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Como realizar o replante de suas orquídeas

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Invariavelmente, chegará o momento em que você deverá realizar o replante de sua orquídea. Muitos são os motivos para isto, desde plantas que estão crescendo para fora do vaso, substrato antigo e deteriorado, substrato errado ou simplesmente para revigorar a planta.

Um substrato deteriorado compromete a saúde de sua planta. Fará com que as raízes apodreçam e o poder de absorção da orquídea seja menor. Isto fica evidente quando uma planta bem hidratada ainda sim tem a aparência de desidratada.

Ainda em relação ao substrato, alguns fatores influenciam no tempo que ele irá levar para deteriorar-se. Além do tipo de substrato utilizado, os produtos que você usa nas plantas, como adubos, por exemplo, influenciarão no tempo que este substrato levará para se decompor.

É importante você saber que o ato de mexer em uma orquídea causa um certo desgaste e estresse à planta e deve ser evitado sempre que possível. Até a simples troca de lugar de um vaso é capaz de causar isto. Consequentemente, o replante, por ser muito mais complexo, acaba tirando a orquídea de sua zona de conforto. Mas quando necessário, isto não é tão ruim assim, como veremos a seguir.

Época

Muitos divergem sobre o melhor momento de replantar uma orquídea. Alguns defendem épocas específicas do ano. De certa forma, não concordo com isto, pois cada planta tem sua época de crescimento e dormência. Acredito que, pela lógica, elas deverão ser replantadas no momento em que seu sistema radicular está sendo renovado e se expandindo, quando novas raízes estão surgindo. Desta forma, as novas raízes crescerão já acomodadas ao novo substrato. Fazendo o inverso disto, ou seja, replantando uma orquídea que está em seu período de dormência, você estará forçando-a a gastar suas reservar de energia para emitir novas raízes, desgastando a saúde a planta e até podendo matá-la.

Substrato

O substrato a ser utilizado depende de uma série de fatores, principalmente da espécie de orquídea a ser cultivada nele. Neste momento é interessante você entender a classificação das orquídeas por habitat, para saber o que é melhor para sua plantinha. Recomendo a leitura dos seguintes artigos:

Sabendo as características do habitat original de sua orquídea, você poderá determinar o melhor substrato para ela. Por exemplo, as epífitas vivem grudadas em árvores e, como o suprimento de água nestas condições não é contínuo, elas dependem muito da sua capacidade de absorver água rapidamente, seja esta da chuva ou da umidade do ar. Elas possuem raízes esponjosas que absorvem rapidamente os líquidos. Da mesma forma, secam rapidamente, portanto, os substratos empregados nestas plantas deverá secar rapidamente, fornecendo uma boa ventilação. A grande maioria das Cattleyas e seus híbridos, por exemplo, podem ser plantadas nos mix que encontramos no mercado. Entretanto, há plantas mais exigentes que não crescem bem em vasos e precisam ser plantadas em pedaços de casca, como por exemplo a Cattleya walqueriana, a Cattleya nobilior e a Cattleya aclandiae. Recomendo fortemente a leitura dos seguintes artigos:

Vaso

O vaso a ser utilizando também depende de uma série de fatores. Via de regra, existem vários tipos, como os de barro, plástico, cimento, xaxim, cascas de árvores, casca de coco, enfim, uma infinidade de materiais. Caso você queira se aprofundar nas alternativas, faça a leitura do seguinte artigo:

O mais utilizado é o vaso plástico, principalmente porque a grande maioria das plantas comerciais são vendidas em vasos plásticos, por ser um material barato e leve. Particularmente, passei alguns anos querendo me livrar dos vasos plásticos, mas depois entendi que, para algumas plantas, ele pode ser a melhor opção. O vaso de cerâmica possue uma melhor aeração e, consequentemente, retêm água por menos tempo. Por um bom tempo era meu vaso preferido, visto que cultivava minhas plantas sob sombrite e não tinha o controle da água das chuvas. Agora tenho usado bastante os cachepots de madeira. Caso você opte por vasos de cerâmica, lembre-se que vasos antigos não são tão bons quantos os novos, visto que seus poros estarão entupidos. Além disto, podem transmitir doenças de uma planta anterior e devem, obrigatoriamente, passar uma boa esterilização.

Hora de replantar

Você decidiu replantar sua orquídea. Escolha um vaso que comporte o crescimento de sua orquídea por pelo menos 3 anos (ou o tempo que o substrato irá durar) e que seja de drenar corretamente a água acumulada. Agora é só seguir os seguintes passos:

Remoção e limpeza

  • Retire a planta do vaso original – processo relativamente fácil, só é complicado quando as raízes estão coladas nas laterais do vaso. Neste caso, é importante esterilizar bem qualquer ferramenta de corte que você use para soltar ou aparar as raízes para soltar a planta do vaso. Lembre-se que isto agride a planta, então faça o menos possível de estrago;
  • Retire todo substrato antigo com cuidado para não machucar as raízes vivas. Em especial, cuide para não quebrar novas raízes, pois elas são sensíveis e importante para a adaptação da planta no novo local;
  • Não caia na tentação de remover raízes velhas que ainda estão vivas. Mais raízes significam mais absorção e melhor fixação. Além disto, podem se ramificar, aumentando ainda mais o poder de absorção;
  • Já as raízes velhas devem ser removidas, pois aceleram o processo de decomposição do novo substrato;
  • Limpeza – faça uma revisão em sua planta, removendo restos das florações anteriores e retirando as partes secas coladas ao pseudobulbo, esconderijos perfeitos para as cochonilhas e outras pragas. Aproveite para verificar se não é uma boa hora para remover os pseudobulbos mais antigos, que já deixaram de contribuir para o desenvolvimento por não possuírem raízes vivas e folhas;
  • Separação – verifique se não é uma boa hora para dividir sua planta, se ela estiver muito grande.

Replante

  • Coloque um material para realizar a drenagem no fundo do vaso, afim de melhorar o escoamento da água. Para isto você pode utilizar cacos de telhas limpos, pedras, isopor ou carvão;
  • Respeite a direção de crescimento da planta: o pseudobulbo mais velho deverá ficar junto à borda do vaso e a parte nova da planta deve estar direcionada ao centro do vaso. Desta forma, haverá espaço para o desenvolvimento de novos pseudobulbos;
  • Posicione o rizoma um pouco abaixo da altura do vaso;
  • Preencha o vaso com o substrato escolhido colocando-o pelas laterais, tomando cuidado para não machucar as raízes. A quantidade ideal será suficiente para firmar e equilibrar a planta. Evite compactar demais o substrato, pois isto afetará a aeração das raízes. Caso a planta não fique firme, prenda-a com estacas e arames. É importante não deixar a planta bamba, pois o movimento dela fará com que as novas raízes não consigam se fixar, prejudicando o desenvolvimento;
  • O substrato não deverá cobrir as gemas. O ideal é ele ele apenas encoste no rizoma, não ficando muito abaixo dele e nem cobrindo-o;
  • Feito o plantio, é importante ambientar a planta. Coloque-a em um lugar com um pouco menos de luz e, principalmente, deixe-a úmida com mais frequência, mas sem excesso (não regue a planta em abundância). Em pouco tempo a planta poderá voltar ao seu local de origem.

Lembre-se sempre de usar ferramentas esterilizadas para evitar a transmissão de doenças entre as plantas.

Referência

  • orkideas.com.br

Abraços!

EcoTronco – Fabergé Orquídeas

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Se a primeira impressão é a que fica, então o EcoTronco já me ganhou.

Meu primeiro EcoTronco veio muito bem embalado e cheio de acessórios/mimos que certamente irão agradar muitos clientes. Em um primeiro momento, fiquei olhando produto e percebi o quão simples é o objetivo dele: umidade. Já tinha tentado fazer algo semelhante com pau de barro, mas confesso que nunca fui feliz nesta modalidade de cultivo. Já o EcoTronco me passou uma imagem muito mais profissional da velha ideia do pau de barro. E, olhando sua descrição no site do fabricante, parece realmente que eles tiveram o cuidado para que realmente o EcoTronco não seja apenas um pau de barro diferente e sim um produto único, que atende perfeitamente ao propósito para que foi projetado: o bem estar da orquídea ali plantada.

Reproduzindo o texto do fabricante, “o EcoTronco apresenta fácil manutenção e não utiliza substrato, fornecendo umidade e aeração na medida certa ter orquídeas saudáveis, evitando o apodrecimento das raízes e o desenvolvimento de fungos nocivos. O EcoTronco foi elaborado após um ano de pesquisas para a seleção da matéria prima para garantir uma boa resistência, durabilidade e uma transpiração ideal, mantendo o ambiente na umidade correta para a saúde das raízes. A produção do vaso é realizada por processo controlado e padronizado, garantindo a queima homogênea das peças, a qualidade do produto final e a ausência de defeitos que possam provocar vazamentos, quebra, entupimento precoce dos poros provocando pouca ou nenhuma umidade na parede externa e a perda do vaso.

E o EcoTronco que recebi? Pois bem, o objetivo dele é receber uma Masdevallia e verificar a diferença evolutiva entre a planta no EcoTronco e a plantada tradicionalmente. Antes de mais nada, eis algumas fotos do produto que recebi, ou seja, um pequeno unboxing:

orquideas.eco.br-EcoTronco
Ao abrir a caixa, temos acessórios e um cartão de “boas vindas”
O EcoTronco vem bem protegido para evitar quebras (na foto já sem a forração de proteção)
Eis o EcoTronco!
O Kit completo: EcoTronco, borrifador, prato, arame de sustentação, bolinhas que retém água e planta
Deixei metade da planta no vaso original
A outra metade da Masdevallia foi para o EcoTronco

As imagens falam por sí só. O EcoTronco é um produto bem pensado e bem cuidado. Vem muito bem embalado, com o cuidado que um fabricante sério dispensa aos seus produtos. Mimos como borrifador, as bolinhas de retenção de água e o cartão com dicas de cultivo para a espécie escolhida são um adicional muito bacana ao conjunto.

Bom, separei a Masdevallia que veio no conjunto e plantei uma no EcoTronco, deixando a outra no vaso original de cultivo, pois este era o objetivo deste teste. Irei monitorar as duas metades desta Masdevallia para ver como elas irão se desenvolver. Mas é mera formalidade, visto que a planta no EcoTronco certamente irá se desenvolver melhor pela umidade constante e a boa aeração de suas raízes.

Em breve estarei postando os resultados e testando outros produtos da Fabergé Orquídeas.

Caso queira ver e/ou adquirir este ou outros produtos da Fabergé Orquídeas, é só clicar aqui para conhecer a loja deles!

Referência

  • fabergeorquideas.com.br

Abraços!

Orquídea Dracula no EcoTronco

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Hoje passei uma tarde agradabilíssima em meu orquidário cuidado de uma das espécies que mais gosto: Dracula.

Para quem acompanha este blog desde o início, isto não é novidade. Dracula e Masdevallia são minhas espécies favoritas. Já tive muitas plantas e, infelizmente, por problemas com meu orquidário antes desta última reforma (frio, doenças, seca, chuva, de tudo um pouco), acabei perdendo a grande maioria.

Agora, com um orquidário melhor construído, posso voltar a ter estas magníficas espécies e mostrá-las aqui para vocês. Como primeiro passo, quis colocá-las no EcoTronco dos meus amigos do Fabergé Orquídeas, pois acredito muito neste produto. Acabei dividindo as 12 mudas em duas partes para colocar nos EcoTroncos e em caixetas, afinal, quero curtir as diferenças e os resultados. Além disto, são mudas grandes, que permitem este tipo de manejo. Bom, ao longo do trabalho fui colocando tudo no Instagram, mas sei que muitos não o usam ou não me seguem no Instagram (vai lá e me segue, oras), portanto resolvi montar este post apenas para mostrar como fiz e ter isto registrado para, dentro de alguns meses, poder comparar os resultados.

Antes das fotos, um videozinho meio que explicativo de como ficou e o que espero do plantio, postado no meu canal do YouTube (é o do Instagram, mas como nem todos tem, coloquei no YouTube…):

Bom, vamos à sequência.

Primeiramente, eu imprimo todas as etiquetas que vou utilizar. Faço isto utilizando uma Rotuladora (se quiser saber mais, pode clicar aqui – o post é antigo mas dá para ter uma ideia):

Primeiramente eu imprimo todas as etiquetas

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

Quando estão prontas, ficam assim:

E é assim que eu faço…

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Orquídeas separadas, EcoTroncos também:

Que o trabalho comece! #ecotronco #dracula #masdevallia #orquidea #orchid

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Algumas vieram até com haste floral:

Algumas estão até com haste floral #dracula #orquidea #orchid

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Um outro exemplo de como ficam as minhas plaquinhas:

 

Orquídeas devidamente divididas: as maiores vão para o EcoTronco, as menores para os cachepots (semana que vem):

Divisões… Quero cultivar no ecotronco e no cachpot e estudar as diferenças. #dracula #Orchid #orquídea

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Por fim, todas elas plantadas – com um pouquinho de musgo chileno para ajudar – (foto e vídeo):

Por enquanto é isto. Em breve postarei o desenvolvimento para que todos possam comparar os resultados.

Referência

  • fabergeorquideas.com.br

Abraços!

Como devo alimentar minha orquídea?

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As orquídeas precisam ser alimentadas regularmente. Mas como, se na natureza ninguém faz isso?

Bom, a natureza é sábia. Quando a orquídea está em seu habitat natural, há elementos que contribuem com sua nutrição. Pode ser restos de folhas, o tipo da árvore ou do solo que ela está, até eventuais dejetos de animais específicos da região que ela habita.

Em casa não temos este mesmo habitat. Logo, nutrientes certamente faltarão na dieta de sua orquídea. Por isto devemos adubá-las constantemente.

Muitos orquidófiulos sugerem o uso de um fertilizante balanceado, como o NPK 20-20-20. Entretanto, é imprescindível que ele também inclua todos os elementos traço necessários. Independentemente da formulação de fertilizante que você escolher usar, ele deve conter pouca ou nenhuma uréia. No meu caso, uso o B&G, pois contem todos os elementos que preciso, inclusive cálcio. Como utilizo pulverizador, a vantagem deste fertilizante é já estar na forma líquida. Desta forma, não preciso dissolver e não corro o risco de ter o pulverizador entupido.

É importante salientar que, assim como a irrigação, menos é mais. As orquídeas correrão menos risco se você utilizar menos fertilizante do que o recomendado, ao invés de usar doses maiores. Muitos orquidófilos utilizam a abordagem “fracamente, semanalmente”, aplicando um fertilizante semanalmente em uma diluição maior que a recomendada pelo fabricante (50% ou até 25%), em vez de aplicar uma dose completa uma vez por mês. Outra dica importante é não fertilizar uma planta completamente seca, pois o fertilizante pode queimar as raízes mais secas. O ideal é você molhar todas as plantas para, em seguida, aplicar o adubo. Isto também melhora a absorção do fertilizante, potencializando seu uso, pois faz com que os estômatos da planta estejam abertos.

Caso queira se aprofundar sobre este tema, principalmente na parte química, aconselho a leitura da minhas postagem sobre macro e micro nutrientes e também sobre o pH e salinidade da água.

Abraços!

Por que minha orquídea não floresce novamente?

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Esta é uma questão fácil e que não demanda tantas explicações: como todas as plantas, as orquídeas precisam de luz suficiente para produzir flores.

A luz insuficiente é a causa mais comum da falta de flores nas orquídeas. Para saber se a luz é suficiente para sua planta, primeiro procure saber o nome dela. Sabendo o nome de sua orquídea, poderá procurar fontes confiáveis de informações e então entender seu cultivo, o que abrange a quantidade de luz que a orquídea necessita.

Em segundo lugar, outra forma fácil de tentar entender quanto de luz sua orquídea precisa é observando a cor da sua folha. Basicamente, a cor da folha é um forte indicador se a quantidade de luz é adequada para aquela determinada espécie. Claro que com espécies mais exóticas, em que as folhas já são diferentes por si só, isto não funcionará. Entretanto, a regra geral é que o verde escuro exuberante e rico da maioria das plantas de nossas casas não é desejável em folhas de orquídeas. Uma cor verde gramada (verde claro ou médio com tons amarelados) significa que a planta está recebendo luz suficiente para florescer.

Abraços

Cultivo: orquídea Dracula no cachepot apenas com musgo

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Neste vídeo mostro o processo de plantio de uma Orquídea Dracula em um cachepot (caixeta de madeira) utilizando apenas musgo chileno. Também é mostrada minha outra forma de cultivo de Dracula e Masdevallia, no EcoTronco.

É importante salientar que este vídeo é um primeiro teste para verificar a receptividade de um canal com conteúdo próprio. Portanto, seu comentário será muito bem vindo!

Obviamente, a produção ainda é limitada mas, com o tempo, devo melhorar a edição e o áudio. Vou testar outras formas de enquadramento também, além do tempo do vídeo. Fiz uma gravação amadora, apenas para testar alguns elementos. Sei que o som está ruim, mas já tenho ideias de como melhorar isto nas próximas gravações.

Referências

Alguns dos produtos que utilizei no vídeo, além de referências de conteúdo explicando mais sobre alguns itens:

EcoTronco

https://www.orquideas.eco.br/ecotronco-faberge-orquideas/
https://www.orquideas.eco.br/orquidea-dracula-no-ecotronco/

Caixetas

https://www.facebook.com/JMGCaixetas/

Musgo

https://www.orquideas.eco.br/substratos-para-orquideas-sphagnum-esfagno-musgo/
https://www.facebook.com/ParaflorSphagnumMoss

Orquídea Dracula

http://www.orquidarioolimpia.com.br

Abraços!

O pH dos substratos – como isso influencia sua orquídea?

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O tal do pH, quando falamos de um hobby, é muito discutido no aquarismo. Lembro-me bem que, quando tinha aquários em casa, o pH era o primeiro teste que fazia para verificar se a água estava apta a receber determinados tipos de peixes. Também ouvimos isso quando falamos de piscinas e até de quem fabrica cerveja artesanalmente (experiência própria). Mas no substrato – sólido – de uma orquídea, dificilmente você irá ouvir alguém comentar.

Muitas pessoas não tem idéia de como o pH pode influenciar o desenvolvimento e a saúde de suas orquídeas. Vejo que muitos orquidófilos se preocupam com a água água usada para irrigar suas plantas, medindo pH ou optando por usar água da chuva (eu faço isso também). Entretanto, ouvir algum orquidófilo falar de como cuida do pH do seu substrato é praticamente inexistente.

É importante saber o que significa o pH. Para isso, escrevi há alguns anos um artigo sobre o pH e como ele influencia a absorção de nutrientes provenientes de uma adubação. Este artigo você poderá ler clicando aqui. Se não leu, clique e leia, depois volte neste artigo.

Agora que você já se familiarizou com o termo e o que ele significa, é bom fixar que o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro e micro nutrientes pela orquídea. Conforme explicado com maior detalhes no artigo acima, um pH muito alto ou muito baixo faz com que a orquídea não consiga absorver determinados nutrientes, prejudicando seu desenvolvimento – ou pelo menos aquele que você queria que a planta tivesse ao fornecer nutrientes à ela.

Um exemplo básico é a absorção do Nitrogênio. Este elemento será absorvido apenas o meio de cultura em que a orquídea se encontra estiver com o pH entre 6 e 8. Como o Nitrogênio é responsável pelo crescimento da orquídea, o pH estando abaixo de 6 ou acima de 8 impedirá que ela absorva o elemento que a fará crescer melhor.

Aí você aduba a planta e não vê resultados. Não vendo resultados, aduba ainda mais. Com isso, você acabo por intoxicar a planta, prejudicando seu sistema radicular e, em casos extremos, matando a orquídea. Por isso, além de adubar (afinal, ela precisa se alimentar), precisamos ter cuidado com o meio de cultura no qual mantemos nossas plantas. Isso inclui o pH do substrato e também o pH utilizado na água que provemos à nossas plantas. Com estes cuidados, garantimos a completa absorção de todos os nutrientes oferecidos, tornando nossas orquídeas sadias, com crescimento vigoroso e pleno.

Vale lembrar que, mesmo que alguns substratos sejam indicados para orquídeas, devemos cuidar sempre de seu pH. Com o tempo, alguns substratos tendem a se deteriorar. Junto com a adubação e a água utilizada na planta, seu pH poderá mudar drasticamente, prejudicando a planta. Este é um dos motivos que a troca periódica de substrato é tão importante.

Como medir o pH do substrato

Medir o pH do substrato é simples. Tenha em mãos um kit de medir pH, que pode ser encontrado em lojas de produtos para piscinas ou lojas de aquarismo. Encha uma bacia com água e deixe descansar por algumas horas, para eliminar o cloro. Certifique-se esta água esteja neutra, ou seja, com o pH em 7. Com o auxílio de outra bacia, segure o vaso a ser analisado de modo que você possa regar sua planta com a água de pH neutro e toda água utilizada na rega escorra e seja armazenada na bacia abaixo do vaso. Depois, basta seguir as instruções do kit de medição de pH utilizando esta água que escorreu do vaso. Este não é um método preciso, mas pode ajudar a determinar um caminho a ser seguido. Existem outros métodos mais eficazes, porém mais custosos e não tão práticos.

Se o resultado for algo diferente de 7 (pH neutro), teremos uma água ácida (pH menor que 7) ou alcalina (pH maior que 7). Se trocar o substrato não for uma opção, você poderá tentar corrigir o pH. Existem produtos que fazem esta correção do pH e uma forma simples de realizar esta correção é adicioná-los na água utilizada para irrigação (que deve ser neutra) e analisar periodicamente o resultado, medindo novamente o pH do substrato para observar a evolução.

Outra opção é misturar um substrato diferente para tentar equalizar o pH. Eis o pH médio de alguns substratos:

  • Casca de arroz carbonizada – pH de 6,5 a 7,0;
  • Casca de pinus – pH de 4,0 a 4,5;
  • Fibra de coco – pH de 5,5 a 6,0;
  • Fibra de xaxim – pH de 4,0 a 5,0;
  • Sphagnum – pH de 3,5 a 4,2;
  • Turfa – pH de 3,5 a 4,5;
  • Vermiculita – pH de 7,5 a 8,5.

Referência

  • orquideas-ago.blogspot.com.br

Abraços!

Cuidados com as orquídeas na primavera e no verão

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Eis que o frio está nos deixando e aquele calorzinho gostoso está chegando.

Ao contrário do frio, nesta época temos que ter um outro tipo de cuidado com as nossas orquídeas. Enquanto no frio a maioria das plantas estão em um período de dormência, no calor as plantas tornam-se muito mais ativas e tendem a apresentar novos brotos e flores.

Além do calor, temos que ter em mente que outros parâmetros mudam e influenciam o cultivo. Os dias mais longos, o ar mais seco, aquelas chuvas rápidas de verão e as noites mais quentes fazem com que o cuidado seja diferenciado.

Cenário

Como disse acima, uma boa parcela das orquídeas apresentam novas brotações de folhas ou flores. Isto é um claro sinal ao cultivador que ela está acordando da dormência e está precisando de cuidados especiais. Com o desenvolvimento de brotos e folhas, a necessidade de água aumenta. Com aumento de temperatura e a exposição prolongada à luz solar, as plantas aumentarão a fotossíntese, transformando nutrientes e perdendo mais água pelas folhas. Logo, as regas tornam-se mais frequentes. Entretanto, o cuidado com o substrato é o mesmo, ou seja, nada de encharcá-lo, evitando assim o apodrecimento de raízes e o aparecimento de doenças. No verão, com o calor ainda mais intenso, os cuidados devem ser ainda maiores.

Com o auge do calor, vem o auge da atividade biológica da maioria das orquídeas. Consequentemente, a quantidade de água necessária irá aumentar ainda mais, devido à necessidade da planta e ao ambiente que ela está inserida. Já tive que realizar regas diárias aqui em casa – lembrem-se que moro na capital mais fria do Brasil – para poder manter o ambiente agradável. Sim, pois além de molharmos a planta propriamente dita, é muito importante carregarmos o ambiente delas de água. Desta forma, poderão aproveitar também as gotículas da evaporação d’água ao redor delas.

Adubação nos meses mais quentes

Assim como o consumo de água aumenta, o consumo de nutrientes também eleva-se. Existem orquidófilos que preferem adubar suas plantas apenas nos meses quentes, logo, o início da primavera é o período mais indicado para que esta atividade inicie-se. Se este for seu caso, lembre-se de fazê-lo gradativamente, começando com doses mais baixas de adubo até atingir a quantidade que você utiliza normalmente. Com o calor mais intenso do verão, as orquídeas irão consumir mais nutrientes por estarem no auge da sua bioatividade. Muitas pessoas passam a administrar mais adubo nesta época.

Você pode ler mais sobre adubação clicando nos links abaixo, são textos mais antigos, mas dão uma ideia:

Particularmente, nunca utilizo mais do que 50% da dose recomendada pelo fabricante. É melhor pecarmos por dar um pouco menos do que intoxicar a planta com excesso de nutrientes. Sim, isto também pode matá-las. O excesso de fertilizante pode ocasionar danos severos nos sistema radicular, o que, por sua vez, causa até a morte da orquídea. Sem contar o acúmulo de sais no substrato, que pode prejudicar a planta a longo prazo. Estas dicas estão nos artigos acima, mas é importante lembrar a mais importante: nunca adube a planta quando ela estiver totalmente seca. Se vai adubá-las e elas estão assim, regue-as abundantemente antes, inclusive o substrato. Desta forma, quando você aplicar o adubo, ele será muito melhor aproveitado e seu acúmulo não causará danos, coisa que poderia acontecer com a planta mais seca.

Outras dicas

Ainda na primavera, aproveite para reenvasar aquelas que necessitam de uma nova morada. Em teoria, é melhor época para isto. Porém, certifique-se que o frio foi realmente embora, afinal, não é muito bacana para a planta sofrer todo o estresse do reenvase e depois passar por um frio daqueles! Se quiser ler mais sobre replante de orquídeas, clique aqui!

Por fim, fica a dica: a melhor época para reenvasar as plantas são os meses de primavera. Mas, se isso não é feito nessa época, e um exemplar está exigindo um vaso maior, mude-o no início do verão. Há quem prefira não adubar as mudas recém-plantadas, até uns três meses ou mais. Após a operação, fique atento no enraizamento, pois o composto novo já contém nutrientes necessários. Quando iniciar a fertilização, deve-se apenas disponibilizar doses suaves.

Referência

  • orquidarioilhadodesterro.com.br

Abraços!

Plantando orquídeas que necessitam de umidade em vaso plástico com musgo

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Amigos, muitas dúvidas chegam por e-mail e pelas redes sociais de como faço o plantio de espécies como Masdevallia, Dracula e Pleurothallis.

Bom, o que estas espécies tem em comum? Precisam de umidade. Dada a característica das plantas, optei por alguns métodos de cultivo. As Dracula eu coloco no EcoTronco ou na caixeta, pois deixam a parte de baixo da planta bem livre para que as flores cresçam sem problemas. Nesta espécie as flores tendem a ir para baixo e em vasos completamente fechados elas podem se perder.

Já os Pleurothallis que tenho que são provenientes do Equador e necessitam de mais umidade, além das Masdevallia que também gostam de um ambiente mais úmido, eu optei por colocar em vasos plásticos. Este tipo de vaso retém mais a umidade e o musgo é um tipo de substrato que se mantem úmido por muito mais tempo. Para mostrar este plantio, montei o vídeo abaixo. Vale lembrar que o tipo de plantio pode variar de região para região e do tipo de orquidário que você tem em casa. No meu caso, moro em uma cidade fria e úmida. Por este motivo, meu orquidário é coberto e tenho que controlar as regas. Assim, o controle de umidade é essencial.

Abraços

Desinfecção preventiva de orquídeas recém adquiridas

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Comprar uma orquídea, além de ser um momento de alegria, é um momento que devemos ter cuidado.

Plantas provenientes de orquidários suspeitos ou as famosas plantas que você compra sem procedência (sim, existem. sim, são ilegais. sim, são retiradas das matas) podem trazer para seu orquidário mais dor de cabeça com problemas do que felicidade com novas floradas. Caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos, bactérias, enfim, uma infinidade de coisas podem estar alojadas em sua nova planta e futuramente se espalhar por outras plantas.

Como fazer

Para tentar contornar este problema, algumas pessoas realizam a desinfecção preventiva das plantas (confesso que eu deveria fazer mais isto). Para tal, você pode fazer a seguinte mistura:

Ingredientes

  • 1 litro de água com pH entre 5 e 6;
  • inseticida nematicida de amplo espectro;
  • fungicida.

Preparo e aplicação

Misture os três ingredientes e pulverize a planta, fazendo o líquido escorrer por toda planta e substrato. Há quem prefira submergir a planta nesta solução. Este processo elimina os caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos e bactérias que porventura estiverem na planta adquirida.

Observação

Para aplicação de determinados produtos, o ideal é ter um pH menor que 7 (neutro). Existem defensivos agrícolas que, se diluídos em água com pH maior que 7, têm vida média de apenas 10 minutos. A mesma mistura, feita com água com o pH entre 5 e 6, terão uma vida média de até 30 horas. Caso queira se aprofundar mais em relação ao pH e o cultivo de orquídeas, você pode ler meu artigo:

Por fim, lembre-se sempre de usar ferramentas esterilizadas para evitar a transmissão de doenças entre as plantas.

Referência

  • Orquídeas – Manual de Cultivo Vol. 1 – Denitiro Watanabe

Abraços!

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