parte da aventura e curti bastante. Descemos até o rio e após uma breve explicação de segurança, lá fomos nós. O intuito ali era ver a mata intocada e suas árvores centenárias (e gigantescas). Claro que foi possível ver orquídeas no caminho, além de vários animais. Mas o grande barato foi realmente o passeio. A imensidão do rio naquele ponto por causa da represa logo adiante nos faz pensar na imensidão dos elementos na natureza e como somos pequenos neste imenso universo. A reflexão é profunda e prazerosa. Terminamos o passeio em uma pequena cachoeira, mas não entramos no rio porque naquele momento já estava novamente nublado e chuvoso.

Voltamos à base e aí já era o momento de dizer adeus. Depois de dois dias de muito aprendizado e contato com a natureza, era hora de partir. Algo certamente havia mudado em mim após aquela experiência, apesar de, no momento, não saber ao certo o que era. Peguei novamente os 40km de estrada até a rodovia e fui pensando. No caminho, parei em uma das represas para registrar algumas fotos. Novamente o Sol estava presente, a tarde estava linda. Aquele ar, aquela paz, aquela vista. Não queria sair dali. Mas fui em frente. Saí da reserva e pouco antes de Juquiá a natureza ainda me presenteou com uma composição e cores que há tempos não via, um belo entardecer com a Lua já visível de dia.

Fui para casa satisfeito. E mais, estava tentado a ajudar de alguma forma no projeto do Legado. Ainda não sei como nem quando, mas certamente vou querer ajudar de alguma forma a conservação deste pedaço de paraíso.

Se quiser saber mais sobre o local, acesse legadodasaguas.com.br

Abraços!

O longo caminho entre a semente e a flor da orquídea

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Imagine que você está em uma loja e vê aquela linda orquídea. Após muito contemplar, não resiste, e a leva para casa. Duas semanas depois, a flor se vai. No dia seguinte, o vaso com a orquídea esta na lata do lixo.

Como assim lixo? Quem faria isso com uma orquídea? Pois é, muito ainda acham que orquídeas são plantas simples e que depois da flor ela simplesmente acaba. Já contei aqui no site de plantas que achei em latas de lixo (Paphiopedilum leeanum – o fruto de um resgate) e, por mais incrível que pareça, isto é muito comum.

As pessoas que fazem isto talvez não entendam a complexidade que envolve o cultivo de uma orquídea até o estágio em que ela esteja pronta para a venda. É bem diferente de outras plantas comerciais que, superficialmente falando, é plantar uma semente e esperar algumas semanas para a flor aparecer. Antes de mais nada, a semente da orquídea é uma coisa muito complicada e específica. Seu tamanho e características fazem com que ela necessite de condições muito específicas para que sejam capazes de brotar e se desenvolver, como visto no artigo “Orquídeas e seus frutos e sementes – não se deixe enganar!“. Na natureza, é necessária a presença de um fungo chamado micorriza de onde as sementes extraem seu alimento até que sejam capazes de realizar fotossíntese. Em laboratório, alguns compostos simulam este alimento e as sementes conseguem se desenvolver. E não é apenas isto, os passos seguintes são complexos e demorados, ilustrados no passo a passo abaixo:

orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (1)
Milhões de sementes de orquídea – recém saídas da cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (2)
Semeadura in vitro através de meio de cultura artificial
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (3)
Primeiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (4)
Segundo repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (5)
Terceiro repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (6)
Quarto repique – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (7)
Replante em bandejas – quando a muda atinge um tamanho satisfatório, ela pode ser movida para as bandejas
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (8)
Vaso pequeno – quando a orquídea atinge o tamanho e desenvolvimento ideal para ser movida isoladamente em um vaso
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (9)
Vaso médio – quando a muda atinge um determinado tamanho é necessário movê-la para um espaço mais adequado
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (10)
Vaso definitivo – quando a muda atinge o tamanho de venda, é movida para o vaso definitivo
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (11)
Orquídea em flor
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (12)
Orquídea fecundada – gerando as sementes em sua cápsula
orquideas.eco.br - desenvolvimento de uma orquidea (13)
Outras cápsulas de semente – Cymbidium

Quanto tempo todo este processo demora? Acredite ou não, no caso acima, a primeira flor chega lá pelos 4 ou 5 anos. Aqueles que descartam as orquídeas depois da florada realmente deveriam conhecer toda esta magia e compreender a complexidade e o investimento que é necessário para que a planta estive florida ali para deleite de todos.

Talvez eles valorizassem estas plantas como nós, você leitor e eu, valorizamos, ao ponto de conhecer mais, cultivá-las e dedicar nosso tempo e carinho para que elas estejam sempre floridas e bem cuidadas.

Referência

As fotos foram tiradas na última exposição da RF Orquídeas, em Campo Largo. O Rogério sempre coloca esta linha do tempo das orquídeas para os visitantes conhecerem e desta vez lembrei de fotografar e mostrar para vocês.

  • rforquideas.com.br

Abraços!

Como cultivar orquídeas e tê-las sempre floridas

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Lamento informar, mas se você entrou aqui sob o pretexto de saber qual o milagre no cultivo de orquídeas para vê-las floridas o ano inteiro, você caiu no truque mais usado nas redes sociais nos últimos tempos: o clickbait – ou prática usada para atrair tráfego por meio de títulos atrativos e promessas impossíveis.

A boa notícia é que fiz isso por um bom motivo: conhecimento. Mais conhecimento para você! E para não deixar você sem uma resposta, no final do texto vou dizer de forma bem simples como cultivar suas orquídeas e tê-las sempre floridas.

Primeiro, é importante contextualizar o porquê de eu escrever este texto. O leitor deve entender minha motivação ao compartilhar minhas ideias a respeito deste assunto, pois poderá concordar ou não, podendo ser frustrante para alguns ao final do texto.

O ônus e o bônus das redes sociais

Há algum tempo tenho visto um movimento de divulgação nas redes sociais de livros, cursos, apostilas, lives, enfim, conteúdo e mais conteúdo prometendo coisas que, sinceramente, beiram o impossível. Não são poucas pessoas fazendo isso. Por exemplo, se você é um usuário de Instagram e curte imagens de orquídeas, já deve ter esbarrado e contas com nomes sugestivos que pegam imagens da internet (inclusive minhas) e postam oferecendo a famosa fórmula secreta para ter orquídeas sempre floridas.

O texto é sempre meio padrão, inclusive repetindo erros de português e até colocando plantas que nem orquídeas são, falando que todos que desejam ter orquídeas como a da foto floridas o ano todo (outro absurdo, aliás), deve clicar no famoso link azul e comprar o manual de cultivo deles. Sim, tudo se resume a tentar vender um manual que é um apanhado de textos e fotos retirados da internet e muitas vezes não tem nenhum embasamento científico naquilo que oferece.

Ele só consegue cumprir um objetivo: enganar você!

Vale ressaltar que isso vai muito além do Instagram, acontece no Facebook, no Pinterest, no Twitter, enfim, qualquer rede social que a pessoal mal intencionada tenha acesso.

Entenda: quem faz este tipo de coisa não está preocupado com o cultivo da sua orquídea. Estas pessoas desejam apenas enganar você, vendendo algo que, além de ter conteúdo pirateado, é falho, prometendo coisas impossíveis e induzindo muitos a errar ainda mais em seu cultivo. São pessoas da mesma laia daqueles que dizem vender sementes de orquídeas, que você pode ler sobre clicando aqui, ou aquelas que coletam orquídeas na natureza, que você pode ler sobre aqui neste post.

Mas aí você pode se perguntar:

Mas o conteúdo é tão ruim assim?

Alguns dos conteúdos fornecidos até apresentam algumas informações que tem embasamento, afinal, são copiados de locais de confiança. Entretanto, como a premissa é normalmente prometer que você irá ter orquídeas floridas o ano inteiro – ou que você nunca mais irá perder uma orquídea, ele se torna uma obra de ficção e não reflete a realidade daqueles que realmente se dedicam ao hobby.

Por que não reflete a realidade?

A família das orquídeas é extremamente complexa. A grande maioria das espécies floresce apenas uma vez ao ano, se as condições de seu ambiente forem favoráveis a isso. Mesmo as que florescem algumas vezes ao ano precisam que as condições sejam favoráveis a isso. Pois bem, aí entra uma variável muito importante que não é abordada em nenhum manual genérico de cultivo: as especificidades de cada espécie. E entenda, eu disse cada espécie, pois mesmo de um mesmo gênero podemos ter grandes diferenças entre as espécies.

Cada orquídea é única e tem necessidades específicas de luz, temperatura, substrato, ventilação e umidade. Generalizar isso em um texto, prometendo que irá funcionar para todas as orquídeas, é criminoso, pois certamente irá matar mais plantas do que um cultivo específico. Este é o motivo que prego aqui e em minhas redes sociais: conheça a orquídea que você cultiva!

Aí entra outro fator: a procedência da planta que você compra. Orquidários sérios cultivam a planta desde a semente (ou cortes de plantas mãe) e estas orquídeas estão adaptadas ao cultivo fora da natureza. Coisa que quem compra de quem coleta na natureza não tem, além de levar muitas doenças para o resto da coleção (leia mais aqui).

Sabendo a procedência e o nome da planta, você poderá pesquisar em livros e em sites confiáveis a melhor forma de cultivá-la. E como cada espécie tem suas necessidades específicas, dificilmente você irá errar, coisa que o método genérico apresentado pelo método dos aproveitadores da Internet é incapaz de fornecer.

Mas aí você pode se perguntar:

E o que posso fazer a respeito?

Simples: denuncie! Todas as redes permitem que você denuncie perfis que fazem este tipo de coisa e as contas são canceladas. É importante fazer isso para que as informações disponibilizadas nas redes sejam úteis para todos de nossa comunidade, sem enrolação e enganação!

Abraços!

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