Substratos para orquídeas – Sphagnum, esfagno, musgo
Precisa de umidade? Talvez no musgo esteja a solução.
Dando continuidade aos artigos que estou escrevendo sobre substratos, agora é a vez do esfagno.
O esfagno, meio de cultura muito utilizado pelo pessoal das plantas carnívoras, é um ótimo substrato para aquela orquídea que necessita de um pouco mais de umidade. Ou para “dar liga”, quando você coloca uma planta em um tutor muito rígido e seco, como madeira. Quando molhado, pode armazenar em suas células o equivalente a 20 vezes o seu peso seco.
Em casa utilizo-o para plantas bem específicas. Tenho esfagno em minhas caixetas com Masdevallias, Draculas e Dryadellas. Aparentemente, está funcionando muito bem visto que minhas plantas estão cheias de brotos e sempre florindo. Comercialmente, é utilizado principalmente com seedlings e plantas carnívoras.
Bom, segundo o Wikipedia e devidamente corrigido pelo Gabriel Santos, Sphagnum é o único gênero da família Sphagnaceae, que por sua vez é a única família da ordem Sphagnales que, por fim, apresenta-se como a única ordem da suclasse Sphagnidae. Este gênero agrupa cerca de 200 espécies em todo o mundo, podendo ser desde a cor verde até a marron, passando pelo vermelho.
Utilização
Ótimo em reter umidade, porém, é necessário cuidado. Não é um substrato de longa vida útil. Se usado com adubos orgânicos, atenção: sua durabilidade diminui ainda mais. O ideal é substituí-lo quando começar a se desfazer. Para utilizá-lo é recomendável lavá-lo para retirar sais potencialmente prejudiciais às raízes das plantas.
O esfagno não é um substrato de sustentação, restringindo um pouco seu uso. Por causa disto, muitos orquidófilos o utilizam misturado a outros elementos, principalmente aqueles que retém pouca umidade, como cascas, pedras e isopor. Entretanto, desta forma sua vida útil é ainda menor, sendo necessária troca anual. Na ponta do lápis, torna-se extremamente custoso.
Extração
Assim como o xaxim, o esfagno é protegido por lei no Brasil, tendo sua extração proibida. Sim, extração, pois ainda não temos cultivadores deste musgo aqui no país. Sendo assim, todo musgo de procedência nacional é proveniente de coletas ilegais. Fique ligado, é uma planta de crescimento lento (assim como o xaxim) e sua coleta pode causar sua extinção.
O esfagno legalizado que temos aqui no país é o proveniente do Chile. É colhido nas bordas dos lagos andinos através de manejo sustentável de extração. Em miúdos, isto quer dizer que quando uma área é colhida, a anterior descansa até o musgo regenerar-se. A espécie chilena cresce dentro da água pura dos lagos da montanha, nas margens mais rasas a cerca de 1,5m de profundidade. Perto da linha d’água está a parte mais felpuda, considerado o melhor musgo e, obviamente, o mais caro. Quanto mais fundo, ou seja, perto da terra, ele é mais ralo e barato. A parte do musgo fina e sem pelos não é arrancada do fundo, pois dela sairá a nova brotação.
Um erro comum é pensar que este é o musgo comum que se encontra nos muros, pedras e afins em nossas casas. Não. Lembre-se que existem muitas espécies de musgo, sendo que o esfagno pode ser identificado com alguma segurança pela forma da sua “cabeça”. Claro, há variantes de esfagno que crescem em rochas, pedras e e paredões rochosos. Eles habitam florestas tropicais muito úmidas, como a Mata Atlântica, e/ou regiões com umidade ambiente elevada, sendo facilmente achado na beira de rios e perto de cachoeiras.
Se você conseguir com que o seu musgo brote, pode ser cultivado para uso posterior. As condições necessárias são local muito iluminado, sem sol direto e temperaturas não muito elevadas.
Referências
- Gabriel Santos
- biologados.com.br
- jsalmazo.blogspot.com.br
- wikipedia.org
- carnivoras.org
- orquidecampos
Abraços!