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Utilização do fertilizante Osmocote nas orquídeas

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Falando um pouco sobre adubos, recentemente comecei a usar Osmocote em algumas plantas para verificar os resultados. Acho que vai ser bastante promissor.

Basicamente, a ideia aqui é aproveitar a nebulização diária que estou fazendo (que você pode conferir no post que fiz sobre o sistema que irrigação automático de meu orquidário clicando aqui) e liberar lentamente uma dose extremamente homeopática de adubo para as plantas. Desta forma, diariamente as plantas terão três elementos em sua rotina:

Além disto, a adubação tradicional, quando lembro, é mantida. Mas com todo o procedimento acima, ela se torna menos necessária, tanto que a concentração do adubo que uso é bem menor.

Enfim, o que o Osmocote pode ajudar em seu cultivo?

Osmocote: o que é?

O Osmocote é fabricado pela empresa americana Scotts e seu nome tem como origem o processo biológico conhecido como “osmose”.

O Osmocote é um tipo de fertilizante de liberação lenta, normalmente apresentado em formato de grão/cápsula. Esse grão funciona como uma cápsula de sistema osmótico, ou seja, na medida em que entra água em seu interior, sai o fertilizante, que é lentamente expulso de seu interior. O Osmocote possui composições diferenciadas em sua fórmula e no tipo de camada protetora da cápsula. Assim, o tempo de liberação dos nutrientes da cápsula pode variar de 3 a 14 meses, de acordo com o material que envolve a cápsula.

Como a liberação é lenta, o Osmocote é recomendado para todas as fases de crescimento e manutenção dos seres vegetais, podendo variar apenas a sua composição de acordo com a idade da planta. Como ele possui uma liberação gradativa não há o risco de queimar as raízes das plantas, consequência comum de sobrecarga de adubação com nitrogênio em um único dia.

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Osmocote e nada mais.

Após a liberação de todos os nutrientes, a cápsula do Osmocote terá apenas água em seu interior, evidenciando que os nutrientes foram todos utilizados e no final do ciclo a água da irrigação ocupou seu lugar. Por ser biodegradável, não há a necessidade de se retirar as cápsulas já utilizadas do substrato, pois a resina que as reveste se dissolverá com o tempo. O tempo de duração de cada tipo de Osmocote é indicado na embalagem.

Segundo o fabricante, o produto também pode ser aplicado em solos úmidos, pois uma vez aplicado ao solo, o Osmocote só absorverá a umidade da terra quando a temperatura chegar aos 50º C. Isto quer dizer que a irrigação sobre os grãos torna-se essencial para que as cápsulas realizem a absorção de umidade capaz de penetrá-las e, consequentemente, liberar os nutrientes para a planta.

É interessante observar que a tecnologia aplicada no Osmocote promove a adequada absorção de água em qualquer situação. Mesmo imersa dentro de um recipiente com água, a quantidade absorvida por cada cápsula será a mesma de uma irrigação normal. Diferentemente dos revestimentos quebradiços dos antigos adubos de liberação lenta, a sua cápsula biodegradável promove a completa absorção e durabilidade do efeito.

Osmocote: composição

A composição do Osmocote, como todo fertilizante, varia de acordo com a fórmula. Neste caso, varia sempre no NPK, indicado no nome do produto. O Osmocote® Plus 15-9-12, por exemplo, possui os seguintes elementos:

Análise – 15-9-12
Nitrogênio (N) 15%
Fosfato (P) 9%
Potássio (K) 12%
Magnésio (Mg) 1,3%
Enxofre (S) 5,9%
Boro (B) 0,02%
Cobre (Cu) 0,05%
Ferro (Fe) 0,46%
Manganês (Mn) 0,06%
Molibdênio (Mo) 0,02%
Zinco (Zn)  0,05%

Este é o que tenho utilizado em minhas plantas.

Como referência, um Osmocote 10-10-10 mudaria somente os macronutrientes, o NPK.

Osmocote: como utilizar

O Osmocote é encontrado em diferentes formulações de NPK e é necessário possuir um conhecimento mais técnico sobre o tipo de NPK necessário para cada fase da planta. Por exemplo, um adubo com o N (Nitrogênio) elevado promoverá o crescimento acelerado da planta, entretanto, poderá promover a queima de folhas e raízes. Na dúvida, utilize valores balanceados (como por exemplo 10-10-10 ou 20-20-20) e sempre em pequena quantidade, testando gradativamente a quantidade necessária para a planta. No caso do Osmocote, não existe risco de superfertilização, pois a liberação dos nutrientes é gradativa. Portanto, dosagens maiores podem ser aplicadas sem muito risco. Entretanto, sempre é bom preservar, cuidar e economizar, utilizando sempre a dosagem recomendada na embalagem do produto.

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No cachepot.

É importante saber quanto dura o Osmocote em suas plantas. Como isto varia de acordo com a fabricação e a temperatura, o ideal é consultar a embalagem do produto. Como exemplo, eis a longevidade Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses – e do Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses.

Longevidade média do Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses – de acordo com a temperatura do solo:
15ºC 21ºC 26ºC 32ºC
4 a 5 meses 3 a 4 meses 2 a 3 meses 1 a 2 meses
Longevidade média do Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses – de acordo com a temperatura do solo:
15ºC 21ºC 26ºC 32ºC
9 a 10 meses 8 a 9 meses 6 a 7 meses 5 a 6 meses

A quantidade utilizada depende muito do tipo de adubo escolhido. Existem várias “receitas” de utilização na Internet. A mais básica – e recomendada – é (utilizando o Osmocote® Plus 15-9-12 como referência):

Aplicação
Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses
Gramas/litro 1,8 5,0
Gramas/cm3 0,0018 0,005

Há quem use de outras formas, como por exemplo um genérico 3 gramas por litro de substrato. O importante é estar atento ao tempo de vida do fertilizante e providenciar a reposição quando este estiver acabado.

Usa o produto? Deixe seu comentário!

Abraços

Referências

  • tudosobreorquideas.com.br
  • emporiodassementes.com.br
  • lojadasmudasesementes.com.br
  • liscampo.pt

Cuidados com as orquídeas no outono e no inverno

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Não é segredo para ninguém que este ano minhas plantas estão sofrendo com o frio um pouco acima da média aqui em Curitiba.

Mas Luis, você sabe que Curitiba é uma cidade fria, não? Sim, você está certo, Curitiba é a mais fria das capitais brasileiras. Entretanto, há tempos não víamos um inverno tão rigoroso como o deste ano (artigo de 2013). Pelo que andei lendo, casou o fato de que este ano não tivemos uma grande influência do El Niño e nem da La Niña, deixando nosso clima como era há alguns anos. Lembro-me de um frio assim apenas quando eu era pequeno, e olhe lá. Os últimos dois ou três invernos pareciam mais veranicos, de tão quentinhos que estavam.

E as plantas? Pois bem, as plantas sofrem.

Cometi o erro de começar a reformar todo o orquidário antes do inverno. Como nem tudo sai como o planejado, faltou tempo e grana para terminar tudo o que eu queria fazer. Desde maio veio me arrastando para terminar o básico para voltar minhas plantas para o lugar. Enquanto isto, elas estão amontoadas no meio do quintal, sob um gazebo que não protege nada de coisa nenhuma.

E veio o inverno.

Não tinha me preocupado com isto pois nos últimos anos minhas plantas nem orquidário tinham e estavam sempre bem. O frio não era intenso, geadas eram muito raras, portanto para que eu deveria me preocupar?

Entrei bem.

Este ano (o artigo é de 2013) tivemos o inverno mais rigoroso dos últimos tempos. Geadas constantes, frio abaixo de zero e até a neve resolveu dar as caras por aqui, depois de mais de 30 anos.

Resultado parcial desta encrenca: todas as plantas que estavam em vias de florir abortaram. Todas as sementes que estou há tempos tentando gerar abortaram. Todas as folhas que pegaram um pouco de geada foram perdidas. Plantas inteiras viraram pó.

Mas o que podemos fazer para evitar isto? A resposta é fácil: ambiente fechado, controlado e aquecido! Acontece que pobres mortais como eu não podem ter uma estrutura de orquidário comercial. Como resolver? É simples.

Ambiente

Você tem uma coleção pequena e espaço dentro de sua casa? Há previsão de geada ou frio em demasia? Coloque suas plantas dentro de casa. Problema resolvido. Pena que este caso não representa a totalidade dos orquidófilos amadores. Muitos tem plantas demais ou espaço de menos. O que fazer?

Se não for possível recolher suas plantas, analise a possibilidade de cobri-las com plástico agrícola. Isto evitará possíveis transtornos com a geada e com o vento frio. Qualquer estrutura básica serve. Lembre-se que é muito melhor deixar as plantas meio “amassadas” por um período do que perdê-las por causa do frio.

Se você tem uma estrutura própria, melhor ainda. É só cobrir a estrutura com plástico. Lembre-se das laterais, afinal, de nada adianta evitar que elas recebam a geada e o vento fazer todo o estrago.

Tente não sufocar as plantas pois, em contrapartida, é muito importante a areação do meio em que elas estão para evitar que a umidade faça com que fungos e bactérias tenham um meio fácil para atacar suas plantas. Aliás, faça um controle mais cuidadoso de pragas, evitando assim que elas aproveitem a debilidade das plantas para atacar.

Adubação

Muitos aqui irão divergir nas opiniões. Há quem recomende que a adubação deve parar neste período. Outros defendem que ela deve continuar em menor escala. Particularmente, eu optei este ano por parar a fertilização, não porque não gostaria de fazê-la, e sim porque na bagunça que tudo está em casa é mais fácil assim. Lembre-se apenas que no inverno a tendência das plantas é absorver menos, ou mais lentamente, devido ao metabolismo delas estar mais “preguiçoso”. Portanto, a mesma dose de adubo normalmente utilizada não é necessária.

Você pode ler mais sobre adubação clicando nos links abaixo, são textos mais antigos, mas dão uma ideia:

Água

Dias curtos, menos luz solar, frio, metabolismo mais lento. Todos estes fatores servem para você ter cuidado com a quantidade e a frequência das regas que irá realizar. Com o metabolismo mais devagar, a planta irá absorver menos água. Com o dia mais curto, a evaporação será mais lenta. Com o frio, a possibilidade de que a água que sobra no vaso faça mal a planta é grande. Vejam bem, eu perdi plantas por congelamento! Imagine o que um vaso com muita água irá fazer com sua plantinha! O ideal é regar menos, visto que a necessidade de água é menor. Assim, problemas com fungos e bactérias serão evitados e o risco de congelar uma planta será menor. E o mais importante: se for regar suas plantas, opte por dias mais quentes, com Sol e principalmente pela manhã, para que a água que sobra tenha tempo de evaporar.

Por fim, evite podas e transplantes nesta época. O ideal é manter sua planta confortável, sem incomodá-la com mudanças bruscas como estas. Lembre-se que elas são seres vivos e sentem tudo que acontece com elas. E reagem a isto.

Abraços!

Devo cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

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Esta é sempre uma dúvida que aparece por aqui, principalmente quando posto muitas fotos de flores: é necessário cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

A resposta é simples: depende.

Phalaenopsis

De todas as orquídeas mais comuns disponíveis no mercado regular e não em coleções, apenas algumas Phalaenopsis irão florescer novamente a partir de sua antiga haste. Isto pode acontecer desde que você tenha um pouco de cuidado com a Phalaenopsis, ou seja, quando a última flor desbotar, você deve deixar o caule intacto. Entretanto, a haste mais antiga fica muito deselegante e as flores que vierem provavelmente ficarão menores.

Algumas pessoas acreditam que é melhor cortar o caule inteiramente na base de onde sai das folhas. Assim, ele florescerá novamente dentro de alguns meses. Você também pode cortar o caule deixando dois nós (aquelas pequenas linhas marrons no caule abaixo de onde as flores estavam) nele. Um desses nós brotará e produzirá flores dentro de oito a doze semanas. As plantas mais jovens ou mais fracas podem não brotar e alguns Phalaenopsis são geneticamente incapazes de ressurgir da espiga antiga, geralmente aqueles que florescem com pontas ramificadas.

Enfim, vale a pena tentar. Tenho poucos Phalaenopsis em casa, mas já aconteceu de novas floradas saírem de hastes antigas.

Outras espécies

Agora, se você tem orquídeas mais complexas ou raras, é bom ler a respeito de cada espécie para entender seu comportamento. Pode acontecer de termos novas floradas em hastes antigas em outras espécies sim, mas não são todas. Eu tenho algumas aqui em que isto acontece: Dracula, Masdevallia e Pleurothallis. Nestes casos, normalmente isto acontece nas minhas que vieram da região do Equador. Dois bons exemplos são as orquídeas abaixo:

Masdevallia princeps
Masdevallia princeps – várias flores por haste, em momentos diferentes

Dracula cordobae
Dracula cordobae – novamente, várias hastes por haste, sempre depois que a flor acaba outra vem em seguida.

Por fim, é sempre bom lembrar: orquídeas, assim como os animais, são suscetíveis a vírus. Por isso, ao que cortar um pedaço de uma orquídea, sempre use uma ferramenta estéril afim de evitar a propagação de vírus. Você poderá esterilizá-la com fogo ou qualquer outro produto para este fim.

Abraços

Calda de tiririca – enraizador natural para orquídeas

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Este artigo retrata uma curiosidade que alguns orquidófilos utilizam para reprodução de orquídeas, principalmente por estaqueamento, ou seja, o que é feito com orquídeas terrestres. É importante salientar que deve-se ter muito cuidado ao utilizar este método pois, dependendo da concentração, o efeito é contrário e prejudicial. Entretanto, como meu objetivo é informar e discutir ideias, não poderia deixar de escrever sobre algo que está rolando há algum tempo na Internet e alguns orquidófilos utilizam com muito sucesso.

A planta

A Cyperus rotundus, também conhecida como tiririca ou junça, é uma planta pequena, de rápido desenvolvimento, pertencente à família Cyperaceae e ao gênero Cyperus. Produz pequenos tubérculos de alto poder regenerativo (um único tubérculo cortado pode dar origem a várias plantas) ricos em fitormônios. Essa alta quantidade de fitormônios faz com que a planta seja usada para a produção e enraizamento de outras plantas, principalmente por estaqueamento.

Infelizmente, é uma erva daninha de difícil controle e, consequentemente, um saco de controlar quando há uma infestação.

Bom, pelo menos agora você pode tirar proveito disso, dependendo do caso.

Curiosidades

Proveniente da Índia, é considerada uma das espécies vegetais de maior distribuição no mundo. Está presente em todos os países de clima tropical e subtropical e em muitos de clima temperado. No Hemisfério Norte ocorre a partir do sul dos Estados Unidos e da Europa, aumentando sua presença em direção aos trópicos.

Aqui no Brasil, como a maioria de vocês deve ter notado, ocorre praticamente em toda a extensão territorial.

A grande sacada da tiririca é sua enorme capacidade de multiplicação, podendo formar até 40 toneladas de matéria vegetal por hectare. Ou seja, uma praga. Para isso, extrai o equivalente a 815 kg de sulfato de amônio, 320 kg de cloreto de potássio e 200 kg de superfosfato por hectare, calculados para 30 toneladas de massa vegetal.

Ácido Indol Acético (AIA)

Este é o cara central em toda a questão de utilizar ou não utilizar a calda em qualquer orquídea. Uns dizem que não há problema, outros dizem que temos que ter cuidado com a concentração ao AIA, pois pode queimar raízes e até matar a planta.

O AIA age como um fitorregulador. Fitorreguladores são substâncias utilizadas para interferir no metabolismo (anabolismo e catabolismo) dos vegetais. Os mais conhecidos são hormônios, tanto nas formas naturais (como o AIA) quanto sintéticas. Eles são utilizados para induzir o crescimento de partes ou o todo da planta.

Uso

Quando aplicado diretamente no rizoma, é absorvido e desencadeia processos de formação de calos, que são precursores na formação de raízes. É importante salientar novamente que doses excessivas podem acarretar em inibição da formação de raízes. O ideal é utilizar apenas no (re)plantio de suas orquídeas, ou seja, uma vez só, para dar aquele empurrão que a planta precisa.

Plantas bem adubadas e com substratos arejados não terão problemas de falta de raízes, então não se justifica a aplicação de estimulantes radiculares.

Receita

Existem algumas receitas por aí que usam uma quantidade bem grande de titirica para fazer a calda (do tipo 1 quilo de batatas para 1 litro de água). Como sei que não é fácil conseguir tanto material assim e a alta concentração pode ser prejudicial a planta, vamos fazer uma receita mais básica:

  1. Colha toda tiririca que conseguir (ou junte apenas uma porção generosa, se você tem bastante disponível);
  2. Lave bem e retire toda a terra, deixando apenas a planta;
  3. Junte as folhas e batatinhas no liquidificador e cubra todo material com água;
  4. Bata bem.

Esta calda poderá ser guardada em recipiente escuro, não transparente, pois o ácido indol-acético perde a sua propriedade se for exposto a luz, por até 20 dias.

Como utilizar

Você poderá banhar suas plantas com a calda. Alguns deixam por alguns minutos de molho na calda, outros apenas pulverizam. Fica ao seu critério. É possível, após alguns dias, repetir o processo.

Referências

  • greenme.com.br
  • bonsai.andretoledo.com.br
  • eventosufrpe.com.br
  • aprendendocomasorquideas.blogspot.com.br
  • comofazermudas.com.br
  • arbbis.com
  • mvlocatelli.blogspot.com.br

Abraços!

Utilização de Extrato Pirolenhoso – ou Ácido Pirolenhoso – nas orquídeas

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Extrato pirolenhoso? Que é isso afinal?

Bom, se você teve a curiosidade de entrar neste artigo para tentar descobrir qual a relação entre o extrato pirolenhoso e as orquídeas, posso afirmar que não vai se arrepender. Convencido por um amigo, comecei a usar e tenho gostado dos resultados. Mas afinal, o que é o extrato pirolenhoso?

Histórico

Existem relatos de utilização do extrato pirolenhoso na China e na Índia antiga, onde era usado para tratamento de doenças. Na Europa do século XVII, já existiam relatos de destilação seca da madeira para a produção de alcatrão, com aproveitamento de extrato pirolenhoso. Entretanto, a produção em larga escala só ocorreu em 1813, na Inglaterra, quando o produto era utilizado na coloração do linho.

A divulgação das primeiras pesquisas com o extrato pirolenhoso datam de 1874, no Japão. Em 1893, as pesquisas experimentais visavam a construção de fornos e técnicas de obtenção de óleo de terebentina e alcatrão. Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se o uso de extrato pirolenhoso na agricultura. Em 1945 foi lançado o primeiro livro com relatos de utilização do produto, intitulado “Fabricação e Utilização do Extrato Pirolenhoso”, por Tatsujiro Fukuda.

O que é e como é obtido

O extrato pirolenhoso, em geral, é constituído em sua maior parte por água, compostos fenólicos, aldeídos e ácidos orgânicos.

O primeiro passo para se obter um ácido de qualidade é observar as melhores condições para a produção, como a temperatura, por exemplo, o tipo de equipamento para a extração não importa muito. Outros aspectos importantes estão ligados ao tipo de biomassa utilizada. Existem muitas espécies vegetais que podem ser tóxicas para os seres humanos, e essa toxidez é repassada para o Ácido, impossibilitando o seu uso na agricultura. Apesar de parecer um processo simples, a técnica de extrair o extrato pirolenhoso passa por uma série de cuidados.

O principio básico passa por captar a fumaça emanada da combustão de biomassa com oxigênio controlado (pirólise), canalizá-la para um cano, de PVC de preferência, com um comprimento suficiente de modo a ocorrer a condensação do vapor contido na fumaça. Isso pode ser feito através de um funil na ponta da chaminé do forno e um cano com saída para o extrato que ira voltar pelo mesmo cano, a medida que ele se condensa. O Ácido Pirolenhoso deve ser produzido com o máximo de cuidado e seguindo rigorosamente as suas recomendações de produção, pois um Ácido mal feito poderá conter muito alcatrão. O Alcatrão é uma substância altamente tóxica, contém componentes cancerígenos. A presença de alcatrão no Liquido Pirolenhoso o torna inviável para a utilização na agricultura, as impurezas precisam ser eliminadas. Imediatamente após a extração, continua uma espécie de reação química entre os componentes. Desse modo o líquido deve ficar decantando durante um período mínimo de seis meses, assim as reações vão se estabilizar, e ao mesmo tempo o Liquido Pirolenhoso irá se separar dos outros componentes tóxicos e desnecessários.

O produto se separará em três camadas distintas. A primeira camada (10%) predomina óleos vegetais, a segunda camada que varia entre (60 e 75%) é de Ácido Pirolenhoso e na terceira camada predomina o alcatrão (20 a 30%). O Ácido Pirolenhoso é a fração aquosa do liquido condensado, de cor marrom, o alcatrão insolúvel apresenta coloração negra que é a fração inferior decantada e os óleos leves vegetais provém da camada superior do liquido decantado. A separação mais completa é obtida mediante a destilação do liquido condensado.

Utilização e benefícios

O Extrato Pirolenhoso pode ser utilizado para diversos fins na agricultura, como fertilizante orgânico, desinfetante de solo, nematicida e fungicida. Outros estudos mostraram os efeitos benéficos no desenvolvimento radicular e aumento no teor de brix (açúcar) nos frutos. Há indícios de que as características físicas e químicas, especialmente o conteúdo de substâncias com o potencial quelatizante do extrato pirolenhoso, poderiam potencializar a eficiência de produtos fitossanitários e a absorção de nutrientes em pulverizações foliares. Este produto em água, quando aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas, proporciona aumento da população de organismos benéficos, como actinomicetos e micorrizas, favorecendo, portanto, a absorção de nutrientes do solo pelo sistema radicular das plantas.

Utilização nas orquídeas

Alguns estudos estão em curso sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em orquídeas. No meu caso, comecei a usar depois que um amigo relatou suas experiências e o sucesso que está obtendo no cultivo com o Extrato. Para efeito de comparação científica, existem alguns artigos que já ilustram a utilização do Extrato Pirolenhoso nas orquídeas, como o artigo “Substratos e extrato pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia clowesii (John Lindley) (Orchidaceae)”, dos autores Jenniffer Aparecida Schnitzer, Ricardo Tadeu de Faria, Mauricio Ursi Ventura e Mauren Sorace. Quem quiser lê-lo é só clicar aqui.

Minha experiência

Não tenho muito tempo de utilização para colocar dados mais concretos sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em minhas plantas. Posso relatar que notei que as raízes voltaram a brotar com vigor, característica relatada por todos que utilizam, ou seja, que o Extrato Pirolenhoso também é um excelente enraizador. Pode ser até que eu não utilize mais o SuperThrive depois disso. As plantas também estão com menos pragas e mais viçosas, com uma aparência muito mais saudável. Enfim, vou passar os próximos meses analisando os resultados e irei mostrar para vocês assim que eu tiver algo mais conclusivo, já que estou avaliando em plantas de todos os portes, desde as maiores até as micros.

Raízes felizes com o Extrato Pirolenhoso

Tenho utilizado, conforme indicação, 0,5ml por litro de água na irrigação. Como instalei um sistema de irrigação automática, coloco toda semana 100ml no tambor de 200 litros que fornece água ao meu sistema de irrigação. Assim, há uma variação na diluição do produto ao longo da semana, mas não considero isto um problema. Minha irrigação no momento é diária, cerca de 2 minutos logo cedo pela manhã. Aliás, se quiser saber mais sobre meu sistema automático de irrigação, acesse o post que fiz sobre o tema clicando aqui!.

Referências

  • Ebah.com.br
  • revistagloborural.globo.com
  • periodicos.uem.br
  • www.usp.br
  • pt.wikipedia.org
  • www.biocarbo.com

Por que minha orquídea não floresce novamente?

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Esta é uma questão fácil e que não demanda tantas explicações: como todas as plantas, as orquídeas precisam de luz suficiente para produzir flores.

A luz insuficiente é a causa mais comum da falta de flores nas orquídeas. Para saber se a luz é suficiente para sua planta, primeiro procure saber o nome dela. Sabendo o nome de sua orquídea, poderá procurar fontes confiáveis de informações e então entender seu cultivo, o que abrange a quantidade de luz que a orquídea necessita.

Em segundo lugar, outra forma fácil de tentar entender quanto de luz sua orquídea precisa é observando a cor da sua folha. Basicamente, a cor da folha é um forte indicador se a quantidade de luz é adequada para aquela determinada espécie. Claro que com espécies mais exóticas, em que as folhas já são diferentes por si só, isto não funcionará. Entretanto, a regra geral é que o verde escuro exuberante e rico da maioria das plantas de nossas casas não é desejável em folhas de orquídeas. Uma cor verde gramada (verde claro ou médio com tons amarelados) significa que a planta está recebendo luz suficiente para florescer.

Abraços

Quando devo replantar minha orquídea?

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Eis que você olha para um vaso qualquer e, por algum motivo, acaba se perguntando: devo replantar esta orquídea?

Orquídeas depois de adultas, em geral, não precisam de replantes frequentes. É por este motivo que vemos vasos com touceiras enormes por aí, principalmente em exposições. Eu mesmo tenho uma Coelogyne cristata que está há uns 30 anos do mesmo jeito que foi plantada, e floresce vistosamente todo ano.

Afinal, quando replantar?

Normalmente, orquídeas só irão precisar de replante por causa de um destes três motivos: quebra do vaso, substrato vencido ou quando a planta está grande demais para o espaço onde ela se encontra.

Vaso quebrado

No caso de você ter a infelicidade de quebrar um vaso, sua substituição é inevitável para o bem estar da orquídea. Normalmente, isto acontece mais vezes quando utilizamos vasos cerâmicos. Vasos plásticos ou cachepots tendem a ser um pouco mais resistentes quando o assunto é quedas ou esbarrões. Claro que tudo irá depender da planta que você está cultivando nele, portanto é importante saber qual o vaso que melhor se adequa àquela planta em especial. Você pode ler um pouco mais sobre vasos neste artigo, clicando aqui.

Substrato vencido

Se sua planta estiver definhando, apresentar raízes mortas ou um aspecto geral diferente daquele que você está acostumado, pode ser que a mistura de substrato que você está utilizando esteja vencida. Entenda a palavra vencida como fora dos padrões para a sobrevivência daquela planta. Isto pode ser porque o substrato esfarelou demasiadamente com o tempo, impedindo a aeração das raízes, ou até sua decomposição natural o ter tornado ácido demais. Leia mais sobre substratos neste artigo, clicando aqui.

Vaso se tornou pequeno

Por fim, sua orquídea pode estar grande demais e esteja saindo do vaso, ficando parcialmente aérea. Para a grande maioria das espécies, isso não é um problema, muitas vezes se resumindo a um problema de estética e organização. Se sua planta estiver com uma parte fora do vaso mas estiver crescendo bem e florescendo, ela está bem, portanto não precisaria de replante. Mas aí vai de cada orquidófilo: eu mesmo tenho algumas totalmente fora do vaso e não tenho intenção nenhuma de mudá-las de lugar. Mas também tenho outras que vi que um bom vaso novo (e maior) seria muito bom para elas, e efetuei o replante.

Alguns exemplos de replante – Ainda com o vaso original
Outro exemplo de replante, mas com a fibra original
Outro replante

A regra é pensar sempre no vaso como um local para acomodar as raízes e não a parte aérea da planta.

Bom, depois de ler este texto, se você decidiu efetuar o replante de alguma orquídea, deve estar se perguntando: como faço isso? Para sanar esta dúvida, que tal ler meu artigo sobre como replantar sua orquídea?

Abraços

Utilização de canela nas orquídeas

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À medida que vamos estudando e nos especializando mais em nosso hobby, vamos aprendendo algumas técnicas que, embora básicas, são muito úteis quando nos deparamos com algum problema. Muitas vezes estas técnicas são receitas simples e baratas, tornando-os acessíveis a qualquer pessoa do hobby.

Uma das técnicas mais úteis que conheço é a utilização da canela nas orquídeas. Entretanto, não é só sair usando na planta e pronto! É necessário saber em que casos a canela é útil e vai ajudar a sua planta a ter uma qualidade melhor de vida. Portanto, vamos entender o que a canela é capaz de fazer na sua orquídea.

Primeiramente, a canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco de algumas espécies do Gênero Cinnamomum. Muito utilizada em culinária como condimento e aromatizante e na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Já na medicina é usada na forma de óleos destilados, sendo conhecida por “curar” constipações e gripes. O sabor e aroma intensos vêm do aldeído cinâmico ou cinamaldeído.

Já na orquidofilia (e outros cultivares também) ela apresenta uma série de benefícios no tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, devido às suas propriedades de desidratação.

Bactericida e fungicida

Entretanto, é necessário saber como utilizar a canela. O uso incorreto da canela pode danificar seriamente uma orquídea, deixando aquela impressão de que a especiaria nunca deveria ser utilizada com orquídeas. Portanto, veja como ela pode ser utilizada:

  • A aplicação de canela em pó sobre as feridas de corte de folhas de orquídea pode evitar a reinfecção da folha restante;
  • A aplicação de canela em cortes e feridas de pseudobulbos e em outros tecidos danificados de uma orquídea seca a superfície rapidamente;
  • O tratamento de alguns tipos de podridão (como a podridão negra) é muito mais fácil quando canela é aplicada. Considerando que os fungos prosperam na umidade e alimentam-se dos sucos vitais de uma orquídea, a canela seca o tecido de tal forma que a podridão não tem um ambiente propício para sobreviver. Consequentemente, na maioria dos casos a infecção é contida e exterminadas. Remova a parte afetada com uma margem de segurança, isto é, ao cortar a lesão, inclua uma pequena parte de planta sadia. Isso diminuiu a possibilidade de deixarmos tecido contaminado. Coloque canela em pó na parte remanescente da planta e pronto!
  • Quando você descartar uma folha, espalhe canela em pó no local do corte. A canela é um cicatrizante muito eficiente;
  • A canela acelera o desenvolvimento de novas células. Pode-se usar a canela em pó logo abaixo das folhas, pois é um ótimo incentivador a brotação e, ao mesmo tempo, protegendo-as dos fungos;

Aqui em Curitiba compro canela no Mercado Municipal ou em lugares equivalentes que vendem por peso. Assim, torna-se um meio efetivo e barato de sanear suas orquídeas, visto que assim você terá uma boa quantidade a um preço bem baixo (bem, comparando com as que vendem nos supermercados é espantosamente mais baixo).

Abaixo, um vídeo (em inglês) sobre a utilização da canela nas orquídeas:

Referências

  • orchidnature.com
  • wikipedia.org

Abraços!

Como utilizar óleo de neem nas orquídeas

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Muitas são as receitas mágicas que podemos aplicar em nosso cultivo para resolver problemas e assim ter uma coleção de orquídeas mais saudável. Inclusive, aqui mesmo no site já publiquei algumas que certamente podem ajudar naquele momento de necessidade, como por exemplo nestas receitas caseiras para eliminar as pragas de suas orquídeas. Entretanto, uma das ferramentas mais utilizadas pelos orquidófilos é o famoso óleo de neem – ou nim.

O óleo de neem é extraído de uma árvore chamada Azadirachta índica. Esta árvore, conhecida há mais de 2000 anos na Índia e também em outros países do Oriente, possui propriedades medicinais muito importantes para à saúde do homem, dos animais e das plantas. Por isto, seu uso é muito comum e antigo. Na Azadirachta índica é possível encontrar mais de uma centena de compostos bioativos, dentre os quais mais de 50 são compostos terpenoides de ação eficaz contra os insetos. Todas as partes da planta podem ser aproveitadas para a extração destes compostos tóxicos, porém no fruto é onde encontramos a maior concentração.

Como atua

O principal componente do óleo de neem é a azadiractina. Estudos científicos comprovam que o neem, seja em óleo ou pó, possui propriedades repelentes, antialimentar, antissépticas, antioxidantes, antivirais, bactericidas, antifúngicas, inseticida, acaricida, nematicidae, reguladora de crescimento e até espermicidas. Sua natureza faz com que ele não deixe resíduos tóxicos e nem contamine o ambiente. A consequência disto é que os extratos de neem são mundialmente reconhecidos e aprovados para uso em cultivos orgânicos.

Falando mais especificamente do cultivo de orquídeas e suas doenças, o óleo de neem causa distúrbios fisiológicos nas pragas, alterando o seu desenvolvimento e funcionalidade, agindo também sobre os processos reprodutivos, sobre a inibição do seu crescimento, desenvolvimento e da mobilidade do parasita, além de apresentar efeito repelente. Entretanto, o neem não causa a morte imediata dos insetos como muitos pensam – e até reclamam achando que não funciona. Sua ação começa algumas horas após a aplicação e pode se prolongar por vários dias. Isso acontece porque essa substância age seletivamente em cada tipo de inseto, atingindo as suas funções vitais de forma diferenciada. Para se ter uma ideia do poder do neem, eis mais alguns de seus efeitos sobre as pragas:

  • Controle da metamorfose das diversas fases de vida dos insetos – larvas, pupa e adultos;
  • Repelente de larvas e insetos adultos;
  • Impede a comunicação sexual dos insetos;
  • Esteriliza insetos adultos;
  • Envenena larvas e ovos;
  • Inibe a alimentação dos insetos;
  • Bloqueio da muda de larvas para ninfas;
  • Bloqueio da habilidade de deglutir, isso é redução da mobilidade intestinal dos insetos;
  • Não contamina os inimigos naturais das pragas.

Como usar

Aqui em casa tenho usado pouco o neem pois, misteriosamente, depois que reformei o orquidário, as pragas sumiram. Tá, exceto os pulgões. Estes nunca me dão trégua. Enfim, quando uso o neem procuro adquirir um óleo de boa procedência e tenho duas formas de usá-lo, preventivamente ou para tratamento.

Se eu estiver aplicando apenas para prevenção, faço uma solução utilizando 1 ml do óleo de neem para cada um litro de água. Por outro lado, se eu estiver utilizando para tratamento de alguma praga, tenho feito soluções com cerca de 3 ml a 6 ml de óleo de neem para litro de água, dependendo do grau de infestação. Faço a pulverização desta solução quinzenalmente, normalmente alternadamente à minha aplicação de fertilizantes. Segundo alguns colegas que entendem do assunto, a dosagem máxima de neem não deve ultrapassar 10 ml para cada litro de água.

Alguns colegas adicionam sabão – detergente mesmo – à mistura afim de aumentar sua eficiência e raio de ação. Se quiser adicionar o detergente, coloque cerca de 5 a 7 ml para cada litro de água.

É importante salientar que a aplicação da solução de neem deve ser sempre realizada ao final da tarde, de preferência sem Sol. Isto é indicado porque o óleo de neem é fotossensível, consequentemente, quanto menos luz, melhor será sua ação. Além disto, é importante realizar a aplicação depois da rega, afim de espalhar melhor o produto. Por fim, evite borrifar de forma a deixar a planta pingando, pois o acúmulo de óleo e sabão pode queimar as pontas das folhas onde fica o excesso.

Riscos

No que tange aos riscos ambientais, o neem é uma espécie exótica com características de invasora aqui no Brasil, podendo ser prejudicial à flora e a fauna local. Entretanto, especialistas nessa espécie de árvore destacam que o neem também está sendo utilizado em áreas que sofreram processo de desertificação e em projetos de reflorestamento, em substituição ao pinus e ao eucalipto, pois seus frutos atraem os animais. Em contrapartida, o pólen do neem demonstra ter uma capacidade tóxica sobre determinados tipos de abelhas. Já para os seres humanos, pode causar aborto, infertilidade e baixo nível de açúcar no sangue. Para as crianças pequenas, o óleo de neem é tóxico e pode levar à morte.

Referências

  • remedio-caseiro.com
  • wikipedia.org
  • ecycle.com.br
  • neemfoundation.org

Abraços!

O fascinante mundo dos Bulbophyllum – dicas de cultivo

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Antes de entender como cultivar Bulbophyllum, é importante como funcionam seus habitats. Ou pelo menos um deles, o asiático. O continente asiático apresenta muitos contrastes climáticos. O norte de seu território é coroado pelo Círculo Polar Ártico e ao sul pelo Equador. Devido à variação de altitude, o continente asiático possui desde climas quentes até o mais frio. O relevo também é outro fator de grande influência, pois as montanhas e planaltos fazem as médias térmicas diminuírem, o que justifica o aparecimento de neves eternas. Os ventos contribuem bastante na distribuição das chuvas, principalmente no sul e sudeste asiático, onde sopram as monções.

orquideas-eco-br-clima-asiatico

Na Ásia existem os seguintes tipos climáticos:

Clima equatorial

Compreende a estreita faixa próxima ao equador, como a Península Malais, Península da Indochina, uma parte da Índia e das ilhas Sumatra, Borneou, Nova Guiné e Filipinas. Devido às altas temperaturas e a umidade, a Ásia Equatorial e a Ásia das Monções possuem uma vegetação original densa e com árvores de grande porte. A savana aparece nas áreas próximas às florestas tropicais e equatoriais. Onde as temperaturas anuais possuem média de 25°C a 27°C. É um clima quente chuvoso, com umidade relativa em torno de 80%.

orquideas-eco-br-clima-equatorial

Clima subtropical

Ocorre em áreas do território chinês, Coreia do Norte, Coreia do Sul e no Japão. Estas florestas sofrem intensa exploração e ocupação humana e assim cada vez mais vamos perdendo espaços ricos de diversidade da fauna e principalmente a flora assim afetando a área onde os Bulbophyllum vegetam.

orquideas-eco-br-clima-subtropical

Como cultivar Bulbophyllum?

O cultivo de Bulbophyllum provenientes da ásia precisa, em grande parte, de boa claridade. Entretanto, não deve ser direta. Normalmente, 40% a 70% luminosidade é suficiente. Os meus, em sua grande maioria, estão em 50%. O ambiente deve estar constantemente úmido, quente e com boa ventilação.

Que substrato usar?

Depois de achar o local certo, a escolha do substrato correto é primordial para auxiliar no desenvolvimento dos Bulbophyllum. Eu uso musgo em 95% da minha coleção, pois meu ambiente é muito seco. Entretanto, cada planta tem suas necessidades e isto varia de ambiente para ambiente, então devemos observar cuidadosamente cada uma ser plantada. Além do musgo, os Bulbophyllum podem ser plantados em xaxim, pinus, macadâmia e também em um mix desses substratos. Se quiser ler mais sobre alguns destes substratos, clique aqui!

Onde plantar?

Existem várias formas (ou vasos, como queira chamar) para plantar Bulbophyllum. Se quiser ler mais sobre vasos, clique aqui. As imagens abaixo mostram alguns destes métodos:

orquideas-eco-br-torre
Torre – foto e criação Marcelo Invernizzi
orquideas-eco-br-cachepot
Cachepot
orquideas-eco-br-leque
Leque: recomendo para ambientes com umidade elevada ou plantas que não gostam de muita umidade.
orquideas-eco-br-palito
Placa ou palito de xaxim: com o passar do tempo começa a ficar rígido, seco e acido. Com isto, a planta começa a definhar. Particularmente não gosto de usar.
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Vaso de plástico: devido aos espaçados rizomas dos Bulbophyllum, estes rapidamente saem do vaso.
orquideas-eco-br-bisnaga
Bisnaga de tela e pet: quando plantadas assim desenvolvem bem, porém a estética não é seu forte.
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Cuia: normalmente as utilizo antes dos pratos, quando as plantas são pequenas.
orquideas-eco-br-prato
Prato

Dicas de plantio

De todos os exemplos citados acima, o que mais gosto para cultivar os Bulbophyllum são os pratos. Vou mostrar como faço:

1º passo – Materiais necessários

  • A orquídea, obviamente. Vou utilizar um Bulbophyllum lilacinum;
  • Prato;
  • Musgo;
  • Faca ou tesoura com ponta (cuidado ao utilizar ambos);
  • E, se for pendurará-la, um suporte; Aqui uso o de plástico mesmo.
orquideas-eco-br-cultivo-de-bulbophyllum-no-prato-1
Materiais necessários

2º passo

Faça de 10 a 15 furos conforme o tamanho do prato. Não precisa colocar brita como material de drenagem, pois o prato é e baixo. Os furos são grandes, do tamanho da ponta de um dedo, assim não há retenção de água e não há o risco do mosquito da dengue colocar seus ovos.

orquideas-eco-br-cultivo-de-bulbophyllum-no-prato-2
Furos no prato

3º passo

Forre o fundo do prato com o musgo e coloque a orquídea próximo da borda, sem desfazer o “torrão”, e preencha o restante do prato com musgo sem compactar.

orquideas-eco-br-cultivo-de-bulbophyllum-no-prato-3
Colocação do musgo

4º passo

Após colocar o musgo no prato e escorar a planta se necessário, coloque o suporte, a identificação e a acomode em um cantinho adequado no seu orquidário. No caso do Bulbophyllum lilacinum, utilizo um sombreamento de 50%.

orquideas-eco-br-cultivo-de-bulbophyllum-no-prato-4
Pronto!

Abraços!

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