Folhas murchas ou enrugadas normalmente indicam falta de água para o tecido da planta. Aí podemos ter, basicamente, duas causas.
Primeiro, e o mais simples, sua planta não está recebendo água suficiente. Olhe as raízes e, se parecerem saudáveis (brancas, pontas verdes, gordinhas) e o substrato estiver em boa condição, realmente pode ser que sua planta esteja recebendo água insuficiente.
Por outro lado, se as raízes estiverem em más condições e, principalmente, não estiver em grande quantidade, este pode ser seu problema. Se a planta não tem raízes, não pode absorver água, por mais que você a forneça. Aí o cuidado deve ser redobrado, pois você pode estar perdendo as raízes por estar dando água em excesso ou por causa de um substrato deteriorado. Se for uma planta recém replantada, pode ser que ela esteja mal acondicionada em sua nova casa. Como solução, eleve a umidade ao redor da planta para reduzir o estresse sobre o que sobrou das raízes e aguardar que a planta se restabeleça completamente.
Se você é daqueles que se aventuram com as cápsulas de orquídeas, sabe que cada espécie tem um tempo de maturação para que as sementes estejam prontas para a semeadura. Se estiver muito cedo, não brotam. Se estiver muito tarde, a cápsula estoura e você perde as sementes.
Para ajudar, eis uma tabela com o tempo de maturação das cápsulas de sementes de algumas espécies de orquídeas. Utilize as setas para navegar entre as páginas da tabela e, se necessário, o campo pesquisar para filtrar melhor os resultados. Divirta-se!
Não é segredo para ninguém que este ano minhas plantas estão sofrendo com o frio um pouco acima da média aqui em Curitiba.
Mas Luis, você sabe que Curitiba é uma cidade fria, não? Sim, você está certo, Curitiba é a mais fria das capitais brasileiras. Entretanto, há tempos não víamos um inverno tão rigoroso como o deste ano (artigo de 2013). Pelo que andei lendo, casou o fato de que este ano não tivemos uma grande influência do El Niño e nem da La Niña, deixando nosso clima como era há alguns anos. Lembro-me de um frio assim apenas quando eu era pequeno, e olhe lá. Os últimos dois ou três invernos pareciam mais veranicos, de tão quentinhos que estavam.
E as plantas? Pois bem, as plantas sofrem.
Cometi o erro de começar a reformar todo o orquidário antes do inverno. Como nem tudo sai como o planejado, faltou tempo e grana para terminar tudo o que eu queria fazer. Desde maio veio me arrastando para terminar o básico para voltar minhas plantas para o lugar. Enquanto isto, elas estão amontoadas no meio do quintal, sob um gazebo que não protege nada de coisa nenhuma.
E veio o inverno.
Não tinha me preocupado com isto pois nos últimos anos minhas plantas nem orquidário tinham e estavam sempre bem. O frio não era intenso, geadas eram muito raras, portanto para que eu deveria me preocupar?
Entrei bem.
Este ano (o artigo é de 2013) tivemos o inverno mais rigoroso dos últimos tempos. Geadas constantes, frio abaixo de zero e até a neve resolveu dar as caras por aqui, depois de mais de 30 anos.
Resultado parcial desta encrenca: todas as plantas que estavam em vias de florir abortaram. Todas as sementes que estou há tempos tentando gerar abortaram. Todas as folhas que pegaram um pouco de geada foram perdidas. Plantas inteiras viraram pó.
Mas o que podemos fazer para evitar isto? A resposta é fácil: ambiente fechado, controlado e aquecido! Acontece que pobres mortais como eu não podem ter uma estrutura de orquidário comercial. Como resolver? É simples.
Ambiente
Você tem uma coleção pequena e espaço dentro de sua casa? Há previsão de geada ou frio em demasia? Coloque suas plantas dentro de casa. Problema resolvido. Pena que este caso não representa a totalidade dos orquidófilos amadores. Muitos tem plantas demais ou espaço de menos. O que fazer?
Se não for possível recolher suas plantas, analise a possibilidade de cobri-las com plástico agrícola. Isto evitará possíveis transtornos com a geada e com o vento frio. Qualquer estrutura básica serve. Lembre-se que é muito melhor deixar as plantas meio “amassadas” por um período do que perdê-las por causa do frio.
Se você tem uma estrutura própria, melhor ainda. É só cobrir a estrutura com plástico. Lembre-se das laterais, afinal, de nada adianta evitar que elas recebam a geada e o vento fazer todo o estrago.
Tente não sufocar as plantas pois, em contrapartida, é muito importante a areação do meio em que elas estão para evitar que a umidade faça com que fungos e bactérias tenham um meio fácil para atacar suas plantas. Aliás, faça um controle mais cuidadoso de pragas, evitando assim que elas aproveitem a debilidade das plantas para atacar.
Adubação
Muitos aqui irão divergir nas opiniões. Há quem recomende que a adubação deve parar neste período. Outros defendem que ela deve continuar em menor escala. Particularmente, eu optei este ano por parar a fertilização, não porque não gostaria de fazê-la, e sim porque na bagunça que tudo está em casa é mais fácil assim. Lembre-se apenas que no inverno a tendência das plantas é absorver menos, ou mais lentamente, devido ao metabolismo delas estar mais “preguiçoso”. Portanto, a mesma dose de adubo normalmente utilizada não é necessária.
Você pode ler mais sobre adubação clicando nos links abaixo, são textos mais antigos, mas dão uma ideia:
Dias curtos, menos luz solar, frio, metabolismo mais lento. Todos estes fatores servem para você ter cuidado com a quantidade e a frequência das regas que irá realizar. Com o metabolismo mais devagar, a planta irá absorver menos água. Com o dia mais curto, a evaporação será mais lenta. Com o frio, a possibilidade de que a água que sobra no vaso faça mal a planta é grande. Vejam bem, eu perdi plantas por congelamento! Imagine o que um vaso com muita água irá fazer com sua plantinha! O ideal é regar menos, visto que a necessidade de água é menor. Assim, problemas com fungos e bactérias serão evitados e o risco de congelar uma planta será menor. E o mais importante: se for regar suas plantas, opte por dias mais quentes, com Sol e principalmente pela manhã, para que a água que sobra tenha tempo de evaporar.
Por fim, evite podas e transplantes nesta época. O ideal é manter sua planta confortável, sem incomodá-la com mudanças bruscas como estas. Lembre-se que elas são seres vivos e sentem tudo que acontece com elas. E reagem a isto.
A Cattleya loddigesii é uma orquídea de porte médio que pode ser encontrada na América do Sul. No Brasil, foi identificada nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
História
Inicialmente, essa orquídea foi descrita como Epidendrum violaceum pelos irmãos George Loddiges e Joachim Conrad Loddiges. Porém, em 1823, na publicação Collectanea Botanica, John Lindley a registrou como Cattleya loddigesii, sendo que loddigesii foi em homenagem aos dois irmãos.
Características e curiosidades
A Cattleya loddigesii foi a primeira Cattleya a ser levada e cultivada na Europa. Epífita e em alguns casos litófita, gosta de viver em altitudes entre 500 e 1200 metros.
Considerada uma Cattleya bifoliada, seu tipo de crescimento é o simpodial. Muitos cultivadores iniciantes a confundem com a Cattleya harrisoniana, mas essas 2 espécies possuem algumas diferenças que nos ajudam a diferenciá-las.
O labelo da Cattleya harrisoniana é mais fechado;
Seus períodos de floração são diferentes;
A época de enraizamento também é diferente.
Flores
A Cattleya loddigesii pode florescer mais de uma vez no ano. Sua primeira floração ocorre entre julho e setembro, ou seja, no inverno. Sua segunda floração, se ocorrer, será no verão. Ela irá gerar entre 2 a 9 flores de tamanho médio, variando entre 8 a 12 centímetros e durando cerca de 15 dias.
Suas flores possuem coloração variada, apesar de serem normalmente rosa, exalando um perfume de madeira molhada. É uma das Cattleyas que floresce mais cedo, ou seja, se você a comprou nova, em pouco tempo ela já vai florir.
Dica: para aumentar a floração dessa orquídea, não corte seus bulbos para realizar a multiplicação.
Cultivo da Cattleya loddigesii
O cultivo dessa planta é considerado simples, sendo bem resistente a uma grande variedade de ambientes. Um iniciante provavelmente não terá muitas dificuldades em cultivá-la. Entretanto, é necessário que você conheça algumas necessidades desta orquídea, pois isso irá facilitar o seu cultivo.
Iluminação
A Cattleya loddigesii gosta de uma iluminação média, por isso, um sombreamento entre 50% a 70% é o ideal. Para garantir que sua orquídea realmente esteja recebendo uma boa iluminação, verifique as cores de suas folhas. Basicamente, se suas folhas estiverem com uma cor mais amarelada, elas estão recebendo muito sol. Caso suas folhas estejam verdes escuras, elas precisam de mais sol.
Temperatura
Essa é uma planta muito resistente a temperaturas quentes e frias. Normalmente, seu cultivo é ideal em locais que variam entre 15ºC a 30ºC, mas ela também pode aguentar por um curto período de tempo temperaturas até 5ºC. Seus bulbos podem desidratar durante a sua floração, o que é natural para essa Cattleya.
Onde Plantar
A Cattleya loddigesii é muito resistente. Assim, ela consegue se adaptar a vários locais, tais como:
Árvores;
Vasos de plástico;
Vasos de terracota;
Cachepôs;
Tutores (casca de árvore);
Troncos.
O único cuidado que você deve ter é evitar plantá-las na terra, pois isso pode (e provavelmente irá) matá-las.
Umidade
A umidade é o fator mais complicado no cultivo dessa orquídea. Essa Cattleya gosta muito de locais com alta umidade, especialmente durante a noite e o começo da manhã. Por isso, garanta que ela fique em um local que atenda a essas necessidades e que também a temperatura caia durante a noite. Entretanto, é necessário tomar cuidado para não exagerar, pois elas não gostam que seus brotos fiquem úmidos, o que pode ser pode ser resolvido com a rega correta.
Substrato
A escolha do substrato depende muito de onde você escolheu cultivar sua orquídea. Em média, a loddigesii precisa de um substrato poroso e que garanta uma boa aeração nas raízes. Por isso, alguns dos substratos recomendados são:
Casca de pinus;
Brita;
Tronquinhos de café.
Lembre-se que, em média, a cada 2 anos o substrato deverá ser trocado, exceto a brita.
Adubação
A adubação é algo essencial para a grande maioria das orquídeas, pois como não estão na natureza, não conseguem captar nutrientes de folhas ou restos de animais. No caso da Cattleya loddigessi, a adubação deve ocorrer a cada 15 dias utilizando um adubo equilibrado. Desta maneira, você vai conseguir que sua planta tenha um crescimento e uma floração melhor.
Rega
Como escrito acima, essa é uma planta que gosta muito de umidade, mas você deve evitar o excesso de água. Por isso, algumas dicas são necessárias:
Caso ela esteja plantada em uma árvore, regue-a todos os dias.
Caso ela esteja plantada em um vaso, verifique com o seu dedo ou com seu lápis se o substrato está seco. Regue pouco antes dele secar.
Essa rega mais frequente é causada pelo finura dos pseudobulbos, pois eles são os responsáveis por guardar água e nutrientes em orquídeas. Quando as hastes florais começarem a aparecer, diminua um pouco a rega.
Pragas e Doenças
Durante as suas brotações, essa orquídea é atacada principalmente por pulgões e cochonilhas. Mas, além dessas pragas, também podem aparecer lesmas e caracóis devido a umidade alta do ambiente que essa planta gosta. Agora caso ela contraia alguma doença ou fungo, coloque-a longe das demais orquídeas e trate-a adequadamente.
Híbridos
Uma das maiores características da Cattleya loddigesii é a sua grande quantidade de híbridos. Além de serem cruzadas com outras orquídeas através de métodos artificiais, essa planta também criou os híbridos naturais. Abaixo estão alguns dos principais híbridos dessa orquídea:
Coerulea;
Trilabelo;
Alba;
Aquini;
Candida;
Estriata.
Por fim, eis alguns híbridos naturais:
Cattleya sororia;
Cattleya valentine;
Cattleya dolosa;
Laelicattleya amoena;
Laeliocattleya fredna;
Laeliocattleya leeana.
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Pode parecer estranho – ou incrível – mas um dos fatores que mais matam orquídeas no cultivo doméstico é a rega incorreta. E pior, normalmente as pessoas pecam pelo excesso de água, ou seja, é muito mais fácil matar uma orquídea afogada do que de sede. Por isso, é muito importante saber regar suas orquídeas.
Dois componentes são fundamentais para uma rega adequada: quando e como. A grande maioria das orquídeas cultivadas com fins comerciais são epífitas (clique aqui para ler sobre as orquídeas epífitas), ou seja, que crescem em árvores acima do solo e onde a luz é mais abundante. Ou seja, estas plantas são adaptadas para ter as suas raízes expostas à luz, ao ar e a água.
As raízes das epífitas precisam de ar por uma razão bastante óbvia: o núcleo central da raiz de uma orquídea é coberto com um material esponjoso chamado velame. O velame apresenta espaços e canais microscópicos em seu interior, onde usualmente aloja-se um fungo conhecido como micorriza, responsável pela decomposição da matéria orgânica presente no meio em que as epífitas vivem em sais minerais que podem ser absorvidos pelas plantas. Quando o velame permanece molhado por muito tempo, o núcleo central sufoca e começa a apodrecer. Uma vez que as raízes começam a apodrecer, a planta não pode mais absorver água corretamente e uma série de problemas começam. Na pior das hipóteses, a podridão da raiz vai se espalhar para cima, ou seja, para o rizoma e causar a morte da planta. Em outros casos, a perda de raízes impede a planta de absorver água suficiente para se manter em bom estado e as folhas vão assumir uma aparência enrugada.
Infelizmente, os sintomas de excesso e falta de rega são superficialmente semelhantes. Aí, normalmente tendemos a aumentar a rega em vez de inspecionar as raízes e verificar o que realmente a planta precisa. Se a raiz estiver com uma coloração marrom, ela está com excesso de água. Por outro lado, se ela estiver branca ou cinza, ela está seca.
Quando eu devo regar minha orquídea?
Via de regra, as orquídeas devem ser regadas apenas quando estão secas. Esta regra aplica-se à todas as orquídeas, porém com ligeiras variações, dependendo se a sua planta tem pseudobulbos ou não. Pseudobulbos são estruturas espessadas, preenchidas por parênquima aquífero, com funções de armazenamento de água e regulação do metabolismo de síntese de carboidratos na orquídea.
Em orquídeas com pseudobulbos, como Cattleyas e Oncidiums, você pode deixar a planta secar completamente entre as regas, visto que elas acabam armazenando água em sua estrutura. Para orquídeas sem órgãos de armazenamento de água, como Phalaenopsis e Vandas, você deverá regá-las antes que elas fiquem secas por completo. Este caso pode significar regas diárias em meses quentes de verão. Para efeito de análise, Vandas e Ascocendas devidamente irrigadas terão sempre um crescimento ativo das pontas das raízes. Por outro lado, se a planta não estiver sendo irrigada corretamente, as raízes secarão e parecerão seladas.
Infelizmente, não há uma fórmula mágica para determinar a forma e a periodicidade da rega de uma orquídea que está plantada em um vaso, pois cada planta tem uma área e uma forma de crescimento diferente. Além disto, fatores externos, como a umidade, o movimento do ar, o substrato (tipo e idade – clique aqui para saber mais) e os níveis de luz, desempenham um importante papel neste processo.
Mesmo assim, algumas dicas poderão ajudá-lo a determinar o momento certo de regar uma orquídea plantada em um vaso:
a superfície do substrato irá parecer seca;
o vaso está muito leve (quando molhado um vaso fica muito mais pesado); vasos de barro estarão secos;
ao colocar um palito de madeira no substrato, este sairá quase seco. Em caso de dúvida, coloque o dedo no substrato e sinta se haverá umidade. Neste caso, tome cuidado para não causar dano à orquídea;
por fim, lembre-se que substrato novos secam mais rapidamente, substrato mais velhos tendem a demorar mais para secar.
Como faço para irrigar minha orquídea?
Como regar é tão importante para a planta como quando a regá-la.
Quando as orquídeas são regadas, elas devem ser molhadas copiosamente. A água deve ser fornecida até que os furos de drenagem dos vasos comecem a expulsar a água de forma tão abundante quanto a quantidade que está sendo fornecida à ela. Isto tem um motivo. Primeiramente, a rega abundante é necessária para alocar todo o substrato no vaso, de modo a ele ficar menos solto, evitando assim danificar raízes. Além disso, uma rega vigorosa ajuda a lavar os sais que naturalmente acumulam no substrato com os fertilizantes aplicados para o bom crescimento da planta. Por fim, esta é uma excelente oportunidade de examinar como o substrato está se comportando. Se a água não passar rapidamente pelo vaso e sair pelos furos de drenagem, o substrato pode estar muito denso e você corre o risco de matar sua orquídea ou de fome ou asfixiada. Se sair muito pó de substrato (algo parecido com terra na maioria das vezes), é hora de replantar sua orquídea. Se quiser saber mais sobre como replantar sua orquídea, clique aqui! Lembre-se sempre de regar abundantemente suas plantas pelo menos uma vez por mês.
Já as plantas que são cultivadas em vasos sem substrato adicional ou de forma aérea, como as Vandas, necessitam de outro tipo de cuidados. Em primeiro lugar, evite regar as orquídeas em baldes de água. Esta prática prolifera muito facilmente as doenças porque, se uma planta tem uma doença, todos as outras que forem mergulhadas no mesmo balde estarão expostas à mesma doença.
Por fim, outra dica valiosa: duas regas separadas por alguns minutos de intervalo são muito mais eficazes do que uma irrigação mais demorada. Isto porque, uma vez que a água corre para a planta, as raízes terão absorvido essencialmente todo o possível naquele momento e o excesso de água simplesmente escorre para o chão. A técnica mais apropriada é regar suas plantas e, alguns minutos mais tarde, molhá-las de novo, sempre começando com a primeira planta que você molhou. Isto dará o tempo necessário para que as raízes da última planta regada absorvam a água antes de serem molhadas novamente. Raízes saturadas de água apresentam uma cor sólida, enquanto as não saturadas parecerão manchadas.
Essa é para quem tem o costume de fazer compostagem caseira e não sabe o que fazer com o chorume.
Há muito tempo atrás conheci uma pessoa que utilizava biofertilizante em suas orquídeas. Depois de conversar com ela, entendi que o tal biofertilizante era o chorume proveniente da compostagem que ela realizava em casa. Ao questionar se o líquido resultante da compostagem era realmente bom para as orquídeas, ouvi atentamente a uma aula de como o chorume proveniente de composteiras caseiras é excelente e rico em nutrientes, além, é claro, de saber que ele é chamado de biofertilizante. Aliás, é bom frisar que, ao contrário do que muitos pensam, o chorume não é um contaminante quando composto apenas através da compostagem de matéria orgânica, ou seja, o que você faz em casa é um chorume do bem!
O chorume é gerado através da decomposição de matéria orgânica que, no caso de nossas residências, seria basicamente o resto de folhas, verduras, cascas de frutas e outros resíduos úmidos misturados à matéria orgânica mais seca, como grama, folhas secas, terra e por aí vai. Quando você compra uma composteira ou faz uma em casa (há vários tutoriais e vídeos na internet mostrando este processo), o último compartimento, chamado de caixa coletora, possui uma torneira para obtenção do líquido. É ali que seu biofertilizante será depositado enquanto as minhocas nos compartimentos acima trabalham sem parar. O líquido proveniente desta caixa não deverá ter cheiro ruim se a compostagem for realizada da forma correta, pois é resultado apenas de elementos orgânicos.
Como utilizar
A utilização para qualquer planta é simples, bastando diluir o líquido na proporção 10:1, ou seja, 10 partes de água para uma de chorume. Já para as orquídeas eu faria ainda mais diluído, mas isso vai de cada um, podendo ainda ser 10:1 sem apresentar problemas. Com o líquido já preparado, regue as orquídeas ou borrife as folhas, atentando-se ao fato de realizar este procedimento em horários em que o Sol não esteja tão forte.
Outras funcões
Um bônus ao utilizar chorume em suas plantas é que ele também funciona como repelente, ou seja, é possível que a incidência de insetos em seu cultivo seja menor após utilizar o produto.
Eis que você olha para um vaso qualquer e, por algum motivo, acaba se perguntando: devo replantar esta orquídea?
Orquídeas depois de adultas, em geral, não precisam de replantes frequentes. É por este motivo que vemos vasos com touceiras enormes por aí, principalmente em exposições. Eu mesmo tenho uma Coelogyne cristata que está há uns 30 anos do mesmo jeito que foi plantada, e floresce vistosamente todo ano.
Afinal, quando replantar?
Normalmente, orquídeas só irão precisar de replante por causa de um destes três motivos: quebra do vaso, substrato vencido ou quando a planta está grande demais para o espaço onde ela se encontra.
Vaso quebrado
No caso de você ter a infelicidade de quebrar um vaso, sua substituição é inevitável para o bem estar da orquídea. Normalmente, isto acontece mais vezes quando utilizamos vasos cerâmicos. Vasos plásticos ou cachepots tendem a ser um pouco mais resistentes quando o assunto é quedas ou esbarrões. Claro que tudo irá depender da planta que você está cultivando nele, portanto é importante saber qual o vaso que melhor se adequa àquela planta em especial. Você pode ler um pouco mais sobre vasos neste artigo, clicando aqui.
Substrato vencido
Se sua planta estiver definhando, apresentar raízes mortas ou um aspecto geral diferente daquele que você está acostumado, pode ser que a mistura de substrato que você está utilizando esteja vencida. Entenda a palavra vencida como fora dos padrões para a sobrevivência daquela planta. Isto pode ser porque o substrato esfarelou demasiadamente com o tempo, impedindo a aeração das raízes, ou até sua decomposição natural o ter tornado ácido demais. Leia mais sobre substratos neste artigo, clicando aqui.
Vaso se tornou pequeno
Por fim, sua orquídea pode estar grande demais e esteja saindo do vaso, ficando parcialmente aérea. Para a grande maioria das espécies, isso não é um problema, muitas vezes se resumindo a um problema de estética e organização. Se sua planta estiver com uma parte fora do vaso mas estiver crescendo bem e florescendo, ela está bem, portanto não precisaria de replante. Mas aí vai de cada orquidófilo: eu mesmo tenho algumas totalmente fora do vaso e não tenho intenção nenhuma de mudá-las de lugar. Mas também tenho outras que vi que um bom vaso novo (e maior) seria muito bom para elas, e efetuei o replante.
Alguns exemplos de replante – Ainda com o vaso original
Outro exemplo de replante, mas com a fibra original
Outro replante
A regra é pensar sempre no vaso como um local para acomodar as raízes e não a parte aérea da planta.
Na semana passada, falei do uso do vinagre para regular o pH do meio de cultivo de suas orquídeas e também controlar pulgões, cochonilhas e fungos. Pois bem, acontece que o vinagre é ainda mais útil do que você imagina! Vejamos mais três funções do vinagre em seu orquidário que podem ajudar muito no aperfeiçoamento do seu cultivo:
Limpeza de vasos de cerâmica
Com o tempo, os vasos de cerâmica absorvem minerais, como o cálcio, fungos e o musgo gerado pela umidade, deixando-o com uma aparência muito menos convidativa. Ao transplantar a planta, você pode desejar utilizar o vaso antigo novamente com outra e, com o vinagre, você poderá deixá-lo como novo!
Vasos limpinhos
Primeiro, limpe o excesso de sujeira, por exemplo, com uma escova de cerdas metálicas. Após este procedimento, mergulhe o vaso em uma mistura que contenha cerca de 25% de vinagre durante meia hora. Se a sujeira estiver muito grudada, você poderá utilizar vinagre puro no local.
Limpeza de ferramentas
A limpeza das suas ferramentas de cultivo é muito importante para evitar o alastramento de pragas e doenças. Entretanto, esta limpeza constante pode acabar enferrujando as ferramentas. Para limpar esta ferrugem, deixe suas ferramentas de molho em vinagre puro. Espere meia hora para que o vinagre aja, retire a ferramente e a limpe com água. Depois é só passar um pouco de óleo de cozinha para conservar a ferramenta limpa por mais tempo.
Afugentar formigas
Se você está tendo problemas com formigas em seu orquidário, experimente borrifar um pouco de vinagre no caminho que elas utilizam para se locomover até o orquidário. O vinagre é um repelente natural e pode ser aplicado sempre que precisar, fazendo com que as formigas optem por outros caminhos (e talvez outras plantas). Tome cuidado para não borrifar vinagre puro em suas plantas.
Esta é sempre uma dúvida que aparece por aqui, principalmente quando posto muitas fotos de flores: é necessário cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?
A resposta é simples: depende.
Phalaenopsis
De todas as orquídeas mais comuns disponíveis no mercado regular e não em coleções, apenas algumas Phalaenopsis irão florescer novamente a partir de sua antiga haste. Isto pode acontecer desde que você tenha um pouco de cuidado com a Phalaenopsis, ou seja, quando a última flor desbotar, você deve deixar o caule intacto. Entretanto, a haste mais antiga fica muito deselegante e as flores que vierem provavelmente ficarão menores.
Algumas pessoas acreditam que é melhor cortar o caule inteiramente na base de onde sai das folhas. Assim, ele florescerá novamente dentro de alguns meses. Você também pode cortar o caule deixando dois nós (aquelas pequenas linhas marrons no caule abaixo de onde as flores estavam) nele. Um desses nós brotará e produzirá flores dentro de oito a doze semanas. As plantas mais jovens ou mais fracas podem não brotar e alguns Phalaenopsis são geneticamente incapazes de ressurgir da espiga antiga, geralmente aqueles que florescem com pontas ramificadas.
Enfim, vale a pena tentar. Tenho poucos Phalaenopsis em casa, mas já aconteceu de novas floradas saírem de hastes antigas.
Outras espécies
Agora, se você tem orquídeas mais complexas ou raras, é bom ler a respeito de cada espécie para entender seu comportamento. Pode acontecer de termos novas floradas em hastes antigas em outras espécies sim, mas não são todas. Eu tenho algumas aqui em que isto acontece: Dracula, Masdevallia e Pleurothallis. Nestes casos, normalmente isto acontece nas minhas que vieram da região do Equador. Dois bons exemplos são as orquídeas abaixo:
Masdevallia princeps – várias flores por haste, em momentos diferentes
Dracula cordobae – novamente, várias hastes por haste, sempre depois que a flor acaba outra vem em seguida.
Por fim, é sempre bom lembrar: orquídeas, assim como os animais, são suscetíveis a vírus. Por isso, ao que cortar um pedaço de uma orquídea, sempre use uma ferramenta estéril afim de evitar a propagação de vírus. Você poderá esterilizá-la com fogo ou qualquer outro produto para este fim.
Substratos (4) – Cascas, lascas, troncos e madeiras em geral
Estes dias me questionaram sobre a forma que adubo minhas plantas.
Confesso não ser uma pessoa muito metódica neste aspecto. Na verdade, comecei a adubá-las há cerca de 6 meses apenas, mais para dar uma força àquelas mais fracas do que para as outras, afinal, quase todas estão indo bem.
Hoje utilizo o Peters na concentração 20-20-20, fabricado pela Scotts. Fiquei entre o Peters e o Plant Prod, mas como obtive mais informações do Peters, resolvi ir no certo do que no duvidoso.
O Peters (e adubos equivalementes), a contrário dos NPK’s que são vendidos nas floriculturas em geral, é composto por mais que apenas o NPK. Nele há a adição de micronutrientes, tão importantes quanto os macronutrientes (NPK) para as orquídeas.
A composição do Peters é a seguinte:
nitrogênio (N) 20%
fosfato (P2O5) 20%
potássio solúvel (K2O) 20%
Magnésio (Mg) (Total) 0,05%
Boro (B) 0,0125%
Cobre (Cu) 0.0125%
Ferro (Fe) 0,0500%
Manganês (Mn) 0,0250%
Molibdênio (Mo) 0,0050%
Zinco (Zn) 0,0250%
Futuramente farei um post sobre a importância de cada um dos nutrientes acima, por hora é importante saber apenas que eles são importantes e que devem ser usados na quantidade certa. Aliás, até o pH da água deve ser corrigido para maximizar sua absorção, mas isso é outra história (post futuro). São muitos os fatores que interferem na adubação.
A quantidade que utilizo é cerca de 1/2 grama por litro. O recomendado pelo fabricante é o dobro disto, mas gosto de ter uma boa margem de segurança, afinal, adubo de menos não ocasiona problemas. Adubo em demasia pode matar a planta.
Para aplicação utilizo um pulverizador, daqueles de pressão manual. Ele possui oito litros, ou seja, com duas “garrafadas” (16 litros) consigo pulverizar todas as plantas do meu orquidário.
Tenho o costume de adubá-las à tardinha. Dou preferência para dias chuvosos, em que choveu bastante durante o dia, fazendo com que o substrato de todas esteja bem úmido e os estômatos das plantas estejam abertos. Caso a chuva natural não aconteça e esteja na hora de adubá-las, sempre as molho antes, até encharcar. Desta forma evito que o adubo concentre em uma parte do vaso ou em alguma folha, pois ele vai escorrer melhor. Além disto, a planta irá absorvê-lo melhor, visto que a rega prévia também irá abrir seus estômatos.
Lembro que em algumas plantas tenho usado o Superthrive como teste, conforme expliquei em outros posts. Mas isto é outra história.
Acho que o grande lance da adubação é que, se for pecar, que seja pela falta. Se você tem dúvidas, coloque menos. A planta não vai morrer por pouco adubo. Aliás, isto não vai fazer diferença, ela irá aproveitar da mesma forma. Entretanto, a superdosagem pode matá-la. Evite utilizar nas horas mais quentes do dia. Isto também pode prejudicá-las.
Enfim, a forma que tenho feito a adubação em casa tem me dado resultados interessantes. Mas é apenas a minha maneira. Conheço pessoas que fazem de formas diferentes e também obtém sucesso. Acho que vai de cada um.
Por fim, lembro que sou de Curitiba, a capital mais fria do Brasil. Aqui a umidade é alta e, exceto o verão, temos sempre um friozinho em algum momento do dia. As plantas demoram mais a secar e também demoram mais a precisar de água. Quem mora em uma região mais quente provavelmente terá que fazer de uma forma um pouquinho diferente, pelo menos no que diz respeito à hidratação da planta.