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Camuflagem e as orquídeas – Bifrenaria aureofulva

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Fotografei há pouco minha Bifrenaria aureofulva e, ao “revelar” as fotos, notei uma coisa muito interessante: camuflagem!

Olhe atentamente a imagem. Se for necessário, clique na mesma que ela abrirá em um tamanho maior.

Bifrenaria aureofulva

Você, amigo deste blog, consegue achar o pulgão nesta flor?

E se eu disser que há vários ali?

A Mãe Natureza é fantástica, não?

Abraços!

A história das orquídeas

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Este artigo é um compilado de vários textos, contando um pouco da história e dos encantos das orquídeas.

A palavra orquídea tem origem no vocábulo grego “orkhis“, que significa testículo. Tal palavra parece referir-se à Orchis morio, uma orquídea que ainda pode ser vista naquela região. O nome da família, Orchidaceae, foi assim estabelecido pelo fato das primeiras espécies conhecidas possuírem duas pequenas túberas (espécie de calo) gêmeas, que na visão dos povos que as descobriram sugeriam os testículos humanos. Essa família é a maior e mais diversificada de todo o universo das plantas florais, com mais de 25 mil espécies observadas até agora. A cada ano, cerca de 300 novas espécies são acrescentadas à esta lista, e alguns cientistas estimam que mais de cinco mil novas orquídeas ainda não foram descobertas. Mais de 100 mil orquídeas híbridas já foram cultivadas por especialistas em floricultura.

Supõe-se que a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente, sobretudo no Japão e na China, há cerca de 4000 anos, e tem fascinado os homens desde então. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições. E, por muito tempo, a ciência acreditava que todos os seus segredos haviam sido revelados.

Entretanto, novas descobertas sugerem que as orquídeas surgiram quando os dinossauros ainda percorriam a superfície do planeta, ou seja, muito antes do que se acreditava. Uma investigação na República Dominicana revelou, perfeitamente preservados, no interior de uma pedra de âmbar (parece coisa do filme Jurassic Park), grãos do pólen de uma orquídea grudados nas asas de uma abelha datada de 20 milhões de anos. Até então, os botânicos especializados em história das plantas eram obrigados a basear os seus cálculos em alguns poucos exemplares fossilizados na tentativa de detectar a origem dessas plantas, mas esta descoberta indicou que as orquídeas surgiram em tempos muito remotos. Mais alguns vestígios fósseis foram encontrados, datando do período entre o Jurássico, da era Mesozoica (de 195 a 136 milhões de anos), e o período Cenozoico (64 milhões de anos).

Sua relação com a humanidade iniciou, obviamente, muito depois. A relação homem orquídea teve início, provavelmente, na costa do Mar Mediterrâneo, onde Orchis e Ophrys são nativas ou, então, na China, com o Homem de Pequim.

Há cerca de 4 mil anos, a palavra “lan“, que significa orquídea em chinês, foi citada pelo imperador chinês Sheng Nung, ao dar alguns conselhos sobre o uso do Dendobrium com finalidade medicinal. Não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas medicinais. O célebre filósofo Confúcio (551 a 479 a.C.) também faz algumas referências às orquídeas em poemas, principalmente ao seu perfume. Confúcio cultivava orquídeas em casa e disse certa vez que “ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas”.

O primeiro registro no ocidente encontra-se no Enquiry Into Plants (Pesquisa sobre Plantas), pelo filósofo e naturalista grego escrito por Teofrasto, discípulo de Aristóteles, cerca de 300 a.C. Teofrasto é considerado o pai da Botânica. Teofrasto usa a palavra “orchis” para denominar certas espécies. “Orkhis” é a palavra grega para testículos e, apesar dele ter sido o primeiro a mencioná-las, possivelmente não foi o primeiro a observar a semelhança entre as raízes de certas orquídeas terrestres, que vegetam sobretudo nas zonas temperadas da Europa, e os testículos. Ainda hoje, estas espécies são conhecidas pelo mesmo nome: Orchis maculata, simia, mascula, spectabilis e dele derivou o nome de toda família: “Orchidaceae”. Naquela época, as pessoas acreditavam que esses “tubérculos” existentes nas orquídeas locais tinham poderes afrodisíacos e então os usavam na alimentação.

Após a obra de Teofrasto, apareceu uma obra intitulada “De Matéria Médica”, escrita entre 50 e 70 d.C., onde o autor, um médico grego de nome Pedanius Dioscorides e que serviu como cirurgião do exército romano, reuniu informações sobre 500 plantas ditas medicinais, entre as quais se incluíram duas “orchis” – orquídeas. Dioscorides era especializado em botânica medicinal, e usava as orquídeas no tratamento de problemas sexuais. Esta obra foi um referencial da área até a Idade Média.

No século III, um manuscrito chinês de botânica menciona duas espécies que hoje são conhecidas como Cymbidium ensifolium e Dendrobium moniliforme. Desde então, a palavra chinesa para orquídea “lan” já aparece no herbário chinês. Em outros livros chineses, datados de 290 a 370 de nossa era, há referências diretas às orquídeas. Apesar das inúmeras citações também feitas aos gêneros Vanda e Dendrobium, o Cymbidium foi sempre o mais citado dos três. Mais tarde, durante a Dinastia Sung (960 à 1279), apareceram alguns trabalhos dissertando sobre as orquidáceas, abrangendo os mais diversos aspectos dessas plantas.

Antes dos espanhóis conquistarem o México, a fruta de “Tlilxochitl”, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as “Coatzontecomaxochitl”, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola. Antigas inscrições astecas falam de como a fava da Vanilla era usada pelos seus ancestrais para perfumar a bebida feita a partir do cacau. Os Maias também a utilizavam, e as chamavam de “sisbic”.

Os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução da utilização da fava de Vanilla – baunilha – na Europa. Em 1552, no “Manuscrito de Badianus”, pela primeira vez na literatura do Ocidente foi mencionada uma orquídea originária do novo mundo, a Vanilla. Este primeiro estudo sobre a flora da América do Sul. informava que ela era usada como especiaria, como perfume e sob a forma de poção, indicada para se ter uma boa saúde.

A descoberta de novos mundos, durante a Grande Era da Navegação, levou outros gêneros de orquídeas, principalmente epífitas até então desconhecidas, a fazer parte do universo europeu, que só conhecia as “orchis” terrestres. A primeira a alcançar a Europa foi a Bletia verecunda, oriunda das Bahamas, em 1731. Esta floresceu em 1732, na Inglaterra. Tratava-se de uma orquídea nativa, descoberta nas Índias Ocidentais. Outros indicam como sendo a Brassavola nodosa, no século XVII, na Holanda. No século XVIII, foram introduzidas na Europa várias espécies trazidas da China e das Antilhas e em 1794, 17 espécies estrangeiras já eram cultivadas no Jardim Botânico Real de Kew, na Inglaterra.

Em 1735, o famoso botânico sueco Lineu (Linnaeus, ou Carl von Liné), no seu trabalho “Species Plantarum”, começou a estabelecer a primeira classificação das plantas usando um nome genérico seguido de um nome específico, empregando então pela primeira vez a palavra Orchis para designar um gênero de orquídeas, e citando 62 espécies diferentes nesse seu trabalho. Mais tarde Jussieu usou esse nome para designar toda a família Orchidaceae.

Em 1805, Robert Brown descobriu que as orquídeas tropicais eram epífitas, mas a crença de que elas seriam parasitas persistiu por muito tempo e ainda hoje muitas pessoas continuam acreditando nisto. Só a partir de 1818, o cultivo da orquídea começou a ser realmente difundido na Europa, quando William Cattley conseguiu fazer florir uma Cattleya labiata cujos bulbos chegaram até ele entre as folhagens que foram usadas para embalar um carregamento de plantas vindas do Brasil. A planta, batizada em homenagem ao botânico que a descobriu, foi o ponto de partida para uma verdadeira mania de caça a espécies ainda mais exóticas. Missões eram enviadas aos trópicos para buscarem orquídeas para um público ávido de consumí-las. Muitos habitats foram destruídos para que o preço delas não baixassem e para que a espécie colhida ficasse cada vez mais rara. Muitas orquídeas morriam no transporte pois não se fazia a menor de idéia de como elas deveriam ser transportadas nem como deveriam ser cultivadas. No mesmo século, alguns cultivadores passaram a se interessar em obter informações dos viajantes coletores de plantas sobre o habitat das orquídeas para, a partir daí, começarem a desenvolver uma técnica de cultivo mais adequada às espécies epífitas. Joseph Paxton, jardineiro de 7º Duc de Devonshire, estimulado por John Lindley e baseado nestas informações melhorou as condições de ventilação, rega e umidade. Em 1830, ele foi o primeiro a utilizar estufas separadas para espécies de climas diferentes.

Em 1830, John Lindley, botânico e taxonomista, fez a primeira classificação das orquídeas. Ele escreveu diversos livros sobre plantas mas foram seus trabalhos sobre orquídeas que mais lhe renderam fama, sobretudo “O gênero e espécies das plantas orquidáceas”. Ele deixou um livro inacabado mas que é ainda assim considerado um clássico da botânica, “Folia Orchidacea”. Além disto, ele é o responsável pelo estabelecimento de mais de 350 orquídeas brasileiras, ou seja, mais que 10% de todas as nossas espécies conhecidas até os dias de hoje. Darwin, em 1862, publicou “The Various Contrivances by which Orchids are fertilized by Insects”. Foi a primeira contribuição essencial para o conhecimento e compreensão das estratégias empregadas na propagação das espécies. A partir deste momento, cientistas, botânicos, jardineiros e coletores de plantas seus nomes ligados a estas plantas, como por exemplo:

  • John Lindley (Gênero: Lindleyella, Neolindleyella, Espécies: Barkeria lindleyana, Cattleyopsis lindleyana, Maxillaria lindleyana, Epindendrum Lindleyanum, Odontoglossum lindleyanum, Sobralia lindleyanum, Bulbophyllum lindleyanum);
  • Loddiges (Catlleya loddigesii);
  • Skninner (Cattleya skinneri);
  • Gould (Laelia gouldiana);
  • Sander (Vanda sanderiana, Paphiopedilum sanderiana).

Através dos anos, muitas pessoas eruditas participaram da classificação e da denominação do crescente número de orquídeas trazidas; de regiões tropicais, deixando-nos um legado de realizações substanciais. O cultivo de novas variedades teve início na última metade do século XIX, proporcionando um rápido avanço e produzindo uma infinidade de tipos. O critério de registro da Royal Hortícultural Society tem-se mantido até a presente data, conservando um padrão inigualável no mundo da floricultura.

Talvez pelo fato das plantas ocuparem um lugar importante no estilo de vida inglês e ser a Inglaterra, por esta razão, um país cheio de jardins, foi lá que se deu o grande interesse por estas belíssimas e até então desconhecidas orquídeas. Durante este século, a Inglaterra permaneceu como sendo o principal país importador, seguida da Holanda e da Bélgica.

No século XIX, tomou-se mais fácil importar orquídeas dos trópicos, e o progresso na fabricação de vidros facilitou a construção de estufas. As pessoas de alto poder aquisitivo e a aristocracia sentiram-se motivadas a cultivá-las, a ponto de competir na coleta de espécimes raros e bonitos. Embora aristocratas e eruditos tenham organizado expedições por regiões tropicais ainda inexploradas à procura das flores, a maior contribuição veio de coletores contratados por negociantes de orquídeas. Essas pessoas solitárias trabalhavam meses ou anos, arriscando suas vidas. Embora as recompensas fossem substanciais, caso encontrassem espécimes raros, muitos deles se deparavam com um trágico destino, após uma longa e solitária viagem. A Skinner (Skinneri) é uma das muitas plantas cujos nomes foram mantidos através dos séculos para homenagear coletores de orquídeas. Ainda no mesmo século, o checo Benedict Roezl deu a volta ao mundo para coletar mais de 800 espécies de orquídeas. Hoje, cerca de 40 plantas trazem o seu nome. Mais ou menos na mesma época, o botânico inglês John Day devotou toda a sua vida às plantas, criando uma série de mais de 50 álbuns contendo cerca de três mil belíssimos e bem detalhados desenhos e aquarelas.

Em 1906, foi publicado o volume III da “Flora Brasiliensis”, a primeira grande obra dedicada exclusivamente às orquídeas brasileiras e inclui descrição das plantas e apresentação de desenhos. A coleção de 40 volumes foi iniciada por Von Martius, e diversos cientistas trabalharam em sua conclusão. Coube a Cogniaux completar o estudo sobre as orquídeas, que contou com a colaboração de Barbosa Rodrigues, que cedeu seus desenhos e aquarelas. Barbosa Rodrigues (1842-1909), além de ter sido um importante botânico e respeitabilíssimo diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, deixou um legado muitas obras científicas nos mais diferentes campos (arqueologia, entomologia, zoologia, botânica e história) e também aquarelas e desenhos onde ele aliava o rigor científico a um agudo senso artístico. Os originais de suas aquarelas, recuperados pela Universidade da Basiléia, Suíça, foram publicados em 2 volumes – “Iconographie des Orchidées du Brésil” – depois de 6 anos de pesquisas, de trabalho e de longas negociações diplomáticas. São 380 aquarelas documentando 700 espécies de orquídeas e que ficaram praticamente inéditas durante 100 anos.

Em 1921, foi fundada nos Estados Unidos uma sociedade orquidófila chamada American Orchid Society (AOS), que passou a congregar a orquidofilia americana. Com o decorrer dos anos, ela se estendeu e passou a ter força mundial. Hoje temos espalhados pelo mundo uma infinidade de sociedades orquidófilas, que de certa forma se reportam a centralização da AOS. Houve então, um grande incremento no cultivo de híbridos, principalmente com a descoberta da cultura assimbiótica, por Knudson, em 1922, que foi divulgada no Congresso Internacional de Ciências Botânicas, reunido em Ithaca, em 1926, sob o título “Physiological investigations on Orchid seed germination”.

Hoje, as espécies estão voltando a ter o seu lugar nas coleções de orquídeas. Os híbridos são mais explorados pelos estabelecimentos comerciais, para corte de flores e aluguel de plantas. O mercado amador sofreu uma profunda mudança, porque, grande parte dos orquidófilos já produzem suas próprias plantas.

A evolução da propagação

Até o fim do século XIX, a germinação das sementes das orquídeas era um mistério. Em 1899, um biólogo francês, de nome Noël Bernard, examinando umas plântulas no microscópio, percebeu, com surpresa, a presença de filamentos envolvendo suas raízes: um fungo, identificado mais tarde, como Rhizoctonia. A partir de suas observações publicou-se diversos estudos descrevendo a natureza e o papel desempenhado pela associação orquídea-fungo na germinação das sementes. Seu trabalho, resultado de 10 anos de pesquisa, foi publicado em 1909 e explicava a associação entre as orquídeas e o fungo (micorriza). Foi um grande revolução na cultura das orquídeas e seu trabalho abriu caminhos para novos estudos.

O alemão Hans Burgell prosseguiu com os estudos e elaborou um outro método também utilizando a cultura de fungo para fazer germinar as sementes. Mas em 1922, a fórmula de Lewis Knudson (cientista americano) suplantou todas as outras. Utilizando uma gelatina estéril contendo sais minerais e açúcares, podia-se reproduzir em laboratório os mesmos efeitos do tal fungo, possibilitando a germinação. Outras soluções foram desenvolvidas, algumas bastantes eficazes mas a maior parte é baseada no método de Knudson.

Com a Primeira Guerra Mundial, devido à carência de combustível para manter as estufas, muitas coleções foram perdidas. Nas Américas, inclusive nos Estados Unidos, onde não ocorreu esta carência, o interesse pela orquídea foi despertado e diversos viveiros foram criados em todos os continentes sobretudo nas áreas tropicais. Houve grande progresso na hibridização de orquídeas que passaram a ser cultivadas em maior escala.

Em 1960, Professor George Morel, outro botânico francês, descobriu uma maneira de obter centenas de espécies idênticas a partir de uma só planta mãe, através da cultura meristêmica, sem haver necessidade de recorrer à germinação da semente. Trata-se de um método difícil que necessita de muitos equipamentos e só pode ser executado em laboratório. Obtêm-se mudas a partir da cultura do meristema ou mesmo de uma ponta da folha. Meristema é um tecido vegetal cujas células se multiplicam de forma rápida e intensa, é uma bolinha de aproximadamente 1 milímetro de diâmetro, localizada no interior da gema.

Referências

  • wikipedia.org
  • delfinadearaujo.com
  • orquidario.org
  • revistaplaneta.com.br
  • damianus.bmd.br

Abraços!

Pragas e doenças: prevenção e cuidados gerais

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Infelizmente, todas as espécies vegetais são acometidas por um determinado número de pragas e patógenos. O grupo das orquídeas não é uma exceção à esta regra e, embora sejam plantas resistentes a muitas doenças que acabam com outros cultivares, são necessários cuidados para que não sofram consequências danosas.

Cerca de 130 doenças conhecidas afetam, em maior ou menor grau, as orquídeas. Estas doenças podem ser ocasionadas por fungos, bactérias ou vírus. Dada a complexidade do cultivo, é possível afirmar que não há coleção que não apresente um determinado número de plantas atacadas por doenças.

O maior problema das coleções de orquídeas são as infestações por fungos. Porém, também são eles os patógenos com mais chance de serem combatidos. Já a infecção viral, uma vez instalada, nada mais poderá ser feito para debelá-la. A única solução é a prevenção.

Considerando que a convivência com estas doenças é inevitável, é essencial conhecê-las e mantê-las sob controle, evitando assim o estresse com tratamentos mais agudos e perdas significativas.

Cuidados gerais

Em grande parte das vezes as doenças são associadas a estresses por fatores abióticos tais como variações bruscas de temperatura, exposição ao sol em demasia, excesso de umidade, excesso de nutrientes e salinidade do substrato pela administração excessiva de adubos. É muito importante o cuidado com as regas, a adubação e até mesmo aplicação de medicamentos em horários do dia em que a temperatura está alta ou que raios solares estejam incidindo sobre as folhas, afim de evitar queimaduras, possíveis portas de entrada para o patógeno. Lembre-se que uma simples gota de água sobre uma folha poderá se transformar em uma lente que potenciará os raios solares e poderão queimar a folha rapidamente.

É importantíssimo ter uma rotina bem definida para a aplicação de adubos. Lembre-se que as orquídeas não recebem esta quantidade elevada de nutrientes na natureza. Uma das consequências do exagero na aplicação de adubos é a salinização do substrato, podendo causar a interrupção do desenvolvimento das raízes e, consequentemente, da planta. Alguns defendem que uma adubação mensal é mais que suficiente e uma periodicidade maior causaria estresse à planta. Eu sou meio suspeito para dizer algo sobre isto, pois minhas adubações são semanais, porém em doses homeopáticas. Vai de cada um, acredito eu.

Outro problema, não menos importante, é o fator rega. Irrigação excessiva pode ser um fator de estresse para a planta. Se a drenagem for insuficiente, o acúmulo de água será fatal.

Prevenção

Eis algumas dicas que, embora simples, podem contribuir para evitar o aparecimento de doenças:

  • Manter telados, estufas e piso completamente limpos, tanto em relação ao meio ambiente, quanto às plantas;
  • Evitar ter nesses locais outras plantas ornamentais de pequeno ou médio porte, árvores ou arbustos. Eles são hospedeiros e futuros vetores para a transmissão de doenças e pragas;
  • Muito importante: mantenha o entorno do orquidário limpo. Cuide com orifícios, desníveis no solo, acúmulo de lixo, buracos na parede, pilhas de vasos velhos, xaxim usado, tudo que servir de abrigo para insetos e como depósitos de esporos de fungos;
  • Limpar as bancadas com escovas, água e sabão, fazendo uma lavagem geral. Em seguida, pinte com pasta fungicida. Há algumas receitas para isto, como por exemplo: 1 quilo de fungicida, 1 quilo de cal virgem queimado, meio quilo de inseticida em pó molhável a 50% para 10 litros de água. Outra forma de limpar a bancada é usando hipoclorito de cálcio, numa solução aquosa a 10%. Também há outros produtos à base de cloro, estes encontrados facilmente no mercado, que podem ser utilizados para a desinfecção das bancadas;
  • Cultive espécies ou híbridos adequados ao clima predominante de sua região, proporcionando às orquídeas melhores condições possíveis em termos de cultivo (luz, água, adubação, umidade relativa, ventilação e substrato). Isto evita que as plantas fiquem estressadas por terem condições vegetativas insatisfatórias, que são um convite ao ataque, tanto de pragas como doenças;
  • Procure adquirir plantas isentas de doenças aparentes e em bom estado de cultivo. Cuidado com aqueles presentes de um ou dois bulbos traseiros;
  • Mantenha as plantas recém adquiridas afastadas do restante da coleção, por algum tempo (por exemplo, 6 semanas), até ter certeza que não portam doenças ou pragas. Faça pelo menos um tratamento contra doenças nestas plantas durante este período;
  • Faça uma inspeção detalhada de suas plantas, no mínimo uma vez por mês;
  • Se surgirem problemas nestas inspeções, aja rápido, para evitar que o problema assuma proporções epidêmicas no orquidário, após o que, o combate se torna caro e incerto;
  • A adequada ventilação do ambiente é ponto crucial no controle da maioria das doenças causadas por fungos e bactérias, que, em sua maioria, são transmitida pela água parada nas folhas e no substrato;
  • Utilize fungicidas e bactericidas quando necessário. Nunca aplique fungicidas sistêmicos de forma preventiva. Sempre alterne entre produtos, de modo a evitar o surgimento de resistência.

Referências

  • aoc.org.br
  • orquidario.org
  • aorquidea.com.br
  • orkideas.com.br

Abraços!

Pragas e doenças – cochonilhas

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Aí você está olhando sua bela coleção de orquídeas e nota umas bolinhas brancas nos caules, próximos às folhas: são cochonilhas. Se você não agir rapidamente, as folhas de sua orquídea começam a apresentar manchas e ela perde totalmente o vigor, podendo até morrer.

Uma das pragas mais prejudiciais às plantas ornamentais, cochonilha refere-se tanto ao corante cor carmim utilizado em tintas, cosméticos e como aditivo alimentar, quanto ao pequeno inseto (Dactylopius coccus) de onde ele é extraído.

Parentes próximos das cigarras e dos pulgões, as cochonilhas apresentam formas muito variadas, o que dificulta a sua identificação. Medindo não mais que 35 milímetros, sua coloração pode ser branca, marrom, avermelhada, verde ou enegrecida. Algumas espécies possuem corpo mole e se depositam sobre as plantas como se fosse algodão, enquanto outras têm uma carapaça dura. Sempre em conjunto, os insetos normalmente se instalam nas axilas das folhas (ponto onde a folha encontra o caule), sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo em frutos e raízes.

Esses insetos sugadores de seiva podem fazer grandes estragos pois secretam uma espécie de cera que facilita o ataque de fungos – como o fungo fuliginoso -, diminuem a capacidade fotossintética da planta e, de quebra, atraem formigas doceiras. Além disto, roubam nutrientes da planta.

Cochonilhas

Orquídeas submetidas a condições ambientais ou de nutrição impróprias são suscetíveis ao ataque de cochonilhas. Por isto, a manutenção da planta em condições saudáveis é extremamente importante. Vários fatores contribuem para o aparecimento de cochonilhas. Entre eles, destacam-se: solo ou substrato inadequados, quantidade insuficiente de luz, falta de água, déficit de nutrientes ou adubação em excesso.

A eliminação de seus predadores naturais também contribui para seu aparecimento. Seus predadores mais conhecidos são os percevejos, joaninhas, moscas e alguns fungos.

Combate

Se a infestação não for muito grande, faça uma escovação com escova macia, de preferência embebida em um pouco de inseticida. Depois é só manter o o controle dessas pragas, aplicando quinzenalmente um inseticida diluível em água com algumas gotas de detergente líquido.

Caso uma simples limpeza do local afetado não funcione, e/ou você não queira utilizar inseticidas comerciais de baixa toxicidade, você poderá pulverizar a orquídea atacada com emulsões de sabão de coco ou detergente neutro e, em seguida, pulverizar óleo mineral emulsionável. O óleo mata os animais por asfixia ao formar uma película sobre eles que impede a respiração. Para maior proteção das plantas, é importante que a pulverização seja feita sempre no final da tarde quando há menor incidência de sol.

Cochonilhas

Outra forma natural de combater as cochonilhas é a utilização de caldas caseiras, como a calda de fumo ou a calda de santa maria.

Receitas caseiras, como fazer

Calda de fumo

Ingredientes:

  • 100 gramas de fumo de corda;
  • 1/2 litro de álcool;
  • 1/2 litros de água;
  • 100 gramas de sabão em pedra neutro.

Preparo

Misture 100 gramas do fumo cortado em pedacinhos em 1/2 litro de álcool. Acrescente 1/2 litro de água e deixe a mistura curtir por aproximadamente 15 dias. Após este período, corte o sabão em pedaços pequenos e dissolva-o em 10 litros de água. Misture o sabão à calda de fumo curtida. Em áreas com ataques muito intensos, pulverize a mistura diretamente sobre as plantas. Caso a infestação ainda seja pequena, dilua o preparo em até 20 litros de água limpa antes da pulverização. As aplicações devem ser feitas em períodos de sol ameno. Uma dose tende a resolver o problema, caso os bichinhos não desapareçam, porém, vale borrifar as plantas atacadas uma vez por semana, até que a infestação acabe.

Calda de Santa Maria

Ingredientes:

  • 200 gramas de erva–de–santa–maria (Dysphania ambrosioides);
  • 1 litro de água fria;

Preparo

Amoleça 200 gramas da erva de Santa Maria em 1 litro de água fria durante 6 horas. Aperte bem as folhas para extrair o suco. Dilua o extrato obtido em 5 litros de água limpa. Pulverize o preparado sobre as partes atacadas uma vez por semana, sempre sob sol ameno, até que a praga seja eliminada.

Referências

  • Casa e decoração
  • wikipedia.org
  • sindicatoruralmc.com.br
  • jardineiro.net
  • cynthiablanco.blogspot.com.br
  • clubedoorquidofilo.com.br
  • minhasorquideas.wordpress.com

Abraços!

Orquídeas ameaçadas de extinção no Brasil

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Estou sempre falando das questões ambientais que envolvem adquirir e manter uma orquídea. No último post, que você pode ler clicando aqui, falei sobre como identificar as orquídeas provenientes da extração ilegal em nossas matas e florestas. Antes, já falei sobre as consequências legais e naturais das coletas ilegais, que você pode ler clicando aqui, e também falei um pouco sobre as orquídeas e seus ambientes naturais, que você também pode ler clicando aqui.

Infelizmente, apesar de leis (se são cumpridas é outra história) e, principalmente, apesar de sermos seres dotados de inteligência, ainda existe em grande escala a extração indiscriminada e ilegal de várias espécies das nossas matas e florestas. A prova disto é o constante fluxo de pessoas que vejo, seja nas redes sociais, seja aqui mesmo no site, que buscam como ter e manter este tipo de plantas.

Novamente, prefiro acreditar que a maioria das vezes é por falta de informação. Se este é o seu caso, leia os posts acima. Se ainda não está convencido, saiba que muitas estão correndo um sério risco de serem extintas. Para ajudar a entender o tamanho do problema, eis a listagem mais atualizada que achei das espécies de orquídeas ameaçadas de extinção em território nacional:

Lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção – Orchidaceae

Clique aqui para ver o documento original da Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014, do Ministério do Meio Ambiente, que reconhece as espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.

Para facilitar, eis a listagem:

Espécie Risco
Acianthera adiri (Brade) Pridgeon & M.W.Chase CR
Acianthera heringeri (Hoehne) F.Barros CR
Acianthera langeana (Kraenzl.) Pridgeon & M.W.Chase EN
Acianthera papillosa (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase VU
Adamantinia miltonioides van den Berg & C.N.Gonç. CR
AlatiglossumCRoesus (Rchb.f.) Baptista CR
Anathallis colnagoi (Pabst) F.Barros & L.Guimarães CR
Anathallis gehrtii (Hoehne & Schltr.) F.Barros VU
Anathallis pabstii (Garay) Pridgeon & M.W.Chase EN
Anathallis tigridens (Loefgr.) F.Barros & Barberena VU
Baptistonia kautskyi (Pabst) Chiron & V.P.Castro EN
Baptistonia truncata (Pabst) Chiron & V.P.Castro CR
Barbosella trilobata Pabst EN
Bifrenaria silvana V.P.Castro CR
Bifrenaria wittigii (Rchb.f.) Hoehne EN
Bipinnula biplumata (L.f.) Rchb.f. CR
Bipinnula penicillata (Rchb.f.) Cisternas & Salazar EN
Brachionidium restrepioides (Hoehne) Pabst VU
Brachystele camporum (Lindl.) Schltr. VU
BrasilaeliaCRispa (Lindl.) Campacci VU
Brasilaelia grandis (Lindl. & Paxton) Gutfreund VU
Brasilaelia lobata (Lindl.) Gutfreund EN
Brasilaelia perrinii (Lindl.) Campacci VU
Brasilaelia purpurata (Lindl. & Paxton) Campacci VU
Brasilaelia tenebrosa (Rolfe) Campacci EN
Brasilaelia xanthina (Lindl.) Campacci EN
Brasilidium marshallianum (Rchb.f.) Campacci CR
Brasilidium pectorale (Lindl.) Campacci CR
Brasiliorchis schunkeana (Campacci & Kautsky) R.B.Singer et al. EN
Brassia arachnoidea Barb.Rodr. VU
Bulbophyllum arianeae Fraga & E.C.Smidt CR
Bulbophyllum boudetianum Fraga EN
Bulbophyllum kautskyi Toscano VU
Campylocentrum pernambucense Hoehne EN
Catasetum mattosianum Bicalho EN
Cattleya aclandiae Lindl. VU
Cattleya dormaniana Rchb.f. EN
Cattleya granulosa Lindl. VU
Cattleya guttata Lindl. VU
Cattleya harrisoniana Batem. ex Lindl. VU
Cattleya intermedia Grah. VU
Cattleya labiata Lindl. VU
Cattleya porphyroglossa Linden & Rchb.f. CR
Cattleya schilleriana Rchb.f. EN
Cattleya schofieldiana Rchb.f. CR
Cattleya tenuis Campacci & Vedovello EN
Cattleya tigrina A.Rich. VU
Cattleya velutina Rchb.f. VU
Cattleya walkeriana Gardner VU
Cattleya warneri T.Moore VU
Centroglossa castellensis Brade CR
Chloraea membranacea Lindl. EN
Cirrhaea fuscolutea Lindl. EN
Cirrhaea loddigesii Lindl. CR
Cirrhaea longiracemosa Hoehne VU
Cleistes aphylla (Barb.Rodr.) Hoehne EN
Codonorchis canisioi Mansf. CR
Constantia cipoensis Porto & Brade CR
Coppensia macronyx (Rchb.f.) F.Barros & V.T.Rodrigues VU
Coppensia majevskyi (Toscano & V.P.Castro) Campacci EN
Cyclopogon dutrae Schltr. EN
Cycnoches pentadactylum Lindl. EN
Cyrtopodium caiapoense L.C.Menezes VU
Cyrtopodium hatschbachii Pabst EN
Cyrtopodium lamellaticallosum J.A.N.Bat. & Bianch. CR
Cyrtopodium latifolium Bianch. & J.A.N.Bat. CR
Cyrtopodium linearifolium J.A.N.Batista & Bianchetti CR
Cyrtopodium lissochiloides Hoehne & Schltr. VU
Cyrtopodium palmifrons Rchb.f. & Warm. VU
Cyrtopodium poecilum var. roseum Bianch. & J.A.N.Bat. EN
Cyrtopodium triste Rchb.f. & Warm. VU
Dichaea mosenii Cogn. VU
Dryadella auriculigera (Rchb.f.) Luer CR
Dryadella lilliputiana (Cogn.) Luer VU
Dryadella susanae (Pabst) Luer CR
Dungsia harpophylla (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro VU
Dungsia kautskyi (Pabst) Chiron & V.P.Castro CR
Encyclia bragancae Ruschi EN
Epidendrum addae Pabst VU
Epidendrum ecostatum Pabst VU
Epidendrum henschenii Barb.Rodr. EN
Epidendrum robustum Cogn. VU
Epidendrum zappii Pabst EN
Grandiphyllum divaricatum (Lindl.) Docha Neto VU
Grandiphyllum hians (Lindl.) Docha Neto VU
Grobya cipoensis F.Barros & Lourenço CR
Grobya fascifera Rchb.f. VU
Habenaria achalensis Kraenzl. VU
Habenaria brachyplectron Hoehne & Schltr. CR
Habenaria ernestulei Hoehne EN
Habenaria galeandriformis Hoehne CR
Habenaria itaculumia Garay CR
Habenaria novaesii Edwall & Hoehne CR
Habenaria piraquarensis Hoehne EN
Hadrolaelia alaori (Brieger & Bicalho) Chiron & V.P.Castro CR
Hadrolaelia brevipedunculata (Cogn.) Chiron & V.P.Castro VU
Hadrolaelia jongheana (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia pumila (Hook.) Chiron & V.P.Castro VU
Hadrolaelia pygmaea (Pabst) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia sincorana (Schltr.) Chiron & V.P.Castro EN
Hadrolaelia wittigiana (Barb.Rodr.) Chiron & V.P.Castro EN
Hoehneella heloisae Ruschi CR
Hoffmannseggella briegeri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron EN
Hoffmannseggella caulescens (Lindl.) H.G.Jones EN
Hoffmannseggella endsfeldzii (Pabst) V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella ghillanyi (Pabst) H.G.Jones EN
Hoffmannseggella gloedeniana (Hoehne) Chiron & V.P.Castro CR
Hoffmannseggella kautskyana V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron CR
Hoffmannseggella mixta (Hoehne) Chiron & V.P.Castro EN
Hoffmannseggella munchowiana (F.E.L.Miranda) V.P.Castro & Chiron CR
Houlletia brocklehurstiana Lindl. EN
Isabelia virginalis Barb.Rodr. VU
Lophiaris schwambachiae (V.P.Castro & Toscano) Braem VU
Malaxis jaraguae (Hoehne & Schltr.) Pabst VU
Masdevallia discoidea Luer & Würstle CR
Miltonia kayasimae Pabst CR
Myoxanthus ruschii Fraga & L.Kollmann CR
Myoxanthus seidelii (Pabst) Luer CR
Neogardneria murrayana (Gardner ex Hook.) Schltr. EN
Notylia microchila Cogn. EN
Octomeria alexandri Schltr. EN
Octomeria chamaeleptotes Rchb.f. VU
Octomeria geraensis Barb.Rodr. VU
Octomeria hatschbachii Schltr. VU
Octomeria hoehnei Schltr. EN
Octomeria lichenicola Barb.Rodr. EN
Octomeria truncicola Barb.Rodr. VU
Octomeria wawrae Rchb.f. EN
Octomeria wilsoniana Hoehne CR
Pabstia jugosa (Lindl.) Garay EN
Pabstia schunkiana V.P.Castro CR
Pabstiella bacillaris (Pabst) Luer EN
Pabstiella carinifera (Barb.Rodr.) Luer VU
Pabstiella castellensis (Brade) Luer CR
Pabstiella conspersa (Hoehne) Luer EN
Pabstiella garayi (Pabst) Luer CR
Pabstiella lingua (Lindl.) Luer EN
Pabstiella ruschii (Hoehne) Luer CR
Phragmipedium vittatum (Vell.) Rolfe VU
Phymatidium geiselii Ruschi EN
Phymatidium glaziovii Toscano VU
Phymatidium vogelii Pabst VU
Polystachya rupicola Brade CR
Pseudolaelia brejetubensis M.Frey CR
Pseudolaelia canaanensis (Ruschi) F.Barros VU
Pseudolaelia cipoensis Pabst CR
Pseudolaelia citrina Pabst EN
Pseudolaelia dutrae Ruschi VU
Pteroglossa hilariana (Cogn.) Garay EN
Rauhiella silvana Toscano EN
Sarcoglottis alexandri Schltr. ex Mansf. EN
Saundersia mirabilis Rchb.f. EN
Saundersia paniculata Brade VU
Scuticaria irwiniana Pabst EN
Scuticaria itirapinensis Pabst CR
Scuticaria kautskyi Pabst CR
Scuticaria strictifolia Hoehne EN
Specklinia gomesferreirae (Pabst) Luer CR
Stigmatosema hatschbachii (Pabst) Garay CR
Thelyschista ghillanyi (Pabst) Garay VU
Thysanoglossa jordanensis Porto & Brade EN
Trichopilia santoslimae Brade CR
Vanilla dietschiana Edwall VU
Vanilla dubia Hoehne EN
Zygopetalum pabstii Toscano EN
Zygostates kuhlmannii Brade EN
Zygostates linearisepala (Senghas) Toscano CR

Legenda: Extintas na Natureza (EW), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU)

Referências

  • ibama.gov.br
  • orquidecampos

Abraços!

Pragas e doenças – nematóides

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Nematóides são minúsculos organismos que vivem em diversos ecossistemas e estão presentes em quase todas as regiões do planeta. Alguns não causam danos à outras espécies. Outros alimentam-se de restos de animais ou plantas, sendo chamados de saprófitas. Por fim, existem os parasitas de animais ou plantas, como por exemplo, aqueles que parasitam os seres humanos, as lombrigas.

Parasita de orquídeas

Os estragos causados por nematóides podem levar uma planta à morte. Muito embora cada orquídea tenha uma reação diferente a uma ataque de nematóides, podendo inclusive não morrer, dependendo das condições, ela ficará mais fraca e não dará mais flores.

O nematóide mais comum nas orquídeas tem aspecto de lombriga, cor branca e tamanho da ordem de décimos de milímetros e, quando colocados sobre uma lâmina de um microscópio de baixo aumento com uma gota d’água, serpenteiam, como minhocas. Outros têm anéis e se movem se esticando e se encolhendo, como lagartas.

Ação do parasita

Os nematóides atacam qualquer parte da planta, mas normalmente iniciam o ataque pelas raízes. Em condições favoráveis, ou seja, muita umidade, todas as raízes irão apodrecer em curto espaço de tempo. Caso as condições não sejam tão favoráveis ao parasita, elas podem apenas entrar em dormência por meses ou até anos. Além de reduzir o desenvolvimento das plantas, causam necrose nas folhas e raízes, causam má formação dos bulbos e coloração anormal em folhas e flores.

A podridão causada por um nematóide é diferente daquela causada pela Podridão Negra. Primeiro, porque o ataque do nematóide pára quando atinge o cerne duro, enquanto o fungo da Podridão Negra avança pelo rizoma até o pseudobulbo em questão de dias. Além disto, o broto atacado por nematóide fica mole e aquoso, enquanto que o atacado pelo fungo da Podridão Negra não perde a consistência.

Se a raiz da orquídea apresentar uma parte escura e outra branca, os nematóides podem estar presentes neste ponto de transição.

Proliferação

Um nematóide fêmea é capaz de colocar 2.000 ovos, proliferando rapidamente o parasita. Infelizmente, coisas comuns como respingos de água espalham o parasita pela vizinhança. Isto acontecendo, se atingirem um broto, este apodrece.

Outra forma de contaminação é através das ferramentas que você utiliza para manuseio e poda das plantas. Por isto, é importante desinfetar todos os instrumentos utilizados no cultivo. Tenho o costume de flambar minhas tesouras com a chama de um maçarico portátil, fica a dica.

Cuidados

Se sua orquídea estiver contaminada com nematóides, você poderá tratá-la com a seguinte solução: em 1 litro de água, com PH entre 5 e 6, dilua um inseticida nematicida de amplo espectro com qualquer fungicida e borrife toda a planta, fazendo a água escorrer por toda planta e substrato. Esta solução elimina caramujo, caracol, tatuzinho, nematóide, cochonilha de raízes e alguns fungos.

Outras receitas você pode conferir clicando aqui!

Prevenção

Ainda assim, a maneira mais eficaz de combater este parasita é a prevenção. Utilize substrato novo, livre de nematóides. Adquira plantas sabidamente sadias. Destrua – queime mesmo – restos de plantas infectadas. Evite a umidade excessiva e deixe seus materiais de cultivo secos e limpos.

Referências

  • plantasonya.blogspot.com.br
  • jardineiro.net

Abraços!

Micorriza e as orquídeas

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Talvez você não saiba, mas uma das maiores famílias do reino vegetal é a Orchidaceae, com mais de 20.000 espécies identificadas. A maioria destas espécies estão distribuídas em regiões tropicais e subtropicais.

Esta diversidade é mais surpreendente porque, em algum momento de seu ciclo de vida, todas as orquídeas são dependentes de fungos micorrízicos. Não importa se elas são clorofiladas ou sem clorofila no estágio adulto, todas as orquídeas passam por uma fase em que elas não realizam atividade fotossintética e, portanto, dependem de fontes externas de nutrientes. Na grande maioria dos casos, é apenas no estágio de plântula (embrião vegetal já desenvolvido e ainda encerrado na semente) que elas são obrigatoriamente micorrízicas. Como as sementes de orquídeas são muito pequenas (cerca de 0,3-14 μg por semente), elas contêm uma pequena reserva de nutrientes. Esta reserva restringe-se a pequenas quantidades de proteína de alta energia e lípidos. Entretanto, há muito pouco açúcar. Algumas espécies também contêm pequenos grânulos de amido.

Os fungos micorrízicos podem fornecer os nutrientes e, particularmente, hidratos de carbono necessários para fazer crescer uma orquídea. Na verdade, a maioria das sementes de orquídeas não germinarão a menos que tenham sido infectadas por um fungo apropriado. Isto foi um problema no início do século 20 para os horticultores que tentavam propagar orquídeas visando um mercado altamente lucrativo. Agora, sabe-se agora que muitas espécies podem ser cultivadas em culturas puras (isto é, sem a infecção de micorriza) se a elas forem fornecidos com uma fonte exógena de açúcar.

Os fungos micorrízicos em orquídeas são do grupo Basidiomicelos, sendo normalmente da espécie Rhizoctonia, com a qual muitas orquídeas estão associadas. Algumas espécies de Rhizoctonia são conhecidas por formar associações ectomicorrízicos, mas se esta é uma ocorrência comum é ainda desconhecido. Esta associação é um relacionamento simbiótico que ocorre entre o fungo e a raiz da planta. Talvez por isto alguns orquidófilos tenham medo de usar fungicidas em suas orquídeas – e até canela (clique aqui para ler sobre a canela e as orquídeas).

Como funciona

A infecção de uma semente da orquídea por fungos ocorre após o embrião absorver água e inchar, rompendo o revestimento da semente. O embrião emerge e produz alguns poucos pêlos radiculares, que as hifas colonizam rapidamente. Como as hifas penetram as células do embrião, a membrana plasmática das células da orquídea invaginam, e a hifa torna-se rodeada por uma camada fina de citoplasma. Um embrião de orquídea é composto por apenas algumas centenas de células e os fungos se espalham rapidamente a partir de uma célula para outra.

Dentro das células, as hifas formam bobinas que aumentam consideravelmente a área de contato entre a orquídea e os fungos chamadas pelotons. Cada peloton tem uma vida curta, durando apenas alguns dias. Após este período, ela se degenera e é digerida pela célula da orquídea. Na verdade, as hifas na orquídea tem um período de vida curto também: as hifas mais velhas desenvolvem grandes vacúolos e paredes celulares espessas, e o citoplasma se degenera. As células das hifas eventualmente se separam e são consumidas pelas células da orquídea. Durante este processo, a célula da planta continua funcional e pode ser recolonizada por qualquer hifas sobrevivente ou por outros fungos provenientes de células adjacentes.

Pelotons em uma orquídea: manchas em vermelho em uma micrografia de luz em tecido seccionado – © Jim Deacon
Micrografia eletrônica de varredura de pelotons orquídeas – Smith & Read

A infecção por fungos micorrízicos não resulta necessariamente na germinação e crescimento de uma orquídea. Quando há a associação, três resultados são possíveis:

  • uma interação com as micorrizas, tal como descrito acima;
  • uma infecção parasitária, em que as células da orquídea são invadidas e o embrião morre;
  • as células da orquídea rejeitam a infecção fúngica.

Todas as três interações acima podem ocorrer em uma população de protocormos, destacando a natureza relativamente instável da associação.

Uma infecção fúngica de sucesso resulta na germinação da semente da orquídea. O fungo pode ser a única fonte de nutrição durante o primeiro ciclo de vida da orquídea. A partir daí, a maioria das espécies de orquídeas desenvolvem moléculas de clorofila em sua fase adulta e tornam-se menos dependentes da micorriza. No entanto, a maioria das orquídeas ainda têm o fungo em suas raízes para absorver nitrogênio e fósforo a partir do fungo. Ainda é desconhecido se as orquídeas induzem os fungos a transferir carbono para elas.

Em contrapartida, é sabido que cerca de 200 espécies de orquídeas permanecem sem clorofila ao longo das suas vidas. Espécies como Galeola, Gastrodia, Corallorhiza, Rhizanthella e muitas outras continuam a receber o carbono de seus fungos micorrízicos. Mesmo algumas espécies clorofiladas, como Cephalanthera rubra, passam vários anos no subsolo antes de produzir belíssimas floradas, ou seja, sobrevivendo através dos fungos micorrízicos.

Referências

  • davidmoore.org.uk
  • damianus.bmd.br

Abraços!

Calda bordalesa: fungicida caseiro

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Algumas regiões do Brasil estão sofrendo bastante com chuvas e a consequência disto é o aumento de doenças em nossos orquidários. Algumas destas doenças são tratadas com fungicidas, conforme visto em outros artigos aqui no site. Entretanto, pessoas comuns tem dificuldade em adquirir fungicidas (e outros produtos do gênero) em lojas especializadas justamente por serem pessoas físicas não ligadas ao meio rural. Pensando nisto, compartilho com vocês uma receita de fungicida caseiro bastante eficiente que pode ajudar você naquelas horas em que o problema aperta e você não sabe o que fazer.

Histórico

Originária de Bordeaux, região da França, a calda bordalesa é datada do século XIX por uma descoberta acidental do botânico Pierre Marie Alexis Millardet. Millardet notou que alguns vinhedos locais não apresentavam debilitações por fungos. Questionando os agricultores, estes revelaram já usar a calda porém com o intuito único de amargar o sabor das uvas para ninguém furtá-las. A partir daí, Millardet promoveu pesquisas e publicou, em 1885, recomendação da fórmula aperfeiçoada para o combate de doenças por fungos.

Tratamento

A mistura atua por meio dos íons de Cobre (Cu2+). Estes íons afetam as enzimas dos esporos do fungo de tal forma que impede o seu desenvolvimento. Sendo assim, a calda bordalesa deveria ser usada preventivamente antes do estabelecimento de doenças fúngicas.

Recomenda-se o uso com cautela, evitando-se abusos nas quantidades. Na realidade cada espécie de planta apresenta uma sensibilidade e necessidade específica de concentração desse preparado. Contudo, como regra genérica, a fórmula apresentada neste artigo é indicada para a maioria das plantas adultas, enquanto no caso de mudas ou brotações recomenda-se diluir essa mistura a 50% com água.

Utilizando um bom pulverizador, o ideal é aplicar o produto em dia ensolarado, borrifando a planta inteiramente. Afim de evitar o entupimento do pulverizador, pode-se filtrar a calda.

A calda tende a oxidar e por isso deve ser aplicada em no máximo 24 horas para melhor eficácia e repetido 15 dias depois para melhor eficácia.

Para um melhor resultado, existindo plantas já infectadas por fungos, estas deverão ser podadas antes da pulverização. Lembre-se de usar ferramentas esterilizadas e eliminar (incinerar) as partes destacada

Importante: cuidados com a calda

O sulfato de cobre desequilibra o ambiente através da lixiviação (processo de extração de uma substância de um meio sólido por meio de sua dissolução) do solo. Com isso o cobre tende a se acumular danosamente na terra.

O excesso desta calda polui os rios, prejudica os peixes e criações de animais. Ela extermina por completo as minhocas no solo, que são benéficas em qualquer cultivo saudável e imprescindíveis na agricultura orgânica.

A calda bordalesa é um produto com certo grau de toxidade. Desta forma, frutas, sementes, folhas, etc. que foram tratadas com esse preparado devem ser evitados e não ingeridos. Embora seja de baixa volatilidade, ela pode produzir irritações na pele e mucosas quando em contato direto com o corpo. Sendo assim, como na maioria das aplicações de produtos agrícolas, durante sua manipulação é necessário seguir procedimentos padrões de segurança. Ou seja, deve-se usar trajes apropriados e cuidados como luvas impermeáveis, máscaras de proteção e botas de borracha.

Como fazer a calda

Ingredientes:

  • 10 gramas de cal virgem (prefira cal virgem, pois a cal hidratada não tem a eficiência necessária, sendo necessário dobrar a quantidade);
  • 10 gramas de sulfato de cobre em pó;
  • 1 litro de água;
  • Vasilhames de plástico, vidro ou louça, ou seja, não metálico. Não pode ser de lata, latão ou alumínio, por reagir com o cobre.

Caso queira quantidades maiores, é só multiplicar as quantidade.

Sulfato de Cobre

Modo de preparo

  1. Coloque o sulfato de cobre em um saco de pano poroso e deixe imerso em meio litro de água (pode ser morna) por 24 horas. Desta forma ocorrerá a completa dissolução dos cristais, pois um dia representa um tempo seguro para a diluição para a maioria das condições.
  2. Em outro recipiente é feita a reação da cal com pequenas quantidades de água. À medida que a cal “queima” segue-se adicionando água até o outro meio litro do total da receita.
  3. Em um terceiro recipiente, unir os dois preparados acrescentando aos poucos a mistura de sulfato de cobre à solução de cal, misturando vigorosamente com um utensílio não metálico. Importante: não coloque a solução de cal sobre a de sulfato de cobre, pois há o risco de empelotar, perdendo a eficácia.

Neste ponto a calda bordalesa estará pronta para uso. Entretanto, é importante verificar se a mistura está neutra ou, de preferência, levemente alcalina para evitar a fitotoxicidade provocada pelo sulfato de cobre livre. A forma mais fácil de verificar, sem precisar usar medidores de pH como o papel de Tornassol, é improvisar uma checagem da acidez através de um objeto metálico, como uma faca de aço. Para tal, mergulhe a faca por 2 ou 3 minutos no preparado. Se a faca escurecer, isto indica acidez excessiva. Neste caso seria necessário elevar o pH, adicionando-se mais mistura de cal à calda. Se a faca não escurecer, a mistura está pronta!

Eis um vídeo sobre o assunto:

Referências

  • wikipedia.org
  • emater.mg.gov.br
  • portaldojardim.com
  • cpra.pr.gov.br
  • jardimdasideias.com.br

Abraços!

Redes Sociais

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