Cultivo

Início Cultivo

Utilização do fertilizante Osmocote nas orquídeas

35

Falando um pouco sobre adubos, recentemente comecei a usar Osmocote em algumas plantas para verificar os resultados. Acho que vai ser bastante promissor.

Basicamente, a ideia aqui é aproveitar a nebulização diária que estou fazendo (que você pode conferir no post que fiz sobre o sistema que irrigação automático de meu orquidário clicando aqui) e liberar lentamente uma dose extremamente homeopática de adubo para as plantas. Desta forma, diariamente as plantas terão três elementos em sua rotina:

Além disto, a adubação tradicional, quando lembro, é mantida. Mas com todo o procedimento acima, ela se torna menos necessária, tanto que a concentração do adubo que uso é bem menor.

Enfim, o que o Osmocote pode ajudar em seu cultivo?

Osmocote: o que é?

O Osmocote é fabricado pela empresa americana Scotts e seu nome tem como origem o processo biológico conhecido como “osmose”.

O Osmocote é um tipo de fertilizante de liberação lenta, normalmente apresentado em formato de grão/cápsula. Esse grão funciona como uma cápsula de sistema osmótico, ou seja, na medida em que entra água em seu interior, sai o fertilizante, que é lentamente expulso de seu interior. O Osmocote possui composições diferenciadas em sua fórmula e no tipo de camada protetora da cápsula. Assim, o tempo de liberação dos nutrientes da cápsula pode variar de 3 a 14 meses, de acordo com o material que envolve a cápsula.

Como a liberação é lenta, o Osmocote é recomendado para todas as fases de crescimento e manutenção dos seres vegetais, podendo variar apenas a sua composição de acordo com a idade da planta. Como ele possui uma liberação gradativa não há o risco de queimar as raízes das plantas, consequência comum de sobrecarga de adubação com nitrogênio em um único dia.

DSC_0158
Osmocote e nada mais.

Após a liberação de todos os nutrientes, a cápsula do Osmocote terá apenas água em seu interior, evidenciando que os nutrientes foram todos utilizados e no final do ciclo a água da irrigação ocupou seu lugar. Por ser biodegradável, não há a necessidade de se retirar as cápsulas já utilizadas do substrato, pois a resina que as reveste se dissolverá com o tempo. O tempo de duração de cada tipo de Osmocote é indicado na embalagem.

Segundo o fabricante, o produto também pode ser aplicado em solos úmidos, pois uma vez aplicado ao solo, o Osmocote só absorverá a umidade da terra quando a temperatura chegar aos 50º C. Isto quer dizer que a irrigação sobre os grãos torna-se essencial para que as cápsulas realizem a absorção de umidade capaz de penetrá-las e, consequentemente, liberar os nutrientes para a planta.

É interessante observar que a tecnologia aplicada no Osmocote promove a adequada absorção de água em qualquer situação. Mesmo imersa dentro de um recipiente com água, a quantidade absorvida por cada cápsula será a mesma de uma irrigação normal. Diferentemente dos revestimentos quebradiços dos antigos adubos de liberação lenta, a sua cápsula biodegradável promove a completa absorção e durabilidade do efeito.

Osmocote: composição

A composição do Osmocote, como todo fertilizante, varia de acordo com a fórmula. Neste caso, varia sempre no NPK, indicado no nome do produto. O Osmocote® Plus 15-9-12, por exemplo, possui os seguintes elementos:

Análise – 15-9-12
Nitrogênio (N) 15%
Fosfato (P) 9%
Potássio (K) 12%
Magnésio (Mg) 1,3%
Enxofre (S) 5,9%
Boro (B) 0,02%
Cobre (Cu) 0,05%
Ferro (Fe) 0,46%
Manganês (Mn) 0,06%
Molibdênio (Mo) 0,02%
Zinco (Zn)  0,05%

Este é o que tenho utilizado em minhas plantas.

Como referência, um Osmocote 10-10-10 mudaria somente os macronutrientes, o NPK.

Osmocote: como utilizar

O Osmocote é encontrado em diferentes formulações de NPK e é necessário possuir um conhecimento mais técnico sobre o tipo de NPK necessário para cada fase da planta. Por exemplo, um adubo com o N (Nitrogênio) elevado promoverá o crescimento acelerado da planta, entretanto, poderá promover a queima de folhas e raízes. Na dúvida, utilize valores balanceados (como por exemplo 10-10-10 ou 20-20-20) e sempre em pequena quantidade, testando gradativamente a quantidade necessária para a planta. No caso do Osmocote, não existe risco de superfertilização, pois a liberação dos nutrientes é gradativa. Portanto, dosagens maiores podem ser aplicadas sem muito risco. Entretanto, sempre é bom preservar, cuidar e economizar, utilizando sempre a dosagem recomendada na embalagem do produto.

No cachepot.

É importante saber quanto dura o Osmocote em suas plantas. Como isto varia de acordo com a fabricação e a temperatura, o ideal é consultar a embalagem do produto. Como exemplo, eis a longevidade Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses – e do Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses.

Longevidade média do Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses – de acordo com a temperatura do solo:
15ºC 21ºC 26ºC 32ºC
4 a 5 meses 3 a 4 meses 2 a 3 meses 1 a 2 meses
Longevidade média do Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses – de acordo com a temperatura do solo:
15ºC 21ºC 26ºC 32ºC
9 a 10 meses 8 a 9 meses 6 a 7 meses 5 a 6 meses

A quantidade utilizada depende muito do tipo de adubo escolhido. Existem várias “receitas” de utilização na Internet. A mais básica – e recomendada – é (utilizando o Osmocote® Plus 15-9-12 como referência):

Aplicação
Osmocote® Plus 15-9-12 – 3 a 4 meses Osmocote® Plus 15-9-12 – 8 a 9 meses
Gramas/litro 1,8 5,0
Gramas/cm3 0,0018 0,005

Há quem use de outras formas, como por exemplo um genérico 3 gramas por litro de substrato. O importante é estar atento ao tempo de vida do fertilizante e providenciar a reposição quando este estiver acabado.

Usa o produto? Deixe seu comentário!

Abraços

Referências

  • tudosobreorquideas.com.br
  • emporiodassementes.com.br
  • lojadasmudasesementes.com.br
  • liscampo.pt

Utilização de canela nas orquídeas

14

À medida que vamos estudando e nos especializando mais em nosso hobby, vamos aprendendo algumas técnicas que, embora básicas, são muito úteis quando nos deparamos com algum problema. Muitas vezes estas técnicas são receitas simples e baratas, tornando-os acessíveis a qualquer pessoa do hobby.

Uma das técnicas mais úteis que conheço é a utilização da canela nas orquídeas. Entretanto, não é só sair usando na planta e pronto! É necessário saber em que casos a canela é útil e vai ajudar a sua planta a ter uma qualidade melhor de vida. Portanto, vamos entender o que a canela é capaz de fazer na sua orquídea.

Primeiramente, a canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco de algumas espécies do Gênero Cinnamomum. Muito utilizada em culinária como condimento e aromatizante e na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Já na medicina é usada na forma de óleos destilados, sendo conhecida por “curar” constipações e gripes. O sabor e aroma intensos vêm do aldeído cinâmico ou cinamaldeído.

Já na orquidofilia (e outros cultivares também) ela apresenta uma série de benefícios no tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, devido às suas propriedades de desidratação.

Bactericida e fungicida

Entretanto, é necessário saber como utilizar a canela. O uso incorreto da canela pode danificar seriamente uma orquídea, deixando aquela impressão de que a especiaria nunca deveria ser utilizada com orquídeas. Portanto, veja como ela pode ser utilizada:

  • A aplicação de canela em pó sobre as feridas de corte de folhas de orquídea pode evitar a reinfecção da folha restante;
  • A aplicação de canela em cortes e feridas de pseudobulbos e em outros tecidos danificados de uma orquídea seca a superfície rapidamente;
  • O tratamento de alguns tipos de podridão (como a podridão negra) é muito mais fácil quando canela é aplicada. Considerando que os fungos prosperam na umidade e alimentam-se dos sucos vitais de uma orquídea, a canela seca o tecido de tal forma que a podridão não tem um ambiente propício para sobreviver. Consequentemente, na maioria dos casos a infecção é contida e exterminadas. Remova a parte afetada com uma margem de segurança, isto é, ao cortar a lesão, inclua uma pequena parte de planta sadia. Isso diminuiu a possibilidade de deixarmos tecido contaminado. Coloque canela em pó na parte remanescente da planta e pronto!
  • Quando você descartar uma folha, espalhe canela em pó no local do corte. A canela é um cicatrizante muito eficiente;
  • A canela acelera o desenvolvimento de novas células. Pode-se usar a canela em pó logo abaixo das folhas, pois é um ótimo incentivador a brotação e, ao mesmo tempo, protegendo-as dos fungos;

Aqui em Curitiba compro canela no Mercado Municipal ou em lugares equivalentes que vendem por peso. Assim, torna-se um meio efetivo e barato de sanear suas orquídeas, visto que assim você terá uma boa quantidade a um preço bem baixo (bem, comparando com as que vendem nos supermercados é espantosamente mais baixo).

Abaixo, um vídeo (em inglês) sobre a utilização da canela nas orquídeas:

Referências

  • orchidnature.com
  • wikipedia.org

Abraços!

Por que minha orquídea não floresce novamente?

0

Esta é uma questão fácil e que não demanda tantas explicações: como todas as plantas, as orquídeas precisam de luz suficiente para produzir flores.

A luz insuficiente é a causa mais comum da falta de flores nas orquídeas. Para saber se a luz é suficiente para sua planta, primeiro procure saber o nome dela. Sabendo o nome de sua orquídea, poderá procurar fontes confiáveis de informações e então entender seu cultivo, o que abrange a quantidade de luz que a orquídea necessita.

Em segundo lugar, outra forma fácil de tentar entender quanto de luz sua orquídea precisa é observando a cor da sua folha. Basicamente, a cor da folha é um forte indicador se a quantidade de luz é adequada para aquela determinada espécie. Claro que com espécies mais exóticas, em que as folhas já são diferentes por si só, isto não funcionará. Entretanto, a regra geral é que o verde escuro exuberante e rico da maioria das plantas de nossas casas não é desejável em folhas de orquídeas. Uma cor verde gramada (verde claro ou médio com tons amarelados) significa que a planta está recebendo luz suficiente para florescer.

Abraços

Como realizar o replante de suas orquídeas

0

Invariavelmente, chegará o momento em que você deverá realizar o replante de sua orquídea. Muitos são os motivos para isto, desde plantas que estão crescendo para fora do vaso, substrato antigo e deteriorado, substrato errado ou simplesmente para revigorar a planta.

Um substrato deteriorado compromete a saúde de sua planta. Fará com que as raízes apodreçam e o poder de absorção da orquídea seja menor. Isto fica evidente quando uma planta bem hidratada ainda sim tem a aparência de desidratada.

Ainda em relação ao substrato, alguns fatores influenciam no tempo que ele irá levar para deteriorar-se. Além do tipo de substrato utilizado, os produtos que você usa nas plantas, como adubos, por exemplo, influenciarão no tempo que este substrato levará para se decompor.

É importante você saber que o ato de mexer em uma orquídea causa um certo desgaste e estresse à planta e deve ser evitado sempre que possível. Até a simples troca de lugar de um vaso é capaz de causar isto. Consequentemente, o replante, por ser muito mais complexo, acaba tirando a orquídea de sua zona de conforto. Mas quando necessário, isto não é tão ruim assim, como veremos a seguir.

Época

Muitos divergem sobre o melhor momento de replantar uma orquídea. Alguns defendem épocas específicas do ano. De certa forma, não concordo com isto, pois cada planta tem sua época de crescimento e dormência. Acredito que, pela lógica, elas deverão ser replantadas no momento em que seu sistema radicular está sendo renovado e se expandindo, quando novas raízes estão surgindo. Desta forma, as novas raízes crescerão já acomodadas ao novo substrato. Fazendo o inverso disto, ou seja, replantando uma orquídea que está em seu período de dormência, você estará forçando-a a gastar suas reservar de energia para emitir novas raízes, desgastando a saúde a planta e até podendo matá-la.

Substrato

O substrato a ser utilizado depende de uma série de fatores, principalmente da espécie de orquídea a ser cultivada nele. Neste momento é interessante você entender a classificação das orquídeas por habitat, para saber o que é melhor para sua plantinha. Recomendo a leitura dos seguintes artigos:

Sabendo as características do habitat original de sua orquídea, você poderá determinar o melhor substrato para ela. Por exemplo, as epífitas vivem grudadas em árvores e, como o suprimento de água nestas condições não é contínuo, elas dependem muito da sua capacidade de absorver água rapidamente, seja esta da chuva ou da umidade do ar. Elas possuem raízes esponjosas que absorvem rapidamente os líquidos. Da mesma forma, secam rapidamente, portanto, os substratos empregados nestas plantas deverá secar rapidamente, fornecendo uma boa ventilação. A grande maioria das Cattleyas e seus híbridos, por exemplo, podem ser plantadas nos mix que encontramos no mercado. Entretanto, há plantas mais exigentes que não crescem bem em vasos e precisam ser plantadas em pedaços de casca, como por exemplo a Cattleya walqueriana, a Cattleya nobilior e a Cattleya aclandiae. Recomendo fortemente a leitura dos seguintes artigos:

Vaso

O vaso a ser utilizando também depende de uma série de fatores. Via de regra, existem vários tipos, como os de barro, plástico, cimento, xaxim, cascas de árvores, casca de coco, enfim, uma infinidade de materiais. Caso você queira se aprofundar nas alternativas, faça a leitura do seguinte artigo:

O mais utilizado é o vaso plástico, principalmente porque a grande maioria das plantas comerciais são vendidas em vasos plásticos, por ser um material barato e leve. Particularmente, passei alguns anos querendo me livrar dos vasos plásticos, mas depois entendi que, para algumas plantas, ele pode ser a melhor opção. O vaso de cerâmica possue uma melhor aeração e, consequentemente, retêm água por menos tempo. Por um bom tempo era meu vaso preferido, visto que cultivava minhas plantas sob sombrite e não tinha o controle da água das chuvas. Agora tenho usado bastante os cachepots de madeira. Caso você opte por vasos de cerâmica, lembre-se que vasos antigos não são tão bons quantos os novos, visto que seus poros estarão entupidos. Além disto, podem transmitir doenças de uma planta anterior e devem, obrigatoriamente, passar uma boa esterilização.

Hora de replantar

Você decidiu replantar sua orquídea. Escolha um vaso que comporte o crescimento de sua orquídea por pelo menos 3 anos (ou o tempo que o substrato irá durar) e que seja de drenar corretamente a água acumulada. Agora é só seguir os seguintes passos:

Remoção e limpeza

  • Retire a planta do vaso original – processo relativamente fácil, só é complicado quando as raízes estão coladas nas laterais do vaso. Neste caso, é importante esterilizar bem qualquer ferramenta de corte que você use para soltar ou aparar as raízes para soltar a planta do vaso. Lembre-se que isto agride a planta, então faça o menos possível de estrago;
  • Retire todo substrato antigo com cuidado para não machucar as raízes vivas. Em especial, cuide para não quebrar novas raízes, pois elas são sensíveis e importante para a adaptação da planta no novo local;
  • Não caia na tentação de remover raízes velhas que ainda estão vivas. Mais raízes significam mais absorção e melhor fixação. Além disto, podem se ramificar, aumentando ainda mais o poder de absorção;
  • Já as raízes velhas devem ser removidas, pois aceleram o processo de decomposição do novo substrato;
  • Limpeza – faça uma revisão em sua planta, removendo restos das florações anteriores e retirando as partes secas coladas ao pseudobulbo, esconderijos perfeitos para as cochonilhas e outras pragas. Aproveite para verificar se não é uma boa hora para remover os pseudobulbos mais antigos, que já deixaram de contribuir para o desenvolvimento por não possuírem raízes vivas e folhas;
  • Separação – verifique se não é uma boa hora para dividir sua planta, se ela estiver muito grande.

Replante

  • Coloque um material para realizar a drenagem no fundo do vaso, afim de melhorar o escoamento da água. Para isto você pode utilizar cacos de telhas limpos, pedras, isopor ou carvão;
  • Respeite a direção de crescimento da planta: o pseudobulbo mais velho deverá ficar junto à borda do vaso e a parte nova da planta deve estar direcionada ao centro do vaso. Desta forma, haverá espaço para o desenvolvimento de novos pseudobulbos;
  • Posicione o rizoma um pouco abaixo da altura do vaso;
  • Preencha o vaso com o substrato escolhido colocando-o pelas laterais, tomando cuidado para não machucar as raízes. A quantidade ideal será suficiente para firmar e equilibrar a planta. Evite compactar demais o substrato, pois isto afetará a aeração das raízes. Caso a planta não fique firme, prenda-a com estacas e arames. É importante não deixar a planta bamba, pois o movimento dela fará com que as novas raízes não consigam se fixar, prejudicando o desenvolvimento;
  • O substrato não deverá cobrir as gemas. O ideal é ele ele apenas encoste no rizoma, não ficando muito abaixo dele e nem cobrindo-o;
  • Feito o plantio, é importante ambientar a planta. Coloque-a em um lugar com um pouco menos de luz e, principalmente, deixe-a úmida com mais frequência, mas sem excesso (não regue a planta em abundância). Em pouco tempo a planta poderá voltar ao seu local de origem.

Lembre-se sempre de usar ferramentas esterilizadas para evitar a transmissão de doenças entre as plantas.

Referência

  • orkideas.com.br

Abraços!

O pH dos substratos – como isso influencia sua orquídea?

10

O tal do pH, quando falamos de um hobby, é muito discutido no aquarismo. Lembro-me bem que, quando tinha aquários em casa, o pH era o primeiro teste que fazia para verificar se a água estava apta a receber determinados tipos de peixes. Também ouvimos isso quando falamos de piscinas e até de quem fabrica cerveja artesanalmente (experiência própria). Mas no substrato – sólido – de uma orquídea, dificilmente você irá ouvir alguém comentar.

Muitas pessoas não tem idéia de como o pH pode influenciar o desenvolvimento e a saúde de suas orquídeas. Vejo que muitos orquidófilos se preocupam com a água água usada para irrigar suas plantas, medindo pH ou optando por usar água da chuva (eu faço isso também). Entretanto, ouvir algum orquidófilo falar de como cuida do pH do seu substrato é praticamente inexistente.

É importante saber o que significa o pH. Para isso, escrevi há alguns anos um artigo sobre o pH e como ele influencia a absorção de nutrientes provenientes de uma adubação. Este artigo você poderá ler clicando aqui. Se não leu, clique e leia, depois volte neste artigo.

Agora que você já se familiarizou com o termo e o que ele significa, é bom fixar que o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro e micro nutrientes pela orquídea. Conforme explicado com maior detalhes no artigo acima, um pH muito alto ou muito baixo faz com que a orquídea não consiga absorver determinados nutrientes, prejudicando seu desenvolvimento – ou pelo menos aquele que você queria que a planta tivesse ao fornecer nutrientes à ela.

Um exemplo básico é a absorção do Nitrogênio. Este elemento será absorvido apenas o meio de cultura em que a orquídea se encontra estiver com o pH entre 6 e 8. Como o Nitrogênio é responsável pelo crescimento da orquídea, o pH estando abaixo de 6 ou acima de 8 impedirá que ela absorva o elemento que a fará crescer melhor.

Aí você aduba a planta e não vê resultados. Não vendo resultados, aduba ainda mais. Com isso, você acabo por intoxicar a planta, prejudicando seu sistema radicular e, em casos extremos, matando a orquídea. Por isso, além de adubar (afinal, ela precisa se alimentar), precisamos ter cuidado com o meio de cultura no qual mantemos nossas plantas. Isso inclui o pH do substrato e também o pH utilizado na água que provemos à nossas plantas. Com estes cuidados, garantimos a completa absorção de todos os nutrientes oferecidos, tornando nossas orquídeas sadias, com crescimento vigoroso e pleno.

Vale lembrar que, mesmo que alguns substratos sejam indicados para orquídeas, devemos cuidar sempre de seu pH. Com o tempo, alguns substratos tendem a se deteriorar. Junto com a adubação e a água utilizada na planta, seu pH poderá mudar drasticamente, prejudicando a planta. Este é um dos motivos que a troca periódica de substrato é tão importante.

Como medir o pH do substrato

Medir o pH do substrato é simples. Tenha em mãos um kit de medir pH, que pode ser encontrado em lojas de produtos para piscinas ou lojas de aquarismo. Encha uma bacia com água e deixe descansar por algumas horas, para eliminar o cloro. Certifique-se esta água esteja neutra, ou seja, com o pH em 7. Com o auxílio de outra bacia, segure o vaso a ser analisado de modo que você possa regar sua planta com a água de pH neutro e toda água utilizada na rega escorra e seja armazenada na bacia abaixo do vaso. Depois, basta seguir as instruções do kit de medição de pH utilizando esta água que escorreu do vaso. Este não é um método preciso, mas pode ajudar a determinar um caminho a ser seguido. Existem outros métodos mais eficazes, porém mais custosos e não tão práticos.

Se o resultado for algo diferente de 7 (pH neutro), teremos uma água ácida (pH menor que 7) ou alcalina (pH maior que 7). Se trocar o substrato não for uma opção, você poderá tentar corrigir o pH. Existem produtos que fazem esta correção do pH e uma forma simples de realizar esta correção é adicioná-los na água utilizada para irrigação (que deve ser neutra) e analisar periodicamente o resultado, medindo novamente o pH do substrato para observar a evolução.

Outra opção é misturar um substrato diferente para tentar equalizar o pH. Eis o pH médio de alguns substratos:

  • Casca de arroz carbonizada – pH de 6,5 a 7,0;
  • Casca de pinus – pH de 4,0 a 4,5;
  • Fibra de coco – pH de 5,5 a 6,0;
  • Fibra de xaxim – pH de 4,0 a 5,0;
  • Sphagnum – pH de 3,5 a 4,2;
  • Turfa – pH de 3,5 a 4,5;
  • Vermiculita – pH de 7,5 a 8,5.

Referência

  • orquideas-ago.blogspot.com.br

Abraços!

Substratos: cultivo de orquídeas em brita, seixos, cascalho, pedras em geral

21

Há algum tempo quero escrever mais sobre este assunto, afinal, cultivar orquídeas “na pedra” parece uma ideia meio louca para muitos. Bom, não é.

Desde que comecei a me aprofundar no hobby tenho vontade de experimentar tal cultivo. O motivo: sempre notei que alguns dos vasos absurdamente floridos em exposições tinham uma característica diferente: o substrato continha brita. Não no fundo, mas como substrato mesmo, para a planta agarrar e se desenvolver.

Intrigado, fui atrás de mais informações além daquelas que postei aqui no orquideas.eco.br no post que fiz sobre substratos inertes (que você pode ler clicando aqui). Além disto, conversei com alguns orquidófilos responsáveis por orquidários comerciais e, pasmem, brita é o substrato deles.

Mas afinal, qual é a vantagem de você pegar sua Cattleya e plantá-la em um substrato assim?

Vantagens

Basicamente, se eu fosse resumir para você, diria que é um substrato eterno. Mas não é apenas isso. As pedras são, em sua maioria, materiais inertes. Em alguns casos, apresentam pouquíssima atividade química e biológica, o que ainda pode ser benéfico para algumas espécies. Material inorgânico, sem ou com pouquíssima presença de microporos, tornando-os substratos bem secos, mas ao mesmo tempo com certa capacidade de retenção de umidade pela adsorção da água em sua superfície, devido a sua rugosidade. Não se compacta e permitem a aderência, aeração e desenvolvimento das raízes.

Com este substrato não é necessário replante constante devido à decomposição do substrato. A planta cultivada na pedra só é replantada em dois casos: crescimento da planta para fora das bordas do vaso ou com o apodrecimento do próprio vaso. Além disto, os vasos plásticos diminuem a evaporação, retendo um pouco da umidade apesar das pedras. Por fim, este substrato permite que regas sem adubo limpem o substrato, retirando o excesso de minerais que se depositam em qualquer substrato e podem prejudicar a planta com o tempo. Além disto, a planta não ficará encharcada por muito tempo, pois a drenagem da brita é muito boa.

Desvantagens

A principal desvantagem deste tipo de substrato é o seu peso. Se você possui um orquidário com bancadas mais simples ou com lugares para pendurar plantas, é importante considerar que alguns vasos com este tipo de substrato vão fazer uma diferença considerável na sua estrutura. Entretanto, é possível resolver isto usando outros materiais junto com as pedras, como cascas e isopor.

Além disto, você precisará se acostumar com a nova frequência de regas que este substrato irá precisar, visto que possui uma secagem um pouco mais rápida.

Tipos

O tipo mais usado é a brita comum, daquelas de construção mesmo. A brita é um material inerte oriundo da moagem do granito e do gnaisse, rochas ígneas e metamórfica, respectivamente. É considerado por muitos o melhor tipo de pedra para ser usado como substrato.

Há também outros tipos de pedras inertes, como o seixo rolado de quartzo, a pedra de rio ou o pedrisco que sobra do peneirado de areia. Por fim, temos as pedras ricas em ferro, chamada pedra canga ou laterita. A pedra canga é uma pedra ferruginosa oriunda das regiões ricas em minério de ferro. Coincidentemente, estes locais abrigam as orquídeas do gênero Hoffmannseggella, antigas Laelias rupícolas. Elas vegetam neste tipo de rocha pois tem uma grande necessidade de ferro.

As britas oriunda de rochas calcárias não são indicadas para o cultivo, pois é uma rocha sedimentar de reação alcalina, fazendo com que o equilíbro do pH do substrato seja alterado e a planta tenha dificuldades em assimilar alguns nutrientes. Leia mais sobre o pH para as plantas clicando aqui!

Tamanhos

Existem vários tamanhos de brita, como mostrado a seguir:

  • pó de pedra – de 0 a 3 milímetros;
  • pedrisco – de 3 a 5 milímetros;
  • brita 0 – de 5 a 12 milímetros;
  • brita 1 – de 12 a 22 milímetros;
  • brita 2 – de 22 a 32 milímetros;
  • brita 3 – 32 a 62 milímetros;
  • brita 4 e 5 – de 62 a 100 milímetros.

Em geral, a brita 1 e a brita 0 são as mais usadas. Para raízes finas, como as do Dendrobium e Oncidium, o mais recomendado é a brita zero. Para as raízes mais grossas, a mais recomendada é a brita 1. Para qualquer outra entre estes tamanho, você poderá mesclar entre a brita 0 e brita 1.

Plantio

Toda brita deve ser lavada em água corrente para eliminar resíduos. Lembre-se que este tipo de material normalmente está em ambientes que também abrigam outros tipos de material de construção, como cimento e cal, que podem contaminar a brita e matar sua planta. O replantio pode ser feito considerando os passos descritos no meu artigo sobre replantio de orquídeas, que você pode ler clicando aqui.

Abaixo, um exemplo que funciona muito bem: meu amigo Durigan utiliza apenas brita com carvão em suas plantas. E crescem uma barbaridade…

Um exemplo, retirado do orquidário do meu amigo Durigan – brita com carvão
Ele utiliza apenas isto para seus famosos híbridos
E, como você pode ver, crescem muito bem!
Tanto na fase adulta…
…quanto ainda seedlings.

Referências

  • orquidariodurigan.com.br
  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br
  • joaobehenck.blogspot.com.br
  • iracemafontes.wordpress.com
  • orkideas.com.br

Abraços!

SUPERthrive e sua utilização nas orquídeas

38

Há alguns anos utilizo SUPERthrive em minhas orquídeas e, talvez alguns se lembrem, mostrei alguns resultados promissores aqui no site. Revendo estes textos, notei que nunca escrevi sobre o produto e, no final das contas, tudo ficou em aberto: afinal, eu continuava utilizando? Eu tinha gostado? Os resultados eram realmente bons? Vou unificar todas as minhas postagens sobre o produto neste artigo para esclarecer alguns pontos.

*este artigo é um compilado do que escrevi entre os anos de 2013 e 2014 sobre o produto. As postagens antigas foram removidas.

O que é?

O SUPERthrive é um produto muito procurado pelos orquidófilos em geral, mas a grande maioria não sabe exatamente do que se trata. Você sabe o que ele é? Se você respondeu fertilizante, você está errado.

O SUPERthrive é um recuperador de plantas danificadas ou, em miúdos, um estimulador de crescimento. Contém mais de 50 hormônios e vitaminas que trabalham para recuperar e fortalecer as plantas, além de maximizar seu potencial de crescimento. É um complemento para a alimentação de suas plantas, não é um fertilizante.

Composição do SUPERthrive

Sua fórmula exata é mantida em segredo desde sua criação, em 1940, por Jonh A. Thomson. Aliás, o John confiava tanto em seu produto que ofereceu 1 milhão de dólares para quem inventasse um composto melhor que o SUPERthrive. Não preciso dizer que, até hoje, ninguém foi reclamar o prêmio.

Mesmo assim, é sabido que possui vitamina B1 (0,09%), Ácido Acético naftil (0,048%) e hormônios para estimular o sistema radicular de sua planta, além de sólidos dissolvidos, normalmente observados quando o líquido seca na boca exterior do frasco.

Utilização do SUPERthrive

O SUPERthrive é utilizado para melhorar o desenvolvimento em todos os estágios das plantas, acelerando o crescimento e a floração. Por não ser um fertilizante, você pode utilizá-lo junto ao seu adubo preferido.

O SUPERthrive pode ser aplicado semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, dependendo da deterioração das plantas ou do seu grau de estresse. Há diversas formas de utilizá-lo e tudo dependerá de como você o fará. Por exemplo, o fabricante indica usar usar 1 ml a cada 4 litros d’água para uma aplicação diária ou 1 ml por litro d’água para uma aplicação semanal ou mensal.

Por outro lado, eu acho essa proporção muito alta e prefiro fazer uma dose muito mais homeopática do produto, utilizando apenas 1 gota por litro (cada mililitro do produto contem cerca de 30 gotas).

Como comprar o SUPERthrive

Não é difícil encontrar o produto em sites de jardinagem ou no Mercado Livre. Apenas atente-se que, primeiro, não é um produto barato e, segundo, ele deverá vir em sua embalagem original e com sua pipeta de dosagem. Infelizmente, alguns dos vendedores que comercializam o produto “fracionado” batizam o produto, adulterando-o. Pode até ter vendedores idôneos fazendo o fracionamento, mas você só irá descobrir depois de receber o produto. É melhor comprar o produto original junto com mais interessados e fracionar em casa, depois de ter a certeza que ele é original.

Experiências

Tenho um Oncidium Sharry Baby “Buttercup” que tinha ido para o espaço. Literalmente, foi detonado pelo Sol, secou, preteou, perdeu todas as folhas e raízes. Ficamos tristes, afinal, era uma planta bonita. Seus bulbos ficaram parados em um vaso por cerca de seis meses. Comecei a utilizar o SUPERthrive na sua dose recomendada e, depois de dois meses, eis que o primeiro broto aparece.

Claro, não é sempre que funciona. Em algumas plantas, várias raízes também apareceram. Após algum tempo, notamos alguns brotos secos, o que me fez mudar a dosagem para metade do recomendado. O brotos que sobreviveram estavam bem, mas os irmãos secos me fazem lembrar do poder do produto e do problema de utilizá-lo de forma inapropriada.

Portanto lembre-se: uma gota faz milagres sim, mas a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.

Abraços!

Por que as folhas de minha orquídea estão enrugadas?

0

Folhas murchas ou enrugadas normalmente indicam falta de água para o tecido da planta. Aí podemos ter, basicamente, duas causas.

Primeiro, e o mais simples, sua planta não está recebendo água suficiente. Olhe as raízes e, se parecerem saudáveis (brancas, pontas verdes, gordinhas) e o substrato estiver em boa condição, realmente pode ser que sua planta esteja recebendo água insuficiente.

Por outro lado, se as raízes estiverem em más condições e, principalmente, não estiver em grande quantidade, este pode ser seu problema. Se a planta não tem raízes, não pode absorver água, por mais que você a forneça. Aí o cuidado deve ser redobrado, pois você pode estar perdendo as raízes por estar dando água em excesso ou por causa de um substrato deteriorado. Se for uma planta recém replantada, pode ser que ela esteja mal acondicionada em sua nova casa. Como solução, eleve a umidade ao redor da planta para reduzir o estresse sobre o que sobrou das raízes e aguardar que a planta se restabeleça completamente.

Em ambos os casos aconselho a leitura deste artigo sobre a importância das raízes para sua orquídea.

Orquídeas: dicas para iniciantes

0

São vários os fatores que influenciam no desenvolvimento de uma orquídea. Para tal, estas dicas abaixo podem vir a calhar.

Imaginar que, basta colocar aquela orquídea, comprada no mercado, em algum canto da casa e que assim você estará suprindo todas as suas necessidades é um grande erro. Não será assim que você obterá floradas abundantes e um crescimento vegetativo vigoroso.

Basicamente, uma orquídea necessita de cinco elementos para que possa desenvolver-se sadiamente:

  • Água e umidade;
  • Luz;
  • Temperatura;
  • Ventilação;
  • Adubação.

Como sempre falo aqui no site, é muito importante conhecer sua planta para prover aquilo que ela necessita para se desenvolver (e não apenas sobreviver).

Água e umidade

Talvez o principal elemento dos cinco, a água – e consequentemente a umidade – é um ponto chave do cultivo. Isto posto, é importante saber que não estou falando apenas do problema da falta de água para suas plantas. Você poderá matar uma orquídea afogada muito mais facilmente do que de sede. Aliás, o termo afogada é muito mais simplista neste caso do que realmente é. O excesso de água, seja por causa das chuvas prolongadas ou regas excessivas, causam o apodrecimento das raízes. Como normalmente as raízes estão envoltas pelo substrato, dentro dos vasos, o excesso de água sem a necessária aeração acabam por decompô-las, consequência da expansão dos fungos e bactérias em meio favorável.

Com o tempo de cultivo no orquidário aqui de casa, aprendi que uma boa prática é abrigar as plantas afim de evitar o excesso de chuvas. No meu caso, optei por um orquidário fechado com regas controladas. Você pode construir uma estrutura com cobertura sólida – plástico agrícola, telhas leitosas (minha opção) – a uma altura suficiente para que o ambiente fique ventilado (uns 3 metros, por exemplo). Se não puder construir um espaço próprio, transporte suas orquídeas para um abrigo em dias de chuvas prolongadas (ou geadas). Infelizmente, este caso só é viável se você tiver poucas plantas.

O ideal é que o substrato esteja sempre ligeiramente úmido, mas nunca encharcado. Via de regra, você deve molhá-las apenas quando o substrato estiver seco. Obviamente, as regas são mais frequentes no verão, primeiro porque o substrato seca mais rápido e, segundo, porque no inverno grande parte das orquídeas entram em uma fase de repouso. Saber quando regar talvez seja o grande desafio do orquidófilo. Cada gênero, cada espécie, têm exigências muito peculiares. Muitos orquidófilos optam por regar abundantemente, até a água escoar pelos furos do vaso. Depois, aguardam que o substrato seque para que uma nova rega seja efetuada. É uma regre genérica, não válida para todas as orquídeas, mas quer faz com que a possibilidade de errar seja menor. As espécies do gênero Cattleya, muito populares, gostam deste tipo de rega. Já as espécies do gênero Phalaenopsis, Miltonia, Cymbidium e Paphiopedilum devem ter o substrato ligeiramente úmido. Uma boa forma de lembrar é: quanto maior a planta, maior a área de evaporação, logo, ela exige uma rega mais constante.

É importante salientar que alguns fatores interferem na velocidade de secagem do substrato. O tipo de substrato, o material e tamanho do vaso, a intensidade da luz, a temperatura, a ventilação e umidade ambiente são fatores importantíssimos neste aspecto.

Vasos não porosos, como os de plástico ou cerâmica vitrificada, propiciarão uma secagem mais lenta. Já os vasos de argila e cachepôs secarão mais rapidamente. Para ler mais sobre vasos, leia meu artigo clicando aqui. É bom lembrar que uma temperatura mais elevada ou uma circulação de ar melhor fará com que a evaporação aconteça mais rapidamente. Evite manter os vasos diretamente sobre os pratinhos, pois a água acumulada impede a oxigenação das raízes, o que é imprescindível para que uma boa ventilação chegue até as raízes. Afim de evitar isto, pode-se colocar pedra brita no pratinho, com um pouco de água, desde que não atinja a base do vaso. Em dias muito quentes, você pode borrifar água em volta da planta, com cuidado para não molhar a junção das folhas. Cultivá-las no mesmo ambiente das samambaias e bromélias também pode ser um bom recurso para aumentar a umidade do ambiente.

Lembre-se que plantas recém divididas também precisam de um regime de rega um pouco diferente. Como suas raízes não têm o mesmo poder de absorção, deve-se limitar a borrifar o substrato durante 3 semanas e, só quando começarem a surgir as raízes, voltar a regar normalmente. As plantas em flor precisam de menos água e, depois da floração, é necessário reduzir ainda mais a rega, até que comece a nova brotação e assim recomeçar todo o ciclo.

Luminosidade

Princípio básico dos seres vivos que realizam a fotossíntese, a luz é um elemento essencial para as orquídeas. Novamente, a intensidade luminosa poderá variar, de acordo com a espécie. As orquídeas podem vegetar na sombra, meia sombra, luminosidade intensa e até em pleno sol. Via de regra, elas não devem receber luz direta, exceto quando são raios matinais. Este é um dos motivos que fazem com que o orquidófilo opte por construir um orquidário para abrigá-las ou então abrigá-las sob as árvores, assemelhando um pouco com o que elas encontram na natureza.

Saber se a quantidade de luz é suficiente para sua orquídea é simples, bastando observar suas folhas. Se as folhas das orquídeas aparentarem uma cor verde-alface, significa que a quantidade de luz fornecida está boa. Se o verde estiver mais escuro, tendendo para o verde garrafa, você está fornecendo pouca luz à suas plantas. O resultado disto, no caso das Cattleyas e gêneros afins, é o alongamento e caimento dos bulbos, causando prejuízos para a inflorescência. Por outro lado, se a cor das folhas parecer um verde amarelado, sua orquídea está recebendo luz em excesso. Isto poderá causar desidratação e atrofiamento da planta. Neste caso, é necessário proteger as plantas em algum tipo de estrutura, como telas, sombrite ou ripado.

Como referência, é bom saber que na sombra vegetam as micro-orquídeas, Paphiopedilum e Miltonia. Em meia sombra vegetam Cattleyas, Coelogyne, algumas espécies de Dendobrium, Laelia em geral (exceto as rupícolas, que vegetam nas rochas e que precisam de luminosidade intensa), algumas espécies de Oncidium e a Sophronitis Coccinea. Em uma luminosidade intensa vegetam Catasetum, Laelia do tipo rupícola, Cattleyas walkeriana e nobilior, Dendrobium nobile e Vanda. Enfim, sob Sol pleno vegetam Vanda teres, Brassavola tuberculata e Renanthera.

Temperatura

A temperatura é outro fator que influencia bastante o cultivo de determinadas espécies. Acontece de orquídeas de clima quente, que toleram temperaturas elevadas – picos de 35ºC no verão – não se adaptam em locais onde a temperatura média fica em torno de 15ºC. Espécies como as Vandas e Phalaenopsis tem dificuldades para se adaptar em climas mais frios.

Orquídeas de clima temperado, ou seja, entre 15ºC e 28ºC, adaptam-se melhor ao clima de parte do nosso país. Entre elas estão alguns Paphiopedilum, Cattleyas, alguns Dendobriums e alguns Oncidium.

Entre as orquídeas de clima frio, quando a máxima fica em torno de 20ºC e a mínima chega a 0ºC, são os Cymbidium, Odontoglossum e a maioria dos Paphiopedilum. Mesmo assim, estas plantas resistem a temperaturas um pouco mais baixas ou elevadas, desde que não permaneçam expostas por períodos prolongados.

Aqui no Brasil não temos a necessidade de aquecimento artificial. Entretanto, as plantas precisam ser protegidas do vento frio e úmido durante o inverno. Por outro lado, o calor excessivo deve ser compensado com regas mais intensas ou água pulverizada no ambiente e sobre as folhas.

Ventilação

Uma das coisas que aprendi com o passar dos anos é que, tão importante quanto água e luz, é a tal da ventilação. Procure manter suas plantas ou construir seu orquidário em um lugar bem arejado. Se você construir uma estrutura para suas plantas, lembre-se que no frio intenso, as plantas devem ser protegidas das correntes de ar geladas. No meu caso, eu construí o orquidário na parte mais alta do terreno, de forma que o vento “encana” de tal forma que sempre atravessa o orquidário por completo. Assim, fica fácil protegê-las no inverno (praticamente só tenho que fechar algumas saídas de ar, e no verão a ventilação é constante, não esquentando demais o ambiente. Se você for cultivar suas plantas dentro de casa, lembre-se de escolher locais onde a abertura de portas e janelas promovam uma boa circulação de ar.

Adubação

Já falei algumas vezes sobre adubação aqui no site. Você pode conferir um post sobre adubação clicando aqui. Existem muitos preparados no mercado fabricados exclusivamente para o cultivo de orquídeas, como o Peters, o Plant-Prod e o nacional B&G, que eu utilizo atualmente. Basicamente, um fertilizante equilibrado irá conter macro e micro nutrientes, como descrito em outro post que publiquei há algum tempo (clique aqui para ler). A principal diferença está na quantidade dos macronutrientes: considerando que a sigla NPK significa Nitrogênio, Fósforo e Potássio, a formulação NPK 30-10-10 é utilizada para as plantas novas, em fase de crescimento e para estimular a brotação e enraizamento das plantas adultas. NPK 18-18-18 ou 20-20-20 é utilizado para o crescimento em geral. O NPK 10-30-20 é utilizado para os quatro a seis meses que antecedem a floração. Por fim, o NPK 7-6-19 é utilizado para o período próximo à floração, até o momento em que os botões estão formados. Também importantes, os micronutrientes são compostos de Magnésio, Ferro, Manganês, Boro, Cobre, Zinco e Molibdênio.

Os adubos mais modernos tem incorporados hormônios vegetais e o espalhante fixador para o produto se conservar colado à planta tempo suficiente para ser absorvido. Lembre-se de preparar o adubo de acordo com as indicações do fabricante, pois o excesso pode ser prejudicial à planta. Após a aplicação do adubo, deixar que as plantas assimilem o adubo por pelo menos 48 horas antes da próxima rega.

Referência

  • damianus.bmd.br

Abraços!

Orquídea Dracula no EcoTronco

2

Hoje passei uma tarde agradabilíssima em meu orquidário cuidado de uma das espécies que mais gosto: Dracula.

Para quem acompanha este blog desde o início, isto não é novidade. Dracula e Masdevallia são minhas espécies favoritas. Já tive muitas plantas e, infelizmente, por problemas com meu orquidário antes desta última reforma (frio, doenças, seca, chuva, de tudo um pouco), acabei perdendo a grande maioria.

Agora, com um orquidário melhor construído, posso voltar a ter estas magníficas espécies e mostrá-las aqui para vocês. Como primeiro passo, quis colocá-las no EcoTronco dos meus amigos do Fabergé Orquídeas, pois acredito muito neste produto. Acabei dividindo as 12 mudas em duas partes para colocar nos EcoTroncos e em caixetas, afinal, quero curtir as diferenças e os resultados. Além disto, são mudas grandes, que permitem este tipo de manejo. Bom, ao longo do trabalho fui colocando tudo no Instagram, mas sei que muitos não o usam ou não me seguem no Instagram (vai lá e me segue, oras), portanto resolvi montar este post apenas para mostrar como fiz e ter isto registrado para, dentro de alguns meses, poder comparar os resultados.

Antes das fotos, um videozinho meio que explicativo de como ficou e o que espero do plantio, postado no meu canal do YouTube (é o do Instagram, mas como nem todos tem, coloquei no YouTube…):

Bom, vamos à sequência.

Primeiramente, eu imprimo todas as etiquetas que vou utilizar. Faço isto utilizando uma Rotuladora (se quiser saber mais, pode clicar aqui – o post é antigo mas dá para ter uma ideia):

Primeiramente eu imprimo todas as etiquetas

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

Quando estão prontas, ficam assim:

E é assim que eu faço…

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Orquídeas separadas, EcoTroncos também:

Que o trabalho comece! #ecotronco #dracula #masdevallia #orquidea #orchid

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Algumas vieram até com haste floral:

Algumas estão até com haste floral #dracula #orquidea #orchid

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Um outro exemplo de como ficam as minhas plaquinhas:

 

Orquídeas devidamente divididas: as maiores vão para o EcoTronco, as menores para os cachepots (semana que vem):

Divisões… Quero cultivar no ecotronco e no cachpot e estudar as diferenças. #dracula #Orchid #orquídea

Uma foto publicada por orquideas.eco.br (@orquideas.eco.br) em

 

Por fim, todas elas plantadas – com um pouquinho de musgo chileno para ajudar – (foto e vídeo):

Por enquanto é isto. Em breve postarei o desenvolvimento para que todos possam comparar os resultados.

Referência

  • fabergeorquideas.com.br

Abraços!

Redes Sociais

24,392FãsCurtir
8,512SeguidoresSeguir
1,379SeguidoresSeguir
955SeguidoresSeguir
8,950InscritosInscrever
- Advertisement -
- Advertisement -

Leia mais

Miltonia moreliana

Maxillaria tenuifolia Nigra

Maxillaria marginata

Maxillaria madida

Sair da versão mobile