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Substratos para orquídeas – Sphagnum, esfagno, musgo

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Substratos para orquídeas - Sphagnum, esfagno, musgo

Precisa de umidade? Talvez no musgo esteja a solução.

Dando continuidade aos artigos que estou escrevendo sobre substratos, agora é a vez do esfagno.

O esfagno, meio de cultura muito utilizado pelo pessoal das plantas carnívoras, é um ótimo substrato para aquela orquídea que necessita de um pouco mais de umidade. Ou para “dar liga”, quando você coloca uma planta em um tutor muito rígido e seco, como madeira. Quando molhado, pode armazenar em suas células o equivalente a 20 vezes o seu peso seco.

Em casa utilizo-o para plantas bem específicas. Tenho esfagno em minhas caixetas com Masdevallias, Draculas e Dryadellas. Aparentemente, está funcionando muito bem visto que minhas plantas estão cheias de brotos e sempre florindo. Comercialmente, é utilizado principalmente com seedlings e plantas carnívoras.

Bom, segundo o Wikipedia e devidamente corrigido pelo Gabriel Santos, Sphagnum é o único gênero da família Sphagnaceae, que por sua vez é a única família da ordem Sphagnales que, por fim, apresenta-se como a única ordem da suclasse Sphagnidae. Este gênero agrupa cerca de 200 espécies em todo o mundo, podendo ser desde a cor verde até a marron, passando pelo  vermelho.

Utilização

Ótimo em reter umidade, porém, é necessário cuidado. Não é um substrato de longa vida útil. Se usado com adubos orgânicos, atenção: sua durabilidade diminui ainda mais. O ideal é substituí-lo quando começar a se desfazer. Para utilizá-lo é recomendável lavá-lo para retirar sais potencialmente prejudiciais às raízes das plantas.

O esfagno não é um substrato de sustentação, restringindo um pouco seu uso. Por causa disto, muitos orquidófilos o utilizam misturado a outros elementos, principalmente aqueles que retém pouca umidade, como cascas, pedras e isopor. Entretanto, desta forma sua vida útil é ainda menor, sendo necessária troca anual. Na ponta do lápis, torna-se extremamente custoso.

Extração

Assim como o xaxim, o esfagno é protegido por lei no Brasil, tendo sua extração proibida. Sim, extração, pois ainda não temos cultivadores deste musgo aqui no país. Sendo assim, todo musgo de procedência nacional é proveniente de coletas ilegais. Fique ligado, é uma planta de crescimento lento (assim como o xaxim) e sua coleta pode causar sua extinção.

O esfagno legalizado que temos aqui no país é o proveniente do Chile. É colhido nas bordas dos lagos andinos através de manejo sustentável de extração. Em miúdos, isto quer dizer que quando uma área é colhida, a anterior descansa até o musgo regenerar-se. A espécie chilena cresce dentro da água pura dos lagos da montanha, nas margens mais rasas a cerca de 1,5m de profundidade. Perto da linha d’água está a parte mais felpuda, considerado o melhor musgo e, obviamente, o mais caro. Quanto mais fundo, ou seja, perto da terra, ele é mais ralo e barato. A parte do musgo fina e sem pelos não é arrancada do fundo, pois dela sairá a nova brotação.

Um erro comum é pensar que este é o musgo comum que se encontra nos muros, pedras e afins em nossas casas. Não. Lembre-se que existem muitas espécies de musgo, sendo que o esfagno pode ser identificado com alguma segurança pela forma da sua “cabeça”. Claro, há variantes de esfagno que crescem em rochas, pedras e e paredões rochosos. Eles habitam florestas tropicais muito úmidas, como a Mata Atlântica, e/ou regiões com umidade ambiente elevada, sendo facilmente achado na beira de rios e perto de cachoeiras.

Se você conseguir com que o seu musgo brote, pode ser cultivado para uso posterior. As condições necessárias são local muito iluminado, sem sol direto e temperaturas não muito elevadas.

Referências

  • Gabriel Santos
  • biologados.com.br
  • jsalmazo.blogspot.com.br
  • wikipedia.org
  • carnivoras.org
  • orquidecampos

Abraços!

Substratos para orquídeas – Fibra de coco

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Substratos (2) - Fibra de coco

Pois bem. Falamos do xaxim há alguns dias e percebi que muitos ainda o utilizam, gostam, mas sabem que um dia a fonte secará. Para estes, a fibra de coco pode ser a solução.

Todos com quem conversei que o utilizam tem o xaxim há tempos, estocado. Imagino que seja assim mesmo, afinal, onde conseguiríamos comprá-lo? E quando digo comprá-lo, estou falando de uma forma lícita, pois sei que os mesmos mateiros que vendem orquídeas do mato também vendem o xaxim. Tudo vai da consciência de cada um.

A fibra de coco é um substrato considerado por muitos como o substituto do xaxim. Por este motivo, resolvi falar dele antes de comentar os que eu realmente utilizo. Ué, mas eu não utilizo fibra de coco? Não. Por que? Porque não gosto.

Vamos aos fatos. Segundo o Wikipedia, a fibra de coco, também chamada Coir, provém do coqueiro comum (cocus nucifera). É a única fibra de fruta que é usada em quantidade digna de ser mencionada. O coqueiro é plantado na Índia desde a antiguidade. Lá ele é chamado de “Árvore do Bem-Estar” ou “Árvore do Céu”. Desde 1840 o plantio é feito em grande escala. O coco fornece um sem-número de artigos importantes (…). Do mesocarpo obtém-se a fibra. (…) Atualmente, a Índia é líder mundial na comercialização desse produto, com 1,02 bilhão de toneladas de fibra produzidas por ano. (…) No Brasil, a produção é ainda incipiente, com cerca de 40 milhões de toneladas de fibra produzidas anualmente. Os coqueiros vêm crescendo no estado de São Paulo, tomando espaço da laranja e do café nas regiões de São José do Rio Preto, Marília e Garça.

Bacana. De certa forma, é uma reciclagem. Antes, fibra era um item jogado no lixo. Agora, fabricamos vasos e outros artigos com esta fibra.

Bom, se você utiliza fibra para suas orquídeas e gosta, ótimo. Você se adaptou bem à fibra e as técnicas de plantio nela. Eu confesso que aqui realmente não rolou. Entre um vaso de cerâmica e um de fibra, fico com o de cerâmica. Entre um substrato com fibra e outro qualquer, bom, eu acho que existem coisas melhores.

Mas há pessoas que gostam. No blog Minhas Orquídeas, a autora cita que gosta bastante. Mas comenta que, para o sucesso do cultivo, é necessário utilizar material de boa qualidade. De nada adianta utilizar um material de fibra mal fabricado. Provavelmente ele vai se desfazer e/ou machucar suas plantas, principalmente as raízes. Particularmente, eu confesso que este é um grande problema: material de boa qualidade. Voltando ao porque eu não gosto da fibra, acredito que é muito devido à maneira que os vasos e palitos são fabricados. Primeiramente não gosto daquela coisa aglomerada que utiliza muitas vezes cola tóxica para ser construída. Depois, todos que eu tive se desfizeram/apodreceram muito rapidamente. A mesma coisa com a fibra isolada, como substrato.

Mas devo salientar: é a minha opinião. Eu optei por não usar, mas se você gosta e usa, ótimo. Todos temos que encontrar uma forma de cultivo que gostamos e facilita nossa vida.

Cultivo

Para o cultivo em fibra, é importante lavá-la bem com água de torneira. Depois deixe-a de molho por uma hora em uma solução de água sanitária (1/3 de copo para 8 litros de água – balde). Depois, enxaguar em água limpa. Isso ajuda a eliminar o excesso de substâncias tóxicas (tanino) e matar fungos e bactérias. É importante também colocar o substrato, com a planta, vaso, tudo junto, em um balde com água de torneira por 15 minutos. Assim serão eliminados os excessos de sais que podem queimar as raízes. É uma simulação do que acontece nas florestas, quando cai uma chuva torrencial.

Apresentação

Coco desfibrado: feito a partir de cocos que sobram da comercialização da água e são vendidos em estado rústico. Tem a vantagem de conter macro e micro nutrientes importantes para o crescimento e desenvolvimento da planta. É importante ter cuidado com o tanino presente na fibra (vide tratamento acima). Por outro lado, não retém muito adubo e é carente de nitrogênio. Não é recomendado para regiões frias e úmidas porque retém muita água e as raízes podem apodrecer.

Fibra de coco prensada: produto industrializado feito a partir do coco desfibrado. Pode ser encontrado em forma de vasos, pequenos cubos, bastões, placas ou fibras. Possui a vantagem de conservar a acidez em um nível bom para a absorção de nutrientes. Além disto, é muito absorvente, sendo ideal para regiões mais secas e quentes. Da mesma forma que o desfibrado, não retém muito adubo e é carente de nitrogênio. Ao absorver a água, aumenta um pouco de tamanho e se expande. Ao secar, volta ao seu volume original. Não é recomendado para regiões frias e úmidas porque retém muita água e as raízes podem apodrecer.

Lembre-se que o excesso de tanino pode queimar as raízes.

Referências

  • wikipedia.org
  • minhasorquideas.wordpress.com
  • aorquidea.com.br

Abraços!

Adubação de orquídeas – pH (potencial hidrogeniônico) e salinidade

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Como prometido, mais um pouco sobre a química que envolve os nutrientes para as plantas.

pH (potencial hidrogeniônico)

Segundo o Wikipedia, o termo pH foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Søren Peter Lauritz Sørensen (1868-1939) com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade de cervejas (à época trabalhava no Laboratório Carlsberg, da cervejaria homônima). O “p” vem do alemão potenz, que significa poder de concentração, e o “H” é para o íon de hidrogênio (H+).

O pH refere-se a uma medida que indica se uma solução líquida é ácida (pH < 7, a 25 °C), neutra (pH = 7, a 25 °C), ou básica/alcalina (pH > 7, a 25°C). Uma solução neutra só tem o valor de pH = 7 a 25 °C, o que implica variações do valor medido conforme a temperatura. Em outras palavras, a temperatura é uma variável a ser considerada na hora de medir o pH. De nada adianta medirmos o pH a 10° ou a 40° e o pH resultante ser 7. Tomando como exemplo uma medição a 45°C em que o resultado do pH foi 7, a água está alcalina. A esta temperatura, o neutro está em torno do pH 6,7. Existem equações matemáticas para calcular esta variação, mas acredito que não vem ao caso aqui. Existe no mercado pHmetros capazes de realizar a compensação do valor medido automaticamente, oferecendo ao aferidor um resultado completo e preciso.

Água, pH, irrigação

Afinal, por que o pH é tão importante? Não é só regar as orquídeas e pronto?

Não é bem assim. O pH interfere diretamente na retenção ou liberação de nutrientes na água utilizada para irrigação. Esta retenção de nutrientes pode ser problemática dependendo do pH em que água de irrigação encontra-se. Em termos gerais, o pH ideal após a mistura com algum tipo de fertilizante é entre 6 e 7. Mas não em 100% dos casos, ou melhor, dos elementos.

Existem orquidófilos que recomendam o pH entre 5 e 6, pois nesta faixa a orquídea absorve melhor os nutrientes no substrato através das suas raízes. Se a planta está em um substrato com pH inadequado (sim, o substrato também influencia) ou é irrigado com uma mistura de água e fertilizante com o pH considerado inadequado, podem acontecer a deficiência ou o excesso de algum elemento. O excesso de um determinado elemento pode ser tóxico e até fatal para uma planta.

Um resuminho básico:

O pH muito baixo ou ácido:

  • Tornam-se tóxicos: Fe, Mn, Zn, Cu;
  • Deficiência de: Ca, Mg, Mo.

O pH muito alto ou alcalino:

  • Tornam-se tóxicos: Mo;
  • Deficiência de: Fe, Mn, Zn, Cu e B.

Salinidade

Segundo o Wikipedia, salinidade é uma medida da quantidade de sais existentes em massas de água naturais, como sejam um oceano, um lago, um estuário ou um aquífero. A forma mais simples de descrever a salinidade é como a razão entre a quantidade total de sólidos (em massa) dissolvidos e a massa da água que lhe serve de solvente (daí que a forma mais comum de expressão seja em g/kg ou em percentagem ou permilagem, sendo que 1 % representa 10 g/kg). A salinidade tem grande importância na caracterização das massas de água, já que a salinidade determina diversas propriedades físico-químicas, entre as quais a densidade, condutividade, o tipo de fauna e flora e os potenciais usos humanos da água.

A relação entre a salinidade e pH

Elevado pH resulta geralmente de alta salinidade. Em certas circunstâncias, o pH pode ser afetado por certos sais, como o bicarbonato, e este sal isoladamente ter pouco efeito sobre a salinidade. Com o uso repetido de água rica em bicarbonato o pH do substrato da orquídea aumenta gradativamente a níveis não aceitáveis. Isto vale para outros elementos também.

Eis um bom motivo pelo qual temos que realizar uma lavagem (water flush) em nossos vasos periodicamente. O acúmulo de sais provenientes dos adubos e da própria água torne-se tóxico para as plantas.

Ajustando o pH

Existem algumas receitinhas básicas para alterar o pH de um líquido. Não vou sugerir métodos pois isto varia de pessoa para pessoa e também da finalidade.

Exemplo: tenho em casa um aquário de ciclídeos africanos, cujo pH deve estar em torno de 8. Antigamente eu costumava a usar bicarbonato para alcalinizá-lo. Quando o montei pela última vez, utilizei pedras alcalinas na montagem do fundo e do substrato. Resultado: nunca mais precisei ajustar o pH. Por outro lado, tenho um aquário que deve ficar levemente ácido. Nele, utilizo troncos de aroeira, que acidificam naturalmente a água.

Mas Luis, você está comentando de métodos demorados, naturais e voltados ao aquarismo.

Calma. Isto é para mostrar que podemos fazer naturalmente com o que temos em casa. É o mesmo princípio para as orquídeas. Existem substratos acidificantes (xaxim, fibras e troncos específicos, por exemplo) e alcalinizantes (pedras calcárias, como halimeda).

Mas, e para fazer a correção rapidamente na água? Dificilmente a água de sua residência estará em uma faixa diferente de 6 a 8 no pH. As estações de tratamento tentam entregar em sua residência uma água muito próxima do pH neutro, ou seja, 7. Caso haja necessidade de correções, existem produtos específicos nas lojas de piscinas e de aquarismo. Ah, mas são caros. Na verdade não são, mas em casos de emergência, lembre-se: vinagre acidifica e bicarbonato alcaliniza.

Bom, por enquanto é isto. A ideia aqui é atiçar a curiosidade de todos, mesmo porque não sou expert nestes assuntos. Quem sabe é uma semente que faça com que muita gente procure mais informações e consigam resultados melhores.

Referências

  • Orquídeas – Manual de Cultivo Vol. 1 – Denitiro Watanabe
  • Orquídeas – Manual de Cultivo Vol. 2 – Denitiro Watanabe
  • ABC do Orquidófilo – José René Rocha
  • orquidariocuiaba.com.br
  • wikipedia.com

Abraços!

Adubação de orquídeas – o que são macronutrientes e micronutrientes

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Estes dias comentei com vocês como eu realizava a adubação de minhas plantas. Agora é hora de falar sobre os nutrientes propriamente ditos.

Este é um tema muito abrangente. Existem variáveis a serem consideradas que demandam dias de pesquisa e muito cuidado na escrita. Um exemplo disto é como o pH da água influencia a absorção de cada nutriente pela planta. Antes de chegarmos neste ponto, acho válido escrever um pouco sobre a importância de cada nutriente para a orquídea.

Antes de mais nada, vale lembrar que temos os seguintes macronutrientes e micronutrientes:

  • Macronutrientes – nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S);
  • Micronutrientes – boro (B), cloro (Cl), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), cobre (Cu) e zinco (Zn).

De certa forma, é difícil determinar o papel de cada nutriente em uma determinada planta. Primeiro, existem coleções com milhares de plantas, cada uma com características próprias e diferentes daquela do vaso ao lado. Depois, cada elemento pode desempenhar mais de um papel para a fisiologia da planta.

Tomando como base o mais conhecido, o nitrogênio, sabemos que ele é indispensável para a síntese de proteínas. Contudo, ele também é um constituinte de fosfolipídios, de algumas vitaminas e da clorofila. Ou seja, várias funções para o mesmo nutriente. Com o agravante que não basta o nitrogênio estar ali, é necessário condições para que todos os papéis sejam realizados a contento, como a qualidade da água, quantidade e tempo de iluminação, entre outros.

Como vocês podem ver, este assunto é muito mais complexo do que apenas colocar água no regador, dosar uma medida de adubo e simplesmente regá-las.

O conhecimento dos elementos utilizados e sua função torna-se primordial para aqueles que desejam ter coleções mais vigorosas e sucesso no cultivo.

Aqui vai um resumo de cada nutriente e suas funções:

Macronutrientes

  • Nitrogênio – O nitrato (N03) é a forma de nitrogênio predominantemente absorvida pela planta nas condições naturais. O nitrogênio é importante no metabolismo de compostos como aminoácidos e proteínas, amidas, amino açúcares , purinas, pirimidinas e alcaloides. Excetuando-se a água, nenhuma outra deficiência é tão dramática nos seus efeitos para a planta, quanto a de nitrogênio. A clorose geral e o estiolamento são os sintomas mais característicos da deficiência de nitrogênio na planta. O crescimento é atrasado e lento e as plantas têm aparência raquítica. O fruto é freqüentemente muito colorido. As partes mais maduras da planta são as primeiras a ser afetadas porque o nitrogênio é translocado das regiões mais velhas para as mais novas em crescimento. Por outro lado, um excesso de N no meio (solo ou solução nutritiva) faz com que a planta vegete muito, produza poucos frutos ou sementes e armazene menos carboidratos. Para complementar o que é fornecido pelo solo em quantidade insuficiente recorre-se aos fertilizantes nitrogenados; entre os naturais estão os estercos e tortas e as próprias plantas (adubo verde); entre os adubos produzidos pelo homem aparecem os amoniacais (sulfato de amônio), os nitratos (de sódio, de cálcio, de potássio) os nítrico-amoniacais (nitrato de amônio) e os amídicos (ureia).
  • Enxofre – Nas condições naturais de solo é absorvido pelas raízes predominantemente como So4 2-; as plantas podem, porém, absorver também S orgânico de aminoácidos, S02 (gasoso) pelas folhas e até mesmo enxofre elementar (como S “molhável” finamente dividido) e também pelas folhas e frutos. Além de fazer parte de alguns aminoácidos e de todas as proteínas vegetais, o S desempenha outras funções: como é ativador enzimático, como SH é grupo ativo de enzimas e de coenzimas (ácido lipólico, tiamina, biotina) na fotossíntese participa da síntese da clorofila, da absorção de C02 , da atividade da carboxilase e de ribulose -2P e de reações de fosforilação; é essencial ainda no processo de fixação do N2 pelas leguminosas nodulares.
  • Fósforo – Os papéis fundamentais do P na vida da planta são a sua participação nos chamados compostos ricos de energia, de que é exemplo mais comum o trio-fosfato de adenosina, ATP, produzido nas fosforilações oxidativas e fotossintéticas e, em menor grau, nas que se dão ao nível de substrato. O ATP, participa das reações de síntese e desdobramento de carboidratos (inclusive do amido), de síntese de proteínas, de síntese e desdobramento de óleos e gorduras, do trabalho mecânico, da absorção salina. Assim como o N, o fósforo se redistribui facilmente na planta, em particular quando sobrevêm a sua falta; as folhas mais velhas das plantas carentes em P mostram a princípio uma coloração verde-azulada, podendo ocorrer tonalidades roxas nelas e no caule. O fósforo é o elemento que mais limita a produção das culturas. O crescimento é reduzido e, em condições de deficiência severa, as plantas ficam anãs. Os principais fertilizantes fosfatados comerciais são os “superfosfatos” , fosfatos de amônio e nitro fosfatos. Os fertilizantes também são obtidos pela extração de rochas fosfáticas e de depósito espessos de guano (fezes de aves marinhas, ricas em fósforo, derivado do peixe da qual se alimenta).
  • Potássio – O K é absorvido da solução do solo como K+ e é conduzido pela corrente transpiratória. Cerca de meia centena de enzimas são ativadas pelo K, algumas delas especificamente. O K participa em fases diversas do metabolismo: reações de fosforilação, síntese de carboidratos, respiração, síntese de proteínas. Além disso o nível de K nas células-guardas regula a abertura e o fechamento do estômato.A carência de K, prejudica o transporte de carboidrato da folha para outros órgãos da planta. A alta concentração de K nos tecidos de plantas terrestres se explica em parte pelo seu papel na regulação da viscosidade do citoplasma e pela sua baixa afinidade por ligantes orgânicos. Os sintomas de carência de K se manifesta primeiramente nas folhas mais velhas como clorose e depois necrose das pontas e das margens. O crescimento é abaixo do normal e em condições severas os ramos terminais e laterais podem morrer.
  • Cálcio – É absorvido do solo como Ca 2+. O cálcio faz parte da lamela média e ativa diversas enzimas.
    Desempenha outros papéis como: regulação da permeabilidade da membrana citoplasmática, neutralização de ácidos tóxicos, desenvolvimento e funcionamento de raízes, germinação do grão de pólen e desenvolvimento do tubo polínico. O transporte do cálcio no xilema está sobre controle metabólico e no floema é praticamente imóvel, em conseqüência, quando há falta desse elemento, as regiões de crescimento (gemas, ápice de raízes) são as primeiras a ser afetadas. As folhas mais novas mostram clorose e as gemas podem morrer. Em pH ácido o cálcio aparece em baixos teores no solo, elevando-se o pH e conseqüentemente neutralizando-se a acidez, aumenta-se a saturação em cálcio do solo.
  • Magnésio – É absorvido do solo como Mg 2+. Altas concentrações de K+ no substrato (solo ou solução nutritiva) inibem competitivamente a absorção do magnésio a ponto de causar deficiência. Por outro lado, p Mg é essencial para a absorção do P. Além de fazer parte da clorofila o Mg é ativador de enzimas que são “ativadoras de aminoácidos” , que catalisam o primeiro passo da síntese proteica  Diferente do cálcio o Mg é facilmente translocado no floema para regiões novas de crescimento ativo. Como conseqüência é nas folhas mais maduras que os sintomas de deficiência primeiro aparecem sob a forma de clorose.

Micronutrientes

  • Boro – Até hoje não se conseguiu isolar um composto sequer vital para a planta que contenha boro (B); do mesmo modo não se conseguiu identificar nenhuma reação crucial para o metabolismo que somente ocorra na presença deste elemento. Mesmo assim, o boro, pertence a lista dos elementos essenciais, por satisfazer o critério indireto de essencialidade. Na ausência do boro, os pontos de crescimento são afetados e podem morrer. Os tecidos parecem duros, secos e quebradiços. As folhas podem tornar-se deformadas e o caule rachado. O florescimento é afetado severamente e quando ocorre a frutificação estes freqüentemente apresentam sintomas semelhantes aos encontrados no caule. O B é essencial para a formação da parede celular, para a divisão e aumento no tamanho das células, para o funcionamento da membrana citoplasmática. A presença do boro facilita, ainda,o transporte dos carboidratos. Da mesma forma que o Ca é praticamente imóvel no floema e por isso quando há deficiência a gema terminal morre e as folhas mais novas se mostram menores, amareladas e muitas vezes deformadas. A matéria orgânica constitui a fonte imediata de boro para as plantas, libertando o elemento no processo de sua mineralização.
  • Cloro – O Cl não entra na constituição de nenhum composto orgânico tido como essencial. É necessário para a fotólise da água. Os sintomas de sua deficiência causa murchamento, bronzeamento e necrose em folhas de muitas espécies, tendo sido pela primeira vez demonstrado os sintomas de sua de sua deficiência em plantas de tomate. Não se conhece no campo a ocorrência da falta de cloro, o que, pelo menos em parte, é devido à precipitação do “sal cíclico”, isto é, cloreto de sódio que o vento traz do mar e a chuva deposita no solo em quantidade suficiente para atender as necessidades da planta.
  • Cobre – É absorvido como Cu +2. Não é redistribuído apreciavelmente pelo floema e por isso os sintomas de carência se mostram primeiramente nas folhas novas: murchamento, cor verde-azulada, deformação do limbo e depois clorose e necrose em manchas irregulares. É ativador de enzimas de óxido-redução que oxidam fenóis e que participam do transporte de elétrons na respiração e fotossíntese. Tem participação indireta na fixação do N2.
  • Ferro – As plantas absorvem o ferro do solo na forma bivalente, Fe +2. No xilema o Fe encontra-se principalmente como quelato do ácido cítrico. Não se distribui pelo floema: o sintoma típico de falta de ferro é uma clorose das folhas novas cujas nervuras formam uma rede fina é verde contra o fundo verde-amarelado do limbo.
    Além de ser componente estrutural de citocromos o ferro ativa enzimas ou faz parte de coenzimas que entram em reações as mais diversas da planta: formação da clorofila, transporte eletrônico na fotossíntese, fixação do N2, desdobramento da H2O e síntese proteica.
  • Manganês – Além de ativar enzimas muito diversas, o manganês participa do transporte eletrônico na fotossíntese e é essencial para a formação da clorofila e para a formação, multiplicação e funcionamento dos cloroplastos.
  • Molibdênio – É o micronutriente menos abundante no solo e que na planta aparece em menor concentração. O molibdênio está diretamente ligado ao metabolismo do N. A carência de molibdênio se manifesta como amarelecimento das folhas seguido do enrolamento do limbo.
  • Zinco – O zinco é necessário para a síntese de triptofana que depois de várias reações, produz o ácido indolilacético (AIA), além disso o zinco regula a atividade da ribonuclease que hidrolisando o RNA, causa diminuição na síntese proteica  A carência de zinco provoca o encurtamento dos nós em algumas plantas. O florescimento e a frutificação podem ser muito reduzidos e a planta inteira pode se tornar anã e deformada.

Claro que existem outros elementos a serem considerados nesta salada da tabela periódica. Da mesma forma, algumas plantas podem não necessitar de um ou mais elementos já listados acima.

Um exemplo disto é o sódio, normalmente não exigido por plantas verdes, mas extremamente necessário para certas plantas halófitas (terrestres adaptadas a viver perto do mar).

Em um outro exemplo, o selênio é geralmente tóxico as plantas. Entretanto, certas plantas em solos ricos nesse elemento, não somente acumulam e toleram altas concentrações mas podem até ter uma certa necessidade dele.

Como podemos notar, cada planta tem sua necessidade. Muitos orquidófilos não costumam adubar suas plantas e elas estão lindas. Eu mesmo não o fazia até pouco tempo atrás. Mas depois que comecei a fornecer estes elementos a elas, notei uma grande melhora em sua fisiologia e também nas floradas.

Cabe a cada um decidir a melhor forma de conduzir sua coleção.

Nos próximos textos sobre adubação, irei comentar a influencia do cloro presente na água quando irrigamos nossas plantas e em que o pH influencia neste processo.

Referência

  • portalsaofrancisco.com.br

Abraços!

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