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Desinfecção preventiva de orquídeas recém adquiridas

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Comprar uma orquídea, além de ser um momento de alegria, é um momento que devemos ter cuidado.

Plantas provenientes de orquidários suspeitos ou as famosas plantas que você compra sem procedência (sim, existem. sim, são ilegais. sim, são retiradas das matas) podem trazer para seu orquidário mais dor de cabeça com problemas do que felicidade com novas floradas. Caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos, bactérias, enfim, uma infinidade de coisas podem estar alojadas em sua nova planta e futuramente se espalhar por outras plantas.

Como fazer

Para tentar contornar este problema, algumas pessoas realizam a desinfecção preventiva das plantas (confesso que eu deveria fazer mais isto). Para tal, você pode fazer a seguinte mistura:

Ingredientes

  • 1 litro de água com pH entre 5 e 6;
  • inseticida nematicida de amplo espectro;
  • fungicida.

Preparo e aplicação

Misture os três ingredientes e pulverize a planta, fazendo o líquido escorrer por toda planta e substrato. Há quem prefira submergir a planta nesta solução. Este processo elimina os caramujos, caracóis, tatuzinhos, nematoides, cochonilhas, fungos e bactérias que porventura estiverem na planta adquirida.

Observação

Para aplicação de determinados produtos, o ideal é ter um pH menor que 7 (neutro). Existem defensivos agrícolas que, se diluídos em água com pH maior que 7, têm vida média de apenas 10 minutos. A mesma mistura, feita com água com o pH entre 5 e 6, terão uma vida média de até 30 horas. Caso queira se aprofundar mais em relação ao pH e o cultivo de orquídeas, você pode ler meu artigo:

Por fim, lembre-se sempre de usar ferramentas esterilizadas para evitar a transmissão de doenças entre as plantas.

Referência

  • Orquídeas – Manual de Cultivo Vol. 1 – Denitiro Watanabe

Abraços!

SUPERthrive e sua utilização nas orquídeas

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Há alguns anos utilizo SUPERthrive em minhas orquídeas e, talvez alguns se lembrem, mostrei alguns resultados promissores aqui no site. Revendo estes textos, notei que nunca escrevi sobre o produto e, no final das contas, tudo ficou em aberto: afinal, eu continuava utilizando? Eu tinha gostado? Os resultados eram realmente bons? Vou unificar todas as minhas postagens sobre o produto neste artigo para esclarecer alguns pontos.

*este artigo é um compilado do que escrevi entre os anos de 2013 e 2014 sobre o produto. As postagens antigas foram removidas.

O que é?

O SUPERthrive é um produto muito procurado pelos orquidófilos em geral, mas a grande maioria não sabe exatamente do que se trata. Você sabe o que ele é? Se você respondeu fertilizante, você está errado.

O SUPERthrive é um recuperador de plantas danificadas ou, em miúdos, um estimulador de crescimento. Contém mais de 50 hormônios e vitaminas que trabalham para recuperar e fortalecer as plantas, além de maximizar seu potencial de crescimento. É um complemento para a alimentação de suas plantas, não é um fertilizante.

Composição do SUPERthrive

Sua fórmula exata é mantida em segredo desde sua criação, em 1940, por Jonh A. Thomson. Aliás, o John confiava tanto em seu produto que ofereceu 1 milhão de dólares para quem inventasse um composto melhor que o SUPERthrive. Não preciso dizer que, até hoje, ninguém foi reclamar o prêmio.

Mesmo assim, é sabido que possui vitamina B1 (0,09%), Ácido Acético naftil (0,048%) e hormônios para estimular o sistema radicular de sua planta, além de sólidos dissolvidos, normalmente observados quando o líquido seca na boca exterior do frasco.

Utilização do SUPERthrive

O SUPERthrive é utilizado para melhorar o desenvolvimento em todos os estágios das plantas, acelerando o crescimento e a floração. Por não ser um fertilizante, você pode utilizá-lo junto ao seu adubo preferido.

O SUPERthrive pode ser aplicado semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, dependendo da deterioração das plantas ou do seu grau de estresse. Há diversas formas de utilizá-lo e tudo dependerá de como você o fará. Por exemplo, o fabricante indica usar usar 1 ml a cada 4 litros d’água para uma aplicação diária ou 1 ml por litro d’água para uma aplicação semanal ou mensal.

Por outro lado, eu acho essa proporção muito alta e prefiro fazer uma dose muito mais homeopática do produto, utilizando apenas 1 gota por litro (cada mililitro do produto contem cerca de 30 gotas).

Como comprar o SUPERthrive

Não é difícil encontrar o produto em sites de jardinagem ou no Mercado Livre. Apenas atente-se que, primeiro, não é um produto barato e, segundo, ele deverá vir em sua embalagem original e com sua pipeta de dosagem. Infelizmente, alguns dos vendedores que comercializam o produto “fracionado” batizam o produto, adulterando-o. Pode até ter vendedores idôneos fazendo o fracionamento, mas você só irá descobrir depois de receber o produto. É melhor comprar o produto original junto com mais interessados e fracionar em casa, depois de ter a certeza que ele é original.

Experiências

Tenho um Oncidium Sharry Baby “Buttercup” que tinha ido para o espaço. Literalmente, foi detonado pelo Sol, secou, preteou, perdeu todas as folhas e raízes. Ficamos tristes, afinal, era uma planta bonita. Seus bulbos ficaram parados em um vaso por cerca de seis meses. Comecei a utilizar o SUPERthrive na sua dose recomendada e, depois de dois meses, eis que o primeiro broto aparece.

Claro, não é sempre que funciona. Em algumas plantas, várias raízes também apareceram. Após algum tempo, notamos alguns brotos secos, o que me fez mudar a dosagem para metade do recomendado. O brotos que sobreviveram estavam bem, mas os irmãos secos me fazem lembrar do poder do produto e do problema de utilizá-lo de forma inapropriada.

Portanto lembre-se: uma gota faz milagres sim, mas a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.

Abraços!

O pH dos substratos – como isso influencia sua orquídea?

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O tal do pH, quando falamos de um hobby, é muito discutido no aquarismo. Lembro-me bem que, quando tinha aquários em casa, o pH era o primeiro teste que fazia para verificar se a água estava apta a receber determinados tipos de peixes. Também ouvimos isso quando falamos de piscinas e até de quem fabrica cerveja artesanalmente (experiência própria). Mas no substrato – sólido – de uma orquídea, dificilmente você irá ouvir alguém comentar.

Muitas pessoas não tem idéia de como o pH pode influenciar o desenvolvimento e a saúde de suas orquídeas. Vejo que muitos orquidófilos se preocupam com a água água usada para irrigar suas plantas, medindo pH ou optando por usar água da chuva (eu faço isso também). Entretanto, ouvir algum orquidófilo falar de como cuida do pH do seu substrato é praticamente inexistente.

É importante saber o que significa o pH. Para isso, escrevi há alguns anos um artigo sobre o pH e como ele influencia a absorção de nutrientes provenientes de uma adubação. Este artigo você poderá ler clicando aqui. Se não leu, clique e leia, depois volte neste artigo.

Agora que você já se familiarizou com o termo e o que ele significa, é bom fixar que o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro e micro nutrientes pela orquídea. Conforme explicado com maior detalhes no artigo acima, um pH muito alto ou muito baixo faz com que a orquídea não consiga absorver determinados nutrientes, prejudicando seu desenvolvimento – ou pelo menos aquele que você queria que a planta tivesse ao fornecer nutrientes à ela.

Um exemplo básico é a absorção do Nitrogênio. Este elemento será absorvido apenas o meio de cultura em que a orquídea se encontra estiver com o pH entre 6 e 8. Como o Nitrogênio é responsável pelo crescimento da orquídea, o pH estando abaixo de 6 ou acima de 8 impedirá que ela absorva o elemento que a fará crescer melhor.

Aí você aduba a planta e não vê resultados. Não vendo resultados, aduba ainda mais. Com isso, você acabo por intoxicar a planta, prejudicando seu sistema radicular e, em casos extremos, matando a orquídea. Por isso, além de adubar (afinal, ela precisa se alimentar), precisamos ter cuidado com o meio de cultura no qual mantemos nossas plantas. Isso inclui o pH do substrato e também o pH utilizado na água que provemos à nossas plantas. Com estes cuidados, garantimos a completa absorção de todos os nutrientes oferecidos, tornando nossas orquídeas sadias, com crescimento vigoroso e pleno.

Vale lembrar que, mesmo que alguns substratos sejam indicados para orquídeas, devemos cuidar sempre de seu pH. Com o tempo, alguns substratos tendem a se deteriorar. Junto com a adubação e a água utilizada na planta, seu pH poderá mudar drasticamente, prejudicando a planta. Este é um dos motivos que a troca periódica de substrato é tão importante.

Como medir o pH do substrato

Medir o pH do substrato é simples. Tenha em mãos um kit de medir pH, que pode ser encontrado em lojas de produtos para piscinas ou lojas de aquarismo. Encha uma bacia com água e deixe descansar por algumas horas, para eliminar o cloro. Certifique-se esta água esteja neutra, ou seja, com o pH em 7. Com o auxílio de outra bacia, segure o vaso a ser analisado de modo que você possa regar sua planta com a água de pH neutro e toda água utilizada na rega escorra e seja armazenada na bacia abaixo do vaso. Depois, basta seguir as instruções do kit de medição de pH utilizando esta água que escorreu do vaso. Este não é um método preciso, mas pode ajudar a determinar um caminho a ser seguido. Existem outros métodos mais eficazes, porém mais custosos e não tão práticos.

Se o resultado for algo diferente de 7 (pH neutro), teremos uma água ácida (pH menor que 7) ou alcalina (pH maior que 7). Se trocar o substrato não for uma opção, você poderá tentar corrigir o pH. Existem produtos que fazem esta correção do pH e uma forma simples de realizar esta correção é adicioná-los na água utilizada para irrigação (que deve ser neutra) e analisar periodicamente o resultado, medindo novamente o pH do substrato para observar a evolução.

Outra opção é misturar um substrato diferente para tentar equalizar o pH. Eis o pH médio de alguns substratos:

  • Casca de arroz carbonizada – pH de 6,5 a 7,0;
  • Casca de pinus – pH de 4,0 a 4,5;
  • Fibra de coco – pH de 5,5 a 6,0;
  • Fibra de xaxim – pH de 4,0 a 5,0;
  • Sphagnum – pH de 3,5 a 4,2;
  • Turfa – pH de 3,5 a 4,5;
  • Vermiculita – pH de 7,5 a 8,5.

Referência

  • orquideas-ago.blogspot.com.br

Abraços!

Substratos: cultivo de orquídeas em brita, seixos, cascalho, pedras em geral

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Há algum tempo quero escrever mais sobre este assunto, afinal, cultivar orquídeas “na pedra” parece uma ideia meio louca para muitos. Bom, não é.

Desde que comecei a me aprofundar no hobby tenho vontade de experimentar tal cultivo. O motivo: sempre notei que alguns dos vasos absurdamente floridos em exposições tinham uma característica diferente: o substrato continha brita. Não no fundo, mas como substrato mesmo, para a planta agarrar e se desenvolver.

Intrigado, fui atrás de mais informações além daquelas que postei aqui no orquideas.eco.br no post que fiz sobre substratos inertes (que você pode ler clicando aqui). Além disto, conversei com alguns orquidófilos responsáveis por orquidários comerciais e, pasmem, brita é o substrato deles.

Mas afinal, qual é a vantagem de você pegar sua Cattleya e plantá-la em um substrato assim?

Vantagens

Basicamente, se eu fosse resumir para você, diria que é um substrato eterno. Mas não é apenas isso. As pedras são, em sua maioria, materiais inertes. Em alguns casos, apresentam pouquíssima atividade química e biológica, o que ainda pode ser benéfico para algumas espécies. Material inorgânico, sem ou com pouquíssima presença de microporos, tornando-os substratos bem secos, mas ao mesmo tempo com certa capacidade de retenção de umidade pela adsorção da água em sua superfície, devido a sua rugosidade. Não se compacta e permitem a aderência, aeração e desenvolvimento das raízes.

Com este substrato não é necessário replante constante devido à decomposição do substrato. A planta cultivada na pedra só é replantada em dois casos: crescimento da planta para fora das bordas do vaso ou com o apodrecimento do próprio vaso. Além disto, os vasos plásticos diminuem a evaporação, retendo um pouco da umidade apesar das pedras. Por fim, este substrato permite que regas sem adubo limpem o substrato, retirando o excesso de minerais que se depositam em qualquer substrato e podem prejudicar a planta com o tempo. Além disto, a planta não ficará encharcada por muito tempo, pois a drenagem da brita é muito boa.

Desvantagens

A principal desvantagem deste tipo de substrato é o seu peso. Se você possui um orquidário com bancadas mais simples ou com lugares para pendurar plantas, é importante considerar que alguns vasos com este tipo de substrato vão fazer uma diferença considerável na sua estrutura. Entretanto, é possível resolver isto usando outros materiais junto com as pedras, como cascas e isopor.

Além disto, você precisará se acostumar com a nova frequência de regas que este substrato irá precisar, visto que possui uma secagem um pouco mais rápida.

Tipos

O tipo mais usado é a brita comum, daquelas de construção mesmo. A brita é um material inerte oriundo da moagem do granito e do gnaisse, rochas ígneas e metamórfica, respectivamente. É considerado por muitos o melhor tipo de pedra para ser usado como substrato.

Há também outros tipos de pedras inertes, como o seixo rolado de quartzo, a pedra de rio ou o pedrisco que sobra do peneirado de areia. Por fim, temos as pedras ricas em ferro, chamada pedra canga ou laterita. A pedra canga é uma pedra ferruginosa oriunda das regiões ricas em minério de ferro. Coincidentemente, estes locais abrigam as orquídeas do gênero Hoffmannseggella, antigas Laelias rupícolas. Elas vegetam neste tipo de rocha pois tem uma grande necessidade de ferro.

As britas oriunda de rochas calcárias não são indicadas para o cultivo, pois é uma rocha sedimentar de reação alcalina, fazendo com que o equilíbro do pH do substrato seja alterado e a planta tenha dificuldades em assimilar alguns nutrientes. Leia mais sobre o pH para as plantas clicando aqui!

Tamanhos

Existem vários tamanhos de brita, como mostrado a seguir:

  • pó de pedra – de 0 a 3 milímetros;
  • pedrisco – de 3 a 5 milímetros;
  • brita 0 – de 5 a 12 milímetros;
  • brita 1 – de 12 a 22 milímetros;
  • brita 2 – de 22 a 32 milímetros;
  • brita 3 – 32 a 62 milímetros;
  • brita 4 e 5 – de 62 a 100 milímetros.

Em geral, a brita 1 e a brita 0 são as mais usadas. Para raízes finas, como as do Dendrobium e Oncidium, o mais recomendado é a brita zero. Para as raízes mais grossas, a mais recomendada é a brita 1. Para qualquer outra entre estes tamanho, você poderá mesclar entre a brita 0 e brita 1.

Plantio

Toda brita deve ser lavada em água corrente para eliminar resíduos. Lembre-se que este tipo de material normalmente está em ambientes que também abrigam outros tipos de material de construção, como cimento e cal, que podem contaminar a brita e matar sua planta. O replantio pode ser feito considerando os passos descritos no meu artigo sobre replantio de orquídeas, que você pode ler clicando aqui.

Abaixo, um exemplo que funciona muito bem: meu amigo Durigan utiliza apenas brita com carvão em suas plantas. E crescem uma barbaridade…

orquideas.eco.br - Substratos cultivo de orquídeas em brita, seixos, cascalho, pedras em geral
Um exemplo, retirado do orquidário do meu amigo Durigan – brita com carvão
Ele utiliza apenas isto para seus famosos híbridos
E, como você pode ver, crescem muito bem!
Tanto na fase adulta…
…quanto ainda seedlings.

Referências

  • orquidariodurigan.com.br
  • orquideassemmisterio.blogspot.com.br
  • joaobehenck.blogspot.com.br
  • iracemafontes.wordpress.com
  • orkideas.com.br

Abraços!

Usos do vinagre em seu orquidário

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Na semana passada, falei do uso do vinagre para regular o pH do meio de cultivo de suas orquídeas e também controlar pulgões, cochonilhas e fungos. Pois bem, acontece que o vinagre é ainda mais útil do que você imagina! Vejamos mais três funções do vinagre em seu orquidário que podem ajudar muito no aperfeiçoamento do seu cultivo:

Limpeza de vasos de cerâmica

Com o tempo, os vasos de cerâmica absorvem minerais, como o cálcio, fungos e o musgo gerado pela umidade, deixando-o com uma aparência muito menos convidativa. Ao transplantar a planta, você pode desejar utilizar o vaso antigo novamente com outra e, com o vinagre, você poderá deixá-lo como novo!

Vasos limpinhos

Primeiro, limpe o excesso de sujeira, por exemplo, com uma escova de cerdas metálicas. Após este procedimento, mergulhe o vaso em uma mistura que contenha cerca de 25% de vinagre durante meia hora. Se a sujeira estiver muito grudada, você poderá utilizar vinagre puro no local.

Limpeza de ferramentas

A limpeza das suas ferramentas de cultivo é muito importante para evitar o alastramento de pragas e doenças. Entretanto, esta limpeza constante pode acabar enferrujando as ferramentas. Para limpar esta ferrugem, deixe suas ferramentas de molho em vinagre puro. Espere meia hora para que o vinagre aja, retire a ferramente e a limpe com água. Depois é só passar um pouco de óleo de cozinha para conservar a ferramenta limpa por mais tempo.

Afugentar formigas

Se você está tendo problemas com formigas em seu orquidário, experimente borrifar um pouco de vinagre no caminho que elas utilizam para se locomover até o orquidário. O vinagre é um repelente natural e pode ser aplicado sempre que precisar, fazendo com que as formigas optem por outros caminhos (e talvez outras plantas). Tome cuidado para não borrifar vinagre puro em suas plantas.

Formigas chatas

Abraços

Utilização de Extrato Pirolenhoso – ou Ácido Pirolenhoso – nas orquídeas

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Extrato pirolenhoso? Que é isso afinal?

Bom, se você teve a curiosidade de entrar neste artigo para tentar descobrir qual a relação entre o extrato pirolenhoso e as orquídeas, posso afirmar que não vai se arrepender. Convencido por um amigo, comecei a usar e tenho gostado dos resultados. Mas afinal, o que é o extrato pirolenhoso?

Histórico

Existem relatos de utilização do extrato pirolenhoso na China e na Índia antiga, onde era usado para tratamento de doenças. Na Europa do século XVII, já existiam relatos de destilação seca da madeira para a produção de alcatrão, com aproveitamento de extrato pirolenhoso. Entretanto, a produção em larga escala só ocorreu em 1813, na Inglaterra, quando o produto era utilizado na coloração do linho.

A divulgação das primeiras pesquisas com o extrato pirolenhoso datam de 1874, no Japão. Em 1893, as pesquisas experimentais visavam a construção de fornos e técnicas de obtenção de óleo de terebentina e alcatrão. Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se o uso de extrato pirolenhoso na agricultura. Em 1945 foi lançado o primeiro livro com relatos de utilização do produto, intitulado “Fabricação e Utilização do Extrato Pirolenhoso”, por Tatsujiro Fukuda.

O que é e como é obtido

O extrato pirolenhoso, em geral, é constituído em sua maior parte por água, compostos fenólicos, aldeídos e ácidos orgânicos.

O primeiro passo para se obter um ácido de qualidade é observar as melhores condições para a produção, como a temperatura, por exemplo, o tipo de equipamento para a extração não importa muito. Outros aspectos importantes estão ligados ao tipo de biomassa utilizada. Existem muitas espécies vegetais que podem ser tóxicas para os seres humanos, e essa toxidez é repassada para o Ácido, impossibilitando o seu uso na agricultura. Apesar de parecer um processo simples, a técnica de extrair o extrato pirolenhoso passa por uma série de cuidados.

O principio básico passa por captar a fumaça emanada da combustão de biomassa com oxigênio controlado (pirólise), canalizá-la para um cano, de PVC de preferência, com um comprimento suficiente de modo a ocorrer a condensação do vapor contido na fumaça. Isso pode ser feito através de um funil na ponta da chaminé do forno e um cano com saída para o extrato que ira voltar pelo mesmo cano, a medida que ele se condensa. O Ácido Pirolenhoso deve ser produzido com o máximo de cuidado e seguindo rigorosamente as suas recomendações de produção, pois um Ácido mal feito poderá conter muito alcatrão. O Alcatrão é uma substância altamente tóxica, contém componentes cancerígenos. A presença de alcatrão no Liquido Pirolenhoso o torna inviável para a utilização na agricultura, as impurezas precisam ser eliminadas. Imediatamente após a extração, continua uma espécie de reação química entre os componentes. Desse modo o líquido deve ficar decantando durante um período mínimo de seis meses, assim as reações vão se estabilizar, e ao mesmo tempo o Liquido Pirolenhoso irá se separar dos outros componentes tóxicos e desnecessários.

O produto se separará em três camadas distintas. A primeira camada (10%) predomina óleos vegetais, a segunda camada que varia entre (60 e 75%) é de Ácido Pirolenhoso e na terceira camada predomina o alcatrão (20 a 30%). O Ácido Pirolenhoso é a fração aquosa do liquido condensado, de cor marrom, o alcatrão insolúvel apresenta coloração negra que é a fração inferior decantada e os óleos leves vegetais provém da camada superior do liquido decantado. A separação mais completa é obtida mediante a destilação do liquido condensado.

Utilização e benefícios

O Extrato Pirolenhoso pode ser utilizado para diversos fins na agricultura, como fertilizante orgânico, desinfetante de solo, nematicida e fungicida. Outros estudos mostraram os efeitos benéficos no desenvolvimento radicular e aumento no teor de brix (açúcar) nos frutos. Há indícios de que as características físicas e químicas, especialmente o conteúdo de substâncias com o potencial quelatizante do extrato pirolenhoso, poderiam potencializar a eficiência de produtos fitossanitários e a absorção de nutrientes em pulverizações foliares. Este produto em água, quando aplicado no solo, melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas, proporciona aumento da população de organismos benéficos, como actinomicetos e micorrizas, favorecendo, portanto, a absorção de nutrientes do solo pelo sistema radicular das plantas.

Utilização nas orquídeas

Alguns estudos estão em curso sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em orquídeas. No meu caso, comecei a usar depois que um amigo relatou suas experiências e o sucesso que está obtendo no cultivo com o Extrato. Para efeito de comparação científica, existem alguns artigos que já ilustram a utilização do Extrato Pirolenhoso nas orquídeas, como o artigo “Substratos e extrato pirolenhoso no cultivo de orquídeas brasileiras Cattleya intermedia (John Lindley) e Miltonia clowesii (John Lindley) (Orchidaceae)”, dos autores Jenniffer Aparecida Schnitzer, Ricardo Tadeu de Faria, Mauricio Ursi Ventura e Mauren Sorace. Quem quiser lê-lo é só clicar aqui.

Minha experiência

Não tenho muito tempo de utilização para colocar dados mais concretos sobre a utilização do Extrato Pirolenhoso em minhas plantas. Posso relatar que notei que as raízes voltaram a brotar com vigor, característica relatada por todos que utilizam, ou seja, que o Extrato Pirolenhoso também é um excelente enraizador. Pode ser até que eu não utilize mais o SuperThrive depois disso. As plantas também estão com menos pragas e mais viçosas, com uma aparência muito mais saudável. Enfim, vou passar os próximos meses analisando os resultados e irei mostrar para vocês assim que eu tiver algo mais conclusivo, já que estou avaliando em plantas de todos os portes, desde as maiores até as micros.

Raízes felizes com o Extrato Pirolenhoso

Tenho utilizado, conforme indicação, 0,5ml por litro de água na irrigação. Como instalei um sistema de irrigação automática, coloco toda semana 100ml no tambor de 200 litros que fornece água ao meu sistema de irrigação. Assim, há uma variação na diluição do produto ao longo da semana, mas não considero isto um problema. Minha irrigação no momento é diária, cerca de 2 minutos logo cedo pela manhã. Aliás, se quiser saber mais sobre meu sistema automático de irrigação, acesse o post que fiz sobre o tema clicando aqui!.

Referências

  • Ebah.com.br
  • revistagloborural.globo.com
  • periodicos.uem.br
  • www.usp.br
  • pt.wikipedia.org
  • www.biocarbo.com

Aspirina no cultivo de orquídeas

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Certo dia um amigo comentou que usava aspirinas no sistema de aspersão de seu orquidário, junto com o Extrato Pirolenhoso e fertilizantes. Achei estranho e me perguntei por que a aspirina estaria sendo utilizada no cultivo de orquídeas. Enfim, fui pesquisar um pouco sobre o fundo científico disto e as experiências de quem usa.

A aspirina nada mais é que o Ácido Acetil Salicílico (composto industrial), o mesmo princípio ativo dos comprimidos (por exemplo, AAS). Nas células vegetais, o equivalente dele são os salicilatos. A salicina (C13 H18 O7) utilizada nos comprimidos é também encontrada na casca do salgueiro. Os Índios Nativos de América do norte mastigavam talos de salgueiro para se livrar das dores de cabeça, e posteriormente os botânicos perceberam que alguns capins e outras plantas aquáticas que cresciam nas margens dos rios entre as raízes dos salgueiros cresciam melhor e amadureciam mais depressa devido à salicina.

Em 1757, Edmund Stone, um inglês natural de Oxfordshire, provou a casca do salgueiro e ficou surpreso com o seu intenso sabor amargo. Sua semelhança com o sabor da casca do “Peruvian” (Cinchona) – um remédio raro e muito caro utilizado para malária – chamou a atenção de Stone, levando-o à iniciar uma observação clínica cuidadosa, que durou seis anos e culminou com uma carta ao Honorável George Conde de Macclesfield, Presidente da “Royal Society”, relatando sua descoberta. Stone baseou-se na teoria de que muitas doenças naturais carregam com elas sua cura, ou que sua cura não está muito distante da sua causa.

O salgueiro, assim como as doenças febris, são abundantes nas regiões úmidas. Apesar de não saber, o que ele acabava de descobrir era que os salicilatos – termo geral para os derivados do acido salicílico – reduziam a febre e aliviavam as dores produzidas por uma variedade de doenças agudas que provocavam calafrios, como a malária. A casca do salgueiro (Salix alba) é adstringente porque contém grande quantidade de salicina, o glicosídeo do ácido salicílico.

Transformando a salicina em ácido salicílico temos a famosa aspirina. A literatura recente indica que a aspirina também é agente efetivo no tratamento de infecções fúngicas.

Em experimentos, notou-se que as flores de corte sobrevivem mais e melhor quando se acrescenta um pouco de aspirina na água do vaso. Uma explicação para isso seria a alteração da acidez da água para uma faixa de Ph que dificulta a proliferação de bactérias e fungos e também na redução do estresse da planta por causa do corte. Enquanto a tendência nas células afetadas é aumentar a produção de etileno que acelera o envelhecimento e morte dos tecidos (senescência na linguagem agronômica), a aspirina inibe a síntese dele. Nas orquídeas, a aplicação de doses corretas de aspirina deverá promover a redução dos seus efeitos e por isso as plantas tratadas sejam capazes de suportar melhor as condições adversas como o ataque de pragas ou variações bruscas de temperaturas, etc.

A revista da AOS (American Orchid Society) de outubro de 2001 traz um texto interessante de Dot Henley, sobre a utilização de aspirina em suas orquídeas. Eis o trecho que indica a experiência do autor, assim como dosagens e resultados:

…comecei a tratar nossa coleção de orquídeas com uma dose semanal de aspirina. Percebi que podia multiplicar a boa diluição de 1/10.000 acrescentando três quartos de aspirina por galão de água. Temos umas 2.000 orquídeas, então usei 15 aspirinas para os 20 galões do reservatório do aspersor. Na fase de crescimento acrescentei 6 colheres de sopa de fertilizante sólido e um jato de Whisky. No inverno usei 3 colheres de fertilizante sólido (desculpem as reiterações do professor, mas uma aspirina completa por galão vai brecar o crescimento, e também não se deve usar este sistema se a sua água tem teor ácido. Nossa água tem normalmente um pH de 9.0 e a aspirina abaixava o nível do pH para 8.6).
As orquídeas recebiam regas ou água de chuva normalmente durante a semana. Para fazer 12 galões de solução fertilizante, combine 9 aspirinas com 12 galões de água; para 4 galões acrescente 3 aspirinas em 4 galões de água; e para fazer somente 1 galão dilua 1 aspirina num copo de água, jogue fora 1/4 dele e então acrescente água para completar 1 galão.
Nossas plantas tiveram mais floração, maior crescimento e menos problemas de fungos desde que a aspirina se tornou parte de nosso trato cultural. A única mudança tem sido acrescentar aspirina uma vez por semana. Pode ser a redução do pH, ou quiçá a mágica que dilui o nosso sangue e para as dores e sofrimentos que também nos ajuda a cultivar melhores orquídeas.
A outra coisa que aprendi e que venho usando por vários anos provem de um projeto de ciências de um dos meus alunos. Não se aplicava a orquídeas, mas as seis ou mais variedades de plantas de jardim tratadas demonstraram que o maior aproveitamento metabólico acontece às 11 horas e era melhor aplicar o fertilizante (e o herbicida também) nesse horário.

Claro que é apenas uma experiência apenas. A aspirina em outros países tem dosagens diferentes. Aqui no Brasil, a mais comum é a de 500mg. Para equalizar o cálculo de quantidade, seria necessário usar em média meio comprimido para 4 litros de água.

Dos orquidófilos que conheço, apenas meu amigo Antonio Carlos Gonçalves, do Substrato Best Mix Orquídeas, tem usado constantemente, com a dosagem de 1 comprimido (500mg) para cada 10 litros de água. Segundo ele, os resultados são muito bons e, principalmente, visíveis.

Bom, eu estarei iniciando seu uso em meu orquidário, assim que as chuvas da capital paranaense derem um trégua. Acho que desde o meio de outubro meu sistema de aspersão está desligado, pois todos os dias tem chovido em Curitiba.

Assim que eu notar algum resultado, volto a postar sobre o assunto.

Referências

  • comocultivarnossasorquideas.blogspot.com.br
  • montanhascapixabas.com.br

Abraços!

Utilizando bokashi nas orquídeas

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Você quer adubar suas orquídeas mas ao mesmo tempo não quer usar tanta coisa industrializada e sim algo mais natural? Talvez o bokashi seja uma excelente opção para você!

Considerado um produto milagroso, o bokashi possui várias adeptos no Brasil, significa em japonês “farelos fermentados”. Feito com diversos tipos de farelos de cereais como arroz, trigo e soja, fermentados por micro-organismos benéficos que fornecem diversos tipos de micro e macronutrientes à planta. Além destes elementos básicos, cada orquidófilo pode acrescentar diversos ingredientes afim de encontrar o produto ideal sua cultura, sendo que cada composição procura fornecer à planta o que ela mais precisa.

Existem dois métodos de fabricação. No primeiro, aeróbio, os farelos misturados passam pelo processo de fermentação ao ar livre. Nesse caso há uma dispersão de nitrogênio muito grande, além do mau cheiro. Já no processo anaeróbio a mistura fica acondicionada em sacos plásticos resistentes que retêm o nitrogênio.

Como é um adubo de liberação lenta, o bokashi deve ser aplicado a cada quatro ou cinco meses. Como o principal elemento do bokashi é a presença dos micro-organismos, é importante evitar o uso de fungicidas e bactericidas, pois eles morrerão e o bokashi perderá seu efeito. Sua dosagem não precisa ser elevada e normalmente meia colher de sopa na borda do vaso é suficiente. Mais que isto pode amarelar as folhas e até matar a planta.

Vantagens

O bokashi tem muitas vantagens em relação ao adubo convencional. Entre elas:

  • Estimula o equilíbrio da biota: favorece a mesofauna e os microrganismos benéficos;
  • Suprime o desenvolvimento de doenças por causa da proteção extra dada pelos micro-organismos presentes. Eles são antagônicos a muitos outros micro-organismos causadores de doenças nas orquídeas, ou seja, os micro-organismos q estão presentes no bokashi inibem o desenvolvimento de fungos e bactérias. Doenças como a podridão negra e murcha dos bulbos geralmente não são encontradas em plantas adubadas com bokashi;
  • Contem nutrientes na forma orgânica: quelados orgânicos, aminoácidos, açucares e outras que não estejam disponibilizados na forma de sais solúveis;
  • Substancias estimulantes vegetais: enzimas, ácidos orgânicos, fito hormônios, etc;
  • Matérias primas seguras, livre de contaminantes, sem resíduos poluentes, metais pesados, microrganismos patogênicos, etc.

Desvantagens

Infelizmente, nem tudo é perfeito quando utilizamos o bokashi. Devemos ter alguns cuidados ao utilizá-lo:

  • Devido à sua composição e forma de utilização, a desvantagem do bokashi é o eventual aparecimento de lesmas. É necessário ficar atento aos sintomas, como brotos e folhas comidas;
  • O uso em excesso de bokashi poderá criar desequilíbrio químico e nutricional, liberando os aminoácidos na seiva das plantas e favorecendo o ataque de pragas e doenças;

Você pode comprar o bokashi pronto ou se aventurar tentando fabricá-lo em casa. Caso queira se aventurar na fabricação do bokashi, você verá que existem inúmeras receitas na Internet, muitas deles complicadas (medir pH, temperatura, revirar o material todos os dias…) e que geram muito material.

Reproduzo esta receita proveniente do site Mungo-Verde, pois é mais simples e produz menos quantidade bokashi, sendo mais fácil fazê-la em casa.

Receita: como fazer seu bokashi em casa

A receita abaixo é de uma variante do bokashi chamada Kenki Bokashi. Para fazer o bokashi em casa você irá precisar dos seguintes materiais:

Ingredientes e materiais necessários

  • 4,5 quilo de farelo de arroz (ou trigo, soja, ou ainda um mix destes);
  • 1 quilo de torta de mamona;
  • 0,6 quilo de farinha de osso;
  • 0,5 quilo de cinza de madeira;
  • 0,5 quilo de palha de arroz ou casca de café;
  • 1 litro de solução EM-4 (microrganismos eficazes) ativado (ativa-se com 900 mililitros de água de nascente ou de mina (ou extremamente limpa), 50 mililitros de EM-4 e 50 gramas de açúcar);
  • 1 balde de 10 litros com tampa ou um recipiente equivalente que possa ser bem tampado;
  • 1 saco plástico resistente (exemplo: saco de lixo preto de 30 litros).

Lembre-se que o produto utiliza micro-organismos vivos e por isto não é recomendada a utilização de água tratada com cloro na produção do bokashi e na irrigação de plantas que o recebem. Caso essa seja a única opção, deixe a água descansar em um recipiente por 24 horas ou use um anti cloro comercial (lojas de aquário tem).

Como fazer

  1. Misture bem os ingredientes secos (farelo, torta, farinha, cinza e palha);
  2. Acrescente a solução de EM-4 aos ingredientes de modo homogêneo para que a umidade em toda mistura seja uniforme. Isto é essencial para que haja uma boa fermentação. Este preparado deve ter um teor de umidade que, ao formar um bolinho da mistura na mão e aperta-lo entre os dedos, sua consistência se mantenha mesmo depois de aberta a mão;
  3.  Coloque um saco plástico sem nenhum furo dentro do balde de 10 litros;
  4. Despeje a mistura preparada dentro do balde forrado e compacte o mais que puder;
  5. A umidade geralmente se acumula na superfície da embalagem, prejudicando também o processo de fermentação. Para evitar esse problema, preencha o espaço entre o saco plástico e a boca do balde com uma camada de 3 cm de farelo de arroz seco bem compactado;
  6.  Feche o saco plástico de modo que não entre ar na mistura e tampe o balde;
  7. ATENÇÃO: São nesses dois passos acima (4 e 5) que mora o segredo deste bokashi (Kenki Bokashi): a temperatura da fermentação anaeróbica não ira passar dos 50ºC. Para que ela ocorra perfeitamente não deve sobrar nenhum espaço com ar dentro do saco/balde. Qualquer abertura que possibilite a entrada de ar resultará em má fermentação da mistura e elevação da temperatura que poderá passar dos 50ºC prejudicando a qualidade do produto final que desejamos;
  8. Acondicione o balde em um local fresco e seco por um período de 15 a 20 dias;
  9. Após esse prazo, abra o balde e o saco plástico, retire a camada de farelo acrescentado no passo 5 e se exalar um cheiro agridoce agradável de fermentação láctica, a fermentação ocorreu com sucesso e o produto pode ser usado imediatamente. Se porventura o cheiro for fétido e nada agradável, provavelmente você não compactou direito a mistura ou deixou entrar ar durante a fermentação. Nesse caso a mistura deve ser descartada. Se houver também bolores brancos sobre a mistura, tudo bem. Se os bolores forem verdes ou pretos, descarte a mistura;
  10. O preparado deve ser usado o mais breve possível, ou espalhado sobre uma superfície protegida e deixá-lo secar a sombra, para que não entre em processo de fermentação aeróbica com elevação de temperatura. Durante a secagem do kenki bokashi haverá a multiplicação de fungos filamentosos, o que o deixa bem parecido com o seu irmão bokashi de fermentação aeróbica.

Utilizando o bokashi

Nos vasos de orquídeas, colocar 1 colher de café rasa por mês, em uma das bordas do vaso, longe da planta. Esta aplicação é mensal, e no próximo mês coloque-o na borda oposta, no mês seguinte comece a fazer uma cruz e assim por diante até o limite de 4 colheres para vasos pequenos, 6 para médios e 8 para grandes. Não use bokashi enquanto a planta estiver florida.

EM-4 ou microrganismos eficazes

EM (EM-4 ou EM-5) ou microrganismos eficazes são um conjunto de micro-organismos que vivem no solo naturalmente fértil. Nele coexistem mais de 10 gêneros e 80 espécies de micro-organismos chamados de eficazes pois agem no solo, fazendo com que a sua capacidade natural tenha plena ação.

Como fazer

Para fazer o EM-4 basta cozinhar uns 3 a 4 copos americanos de arroz sem óleo ou temperos até que ele fique parecendo uma papa. Coloque essa papa em uma mata sob as folhas caídas no chão (se quiser enterrar um pouco será melhor) e deixe lá por 1 semana. Colete o arroz e retire os bolores ou fungos de coloração preta e cinza, deixando somente os coloridos e de cor clara. Agora basta misturar com uns 5 litros de água (sem cloro), um pouco de farelo de arroz e 1 litro de caldo de cana e você já tem seu EM-4. Opcionalmente você pode misturar um potinho de Yakult para complementar os lactobacilos do EM-4. Guarde essa mistura à sombra em um local fresco e ventilado.

Referências

  • korin.com.br
  • aorquidea.com.br
  • paisagismobrasil.com.br
  • facavocemesmo.net
  • mungoverde.blogspot.com.br

Abraços!

Devo cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

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Esta é sempre uma dúvida que aparece por aqui, principalmente quando posto muitas fotos de flores: é necessário cortar a haste floral quando a flor da orquídea acaba?

A resposta é simples: depende.

Phalaenopsis

De todas as orquídeas mais comuns disponíveis no mercado regular e não em coleções, apenas algumas Phalaenopsis irão florescer novamente a partir de sua antiga haste. Isto pode acontecer desde que você tenha um pouco de cuidado com a Phalaenopsis, ou seja, quando a última flor desbotar, você deve deixar o caule intacto. Entretanto, a haste mais antiga fica muito deselegante e as flores que vierem provavelmente ficarão menores.

Algumas pessoas acreditam que é melhor cortar o caule inteiramente na base de onde sai das folhas. Assim, ele florescerá novamente dentro de alguns meses. Você também pode cortar o caule deixando dois nós (aquelas pequenas linhas marrons no caule abaixo de onde as flores estavam) nele. Um desses nós brotará e produzirá flores dentro de oito a doze semanas. As plantas mais jovens ou mais fracas podem não brotar e alguns Phalaenopsis são geneticamente incapazes de ressurgir da espiga antiga, geralmente aqueles que florescem com pontas ramificadas.

Enfim, vale a pena tentar. Tenho poucos Phalaenopsis em casa, mas já aconteceu de novas floradas saírem de hastes antigas.

Outras espécies

Agora, se você tem orquídeas mais complexas ou raras, é bom ler a respeito de cada espécie para entender seu comportamento. Pode acontecer de termos novas floradas em hastes antigas em outras espécies sim, mas não são todas. Eu tenho algumas aqui em que isto acontece: Dracula, Masdevallia e Pleurothallis. Nestes casos, normalmente isto acontece nas minhas que vieram da região do Equador. Dois bons exemplos são as orquídeas abaixo:

Masdevallia princeps – várias flores por haste, em momentos diferentes
Dracula cordobae – novamente, várias hastes por haste, sempre depois que a flor acaba outra vem em seguida.

Por fim, é sempre bom lembrar: orquídeas, assim como os animais, são suscetíveis a vírus. Por isso, ao que cortar um pedaço de uma orquídea, sempre use uma ferramenta estéril afim de evitar a propagação de vírus. Você poderá esterilizá-la com fogo ou qualquer outro produto para este fim.

Abraços

Calda de tiririca – enraizador natural para orquídeas

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Este artigo retrata uma curiosidade que alguns orquidófilos utilizam para reprodução de orquídeas, principalmente por estaqueamento, ou seja, o que é feito com orquídeas terrestres. É importante salientar que deve-se ter muito cuidado ao utilizar este método pois, dependendo da concentração, o efeito é contrário e prejudicial. Entretanto, como meu objetivo é informar e discutir ideias, não poderia deixar de escrever sobre algo que está rolando há algum tempo na Internet e alguns orquidófilos utilizam com muito sucesso.

A planta

A Cyperus rotundus, também conhecida como tiririca ou junça, é uma planta pequena, de rápido desenvolvimento, pertencente à família Cyperaceae e ao gênero Cyperus. Produz pequenos tubérculos de alto poder regenerativo (um único tubérculo cortado pode dar origem a várias plantas) ricos em fitormônios. Essa alta quantidade de fitormônios faz com que a planta seja usada para a produção e enraizamento de outras plantas, principalmente por estaqueamento.

Infelizmente, é uma erva daninha de difícil controle e, consequentemente, um saco de controlar quando há uma infestação.

Bom, pelo menos agora você pode tirar proveito disso, dependendo do caso.

Curiosidades

Proveniente da Índia, é considerada uma das espécies vegetais de maior distribuição no mundo. Está presente em todos os países de clima tropical e subtropical e em muitos de clima temperado. No Hemisfério Norte ocorre a partir do sul dos Estados Unidos e da Europa, aumentando sua presença em direção aos trópicos.

Aqui no Brasil, como a maioria de vocês deve ter notado, ocorre praticamente em toda a extensão territorial.

A grande sacada da tiririca é sua enorme capacidade de multiplicação, podendo formar até 40 toneladas de matéria vegetal por hectare. Ou seja, uma praga. Para isso, extrai o equivalente a 815 kg de sulfato de amônio, 320 kg de cloreto de potássio e 200 kg de superfosfato por hectare, calculados para 30 toneladas de massa vegetal.

Ácido Indol Acético (AIA)

Este é o cara central em toda a questão de utilizar ou não utilizar a calda em qualquer orquídea. Uns dizem que não há problema, outros dizem que temos que ter cuidado com a concentração ao AIA, pois pode queimar raízes e até matar a planta.

O AIA age como um fitorregulador. Fitorreguladores são substâncias utilizadas para interferir no metabolismo (anabolismo e catabolismo) dos vegetais. Os mais conhecidos são hormônios, tanto nas formas naturais (como o AIA) quanto sintéticas. Eles são utilizados para induzir o crescimento de partes ou o todo da planta.

Uso

Quando aplicado diretamente no rizoma, é absorvido e desencadeia processos de formação de calos, que são precursores na formação de raízes. É importante salientar novamente que doses excessivas podem acarretar em inibição da formação de raízes. O ideal é utilizar apenas no (re)plantio de suas orquídeas, ou seja, uma vez só, para dar aquele empurrão que a planta precisa.

Plantas bem adubadas e com substratos arejados não terão problemas de falta de raízes, então não se justifica a aplicação de estimulantes radiculares.

Receita

Existem algumas receitas por aí que usam uma quantidade bem grande de titirica para fazer a calda (do tipo 1 quilo de batatas para 1 litro de água). Como sei que não é fácil conseguir tanto material assim e a alta concentração pode ser prejudicial a planta, vamos fazer uma receita mais básica:

  1. Colha toda tiririca que conseguir (ou junte apenas uma porção generosa, se você tem bastante disponível);
  2. Lave bem e retire toda a terra, deixando apenas a planta;
  3. Junte as folhas e batatinhas no liquidificador e cubra todo material com água;
  4. Bata bem.

Esta calda poderá ser guardada em recipiente escuro, não transparente, pois o ácido indol-acético perde a sua propriedade se for exposto a luz, por até 20 dias.

Como utilizar

Você poderá banhar suas plantas com a calda. Alguns deixam por alguns minutos de molho na calda, outros apenas pulverizam. Fica ao seu critério. É possível, após alguns dias, repetir o processo.

Referências

  • greenme.com.br
  • bonsai.andretoledo.com.br
  • eventosufrpe.com.br
  • aprendendocomasorquideas.blogspot.com.br
  • comofazermudas.com.br
  • arbbis.com
  • mvlocatelli.blogspot.com.br

Abraços!

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