Depois de meses de obras tipicamente brasileiras, ou seja, demoradas e ainda não finalizadas, eis que a cara do novo orquidário aqui de casa já pode ser minimamente percebida.
Aos que não se lembram, eu tinha uma estrutura de madeira e sombrite em um terreno fortemente inclinado, o que não facilitava a organização interna das plantas. O que fazer? Optei por colocar tudo no chão e nivelar o terreno, para então colocar uma nova estrutura.
No começo imaginava que era uma tarefa das mais fáceis, afinal, tirar um pouquinho de terra ali, colocar aqui, e pronto, tudo retinho e bonitinho.
A realidade é mais cruel do que parece. Após desmontar todo o orquidário, tirar mais de 400 vasos e pensar na meleca que eu tinha me enfiado, não me restou muito a não ser cavar. Como o terreno é inclinado, tive que fazer uma mureta de contenção para poder preencher corretamente o espaço do orquidário com terra.
Aqui cabe uma ressalva, tudo que foi feito neste espaço foi realizado por minha esposa e eu. Ninguém colocou o pé aqui em casa para participar desta obra. Aqui temos o pensamento que, se podemos fazer, porque vamos pagar alguém para isto? E neste pensamento fomos construindo a mureta, a escada, fomos preenchendo os espaços com terra e vimos que, ao nivelar, acabamos por descobrir toda a base do muro ao redor do local. O resultado? Mais tijolo e cimento para cobrir todas as partes “desnudas” e deixar o ambiente totalmente envolto com apenas tijolos, e não terra.
Cava daqui, cava dali, mede daqui, mede dali, aos poucos o terreno foi sendo nivelado. A quantidade absurda de terra que foi transferida de um lado para o outro não passava pela minha cabeça. Imaginava que era só cavar um pouquinho que tudo já estava pronto. Ledo engano, era terra pra dedéu. O que era para ser uma reforminha começou a ter traços de uma construção faraônica. Muros, escadas, nivelamento, piso de concreto, vigas, chapisco, uma série de coisas que fomos aprendendo com o tempo, ou relembrando de experiências passadas (aqui temos mania de colocar a mão na massa mesmo).
Fácil? Não. Se considerarmos que o orquidário fica no fundo do terreno, cerca de 75 metros da rua e fortemente inclinado, o construir não é tão maçante quanto carregar o material. Areia, cimento e brita, morro acima, várias e várias vezes. Muitas vezes parávamos por exaustão, afinal, finais de semana ficavam curtos para tanto trabalho e o corpo despreparado não ajuda.
Enfim, o serviço terminou. O terreno estava nivelado, cimentado onde deveria estar e bem ajeitadinho. E a estrutura?
No começo pensava em construir uma estrutura de PVC, por imaginar que o sistema de encaixe por si só já bastaria para fazer uma cobertura e as bancadas, tudo integrado. Amadureci bastante esta ideia, mas quando fui colocar na ponta do lápis vi que o valor não compensava todas as adaptações que eu teria que fazer, além da beleza do conjunto, que certamente deixaria a desejar.
Cedi aos pedidos da minha esposa de construir uma estrutura como toras autoclavadas de eucalipto e saí a caça do melhor preço. Optei pelo básico, 4 toras de sustentação, 2 transversais e toras mais finas na cobertura. O objetivo deste tipo de cobertura? Simular o 50% de proteção do sombrite, só que de uma forma diferente. A ideia é simples: colocar uma tora sim outra não na cobertura do orquidário.
Por não ser uma estrutura barata, eis que demorou mais um pouco para conseguir todo o material. Eis que no último mês a tarefa foi realizada e o material foi comprado.
E agora José? Tinha que levar todas as toras para o fundo do terreno. Foram 4 toras de 3 metros/22cm, 2 toras de 6 metros/20cm e mais 30 toras de 5 metros/10cm. É muito peso.
Depois de uma semana de carregamento, contando com ajuda para as duas de 6 metros, eis que o trabalho recomeçou. Buracos preparados, toras posicionadas, formão preparado e funcionando e muito, muito suor depois, eis que a estrutura está pronta.
E agora? Agora vou montar bancadas, colocar a parte elétrica, pintar onde deve ser pintado, tratar a madeira, enfim, dar os arremates onde for necessário para que possa dizer que o orquidário está finalizado.
Mas já acho que as plantas gostaram da nova casa.
Atualização 2020:
Só para dizer que mudou mais um pouco:
Luis, estou pra montar o meu orquidario e estou aqui pegando umas dicas.. =D percebi que vc modificou o “teto”, tirou as toras de eucalipto e de volta para o sombrite. Vc achou o sobrite mais eficiente?
Sem dúvidas!
Tinha sombrite antes das toras e mudei por estética. Comecei a perder muitas plantas. Agora que voltei para o sombrite parei de perder plantas e todas estão crescendo muito bem.
Pode ser apenas o meu caso, mas vale lembrar que o sombrite filtra com mais homogeneidade a luz solar, enquanto as toras é tipo 0% ou 100%. Acaba queimando as mais sensíveis.
Abração!
Informações Valiosas! Obrigada! Fico muito na dúvida em como preparar meu projeto pois onde moro, no litoral de São paulo, temos épocas de chuvas torrenciais e intermináveis, que vem com uma friagem horrivel.. e chegamos a ter quase 2 meses sem ver o sol. Creio que terei de usar telhas transparentes.. o que acha?
É, como você pode ver nas postagens deste ano, mudou bastante.
Como troquei as toras por sombrite, tudo ficou bem melhor no orquidário. A irrigação tem ajudado bastante também.
Att