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Quando devo replantar minha orquídea?

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Eis que você olha para um vaso qualquer e, por algum motivo, acaba se perguntando: devo replantar esta orquídea?

Orquídeas depois de adultas, em geral, não precisam de replantes frequentes. É por este motivo que vemos vasos com touceiras enormes por aí, principalmente em exposições. Eu mesmo tenho uma Coelogyne cristata que está há uns 30 anos do mesmo jeito que foi plantada, e floresce vistosamente todo ano.

Afinal, quando replantar?

Normalmente, orquídeas só irão precisar de replante por causa de um destes três motivos: quebra do vaso, substrato vencido ou quando a planta está grande demais para o espaço onde ela se encontra.

Vaso quebrado

No caso de você ter a infelicidade de quebrar um vaso, sua substituição é inevitável para o bem estar da orquídea. Normalmente, isto acontece mais vezes quando utilizamos vasos cerâmicos. Vasos plásticos ou cachepots tendem a ser um pouco mais resistentes quando o assunto é quedas ou esbarrões. Claro que tudo irá depender da planta que você está cultivando nele, portanto é importante saber qual o vaso que melhor se adequa àquela planta em especial. Você pode ler um pouco mais sobre vasos neste artigo, clicando aqui.

Substrato vencido

Se sua planta estiver definhando, apresentar raízes mortas ou um aspecto geral diferente daquele que você está acostumado, pode ser que a mistura de substrato que você está utilizando esteja vencida. Entenda a palavra vencida como fora dos padrões para a sobrevivência daquela planta. Isto pode ser porque o substrato esfarelou demasiadamente com o tempo, impedindo a aeração das raízes, ou até sua decomposição natural o ter tornado ácido demais. Leia mais sobre substratos neste artigo, clicando aqui.

Vaso se tornou pequeno

Por fim, sua orquídea pode estar grande demais e esteja saindo do vaso, ficando parcialmente aérea. Para a grande maioria das espécies, isso não é um problema, muitas vezes se resumindo a um problema de estética e organização. Se sua planta estiver com uma parte fora do vaso mas estiver crescendo bem e florescendo, ela está bem, portanto não precisaria de replante. Mas aí vai de cada orquidófilo: eu mesmo tenho algumas totalmente fora do vaso e não tenho intenção nenhuma de mudá-las de lugar. Mas também tenho outras que vi que um bom vaso novo (e maior) seria muito bom para elas, e efetuei o replante.

Alguns exemplos de replante – Ainda com o vaso original
Outro exemplo de replante, mas com a fibra original
Outro replante

A regra é pensar sempre no vaso como um local para acomodar as raízes e não a parte aérea da planta.

Bom, depois de ler este texto, se você decidiu efetuar o replante de alguma orquídea, deve estar se perguntando: como faço isso? Para sanar esta dúvida, que tal ler meu artigo sobre como replantar sua orquídea?

Abraços

Enraizadores caseiros para orquídeas

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Quando falei sobre a utilização de calda de tiririca para estimular o enraizamento de orquídeas, muitas pessoas me perguntaram sobre outras receitas para obter um enraizador eficaz de uma forma fácil e barata.

Pois bem, existem outras formas de se obter o mesmo efeito. Entretanto, é importante ter em mente que utilizar um enraizador apenas porque acredita-se que assim as plantas serão melhores e mais fortes é um erro. O ideal é utilizar compostos enraizadores apenas quando há uma necessidade evidente de que, com isso, estaremos proporcionando à planta uma sobrevida, principalmente em casos de transplantes, doenças, debilitação, enfim, em casos bem específicos.

O objetivo de um enraizador é promover o surgimento e o crescimento das raízes principais e desenvolver maior número de raízes secundárias.

Receitas caseiras

Existem alguns enraizadores industrializados, como o SUPERThrive, que são caros e difíceis de achar. Entretanto, temos formas mais econômicas de obter o mesmo efeito, através de enraizadores naturais. A vantagem neste caso é que são 100% orgânicos, fáceis de fazer, econômicos e ecológicos. Vejamos alguns:

Chorume

Chorume é um subproduto de quem tem um minhocário, ou seja, de quem faz compostagem em casa. Em breve escreverei mais sobre este assunto, pois estou realizando compostagem em casa e quero usar o “xixi de minhoca” para adubação. Sua utilização é simples, bastando coletar o líquido escuro que fica acumulado no fundo do seu minhocário ou composteira.

Por ser orgânico, sua validade é curta. Recomenda-se colocar a solução em um recipiente escuro, vedado, e utilizar em até uma semana.

Vitamina ou complexo B1

Nada mais é do que o famoso medicamento Benerva, que pode ser adquirido em qualquer farmácia. Você também poderá manipulá-lo, caso queira aumentar a concentração ou queira o medicamento já em pó.

Para fazer o enraizador com Benerva você irá diluir em cerca de 750ml de água um comprimido de Benerva. A utilização é simples, basta você colocar a planta dentro desta solução durante algumas horas e pronto. Se sobrar um pouco, lembre-se que você deverá guardá-la em um recipiente escuro, não transparente, bem vedado, e a solução deverá ser utilizada em até uma semana.

Água de feijão

Esta é uma opção muito boa para quem gosta de cozinhar um bom feijão (meu caso, por sinal). Tenho o costume de deixar o feijão de molho durante algumas horas antes de cozinhá-lo. Pois bem, esta água na qual o feijão fica em repouso antes de seu cozimento pode ser usada como enraizador e até fertilizante.

Para utilizar a água de feijão você deverá optar por feijões mais novos, deixando-os de molho durante um período (uma noite, por exemplo). Separe o feijão da água e utilize o líquido conforme a sua necessidade.

Vale lembrar que você deverá dar preferência à uma água já filtrada, livre de cloro e fluor, elementos que podem prejudicar a eficácia do enraizador.

Água de feijão – versão turbinada

Você pode potencializar a água de feijão para obter um enraizador ainda mais potente. Depois de deixar o feijão de molho durante a noite, bata no liquidificador o feijão juntamente com a água na qual ele ficou. Filtre bem o liquido resultante e utilize de acordo com sua necessidade.

Novamente vale lembrar que você deverá dar preferência à uma água já filtrada, livre de cloro e fluor, elementos que podem prejudicar a eficácia do enraizador.

Café

Dentre as várias utilidades do café que, aliás, já comentei bastante aqui no site, outra delas é prover auxílio ao bom desenvolvimento das raízes.

Para fazer um enraizador baseado no café, basta você ferver os grãos de café ou café moído. Apenas um punhado é suficiente para um litro dágua. Filtre para eliminar a parte sólida da mistura, deixe repousar por algumas horas e utilize de acordo com sua necessidade.

Canela

Outro produto com diversas finalidade, também já discutidas aqui no site, é a canela. E como tal, não poderia deixar de ser um excelente enraizador.

Para fazer um enraizador baseado em canela, basta você adicionar três colheres de sopa de canela em pó em um litro dágua. Deixe a solução repousar durante e noite e filtre para eliminar a parte sólida da mistura. Depois, basta usar conforme sua necessidade.

Sementes de Soja ou Trigo

Além do feijão, a soja e o trigo também possuem propriedades enraizantes, pois durante sua germinação elas são capazes de gerar hormônios de enraizamento.

Para aproveitar estes hormônios, basta você deixar as sementes de molho em água (filtrada, lembre-se do cloro e flúor) na temperatura ambiente por algumas horas. Separe a água das sementes e reserve o líquido na geladeira. Triture as sementes com água filtrada e coe a solução, acrescentando no final a água que está na geladeira. Depois, use de acordo com sua necessidade.

Lentilhas

Talvez a semente que a maioria dos orquidófilos usam, a lentilha funciona de forma muito parecida com as sementes citadas acima, liberando hormônios durante a sua germinação.

Da mesma forma, para fazer a solução a ideia é a mesma: basta você deixar as lentilhas em repouso na água filtrada por algum tempo, até que você note que algumas começaram a germinar. Bata a água e as lentilhas e filtre para eliminar a parte sólida. Adicione mais um pouco de água filtrada para que não fique tão concentrada e utilize de acordo com a sua necessidade.

Tiririca

A tiririca mereceu um post só para ela aqui no site. O enraizante feito com a tiririca possui uma grande quantidade de ácido indol-acético, que estimula a formação das raízes. Mais detalhes você pode ler clicando aqui.

Referências

  • arbbis.com
  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br

Abraços!

Plantando orquídeas que necessitam de umidade em vaso plástico com musgo

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Amigos, muitas dúvidas chegam por e-mail e pelas redes sociais de como faço o plantio de espécies como Masdevallia, Dracula e Pleurothallis.

Bom, o que estas espécies tem em comum? Precisam de umidade. Dada a característica das plantas, optei por alguns métodos de cultivo. As Dracula eu coloco no EcoTronco ou na caixeta, pois deixam a parte de baixo da planta bem livre para que as flores cresçam sem problemas. Nesta espécie as flores tendem a ir para baixo e em vasos completamente fechados elas podem se perder.

Já os Pleurothallis que tenho que são provenientes do Equador e necessitam de mais umidade, além das Masdevallia que também gostam de um ambiente mais úmido, eu optei por colocar em vasos plásticos. Este tipo de vaso retém mais a umidade e o musgo é um tipo de substrato que se mantem úmido por muito mais tempo. Para mostrar este plantio, montei o vídeo abaixo. Vale lembrar que o tipo de plantio pode variar de região para região e do tipo de orquidário que você tem em casa. No meu caso, moro em uma cidade fria e úmida. Por este motivo, meu orquidário é coberto e tenho que controlar as regas. Assim, o controle de umidade é essencial.

Abraços

Desinfecção preventiva de orquídeas recém adquiridas

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Comprar uma orquídea, além de ser um momento de alegria, é um momento que devemos ter cuidado.

Plantas provenientes de orquidários suspeitos ou as famosas plantas que você compra sem procedência (sim, existem. sim, são ilegais. sim, são retiradas das matas) podem trazer para seu orquidário mais dor de cabeça com problemas do que felicidade com novas floradas. Caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos, bactérias, enfim, uma infinidade de coisas podem estar alojadas em sua nova planta e futuramente se espalhar por outras plantas.

Como fazer

Para tentar contornar este problema, algumas pessoas realizam a desinfecção preventiva das plantas (confesso que eu deveria fazer mais isto). Para tal, você pode fazer a seguinte mistura:

Ingredientes

  • 1 litro de água com pH entre 5 e 6;
  • inseticida nematicida de amplo espectro;
  • fungicida.

Preparo e aplicação

Misture os três ingredientes e pulverize a planta, fazendo o líquido escorrer por toda planta e substrato. Há quem prefira submergir a planta nesta solução. Este processo elimina os caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos e bactérias que porventura estiverem na planta adquirida.

Observação

Para aplicação de determinados produtos, o ideal é ter um pH menor que 7 (neutro). Existem defensivos agrícolas que, se diluídos em água com pH maior que 7, têm vida média de apenas 10 minutos. A mesma mistura, feita com água com o pH entre 5 e 6, terão uma vida média de até 30 horas. Caso queira se aprofundar mais em relação ao pH e o cultivo de orquídeas, você pode ler meu artigo:

Por fim, lembre-se sempre de usar ferramentas esterilizadas para evitar a transmissão de doenças entre as plantas.

Referência

  • Orquídeas – Manual de Cultivo Vol. 1 – Denitiro Watanabe

Abraços!

Utilizando água oxigenada nas orquídeas

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orquideas.eco.br - peróxido de hidrogênio

O peróxido de hidrogênio – conhecido comercialmente como água oxigenada quando em solução aquosa – é um líquido claro de fórmula química H2O2. Foi descrito a primeira vez por Louis Jacques Thénard, numa reação de peróxido de bário com ácido nítrico.

Incolor à temperatura ambiente, apresenta característico sabor amargo e aparência viscosa. O peróxido de hidrogênio é um poderoso oxidante com propriedades viruscidas, bactericidas e fungicidas (incluindo esporicida, atacando a molécula que o torna tão resistente). A água oxigenada é muito útil na desinfecção do material de cultivo, sementes de orquídeas e como fungicida e inseticida a ser aplicado às plantas. Também é um poderoso agente para rápida desinfecção e é capaz de dissolver sais acumulados.

Pode ser aplicado na irrigação das orquídeas – inclusive foliar – conseguindo matar com eficiência insetos, fungos e ovos que estão nas folhas e no substrato. Complementarmente, o peróxido de hidrogênio decompõe-se ao entrar em contato com a matéria orgânica, pois é instável quando perturbada. Desta forma, acaba sendo benéfico para o sistema radicular da orquídea, também sendo capaz de aumentar a eficiência foliar da planta, melhorando o desempenho fotossintético da orquídea.

Como usar e dosagem

  • Para aplicações foliares e irrigação, utilize 0,3 ml de peróxido de hidrogênio a cada litro de água;
  • Para a desinfecção de vasos, suportes e outros itens não metálicos, utilize 3 ml de peróxido de hidrogênio a cada litro de água. Faça a imersão dos objetos por 30 minutos nesta mistura para assegurar a sua desinfecção;
  • Para a desinfeção de sementes, utilize 0,2 ml de peróxido de hidrogênio por litro de água destilada e deixe por 10 minutos.

Dicas importantes

Vale lembrar que, por precaução, a próxima rega após a aplicação do peróxido de hidrogênio não deverá conter adubos ou semelhantes. Como o peróxido de hidrogênio decompõe-se na presença de qualquer matéria orgânica e luz, ele deve ser armazenado em garrafas bem fechadas e opacas. Além disto, sua aplicação deve ser preferencialmente a noite. Por fim, é aconselhável misturá-lo com água de baixa mineralização.

Recuperando orquídeas

Via de regra, a grande maioria das orquídeas sai do estado de dormência e começa o crescimento radicular após o inverno, quando a temperatura começa a aumentar.

Entretanto, há fatores que podem impedir o crescimento de novas raízes, especialmente quando são atacadas por pragas ou doenças. Nestes casos, é importante que, após tratamento, seja estimulado o crescimento de novas raízes para salvar a planta, já que uma orquídea sem raízes perecerá.

Caso você note que a maioria das raízes estão mortas, provavelmente isto é consequência de raízes doentes ou um substrato velho, entrando em estado de decomposição liberando substâncias tóxicas para as raízes ou sufocando-as. Em casos assim, a troca do substrato e remoção das raízes mortas se faz necessária. Desinfete a planta mergulhando o seu rizoma por 15 minutos em uma solução de meio litro de água com cinco colheres de sopa de água oxigenada de 10 volumes. Depois deste processo, deixe a planta em uma UTI, daquelas feitas em casa com garrafa PET. Ou então, deixe a planta secar e coloque a planta em um saco transparente com um pouco de musgo umedecido de forma que a água não fique acumulada fundo do saco. Assopre o saco enchendo-o de ar e feche-o, colocando-o em um local com pouca luz. Então é só aguardar até surgirem as novas raízes e replantar. O ar que sai dos pulmões tem uma concentração de gás carbônico maior que o ar ambiente, estimulando a planta a se desenvolver.

Redução

A água oxigenada vendida comercialmente é uma mistura de água e peróxido de hidrogênio, sendo que o peróxido de hidrogênio representa entre 3% e 9% desta mistura. Apesar de ser muitas vezes empregada dessa forma, “água oxigenada” não é sinonimo de “peróxido de hidrogênio”. Procurando em lojas especializadas, é possível encontrar peróxido de hidrogênio em uma concentração de até 50%. Para reduzir a concentração do produto e ajustá-lo às nossas necessidades é necessário adicionar água destilada a uma certa quantidade de produto.

Exemplo

Suponha que queremos 200 ml de água oxigenada a 3% com base no 50% que tem o produto original:

x = [(quantidade desejada) x (porcentagem procurada)] / (porcentagem original)

Neste exemplo, como precisamos de 200 ml de água oxigenada a 3%:

  • quantidade desejada = 200 ml
  • porcentagem procurada = 3%
  • porcentagem original = 50%

Assim, ficaria:

x = [(200) x (3)] / 50
x = 600/50
x = 12 ml

Assim, você irá colocar em um recipiente não metálico 12 ml de peróxido de hidrogênio a 50% e 188 ml de água destilada para completar 200 ml que precisamos. Estes 200 ml resultantes estarão a 3% de concentração.

É bom lembrar que o peróxido de hidrogênio é altamente corrosivo, especialmente neste nível de concentração (50%). Sendo assim, você deve evitar o contato do produto com a pele e, especialmente, seus olhos.

Referências

  • wikipedia.org
  • todorquidea.com
  • aprendendocomasorquideas.blogspot.com.br

Abraços!

O pH dos substratos – como isso influencia sua orquídea?

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O tal do pH, quando falamos de um hobby, é muito discutido no aquarismo. Lembro-me bem que, quando tinha aquários em casa, o pH era o primeiro teste que fazia para verificar se a água estava apta a receber determinados tipos de peixes. Também ouvimos isso quando falamos de piscinas e até de quem fabrica cerveja artesanalmente (experiência própria). Mas no substrato – sólido – de uma orquídea, dificilmente você irá ouvir alguém comentar.

Muitas pessoas não tem idéia de como o pH pode influenciar o desenvolvimento e a saúde de suas orquídeas. Vejo que muitos orquidófilos se preocupam com a água água usada para irrigar suas plantas, medindo pH ou optando por usar água da chuva (eu faço isso também). Entretanto, ouvir algum orquidófilo falar de como cuida do pH do seu substrato é praticamente inexistente.

É importante saber o que significa o pH. Para isso, escrevi há alguns anos um artigo sobre o pH e como ele influencia a absorção de nutrientes provenientes de uma adubação. Este artigo você poderá ler clicando aqui. Se não leu, clique e leia, depois volte neste artigo.

Agora que você já se familiarizou com o termo e o que ele significa, é bom fixar que o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro e micro nutrientes pela orquídea. Conforme explicado com maior detalhes no artigo acima, um pH muito alto ou muito baixo faz com que a orquídea não consiga absorver determinados nutrientes, prejudicando seu desenvolvimento – ou pelo menos aquele que você queria que a planta tivesse ao fornecer nutrientes à ela.

Um exemplo básico é a absorção do Nitrogênio. Este elemento será absorvido apenas o meio de cultura em que a orquídea se encontra estiver com o pH entre 6 e 8. Como o Nitrogênio é responsável pelo crescimento da orquídea, o pH estando abaixo de 6 ou acima de 8 impedirá que ela absorva o elemento que a fará crescer melhor.

Aí você aduba a planta e não vê resultados. Não vendo resultados, aduba ainda mais. Com isso, você acabo por intoxicar a planta, prejudicando seu sistema radicular e, em casos extremos, matando a orquídea. Por isso, além de adubar (afinal, ela precisa se alimentar), precisamos ter cuidado com o meio de cultura no qual mantemos nossas plantas. Isso inclui o pH do substrato e também o pH utilizado na água que provemos à nossas plantas. Com estes cuidados, garantimos a completa absorção de todos os nutrientes oferecidos, tornando nossas orquídeas sadias, com crescimento vigoroso e pleno.

Vale lembrar que, mesmo que alguns substratos sejam indicados para orquídeas, devemos cuidar sempre de seu pH. Com o tempo, alguns substratos tendem a se deteriorar. Junto com a adubação e a água utilizada na planta, seu pH poderá mudar drasticamente, prejudicando a planta. Este é um dos motivos que a troca periódica de substrato é tão importante.

Como medir o pH do substrato

Medir o pH do substrato é simples. Tenha em mãos um kit de medir pH, que pode ser encontrado em lojas de produtos para piscinas ou lojas de aquarismo. Encha uma bacia com água e deixe descansar por algumas horas, para eliminar o cloro. Certifique-se esta água esteja neutra, ou seja, com o pH em 7. Com o auxílio de outra bacia, segure o vaso a ser analisado de modo que você possa regar sua planta com a água de pH neutro e toda água utilizada na rega escorra e seja armazenada na bacia abaixo do vaso. Depois, basta seguir as instruções do kit de medição de pH utilizando esta água que escorreu do vaso. Este não é um método preciso, mas pode ajudar a determinar um caminho a ser seguido. Existem outros métodos mais eficazes, porém mais custosos e não tão práticos.

Se o resultado for algo diferente de 7 (pH neutro), teremos uma água ácida (pH menor que 7) ou alcalina (pH maior que 7). Se trocar o substrato não for uma opção, você poderá tentar corrigir o pH. Existem produtos que fazem esta correção do pH e uma forma simples de realizar esta correção é adicioná-los na água utilizada para irrigação (que deve ser neutra) e analisar periodicamente o resultado, medindo novamente o pH do substrato para observar a evolução.

Outra opção é misturar um substrato diferente para tentar equalizar o pH. Eis o pH médio de alguns substratos:

  • Casca de arroz carbonizada – pH de 6,5 a 7,0;
  • Casca de pinus – pH de 4,0 a 4,5;
  • Fibra de coco – pH de 5,5 a 6,0;
  • Fibra de xaxim – pH de 4,0 a 5,0;
  • Sphagnum – pH de 3,5 a 4,2;
  • Turfa – pH de 3,5 a 4,5;
  • Vermiculita – pH de 7,5 a 8,5.

Referência

  • orquideas-ago.blogspot.com.br

Abraços!

Usos do vinagre em seu orquidário

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Na semana passada, falei do uso do vinagre para regular o pH do meio de cultivo de suas orquídeas e também controlar pulgões, cochonilhas e fungos. Pois bem, acontece que o vinagre é ainda mais útil do que você imagina! Vejamos mais três funções do vinagre em seu orquidário que podem ajudar muito no aperfeiçoamento do seu cultivo:

Limpeza de vasos de cerâmica

Com o tempo, os vasos de cerâmica absorvem minerais, como o cálcio, fungos e o musgo gerado pela umidade, deixando-o com uma aparência muito menos convidativa. Ao transplantar a planta, você pode desejar utilizar o vaso antigo novamente com outra e, com o vinagre, você poderá deixá-lo como novo!

Vasos
Vasos limpinhos

Primeiro, limpe o excesso de sujeira, por exemplo, com uma escova de cerdas metálicas. Após este procedimento, mergulhe o vaso em uma mistura que contenha cerca de 25% de vinagre durante meia hora. Se a sujeira estiver muito grudada, você poderá utilizar vinagre puro no local.

Limpeza de ferramentas

A limpeza das suas ferramentas de cultivo é muito importante para evitar o alastramento de pragas e doenças. Entretanto, esta limpeza constante pode acabar enferrujando as ferramentas. Para limpar esta ferrugem, deixe suas ferramentas de molho em vinagre puro. Espere meia hora para que o vinagre aja, retire a ferramente e a limpe com água. Depois é só passar um pouco de óleo de cozinha para conservar a ferramenta limpa por mais tempo.

Afugentar formigas

Se você está tendo problemas com formigas em seu orquidário, experimente borrifar um pouco de vinagre no caminho que elas utilizam para se locomover até o orquidário. O vinagre é um repelente natural e pode ser aplicado sempre que precisar, fazendo com que as formigas optem por outros caminhos (e talvez outras plantas). Tome cuidado para não borrifar vinagre puro em suas plantas.

Formigas chatas

Abraços

Utilização de Extrato Pirolenhoso – ou Ácido Pirolenhoso – nas orquídeas

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Extrato pirolenhoso? Que é isso afinal?

Bom, se você teve a curiosidade de entrar neste artigo para tentar descobrir qual a relação entre o extrato pirolenhoso e as orquídeas, posso afirmar que não vai se arrepender. Convencido por um amigo, comecei a usar e tenho gostado dos resultados. Mas afinal, o que é o extrato pirolenhoso?

Histórico

Existem relatos de utilização do extrato pirolenhoso na China e na Índia antiga, onde era usado para tratamento de doenças. Na Europa do século XVII, já existiam relatos de destilação seca da madeira para a produção de alcatrão, com aproveitamento de extrato pirolenhoso. Entretanto, a produção em larga escala só ocorreu em 1813, na Inglaterra, quando o produto era utilizado na coloração do linho.

A divulgação das primeiras pesquisas com o extrato pirolenhoso datam de 1874, no Japão. Em 1893, as pesquisas experimentais visavam a construção de fornos e técnicas de obtenção de óleo de terebentina e alcatrão. Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se o uso de extrato pirolenhoso na agricultura. Em 1945 foi lançado o primeiro livro com relatos de utilização do produto, intitulado “Fabricação e Utilização do Extrato Pirolenhoso”, por Tatsujiro Fukuda.

O que é e como é obtido

O extrato pirolenhoso, em geral, é constituído em sua maior parte por água, compostos fenólicos, aldeídos e ácidos orgânicos.

O primeiro passo para se obter um ácido de qualidade é observar as melhores condições para a produção, como a temperatura, por exemplo, o tipo de equipamento para a extração não importa muito. Outros aspectos importantes estão ligados ao tipo de biomassa utilizada. Existem muitas espécies vegetais que podem ser tóxicas para os seres humanos, e essa toxidez é repassada para o Ácido, impossibilitando o seu uso na agricultura. Apesar de parecer um processo simples, a técnica de extrair o extrato pirolenhoso passa por uma série de cuidados.

O principio básico passa por captar a fumaça emanada da combustão de biomassa com oxigênio controlado (pirólise), canalizá-la para um cano, de PVC de preferência, com um comprimento suficiente de modo a ocorrer a condensação do vapor contido na fumaça. Isso pode ser feito através de um funil na ponta da chaminé do forno e um cano com saída para o extrato que ira voltar pelo mesmo cano, a medida que ele se condensa. O Ácido Pirolenhoso deve ser produzido com o máximo de cuidado e seguindo rigorosamente as suas recomendações de produção, pois um Ácido mal feito poderá conter muito alcatrão. O Alcatrão é uma substância altamente tóxica, contém componentes cancerígenos. A presença de alcatrão no Liquido Pirolenhoso o torna inviável para a utilização na agricultura, as impurezas precisam ser eliminadas. Imediatamente após a extração, continua uma espécie de reação química entre os componentes. Desse modo o líquido deve ficar decantando durante um período mínimo de seis meses, assim as reações vão se estabilizar, e ao mesmo tempo o Liquido Pirolenhoso irá se separar dos outros componentes tóxicos e desnecessários.

O produto se separará em três camadas distintas. A primeira camada (10%) predomina óleos vegetais, a segunda camada que varia entre (60 e 75%) é de Ácido Pirolenhoso e na terceira camada predomina o alcatrão (20 a 30%). O Ácido Pirolenhoso é a fração aquosa do liquido condensado, de cor marrom, o alcatrão insolúvel apresenta coloração negra que é a fração inferior decantada e os óleos leves vegetais provém da camada superior do liquido decantado. A separação mais completa é obtida mediante a destilação do liquido condensado.

Utilização e benefícios

O Extrato Pirolenhoso pode ser utilizado para diversos fins na agricultura, como fertilizante orgânico, desinfetante de solo, nematicida e fungicida. Outros estudos mostraram os efeitos benéficos no desenvolvimento radicular e aumento no teor de brix (açúcar) nos frutos. Há indícios de que as características físicas e químicas, especialmente o conteúdo de substâncias com o potencial quelatizante do extrato pirolenhoso, poderiam potencializar a eficiência de produtos fitossanitários e a absorção de nutrientes em pulverizações foliares. Este produto em água, quando aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas, proporciona aumento da população de organismos benéficos, como actinomicetos e micorrizas, favorecendo, portanto, a absorção de nutrientes do solo pelo sistema radicular das plantas.

Utilização nas orquídeas

Alguns estudos estão em curso sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em orquídeas. No meu caso, comecei a usar depois que um amigo relatou suas experiências e o sucesso que está obtendo no cultivo com o Extrato. Para efeito de comparação científica, existem alguns artigos que já ilustram a utilização do Extrato Pirolenhoso nas orquídeas, como o artigo “Substratos e extrato pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia clowesii (John Lindley) (Orchidaceae)”, dos autores Jenniffer Aparecida Schnitzer, Ricardo Tadeu de Faria, Mauricio Ursi Ventura e Mauren Sorace. Quem quiser lê-lo é só clicar aqui.

Minha experiência

Não tenho muito tempo de utilização para colocar dados mais concretos sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em minhas plantas. Posso relatar que notei que as raízes voltaram a brotar com vigor, característica relatada por todos que utilizam, ou seja, que o Extrato Pirolenhoso também é um excelente enraizador. Pode ser até que eu não utilize mais o SuperThrive depois disso. As plantas também estão com menos pragas e mais viçosas, com uma aparência muito mais saudável. Enfim, vou passar os próximos meses analisando os resultados e irei mostrar para vocês assim que eu tiver algo mais conclusivo, já que estou avaliando em plantas de todos os portes, desde as maiores até as micros.

Raízes felizes com o Extrato Pirolenhoso

Tenho utilizado, conforme indicação, 0,5ml por litro de água na irrigação. Como instalei um sistema de irrigação automática, coloco toda semana 100ml no tambor de 200 litros que fornece água ao meu sistema de irrigação. Assim, há uma variação na diluição do produto ao longo da semana, mas não considero isto um problema. Minha irrigação no momento é diária, cerca de 2 minutos logo cedo pela manhã. Aliás, se quiser saber mais sobre meu sistema automático de irrigação, acesse o post que fiz sobre o tema clicando aqui!.

Referências

  • Ebah.com.br
  • revistagloborural.globo.com
  • periodicos.uem.br
  • www.usp.br
  • pt.wikipedia.org
  • www.biocarbo.com

Devo cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

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Esta é sempre uma dúvida que aparece por aqui, principalmente quando posto muitas fotos de flores: é necessário cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

A resposta é simples: depende.

Phalaenopsis

De todas as orquídeas mais comuns disponíveis no mercado regular e não em coleções, apenas algumas Phalaenopsis irão florescer novamente a partir de sua antiga haste. Isto pode acontecer desde que você tenha um pouco de cuidado com a Phalaenopsis, ou seja, quando a última flor desbotar, você deve deixar o caule intacto. Entretanto, a haste mais antiga fica muito deselegante e as flores que vierem provavelmente ficarão menores.

Algumas pessoas acreditam que é melhor cortar o caule inteiramente na base de onde sai das folhas. Assim, ele florescerá novamente dentro de alguns meses. Você também pode cortar o caule deixando dois nós (aquelas pequenas linhas marrons no caule abaixo de onde as flores estavam) nele. Um desses nós brotará e produzirá flores dentro de oito a doze semanas. As plantas mais jovens ou mais fracas podem não brotar e alguns Phalaenopsis são geneticamente incapazes de ressurgir da espiga antiga, geralmente aqueles que florescem com pontas ramificadas.

Enfim, vale a pena tentar. Tenho poucos Phalaenopsis em casa, mas já aconteceu de novas floradas saírem de hastes antigas.

Outras espécies

Agora, se você tem orquídeas mais complexas ou raras, é bom ler a respeito de cada espécie para entender seu comportamento. Pode acontecer de termos novas floradas em hastes antigas em outras espécies sim, mas não são todas. Eu tenho algumas aqui em que isto acontece: Dracula, Masdevallia e Pleurothallis. Nestes casos, normalmente isto acontece nas minhas que vieram da região do Equador. Dois bons exemplos são as orquídeas abaixo:

Masdevallia princeps
Masdevallia princeps – várias flores por haste, em momentos diferentes

Dracula cordobae
Dracula cordobae – novamente, várias hastes por haste, sempre depois que a flor acaba outra vem em seguida.

Por fim, é sempre bom lembrar: orquídeas, assim como os animais, são suscetíveis a vírus. Por isso, ao que cortar um pedaço de uma orquídea, sempre use uma ferramenta estéril afim de evitar a propagação de vírus. Você poderá esterilizá-la com fogo ou qualquer outro produto para este fim.

Abraços

Vinagre no cultivo de orquídeas

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Vinagre

Vinagre? Nas orquídeas? Pois bem, de vez em quando procuro achar elementos que usamos no cotidiano para auxiliar em nosso cultivo e este é mais um destes casos.

Há muito tempo escrevi sobre o pH do substrato e, relendo minha anotações, achei que poderia mostrar um pouquinho mais sobre os benefícios dos produtos que podem acidificar ou alcalinizar o meio de cultivo de nossas plantas. Isto porque fungos e bactérias gostam de um substrato levemente ácido. Juntando os pontinhos, o vinagre é um dos ingredientes caseiros mais ácidos que temos em nossa despensa. Podemos, então, utilizá-lo para dificultar o desenvolvimento de doenças em nosso cultivo, bastando borrifar uma solução com vinagre em nossas orquídeas.

Para tal, basta diluir uma colher de sopa de vinagre (de maçã, por exemplo) para cada litro da água e borrifar a planta. Tome cuidado para fazer este procedimento em horários em que o Sol não está muito forte, afim de evitar queimaduras nas folhas. Como disse acima, é uma forma de evitar o desenvolvimento de doenças. Se alguma doença já estiver instalada em suas plantas, você terá que adotar outro tratamento. Tenho vários listados aqui no site, basta procurar nos artigos ou usar a busca para procurar o que você precisa.

Outras funções do vinagre

Mais especificamente, podemos utilizá-lo para controlar outras pragas, como por exemplo:

Cochonilhas e pulgões

Você pode remover manualmente cochonilhas e pulgões, quando a infestação não é gigantesca, com uma solução de água e vinagre (50% cada, ou seja, partes iguais). Basta embeber um chumaço de algodão na solução e tratar as partes da planta atingida. Quando a infestação é maior, veja as dicas deste artigo ou deste artigo.

Fungos

O vinagre pode ajudar em infestações mais pesadas de fungos. Com uma solução de duas partes de água para cada parte de vinagre, borrife nas plantas. Repita periodicamente na planta afetada para acompanhar e evolução e, se não houver progresso, parta para tratamentos mais fortes, como a calda bordalesa (clique aqui para ver mais).

Abraços

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