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Louva-a-deus orquídea

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Em seu relato das peregrinações no Oriente 1879, o escritor de viagens James Hingston descreve como, no oeste de Java, ele passou por uma experiência bizarra:

“Estou no jardim, contemplando várias plantas e, entre outras coisas, uma flor, uma orquídea vermelha. Eis que ela captura e se alimenta de uma mosca viva. Em seguida, ela apoderou-se uma borboleta enquanto eu ainda estava presente, fechando-a em suas folhas bonitas mas mortais, como uma aranha teria envolvida-a em uma rede.”

Louva-a-deus orquídea: Hymenopus coronatus frupus, CC BY-NC

O que Hingston tinha visto não era uma orquídea carnívora, como ele pensava. Mas a realidade não é menos estranha ou fascinante. Ele tinha visto – e foi enganado por – um louva-a-deus orquídea, Hymenopus coronatus, não uma planta, mas sim um inseto.

O louva-a-deus orquídea já é conhecido há mais de 100 anos. Naturalistas famosos, como Alfred Russell Wallace, têm especulado sobre sua aparência extraordinária. Evitando o verde monótono ou marrom da maioria dos louva-a-deus, o Louva-a-deus orquídea é resplandecente em branco e rosa. As partes superiores das suas pernas são muito achatadas e são em forma de coração, parecendo com pétalas. Em uma folha seria altamente visível, mas quando sentado sobre uma flor, é extremamente difícil de ver. Nas fotos, o mantis aparece dentro ou ao lado de uma flor, desafiando sua identificação.

orquideas.eco.br - Louva-a-deus orquídea
Louva-a-deus orquídea

Mimetismo?

Esta é uma história evolucionária clássica e temos a pergunta a responder: o louva-a-deus orquídea evoluiu para imitar a flor – o que lhe permite esconder entre suas pétalas, alimentando-se de insetos que são atraídos por ela? O mimetismo por predadores é bem conhecido. Por exemplo, aranhas caranguejo camuflam-sem de acordo com a flor que estão, e podem mudar de amarelo para branco para combinar com sua flor hospedeira.

Infelizmente, não houve nenhuma evidência para apoiar esta hipótese. O louva-a-deus orquídea são raros, por isso o seu comportamento é pouco conhecido, exceto em cativeiro. Por exemplo, ninguém sabe exatamente qual flor ele supostamente imita.

Louva-a-deus orquídea

Novos estudos apontam que o que temos imaginado estava errado todo esse tempo. Embora seja de fato um mímico de flor – o primeiro animal conhecido a fazer isso – o louva-a-deus orquídea não se esconde em uma orquídea. Aliás, ele não esconde nada. E para um inseto qualquer, ele nem sequer se parece como uma orquídea.

Uma atração fatal

O’Hanlon e seus colegas começaram a testar sistematicamente as idéias contidas dentro da visão tradicional do modus operandi dos louva-a-deus orquídea. Primeiro, eles testaram se eles realmente se camuflavam entre as flores ou se, alternativamente, atraiam insetos por conta própria. Para um inseto em busca da flor, como previsto, o padrão de cor mantis é indistinguível da maioria das flores comuns. No entanto, quando emparelhado ao lado da flor mais comum de seu habitat, os insetos aproximaram-se mais frequentemente do louva-a-deus orquídea do que das flores, mostrando que os louva-a-deus orquídea são atraentes para os insetos por si só, ao invés de simplesmente precisar se camuflar entre as flores.

Podemos observar claramente insetos, como abelhas, divergindo de suas rotas de voo e voar diretamente para este predador enganador“, segundo O’Hanlon. “Esses bichos são maravilhosos para esse tipo de atividade, porque podemos observar uma interação dinâmica entre predadores e presas.

Louva-a-deus orquídea

Este fenômeno, conhecido como mimetismo agressivo, ocorre em outros animais. Por exemplo, há uma aranha que libera substâncias químicas que imitam os feromônios sexuais liberados por mariposas fêmeas que procuram um companheiro. Mariposas do sexo masculino, com suas antenas elaboradas e emplumadas, pode detectar esses feromônios há milhas de distância, e são atraídas para a sua morte.

Os pesquisadores também avaliaram onde o louva-a-deus orquídea escolhia para sentar. Surpreendentemente, eles não escolhiam se esconder entre as flores. Eles escolheram outros locais, como as folhas, com a mesma frequência. No entanto, sentado perto das flores trouxe benefícios, porque os insetos foram atraídos para a vizinhança – o “efeito imã“.

Qualquer flor afinal?

Quando compararam a forma e cor do louva-a-deus orquídea com flores a partir da perspectiva de um inseto, o predador não se parecia com uma orquídea ou mesmo qualquer espécie particular de flor, mas sim uma flor generalizada. Isso se encaixa com o que já sabemos: alguns dos melhores imitadores na natureza são imitadores imperfeitos, com características de diversas espécies como modelo.

Colocando modelos experimentais plásticos em campo, os pesquisadores descobriram que para o louva-a-deus orquídea a cor era muito mais importante do que a forma. Eles acreditam que o louva-a-deus orquídea não pode realmente imitar precisamente um determinado tipo de flor. Em vez disso, eles podem explorar uma brecha criada por ganhos de eficiência evolutivas dentro do cérebro do inseto.

Louva-a-deus orquídea

Conclusões precipitadas

Entretanto, ainda há um problema que persiste: se o louva-a-deus orquídea pode atrair insetos por exploração sensorial sozinho então por que as partes do corpo que se parecem com pétalas? Talvez os polinizadores eram inicialmente atraídos a uma certa distância através da exploração sensorial, mas depois o mimetismo caía por terra quando o inseto estava mais próximo, quando podem inspecionar o louva-a-deus orquídea mais de perto para ver o que realmente é.

O importante é que cada espécie tem uma história emocionante para contar e pode ajudar a moldar a nossa compreensão de como o mundo natural funciona.

Referência

  • theconversation.com

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Como preparar calda de fumo

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Existem várias receitas de calda de fumo por aí, bastando você escolher uma e testá-la. Vou colocar duas aqui que, embora um pouco diferentes, deverá ter o mesmo resultado. Deverá ser pulverizada em toda a planta por dias seguidos, até o total extermínio da praga em questão. No fim deixo outro vídeo mostrando mais uma forma de fazer a calda de fumo. O objetivo é o mesmo, combater percevejos, besouros, pulgões e cochonilhas.

Calda de fumo – receita sem álcool

Ingredientes

  • 1 litro de água;
  • 10 centímetros de fumo de rolo, ralado;
  • ½ sabão em barra, ralado.

Modo de preparo

Faça um macerado com todos os ingredientes e deixe-o descansar por 24 horas. Com a calda resultante, pulverize suas plantas. O sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules. Pulverize sobre as plantas.

Calda de fumo – receita com álcool

Ingredientes

  • 250 g de fumo de corda;
  • 100 ml de álcool hidratado (comum);
  • 1 litro de água fervente;
  • detergente comum.

Modo de preparo

Pique o fumo de corda e coloque-o em uma vasilha com tampa. Acrescente a água fervente e tampe, deixando a mistura em repouso por 24 horas. Depois disso, agite o conteúdo e filtre-o em pano fino espremendo bem para retirar o máximo de extrato. Acrescente o álcool, que servirá de conservante para a solução. Guarde-a em um frasco escuro. Para o tratamento das plantas infestadas, dilua 100 ml da solução de fumo em 1 litro de água. Acrescente dez gotas de detergente caseiro (para quebrar a tensão superficial da água) e pulverize sobre as plantas.

Vídeo sobre o preparo da calda de fumo

Não vou entrar no mérito se é bom ou não usar a calda de fumo em suas plantas, mas caso você queira saber mais, é interessante ler o artigo de Rosana Kunst, sobre o lado ruim de se usar a calda de fumo. É só clicar aqui.

Referências

  • greenme.com.br
  • comofazerhorta.com.br

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Como começar a cultivar orquídeas

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Muitas vezes me deparo com pessoas que tem dificuldades ao cultivar orquídeas e acabam desistindo por isso. Outras se conformam que vão matar as plantas e fazem isso sem ao menos tentar buscar conhecimento para tentar evoluir, e isso é muito triste.

Quando comecei na orquidofilia matei inúmeras orquídeas. As causas eram várias: ambiente inadequado, cultivo incorreto, rega equivocada, adubação ineficiente e por aí vai. Mas eu tinha muita dó das plantas e isso me fez buscar conhecimento. Comprei livros, li muito sobre o assunto, conversei com pessoas com mais experiência, tentei até participar da associação da região – que infelizmente não deu certo até agora pois a diretoria lá é amadora, para não dizer outra coisa.

Busque sempre conhecimento. Isso faz você entender o que pode ou não ser feito e quais limitações você ter, seja de ambiente, espaço, região, clima, ou qualquer outro fator que possa influenciar no seu cultivo.

Dito isso, se você está disposto a começar, é bom entender alguns aspectos básicos que podem ajudá-lo a ter sucesso mais rapidamente. Antes de mais nada, saiba qual orquídea você está tentando cultivar. Sabendo seu gênero e espécie você poderá pesquisar sobre a planta e saber mais sobre suas necessidades de luz, água, substrato, nutrição, ventilação e temperatura.

Luz

A luz é fundamental para o crescimento correto de sua orquídea. Você poderá ter plantas lindas, mas que nunca florescem. Isso pode ser justificado pela ausência de luz. Não é porque as orquídeas vivem em florestas que elas não precisam de luz. É justamente o contrário: as orquídeas evoluíram como epífitas para aproveitar a maior quantidade de luz disponível na floresta alta.

Mas quanta luz é o suficiente? Depende muito de cada espécie, por isso é bom saber que planta você está cultivando. Muitos se baseiam na quantidade suficiente para ter a planta sem que ela se queime. Você pode fazer isso de outra forma, testando quantidade de luz até que a folha da orquídea apresente uma colocação correta. Em resumo, as orquídeas não devem ter folhagens verde-escura e exuberantes. Se cultivadas sob luz suficiente, terão uma folhagem mais clara, um pouco verde-amarelada e um forte crescimento vertical.

Ar

Já falei isso algumas vezes aqui no site: as raízes são a parte mais importante da orquídea. Por esta razão, ventilá-las é fundamental. Orquídeas sem raízes arejadas, salvo algumas variedades terrestres, morrerão facilmente. Aliás, a planta toda é sensível ao fato de não haver ventilação suficiente no local, portanto, tenha sempre em mente que a orquídea não poderá estar em um local totalmente fechado, sem circulação de ar. Na pior das hipóteses, pequenos ventiladores podem ser utilizados para isso, se o ambiente não for propício. Muitos orquidófilos de regiões extremamente frias utilizam este tipo de artifício para poder ter determinadas espécies. Lembre-se sempre de a orquídea precisa de ar e umidade suficiente para suas necessidades.

Água

É muito mais fácil você matar uma orquídea afogada do que de sede. Este talvez seja o motivo pelo qual mais se mata orquídeas: o excesso de água. Uma orquídea irrigada em excesso terá suas raízes comprometidas e, consequentemente, a planta toda será afetada. Infelizmente, não há uma regra para regar suas orquídeas, visto que cada pessoa possui uma quantidade e uma variedade diferente de espécies, mantidas muitas vezes em ambientes totalmente diferentes (leia-se quantidade de ar e iluminação disponível, além da temperatura), cultivadas em vasos e substratos diferenciados. Como estabelecer um padrão desta forma? Infelizmente não tem como, tudo dependerá da sua percepção. Na pior das hipóteses, um dedo inserido na mistura de envasamento pode ser a melhor ferramenta para determinar o quão seca sua planta está.

Ao regá-las, de vez em quando faça-o copiosamente. Já falei sobre isto em outro artigo aqui no site, mas não custa lembrar: dê um bom banho em sua planta e vaso. Desta forma, além de suprir sua necessidade de água, você estará eliminando os sais que ali se acumulam, principalmente os provenientes da adubação. Ou seja, é bom fazer isso periodicamente.

Fertilizante

As orquídeas crescerão e florescerão, desde que suas outras exigências sejam atendidas, por períodos razoavelmente longos sem fertilizantes. Porém, você obterá melhores resultados com algum nível de alimentação para sua planta. Normalmente, as plantas são fertilizadas uma vez por semana durante o verão e a cada duas semanas no outono e inverno. Independentemente do fertilizante que você escolheu usar, os produtores mais experientes não usam mais que ½ da dosagem recomendada pelo rótulo. Ah, e a propósito, é melhor regar primeiro para molhar o substrato antes de fertilizar, como já falei em outro artigo aqui do site.

Os fertilizantes usados ​​em orquídeas devem conter pouca ou nenhuma uréia. Isso ocorre porque os organismos do solo devem primeiro converter o nitrogênio na uréia em uma forma utilizável pelas plantas e, como as orquídeas não crescem no solo, essa conversão não ocorre de forma eficiente.

10 dicas para iniciar o cultivo de orquídeas

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Então você está querendo entrar no mundo da orquidofilia e ter uma vasta e bela coleção de plantas. Bom, então me permita opinar um pouco, pois vou dar umas dicas e uns pitacos baseados naquilo que aprendi ao longo dos anos. Não que eu, Luis, seja o dono da verdade. Pelo contrário, cometo erros todos os dias. Porém aprendi muita coisa, e isto pode ajudar muito quem está começando.

Para começar, antes de mais nada, seja humilde. Entenda suas limitações e busque aprimoramento. O estudo é essencial para você ter mais do que apenas olhos-de-boneca em uma árvore em casa.

Infelizmente, grande parte das pessoas que resolvem virar orquidófilas da noite para o dia compram absolutamente tudo que aparece pela frente, sem mensurar se devem ou podem ter determinada espécie. “Ah, mas eu posso ter o que eu quiser!“, você poderá dizer. Sim, o livre arbítrio existe, mas use-o com sabedoria. Vou explicar o porquê.

Livros

Comprar uma orquídea e depois encher a Internet com perguntas questionando o porquê que sua orquídea está morrendo não é o caminho. Primeiro, as espécies de orquídeas não são iguais e por isto não tem as mesmas necessidades. A relação disto é muito grande com a questão climática. O clima da região onde você mora influencia diretamente nas espécies que você poderá cultivar com menos esforço. Algumas espécies de orquídeas que gostam de um clima quente e seco não se desenvolverão em climas mais amenos e úmidos e vice versa. Fora isto, existem outras variáveis neste quebra-cabeça, como a forma de plantio, iluminação, aeração, umidade, substrato, vaso, enfim, uma série de coisas que fariam os mais preguiçosos desistirem logo de cara.

Conhecer a planta que que você adquiriu é o primeiro passo para o sucesso do seu cultivo. A melhor forma de fazer isto é, ao meu ver, com um bom embasamento teórico. Para isto, existem livros interessantíssimos disponíveis no mercado nacional que podem suprir suas necessidades de conhecimento para que, a curto prazo, nunca mais você pergunte porque, por exemplo, não se deve plantar uma Cattleya na terra. Sendo assim, minha primeira e valiosa dica é:

DICA 1: leia (e se possível compre) bons livros sobre orquidofilia.

Posso ajudar um pouco com esta lista, pois alguns dos livros que estão em minha estante são considerados indispensáveis para um orquidófilo que busca conhecimento. Os livros são muito mais do que apenas um catálogo de fotos de orquídeas. A maioria também traz uma bagagem interessante sobre como cultivar e como tratar possíveis problemas, como as doenças mais comuns. Eis minha lista para qualquer iniciante:

Local e espaço

Considerando que você deu uma boa lida em alguns dos livros acima, você deve estar pensando: “Ok, mãos à obra! Vou ali comprar umas plantinhas!”. Espere! Não se precipite tanto. Onde você vai colocar estas orquídeas? Sobre a máquina de lavar? Penduradas na área de serviço? Não são lugares muito adequados, não é? Aí temos outra questão importante: onde manter a coleção de forma a tentar sanar todas as necessidades das orquídeas?

O principal divisor de águas é se você possui espaço ou não. Como as formas de cultivo podem ser variadas, você pode adaptar seu cantinho de orquídeas da melhor forma possível, então não se preocupe se você mora em um apartamento pequeno ou uma imensa chácara, pois existirão formas de fazer seu espaço render. Claro que, se você mora em um pequeno apartamento, você deverá ser mais seletivo naquilo que irá cultivar. Entretanto, há uma vantagem nisto, você poderá dar uma intenção maior para cada planta e acabará entendendo muito mais sobre determinadas características sobre suas plantas. Sendo assim, minha segunda dica é:

DICA 2: escolha com sabedoria o local que você irá manter suas orquídeas.

A análise é válida para ambos os casos, se você tem ou não muito espaço disponível. Se você mora em um local pequeno, sem quintal, ainda sim poderá escolher um cantinho em algum cômodo da casa para cultivar suas plantinhas, ou a varanda se você morar em um apartamento. É importante que este local tenha algum tipo de iluminação e aeração. Sim, sei que neste caso você não poderá ter muitas plantas, mas mesmo assim irá usufruir deste hobby. Conheço algumas pessoas que cultivam em apartamentos com muito sucesso. Aliás, para você ter ideia, muitas pessoas cultivam orquídeas em países mais frios utilizam vivários para tal. O resultado é este da foto abaixo:

Neste caso, a pessoa pode ter orquídeas tropicais mesmo vivendo em lugares mais ermos, onde a neve predomina. Ou seja, tudo é possível. Mas, novamente, o conhecimento é necessário para que você possa ter sucesso em sua empreitada.

Por outro lado, se você tem espaço e está pensando em construir um orquidário de verdade para manter suas plantas, eu posso usar o meu exemplo como base para que você possa pensar melhor como fazer isto. Veja a sequência de fotos abaixo:

Primeira versão do meu orquidário – só o sombrite

Primeira reforma – estrutura e madeira como sombreamento, além de nivelamento do terreno

Onde minhas plantas ficavam durante as reformas…
Tirei as toras, coloquei sombrite novamente e fiz a irrigação automática
Por fim, a última reforma.
Coleta da água da chuva
Orquidário por dentro
E a frente, como ficou

Esta é uma pequena ideia da linha do tempo de tudo que fiz no orquidário aqui em minha casa. Esta mudança de visual e de conceitos aconteceu nos últimos cinco anos, fruto de estudo e muitos, mas muitos erros e poucos acertos. O que me leva a lembrá-lo que você também irá errar e isto é bom. Com os erros você irá aprender e evoluir e isto o tornará um orquidófilo cada vez melhor.

No meu caso, eu pequei muito no início porque não segui minha dica 1, ou seja, não busquei o conhecimento necessário para começar efetivamente a levar a sério o hobby. O que tenho hoje vai contra muitos dos orquidários amadores que eu vejo por aí mas, acredite, tem funcionando muito bem, fruto de alguns conceitos e do aprendizado que tive ao longo do tempo com os outros modelos de orquidários que tive. Pela primeira vez em anos não tenho mais plantas doentes, consigo controlar completamente a irrigação de minhas plantas (a importância disto? clique aqui e descubra) e o ambiente é muito mais limpo, o que se mostrou muito eficiente no cultivo.

Resumindo, o importante é você escolher um local que atenda os requisitos mínimos para o bem estar de sua planta, não importa o tamanho. Clique aqui e confira mais dicas de cultivo, assim poderá escolher melhor seu local!

Internet

Em um mundo cada vez mais conectado, é impossível não relacionar tudo que fazemos com as mídias digitais. A maioria esmagadora da população que tem acesso à um computador e, principalmente à um celular, consome vorazmente informações provenientes da Internet. As fontes são muitas, mas atualmente residem nas redes sociais. Sites como este e fóruns em geral perderam um pouco o apelo de outrora, sendo ultrapassados pelas tecnologias cada vez mais móveis. Hoje você tem tudo em seu celular e com isto torna-se muito dependente do mundo digital. Experimente um dia sem acessar o Facebook, o Twitter, o Instagram, enfim, seu e-mail. Difícil não?

Mas isto não é ruim. A grande conectividade que temos hoje permite coisas que até alguns anos atrás eram inimagináveis. Você consegue visitar um museu sem sair de casa ou ver uma orquídea rara da Indonésia sem precisar esperar meses por uma publicação especializada. Mas é aí que mora o perigo.

O grande volume de informações faz com que elas não sejam tão confiáveis. Não é difícil: experimente digitar o nome de uma orquídea no Google e clicar em imagens. Certamente aparecerão, além da planta correta, inúmeras orquídeas erradas. Acredito que um dos grandes malefícios desta nossa nova forma de interagir com o mundo é que qualquer um é uma fonte de informação, seja esta correta ou não. Aí temos a terceira dica de hoje:

DICA 3: pesquise suas dúvidas na Internet, mas tenha em mente que nem tudo é o que parece. Procure fontes de informação confiáveis!

Por pior que possa parecer, ainda pode piorar! Além da Internet fornecer informações erradas “meio sem querer”, ainda existem aqueles que se aproveitam da ingenuidade das pessoas para ganhar dinheiro. Conheço casos clássicos de vendedores de plantas no Facebook que nunca entregaram plantas. Outros, vendem plantas coletadas de nossas matas (isso é errado sim, clique aqui e saiba mais). Mas, para mim, nada supera a baixaria que alguns vendedores cometem ao vender sementes de orquídeas em sites como o Mercado Livre. Nem vou falar muito sobre este assunto, já escrevi um post inteiro sobre isto (clique aqui e leia mais sobre os pilantras da Internet) e todos os dias vejo pessoas sendo enganadas por estes salafrários. Neste ponto temos a quarta dica:

DICA 4: tenha certeza do que está comprando. Procure fornecedores confiáveis!

Infelizmente o mundo está repleto de pessoas inescrupulosas. Apenas tome cuidado para não caiu em golpes. Sempre procure informações e referências das pessoas com as quais estiver negociando. Nunca deposite na conta da pessoa, sempre opte por utilizar um meio de pagamento intermediário, como Mercado Pago ou PayPal. Mesmo que você pague um pouco a mais, você sempre estará seguro e respaldado pela empresa.

Revistas

Infelizmente o atual momento das revistas sobre orquidofilia aqui no Brasil não é muito legal. Muitas revistas estão deixando de circular e outras tantas não tem muita qualidade para oferecer um conteúdo aceitável aos seus leitores. Por este motivo, não vou escrever muito sobre o assunto, mas você pode conferir mais no meu post sobre as revistas sobre orquidofilia no Brasil clicando aqui. A dica é:

Dica 5: Fique sempre de olho em revistas sobre o tema.

Por mais que não tenham a mesma qualidade de um livro, elas possuem o dinamismo que o livro não tem, normalmente carregando informações mais atuais e matérias interessantes sobre cultivo, habitats e exposições. No momento, recomendo fortemente a revista da AOSP. Clique aqui para conhecê-la.

Círculo de amizades

Considero que um hobby não é completo se não podermos compartilhar nossas alegrias, frustrações e dúvidas com outras pessoas de mesmo interesse. Ao longo dos anos fiz muitos amigos ligados à orquidofilia, que conheci nos mais diversos lugares: exposições, feiras, palestras, lojas, internet e por aí vai. A grande vantagem de vivermos em uma época digital é a facilidade que temos para achar pessoas que até então eram inacessíveis. Por exemplo, não é incomum conversarmos com grandes referências do meio orquidófilo através do Facebook e marcar um encontro em alguma exposição para trocar uma ideia pessoalmente. As pessoas se tornaram mais acessíveis neste era digital e as de nosso hobby, pelo menos em sua maioria, não são mesquinhas e adoram trocar experiências.

DICA 6: Cultive amizades além das orquídeas.

As amizades só ajudam nosso crescimento. Além de conhecimento, amigos verdadeiros trocam mudas de plantas e sempre estão disponíveis a ajudar se precisarmos de algo. Portanto, cultive amizades!

Associações

Associações são bons lugares para você conhecer pessoas ligadas ao meio orquidófilo. As associações realizam reuniões, normalmente semanais, onde os frequentadores compartilham informações, mostram as orquídeas floridas do momento, promovem palestras sobre cultivo, enfim, uma série de atividades que inserem você no mundo da orquidofilia mais facilmente.

Claro que nem tudo são flores. Em muitas associações existem pessoas ligadas ao comércio e/ou alguns dos membros não sabem lidar com pessoas, muitas vezes por se acharem melhor do que os outros. Isto acaba causando desavenças. Por isto, minha dica é:

DICA 7: Visite a associação orquidófila de sua região e analise se aquele ambiente e as pessoas que ali frequentam são benéficas à você e ao seu hobby.

Aconteceu comigo, pode acontecer com você: não frequento a associação de minha região porque alguns dos responsáveis pelo local foram desrespeitosos e desonestos comigo, então acabei optando por evitar este tipo de conflito em minha vida. Claro que este é um caso específico, pois conheço associações muito bacanas (que infelizmente não são muito próximas daqui).

Orquidários

Normalmente, os comerciantes locais são um bom termômetro de quão desenvolvido é o hobby em sua região. Se a variedade de plantas dos orquidários locais for significativamente alta, você está com sorte, pois sua coleção conseguirá prosperar para além do que chamamos de “orquídeas de mercado”, como os híbridos de Cattleya, Phalenopss e alguns Oncidium.

Eu, por exemplo, por gostar de algumas espécies da região do Equador (algumas espécies Dracula e Pleurothallis), converso muito com o pessoal aqui de Curitiba, mas também de outras regiões do Brasil. Apenas alguns orquidários conseguem importar este tipo de planta, portanto tenho que ficar antenado sempre que uma aparece disponível. O resultado de amizades assim é poder ter em sua coleção algumas das plantas abaixo:

Por isto, minha dica é:

DICA 8: conheça as pessoas dos orquidários de sua região e dos melhores orquidários online.

Estas pessoas irão te ajudar com sua coleção e também são uma importante fonte de informações e dicas de cultivo. Eu converso periodicamente com os mais próximos, visitando seus orquidários ou até, de vez em quando, recebendo-os em minha casa – o que é divertido, pois os mais dedicados já saem colocando nomes nas minhas plantas sem nome ou replantando aquelas que precisam.

Enfim, você certamente irá aprender bastante. Além do aprendizado, você terá acesso à plantas diferentes e muitas vezes receberá bons presentes deles.

Exposições

Por fim, as exposições. Adoro ir às exposições porque é outra excelente oportunidade de conversar com orquidófilos e comerciantes de outras localidades. Além disto, é uma boa fonte de produtos e plantas diferentes que, apesar do preço um pouco mais elevado, compensam por sua raridade no mercado. As maiores ainda oferecem cursos e sorteiam plantas e insumos. Por fim, é uma terapia visual que vale muito, nem que seja só para apreciar a beleza das flores ali expostas.

DICA 9: visite as exposições de sua região.

E, se possível, visite as maiores exposições do Brasil, como a de Rio Claro, Rio de Janeiro, São Paulo e a grandiosa Festa das Flores de Joinville.

Conclusão

Com estas dicas você certamente irá crescer no hobby sem muitos problemas e terá uma bela coleção de orquídeas em casa. Mas lembre sempre da minha dica número 10, a mais importante:

DICA 10: Seja humilde. Não sabemos tudo, a vida é um constante aprendizado.

Abraços!

Rotuladora – minha solução para etiquetar orquídeas

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Rotuladora? Pois é, o fato é que cansei de escrever nas plaquinhas e depois de um tempo perder tudo.

Tenho algumas plantas no orquidário que, como são jovens, não faço ideia de quem são. Nomes? Tinham sim, mas o tempo se encarregou de mandar tudo para o espaço.

Não adianta você me dizer que caneta, lápis, o que for, aguenta o passar do tempo. Não.

Pensei bastante e resolvi modernizar a brincadeira aqui em casa. Comprei uma rotuladora e mandei ver nas etiquetas. Após os testes e agora o uso contínuo, só posso dizer que estou satisfeito. Não preciso traduzir minha letra e sempre o nome e o código da planta estão perfeitamente visíveis quando preciso.

Recomendo para quem quiser investir um pouco em sua coleção. Ela grava a fita como se fosse uma tatuagem, não é tinta. Não sai com o Sol, chuva, nem nada. Tem fitas de várias cores e tamanhos (na época destas fotos utilizava fita branca, hoje utilizo transparente, já que minhas etiquetas são coloridas). E não é caro, para etiquetas de plantas rende um monte…

Abraços

Pragas e doenças: podridão negra

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Uma das doenças mais chatas e cruéis que já vi em uma orquídea, a podridão negra ataca principalmente plantas dos gêneros Cattleya, Laelia e seus híbridos. Aparece principalmente no inverno ou em épocas muito úmidas, como a que estamos enfrentando agora no Sul do Brasil.

Plantas totalmente expostas à chuva ou plantas cuja a irrigação as mantém úmidas por um longo período facilitam o aparecimento da doença. No caso da irrigação, há relatos que plantas regadas pela manhã e em local pouco ventilado são mais propícias à doença, pois o calor emitido pelos raios solares aquecem a planta úmida que, ao atingir uma temperatura em torno de 28 graus, propicia um ambiente ideal para a eclosão de fungos.

Podridão negra atacando um de meus híbridos

As condições úmidas nestes casos favorecem o crescimento da doença, pois os esporos inertes (Pythium ultimun e Phytophtora cactorum) sobrevivem no solo úmido até que um hospedeiro esteja disponível para proliferação. Então, os esporos inertes germinam e esporos móveis penetram as raízes. As raízes não precisam de feridas para serem infectadas, o que é mais um agravante, pois uma planta completamente sadia pode ser infectada rapidamente.

Outro fator que propicia o aparecimento da doença é a salinidade do substrato, portanto esteja atento ao excesso de fertilizantes. Os sais acumulados no substrato dos vasos pode ajudar à proliferação da doença.

Seu ataque começa pelo rizoma, passando depois para os pseudobulbos e folhas com incrível rapidez. A doença transforma essas partes da planta numa massa pardacenta e de odor desagradável, evidenciado por pequenas lesões negras. A doença continua a se espalhar até que ela finalmente mata a planta.

Podridão negra atacando uma de minhas tigrinas

Caso você tenha tido um surto da doença em seu orquidário, evite cultivar suas orquídeas perto de qualquer área aonde a podridão negra foi identificada. Mantenha ferramentas e regadores higienizados. Compre apenas orquídeas certificadas de uma fonte com boa reputação. Inspecione as plantas com cuidado por sinais de podridão negra quando você comprá-las. Cuidados nunca são demais e podem salvar seu orquidário de duras perdas.

Podridão negra e seus efeitos devastadores

Como controlar

Isole as plantas infectadas e pare totalmente as regas. Utilize compostos baseados em cobre nas orquídeas infectadas (um exemplo pode ser a calda bordalesa, que você confere a receita clicando aqui). Estes compostos incluem hidróxido de cobre, óxido de cobre, sulfato de cobre básico, oxicloreto de cobre, e carbonato de amônio de cobre. Aplique-os com moderação porque muito cobre pode danificar sua orquídea. Os fungicidas Manebe, Mancozeb, e Zinebe também são eficientes no controle de podridão negra. Compostos de estanho orgânico também são eficientes, mas muito mais tóxicos para a planta. Você também pode utilizar os compostos sistêmicos Fenilamida, Fosfonato, Acido Cinâmico e Quinina, já que eles se movimentam para cima das raízes para matar a podridão negra nas folhas.

Planta tomada pela podridão, infelizmente

Aplique o produto escolhido quando a planta estiver em crescimento ativo. Pulverize o local onde se encontrava a planta e todo o recinto para tentar sanar o problema no local. Corte o local afetado com uma tesoura flambada ou um bisturi esterilizado a parte atacada e a descarte, queimando-a, bem como todo o substrato e o vaso onde estava a planta. Se a planta estiver bem debilitada descarte-a, queimando-a.

Você também poderá fazer a imersão da planta numa solução de hipoclorito de cálcio e um fungicida sistêmico por uma hora, secando-a bem em seguida.

Por fim, aplique sobre a planta uma camada de canela em pó (você pode ler meu artigo sobre o uso de canela em orquídeas clicando aqui). Repita a dose sobre a planta e substrato alguns dias após o seu replante.

Lembre-se sempre de usar material de corte esterilizado e evitar que a água da rega caia da planta de cima diretamente na planta que esteja logo abaixo para não disseminar problemas. Mantenha as plantas em local arejado ou de temperatura amena.

Podridão Negra Bacteriana

Existe um outro tipo de podridão negra, não causada por fungos e sim por bactérias do gênero Erwinia. Não é muito freqüente no Brasil mas é extremamente letal, causando surgimento de manchas negras, com aspecto aquoso e cheiro repulsivo. É de desenvolvimento rápido, tomando conta da planta em poucas semanas, levando-a à morte. Muitas vezes provoca um colapso da estrutura das folhas, ficando totalmente amolecidas e murchas.

Referências

  • aorquidea.com.br
  • orkideas.com.br
  • ehow.com.br

Abraços!

A ecologia da doença

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Há tempos não escrevo por aqui. Meu tempo tem sido escasso, mas quero dar mais atenção ao site. Enfim, enquanto isso, gostaria de compartilhar um texto que, dada a situação que estamos vivendo com o Coronavírus (COVID-19), não poderia ser mais atual. O original está em inglês, foi escrito por Jim Robbins para o The New York Times. O link está no final do artigo. A imagem é de Olaf Hajek.

Vamos ao texto:

Existe um termo que biólogos e economistas usam hoje em dia – serviços ecossistêmicos – que se refere às muitas maneiras pelas quais a natureza apóia o esforço humano. As florestas filtram a água que bebemos, por exemplo, e as aves e as abelhas polinizam as culturas, ambas com valor econômico e biológico substancial.

Se não entendermos e cuidarmos do mundo natural, isso poderá causar um colapso desses sistemas e voltar a nos assombrar de maneiras que pouco sabemos. Um exemplo crítico é um modelo em desenvolvimento de doença infecciosa que mostra que a maioria das epidemias – AIDS, Ebola, Nilo Ocidental, SARS, doença de Lyme e outras centenas que ocorreram nas últimas décadas – não acontecem. Eles são o resultado de coisas que as pessoas fazem com a natureza.

A doença, ao que parece, é em grande parte uma questão ambiental. Sessenta por cento das doenças infecciosas emergentes que afetam os seres humanos são zoonóticas – elas se originam em animais. E mais de dois terços deles são originários da vida selvagem.

Equipes de veterinários e biólogos da conservação estão no meio de um esforço global com médicos e epidemiologistas para entender a “ecologia da doença”. Faz parte de um projeto chamado Predict, financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Os especialistas estão tentando descobrir, com base em como as pessoas alteram a paisagem – com uma nova fazenda ou estrada, por exemplo – onde as próximas doenças provavelmente se espalharão para os seres humanos e como identificá-las quando surgirem, antes que possam se espalhar . Eles estão coletando sangue, saliva e outras amostras de espécies selvagens de alto risco para criar uma biblioteca de vírus para que, se alguém infectar seres humanos, possa ser identificado mais rapidamente. E eles estão estudando maneiras de gerenciar florestas, animais selvagens e animais para impedir que doenças deixem a floresta e se tornem a próxima pandemia.

Não é apenas um problema de saúde pública, mas econômico. O Banco Mundial estimou que uma grave pandemia de gripe, por exemplo, poderia custar à economia mundial US$ 3 trilhões.

O problema é exacerbado pela maneira como o gado é mantido nos países pobres, o que pode ampliar doenças transmitidas por animais selvagens. Um estudo divulgado pelo International Livestock Research Institute descobriu que mais de dois milhões de pessoas por ano são mortas por doenças que se espalham para os seres humanos a partir de animais selvagens e domésticos.

O vírus Nipah, no sul da Ásia, e o vírus Hendra, estreitamente relacionado a Austrália, ambos no gênero dos vírus henipah, são os exemplos mais urgentes de como a desorganização de um ecossistema pode causar doenças. Os vírus se originaram de raposas voadoras, Pteropus vampyrus, também conhecidas como morcegos. Eles são comedores bagunçados, não importa pouco neste cenário. Eles costumam ficar de cabeça para baixo, parecendo Drácula enrolados firmemente em suas asas membranosas, e comem frutas mastigando a polpa e cuspindo os sucos e sementes.

Os morcegos evoluíram com o henipah ao longo de milhões de anos e, por causa dessa co-evolução, eles experimentam pouco mais do que o equivalente do resfriado a um morcego. Mas quando o vírus sair dos morcegos e se transformar em espécies que não evoluíram com ele, pode ocorrer um show de horror, como ocorreu em 1999 na zona rural da Malásia. É provável que um morcego jogou um pedaço de fruta mastigada em um porquinho em uma floresta. Os porcos foram infectados com o vírus, amplificaram e saltaram para os seres humanos. Foi surpreendente em sua letalidade. Das 276 pessoas infectadas na Malásia, 106 morreram e muitas outras sofreram distúrbios neurológicos permanentes e incapacitantes. Não há cura ou vacina. Desde então, houve 12 surtos menores no sul da Ásia.

Na Austrália, onde quatro pessoas e dezenas de cavalos morreram de Hendra, o cenário foi diferente: a suburbanização atraiu morcegos infectados que antes moravam na floresta para quintais e pastagens. Se um vírus da henipah evolui para ser transmitido rapidamente através de contatos casuais, a preocupação é que ele possa sair da floresta e se espalhar por toda a Ásia ou o mundo. “Nipah está transbordando e estamos observando esses pequenos grupos de casos – e é questão de tempo que a tensão certa se espalhe e se espalhe eficientemente entre as pessoas”, diz Jonathan Epstein, veterinário da EcoHealth Alliance, de Nova York. organização de base que estuda as causas ecológicas da doença.

É por isso que os especialistas dizem que é fundamental entender as causas subjacentes. “Qualquer doença emergente nos últimos 30 ou 40 anos surgiu como resultado da invasão de terras selvagens e mudanças demográficas”, diz Peter Daszak, ecologista de doenças e presidente da EcoHealth.

As doenças infecciosas emergentes são novos tipos de patógenos ou antigos que sofreram mutações para se tornarem novos, como a gripe todos os anos. A AIDS, por exemplo, infectou os seres humanos a partir dos chimpanzés na década de 1920, quando caçadores de carne na África os mataram e os comeram.

As doenças sempre surgiram na floresta e na vida selvagem e chegaram às populações humanas – a peste e a malária são dois exemplos. Mas as doenças emergentes quadruplicaram no último meio século, dizem os especialistas, em grande parte por causa do aumento da invasão humana no habitat, especialmente nos “pontos quentes” de doenças em todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais. E com as viagens aéreas modernas e um mercado robusto no tráfico de vida selvagem, o potencial de um surto grave em grandes centros populacionais é enorme.

A chave para prever e impedir a próxima pandemia, dizem os especialistas, é entender o que eles chamam intactos de “efeitos protetores” da natureza. Na Amazônia, por exemplo, um estudo mostrou um aumento no desmatamento em cerca de 4%, aumentando a incidência de malária em quase 50%, porque os mosquitos que transmitem a doença prosperam na mistura certa de luz solar e água em áreas recentemente desmatadas. Desenvolver a floresta da maneira errada pode ser como abrir a caixa de Pandora. Esses são os tipos de conexões que as novas equipes estão descobrindo.

Os especialistas em saúde pública começaram a incluir a ecologia em seus modelos. A Austrália, por exemplo, anunciou um esforço multimilionário para entender a ecologia do vírus e dos morcegos de Hendra.

Não é apenas a invasão de paisagens tropicais intactas que podem causar doenças. O vírus do Nilo Ocidental chegou aos Estados Unidos da África, mas se espalhou lá porque um de seus anfitriões favoritos é o Tordo-americano, que vive em um mundo de gramados e campos agrícolas. E os mosquitos, que espalham a doença, acham os Tordos especialmente atraentes. “O vírus teve um impacto importante na saúde humana nos Estados Unidos, porque aproveitou as espécies que se saem bem ao redor das pessoas”, diz Marm Kilpatrick, biólogo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. O papel central do Tordo-americano no Nilo Ocidental ganhou o título de “super espalhador”.

E a doença de Lyme, o flagelo da costa leste, é um produto das mudanças humanas no meio ambiente: a redução e a fragmentação de grandes florestas contíguas. O desenvolvimento perseguiu predadores – lobos, raposas, corujas e falcões. Isso resultou em um aumento de cinco vezes nos camundongos de patas brancas, que são ótimos “reservatórios” para a bactéria Lyme, provavelmente por terem um sistema imunológico deficiente. E eles são péssimos cuidadores. Quando gambás ou esquilos cinzentos se preparam, eles removem 90% dos carrapatos larvais que espalham a doença, enquanto os ratos matam apenas metade. “Portanto, os ratos estão produzindo um grande número de ninfas infectadas”, diz o pesquisador da doença de Lyme, Richard Ostfeld.

“Quando fazemos coisas em um ecossistema que corroem a biodiversidade – cortamos florestas em pedaços ou substituímos habitat por campos agrícolas – tendemos a nos livrar de espécies que desempenham um papel protetor”, disse-me o Dr. Ostfeld. “Existem poucas espécies que são reservatórios e muitas espécies que não são. Os que incentivamos são os que desempenham papéis de reservatório.”

Ostfeld viu duas doenças emergentes – babesiose e anaplasmose – que afetam os seres humanos nos carrapatos que estuda, e ele despertou o alarme sobre a possibilidade de sua propagação.

Os especialistas dizem que a melhor maneira de prevenir o próximo surto em seres humanos é com o que eles chamam de One Health Initiative – um programa mundial, envolvendo mais de 600 cientistas e outros profissionais, que avança a idéia de que a saúde humana, animal e ecológica é inextricavelmente ligados e precisam ser estudados e gerenciados de forma holística.

“Não se trata de manter a floresta intocada intocada e livre de pessoas”, diz Simon Anthony, virologista molecular do Centro de Infecção e Imunidade da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia. “É aprender a fazer as coisas de maneira sustentável. Se você conseguir entender o que é que leva ao surgimento de uma doença, poderá aprender a modificar os ambientes de maneira sustentável. ”

O escopo do problema é enorme e complexo. Apenas 1% dos vírus da vida selvagem são conhecidos. Outro fator importante é a imunologia da vida selvagem, uma ciência em sua infância. Raina K. Plowright, bióloga da Universidade Estadual da Pensilvânia que estuda a ecologia da doença, descobriu que os surtos do vírus Hendra em raposas voadoras em áreas rurais eram raros, mas eram muito mais altos em animais urbanos e suburbanos. Ela supõe que os morcegos urbanizados são sedentários e perdem a exposição frequente ao vírus que costumavam pegar na natureza, o que mantinha a infecção em níveis baixos. Isso significa que mais morcegos – sejam de má nutrição, perda de habitat ou outros fatores – são infectados e lançam mais vírus no quintal.

O destino da próxima pandemia pode estar na obra de Predict. A EcoHealth e seus parceiros – a Universidade da Califórnia em Davis, a Wildlife Conservation Society, a Smithsonian Institution e a Global Viral Forecasting – estão analisando vírus transmitidos pela vida selvagem nos trópicos, construindo uma biblioteca de vírus. A maior parte do trabalho se concentra em primatas, ratos e morcegos, com maior probabilidade de transmitir doenças que afetam as pessoas.

O mais crítico é que os pesquisadores do Predict estão observando a interface onde se sabe que existem vírus mortais e onde as pessoas estão abrindo a floresta, ao longo da nova estrada do Atlântico ao Pacífico, através dos Andes no Brasil e no Peru. “Ao mapear a invasão na floresta, você pode prever onde a próxima doença poderá surgir”, diz Daszak, presidente da EcoHealth. “Então, estamos indo para as margens das aldeias, para lugares onde as minas acabaram de abrir, áreas onde novas estradas estão sendo construídas. Vamos conversar com pessoas que vivem nessas zonas e dizer: ‘o que você está fazendo é potencialmente um risco’ ”.

Isso pode significar conversar com as pessoas sobre como eles abatem e comem carne de animais selvagens ou com aqueles que estão construindo um lote de ração no habitat de morcegos. Em Bangladesh, onde Nipah estourou várias vezes, a doença foi atribuída a morcegos que estavam invadindo contêineres que coletavam seiva de tamareira, que as pessoas bebiam. A fonte da doença foi eliminada colocando telas de bambu (que custavam 8 centavos cada) sobre os coletores.

A EcoHealth também examina bagagens e pacotes nos aeroportos, procurando animais selvagens importados que provavelmente carregam vírus mortais. E eles têm um programa chamado PetWatch para alertar os consumidores sobre animais de estimação exóticos que são retirados da floresta em locais de doenças e enviados ao mercado.

Em suma, o conhecimento adquirido nos últimos anos sobre doenças emergentes deve nos permitir dormir um pouco mais fácil, diz o Dr. Epstein, veterinário da EcoHealth. “Pela primeira vez”, disse ele, “há um esforço coordenado em 20 países para desenvolver um sistema de alerta precoce para surtos zoonóticos emergentes”.

Como vimos no texto, há 8 anos o cenário já era muito complicado. Hoje, estamos vivenciando isso em uma escala global. Nem os esforços para estudar e evitar pandemias funcionam se cada um de nós não fizermos a nossa parte.

Cuide das florestas. Não retire orquídeas das matas. Cuidem-se!

Referência:

Orquídeas nas redes sociais

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Orquídeas nas redes sociais? Afinal, qual a relevância disso?

Pois bem, como muitos de vocês sabem, estou presente em redes como Facebook, Instagram, Pinterest e Twitter. Não sou muito de publicar coisas além de fotos de minhas plantas, mas sempre estou de olho nas descobertas, nas dúvidas e nas conversas em geral. Tenho notado algumas coisas positivas, como o maior interesse em saber a identificação de plantas e como cuidar corretamente delas. Mas, infelizmente, tenho notado coisas que ainda me incomodam bastante, os quais explico melhor abaixo.

Plantas nativas

Apesar daqueles que realmente se preocupam com as orquídeas e sua preservação enfatizarem sempre os danos e os perigos da coleta ilegal de plantas em nossas matas, sempre vejo nos grupos, principalmente do Facebook, pessoas pedindo identificação de plantas provenientes da natureza.
Mas Luis, qual o problema de pegar uma plantinha de uma árvore? Bom, há vários problemas nesta atitude. Já escrevi bastante sobre isso, principalmente como você pode ser enquadrado criminalmente ou como você pode destruir sua coleção introduzindo espécies nativas em seu orquidário, portanto não vou me alongar muito no assunto. Porém, vamos simplificar, fazendo com que você pense sem ser uma pessoa egoísta e com um exemplo simples: considere um ecossistema não muito grande, pois já foi largamente devastado pelos humanos. Aquele restinho de ecossistema cria uma dependência de uma cadeia alimentar que começa justamente em uma espécie (ou até espécies, como queira) de orquídea. Um único inseto poliniza essa flor. Este inseto é o principal alimento de animais de pequeno porte que, por sua vez, alimentam os maiores. Ao eliminar a orquídea deste ambiente, o inseto não tem mais seu alimento exclusivo, migrando ou perecendo. Animais menores sofrem escassez de alimento e diminuem sua população, afetando os maiores que, por precisarem de mais alimentos, perecem e desaparecem.

Triste? Quer um exemplo mais atual? Pense no que está acontecendo com as abelhas.

Portanto, a não ser em casos extremos e controlados, deixe a orquídea onde ela está. Ela faz parte do ecossistema e sempre encontra uma forma de sobreviver. Em casa, ou a matamos, ou matamos nossas outras orquídeas (sim, pois plantas da natureza trazem pragas e doenças), ou simplesmente ficamos sem nada em nosso orquidário.

Se quiser ler mais sobre o assunto, recomendo os seguintes artigos:

Aproveitadores

Sim, o que a Internet tem de bom tem de ruim também, principalmente nas redes sociais. Já falei aqui sobre o famoso caso das pessoas que vendem sementes no Mercado Livre. Pior, há aqueles que ainda tentam vender a famosa Cattleya com cara de papagaio.

Agora tenho notado outra leva de aproveitadores, aqueles que tentam vender cursos e apostilas sobre como cuidar e ter orquídeas lindas e blá blá blá. Nada contra informação, pois acredito que só com conhecimento e educação podemos chegar a algum lugar, evoluir. O problema é como isso é feito: esses aproveitadores pegam material de outras pessoas, como textos e fotos, colocam em um documento e vendem como se fosse algo deles!

Instagram

Se entre suas redes sociais você tem Instagram (tem no Facebook também), já deve ter presenciado algum perfil que contenha as palavras “como cuidar de orquídeas” ou algo assim. Não é difícil ver que o conteúdo é enganoso, pois há fotos de plantas que não são de orquídeas, há muitos erros grotescos de português (escrevem orquídeas de várias formas), há fotos descaradamente roubadas de outras pessoas, enfim, tudo é feito para que você clique no tal link azul (como a maioria chama) e ser ludibriado a comprar um material que nada mais é do que um compilado de informações que estão disponíveis gratuitamente na Internet.

Tome cuidado. Procure sempre mais e mais informação mas não caia na tentação de pagar por algo que, de certa forma, é ilegal. Pesquise a fundo para saber a procedência e, caso queira pagar por conteúdos, prefira os bons e velhos livros. O orquidofilia possui uma vasta biblioteca de livros nacionais e importados que podem ajudar muito o aperfeiçoamento de seu cultivo.

Se quiser ler mais sobre alguns tipo de enganações que tem pela Internet, recomendo os seguintes artigos:

Sejam conscientes, a Natureza agradece. Seja cuidadoso, seu bolso agradece.

Abraços

Pragas e doenças – pulgões

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O cenário é mais ou menos este: você está olhando suas orquídeas e vê um bichinho minúsculo, dependendo da cor até bonitinho, com no máximo 5 milímetros de tamanho. Você pensa: que mal pode fazer um ser deste tamanho? Pois não se engane, estes insetos são extremamente vorazes e pode ser considerado umas das pragas mais perigosas às espécies vegetais. Lembre-se que eles nunca estão sozinhos, ou seja, quando não controlada rapidamente, uma infestação de pulgões pode ser fatal.

Também conhecidos como piolhos-das-plantas, estas pequenas pragas também podem transmitir doenças virais que prejudicam bastante as produções em escala. São atualmente conhecidas cerca de mil espécies de afidoideos, de ocorrência mais freqüente nas regiões temperadas com certa incidência também em zonas tropicais. Eles podem ser que podem ser pretos, brancos, marrons, amarelos, cinzas e verdes.

Folhas mais novas e delicadas são os alvos preferidos desses intrusos sugadores de seivas. Vivendo em colônias, os grupos são compostos quase que exclusivamente por animais do sexo feminino, que se reproduzem rapidamente por partenogênese, ou seja, sem participação de machos. Isto resulta em uma infestação rápida, notada primeiramente através de folhas amarelas e enroladas, depois do atrofiamento da planta. Os pulgões podem aparecer em qualquer época do ano, mas os períodos mais propícios ao ataque são a primavera, o verão e o início do outono.

Os pulgões excretam um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos de coloração escura, levando à diminuição da área fotossintética da folha. Além disto, as formigas, por seu lado, usam a gosma adocicada excretada pelos pulgões numa simbiose em que chegam até a transportá-los para plantas mais saudáveis, quando as hospedeiras já estão muito danificadas. São as formigas-pastoras, que usam os pulgões como “vaquinhas de ordenha”. A joaninha é o seu principal predador, entretanto os pulgões são defendidos delas pelas formigas.

As plantas atacadas por pulgões sofrem engruvinhamento das folhas, provocado pela sucção que ocorre na face debaixo da mesma. Essa lesão nas folhas acaba por reduzir o crescimento da planta. Além disto, os pulgões são vetores de metade dos 600 vírus conhecidos das plantas. Também com os vírus os pulgões tem uma simbiose, mas essa é intermediada por uma bactéria que habita no seu interior.

Controle

A melhor forma de controlar uma infestação de pulgões em suas plantas é através de remédios naturais feitos em casa, como por exemplo a calda de fumo. Isto porque alguns pulgões podem desenvolver resistência a esses pesticidas químicos, sobretudo quando aplicados repetidamente. Além disto, o veneno tende a eliminar os predadores naturais do pulgão.

Existe uma forma de realizar o controle biológico com pequenas vespinhas parasitóides. Estas colocam ovos dentro do corpo dos pulgões e alimentam-se do conteúdo interno do hospedeiro. O pulgão parasitado transforma-se em uma múmia, adquirindo aspecto e coloração diferente dos demais. Estas “múmias” não precisam ser removidas, uma vez que darão origem a outra geração de parasitóides que atacará outros pulgões sadios.

Se a orquídea infectada estiver muito “gosmenta”, lave suas folhas e caules com água e sabão em barra. Sempre que pulverizar sua planta infetada, prefira fazê-lo à noite para evitar que o sol interaja com o remédio aplicado causando queimaduras nas folhas.

Pulgões em uma dama da noite

Pulgões em uma dama da noite

Algumas receitas fáceis de fazer em casa

  1. Alho e cebola são remédios caseiros fáceis de preparar. Você deverá cozinhar o alho inteiro, ou as cascas de cebola, em 500 ml de água. Deixe ferver, esfriar e filtrar, depois do que pode ser pulverizado nas plantas;
  2. Infusão de ervas diversas: Neste caso você pode usar, por exemplo, cavalinha, anis, coentro á razão de um punhado de ervas secas para 1 l de água fervente. Deixe descansar, esfriar, coe e pulverize;
  3. Água de pimenta: bata no liquidificador algumas pimentas em 2 copos de água. Deixe repousar durante a noite toda. Na manhã seguinte, coe a mistura e dilua em ais um copo de água. Pulverize à noite, 1 a 2 vezes por semana;
  4. Macerado de urtiga: deixe um molho grande de urtigas verdes, novas, de molho durante 10 dias. Mexe-se esse molho diariamente, com uma varinha, até as folhas se separarem do caule. Com esse preparado pode-se regar as plantas infestadas ou pulverizá-las.

Calda de fumo

Existem várias receitas de calda de fumo por aí, bastando você escolher uma e testá-la. Vou colocar duas aqui que, embora um pouco diferentes, deverá ter o mesmo resultado. Deverá ser pulverizada em toda a planta por dias seguidos, até o total extermínio dos pulgões.

Calda de fumo – receita sem álcool

Ingredientes
  • 1 litro de água;
  • 10 centímetros de fumo de rolo, ralado;
  • ½ sabão em barra, ralado.
Modo de preparo

Faça um macerado com todos os ingredientes e deixe-o descansar por 24 horas. Com a calda resultante, pulverize suas plantas. O sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules. Pulverize sobre as plantas.

Calda de fumo – receita com álcool

Ingredientes
  • 250 g de fumo de corda;
  • 100 ml de álcool hidratado (comum);
  • 1 litro de água fervente;
  • detergente comum.
Modo de preparo

Pique o fumo de corda e coloque-o em uma vasilha com tampa. Acrescente a água fervente e tampe, deixando a mistura em repouso por 24 horas. Depois disso, agite o conteúdo e filtre-o em pano fino espremendo bem para retirar o máximo de extrato. Acrescente o álcool, que servirá de conservante para a solução. Guarde-a em um frasco escuro. Para o tratamento das plantas infestadas, dilua 100 ml da solução de fumo em 1 litro de água. Acrescente dez gotas de detergente caseiro (para quebrar a tensão superficial da água) e pulverize sobre as plantas.

Referências

  • Casa e decoração
  • greenme.com.br
  • wikipedia.org

Abraços!

Orquídeas provenientes de coleta: como identificar

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Se você gosta de orquídeas e as tem em sua casa, certamente já ouviu falar, presenciou ou até comprou plantas oriundas de coletas ilegais nas matas.

Inevitavelmente todos nós acabamos passando por isto, conscientemente ou não, pois muitas vezes confiamos em vendedores e não sabemos a real procedência da planta. Enfim, se você se preocupa com o meio ambiente, informação nunca é demais, então estou disponibilizando um material que há muito tempo tenho aqui guardado comigo e acho muito interessante: um guia de como identificar uma orquídea proveniente de coleta ou de cultivo.

Por que saber isto é importante? Simples, antes de mais nada, clique aqui e leia meu artigo sobre as consequências legais e naturais das coletas ilegais.

Se quiser ver um pouco sobre as orquídeas e seus ambientes naturais, além de um pouco mais sobre a discussão sobre a ilegalidade de coletas e afins, clique aqui!

Se você clicou no link acima e leu o artigo, agora está ciente das consequências legais e ecológicas da coleta de orquídeas em nossas matas. Com estas informações, poderá analisar e tomar a decisão se irá ou não contribuir com esta prática ilegal. Se sua opção for evitar orquídeas coletadas ilegalmente em nossas matas, é hora de saber identificá-las, clicando no link abaixo (é um arquivo no formato PDF gerado pelo IBAMA):

Guia Ilustrado - orquídeas cultivadas X coletadas

Sinceramente, espero que aqueles que dispuseram de alguns minutos para analisar todo material aqui apresentado e foram sensibilizados de alguma forma, passem a serem disseminadores desta tipo de informação. A Natureza agradece.

Referência

  • Ministério do Meio Ambiente

Abraços!

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